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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

VIAGEM AO NOSSO INTERIOR

VIAGEM AO NOSSO INTERIOR

Conceito fundamental 

A noção de que a vida não se encerra com a morte do corpo acompanha a humanidade desde seus primórdios. Na fase pré-histórica , quando não existia a escrita que, mais tarde, possibilitaria registrar as afirmativas da religião a esse respeito, alguns ritos funerários que a arqueologia permite reconstruir, sugerem a crença de que os mortos, de alguma sorte, continuariam a viver.

Já na época histórica mas ainda em plena antiguidade, com as grandes religiões do Egito e da Grécia, da Mesopotâmia e da Ásia, a idéia da sobrevivência se apresenta claramente, associada a mecanismos de justiça pelos quais bons e maus encontrariam sempre as conseqüências de suas ações terrenas.

Na Boa Nova esse conceito ocupa posição central: "Meu reino não é deste mundo" (João 18:36) - afirmou Jesus. Não seria na Terra, tantas vezes estigmatizada pela violência e pela injustiça, que o bem acharia sua recompensa. No Tabor , entidades materializadas se deixam ver ao lado de Jesus que, em diversas ocasiões, advertiu e afastou obsessores, restituindo à normalidade os que lhes sofriam a pressão.

Com o retorno do Mestre, após a crucificação, quando Ele é visto várias vezes, por inúmeras pessoas, a vida espiritual se torna uma certeza que sustenta aqueles companheiros valorosos nas mais difíceis circunstâncias e os leva a trabalhar incansavelmente pela causa do Evangelho.

Com o tempo, contudo – e lamentavelmente – as noções de sobrevivência e vida espiritual perderam importância, passando a condição de simples informações, baseadas em antigos textos e pouco mencionadas, que não conseguiam despertar, em séculos posteriores, a convicção e a coragem que caracterizavam as primeiras gerações cristãs. Não mais se ouviam os profetas( na verdade médiuns) nem as "vozes"( fenômeno de voz direta) comuns nas assembléias do período apostólico, tão bem descritas por Paulo em suas cartas. É que a mediunidade, instrumento natural para o contato ostensivo entre dois planos da vida, fora silenciada ao tomar a organização cristã um cunho acentuadamente administrativo, com seus responsáveis absorvidos por problemas ligados a autoridade e patrimônio. Nesse contexto, os médiuns, que transmitiam as advertências e orientações da esfera superior, foram afastados, caminhando-se então numa religiosidade exterior que apenas afirmava, sem ênfase, a nossa dimensão espiritual, mas cujos praticantes, com raras exceções, viviam como se a vida material fosse a única verdadeira, objeto exclusivo de seu interesse.

Como observa Allan Kardec, "Jesus claramente se refere à vida futura, que Ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra".

Fonte: O Pesquisador Maçônico

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