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sábado, 14 de agosto de 2021

CONDUÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE

Em 11.08.2021 me foi apresentada a seguinte questão pertinente ao REAA, GOB, Oriente do Rio de Janeiro:

CONDUÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE

Meu iminente Irmão solicito me informar como deverá ser feito a condução do Venerável Mestre por parte do Mestre de Cerimônias no início da sessão para seu ingresso no Altar. O mesmo deverá ingressar no Altar pelo lado do Orador ou pelo lado do Secretário, isto no REAA?

O outro questionamento versa sobre como deve ser feito a saudação às autoridades por ocasião do uso da palavra: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, autoridades maçônicas do oriente, de acordo com o protocolo maçônico, oficiais, mestres, companheiros e aprendizes? Ou conforme preceitua o nosso Grande Oriente do Rio de Janeiro, ou seja, saúda-se primeiro quem preside (Grão-Mestre), após quem dirige (Venerável Mestre) a seguir as autoridades que compõem o Oriente, conforme a faixa de cada irmão, isto porque os ocupantes do oriente tem precedência sobre os Vigilantes, conforme atesta a formação do cortejo. Finda as saudações do Oriente cumprimenta-se os Vigilantes, Oficiais, Mestres, Companheiros e Aprendizes. Fico agradecido pelo esclarecimento.

CONSIDERAÇÕES:

Ingresso no Altar - sem nenhuma conotação iniciática, porém de organização ritualística, a praxe é a de que o Venerável Mestre sempre ingresse pelo lado norte do Altar, isto é, se desloca pela Coluna do Norte em direção ao Oriente conduzido pelo Mestre de Cerimônias, que vai à frente. Ambos ingressam no Oriente pelo lado próximo ao Porta Bandeira e Orador e, pelo lado norte do Altar o Venerável Mestre sobe os degraus que o conduzem ao sólio. O Mestre de Cerimônias não sobe, mas permanece abaixo do sólio enquanto aguarda a chegada do Venerável Mestre ao seu lugar. O Mestre de Cerimônias, assim que o Venerável ocupe o seu lugar, de imediato se dirige para o seu lugar em Loja.

A única abordagem feita pelo lado Sul do Altar (mesmo lado do Secretário e do Porta Estandarte) ocorre durante a cerimônia de Iniciação para a liturgia da Taça Sagrada. Isso se justifica porque a ritualística exige a seguir a retirada do Candidato em direção da Coluna do Sul.

As demais abordagens, são sempre feitas pelo lado do ombro direito do Venerável Mestre - este olhando do Oriente para o Ocidente - ou seja, pelo mesmo lado em que o Venerável ingressa no sólio.

Desse modo, em retirada o Venerável sai do altar pelo lado sul.

A propósito, norte e sul do Altar correspondem respectivamente ao lado direito e esquerdo daquele que do Oriente olha para o Ocidente. O termo norte e sul é apenas referencial.

Saudação - na questão da saudação em Loja, a prática do usuário da palavra não deve ser assim confundida. É bom que se diga que o usuário da palavra não saúda ninguém, mas cumpre a maneira protocolar de se dirigir à Loja. Se colocar à Ordem para dirigir a palavra não é sob nenhuma hipótese saudação maçônica.

Destaco que saudação em Loja é feita apenas pelo Sinal Penal do Grau conforme o previsto na página 42 do ritual de Aprendiz do REAA do GOB. Nesse sentido, a saudação somente é feita ao Venerável Mestre quando se ingressa e sai do Oriente, ou às Luzes da Loja quando da entrada formal ou retirada definitiva.

Desse modo, quem pede a palavra não saúda ninguém, mas se coloca à Ordem para se dirigir à assembleia na forma de costume. Assim, os três primeiros a serem mencionados são as Luzes da Loja, já que é deles o ofício de dirigir os trabalhos. O referencial desse ofício é o malhete que cada um dos titulares traz consigo como objeto de trabalho.

Não importa qual autoridade esteja presente, por primeiro o usuário da palavra deve se dirigir ao Venerável Mestre e aos Vigilantes (todos os portadores do malhete). Ato seguido à mais alta autoridade presente, oportunidade em que se recomenda que em nome dela se saúde as demais que porventura possam estar presentes; por fim, de modo generalizado, “meus Irmãos”, sem a necessidade de mencionar todos oficiais pelos seus cargos, Mestres, Aprendizes e Companheiros. O termo “meus Irmãos” engloba perfeitamente esse procedimento.

O que de fato é de péssima geometria são as intermináveis referências protocolares às autoridades e demais presentes. Esse tipo de atitude somente oportuniza perda de tempo, sendo contraproducente para o desenvolvimento dos trabalhos.

Reitero, não há necessidade de se ficar nominando autoridades, cargos, etc., uma a uma. Protocolarmente basta que apenas uma das autoridades, ao ser mencionada, possa representar as demais.

Por oportuno, volto a salientar que quem dirige os trabalhos é o Venerável Mestre que, mesmo na presença do Grão-Mestre, recebeu dele o malhete de volta para direção da Loja. Nesse caso, dirigir e presidir é a mesma coisa. Não há o porquê nesse caso de se citar o Grão-Mestre antes do Venerável.

A Maçonaria, antes de tudo é uma escola de humildade e não um desfile de títulos e cargos no Oriente. É mesmo inimaginável que os usuários da palavra se dirijam à Loja mencionado um a um os cargos e as autoridades presentes. A objetividade é uma qualidade imprescindível para o bom desenvolvimento dos trabalhos. Infelizmente ainda vivemos costumes ultrapassados que precisam ser, na medida do possível, sumariamente extirpados.

Dando por concluindo, lembro então que saudação em Loja é feita pelo Sinal Penal do Grau apenas nos momentos previstos no ritual. A maneira protocolar de se dirigir à Loja não é saudação maçônica. Há que se notar que quem estiver em pé usando a palavra, fica à Ordem e assim permanece até o final da sua fala, quando o sinal é desfeito na forma de costume antes de sentar. Por fim, se dirigir à Loja de modo abreviado, sem as intermináveis menções individualizadas, é atitude de boa geometria. É essa a recomendação.

T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com

Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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