Em 13.08.2021 o Respeitável Irmão Rogério Avelar Polito, Loja Cavaleiros do Oriente, REAA, GLMMG (CMSB), Oriente de Governador Valadares, Estado de Minas Gerais, apresenta o seguinte esclarecimento.
EXALTAÇÃO
Tenho um sentimento de que se faz necessário incluir uma definição no ritual de Exaltação no que diz respeito ao momento da encenação onde apenas um Companheiro participa. A dúvida é, havendo mais de um candidato, onde devem ficar os demais Companheiros.
CONSIDERAÇÕES:
O sublime momento de exaltação ao Grau de Mestre Maçom é um momento impar da escalada iniciática. É a chave da Grande Iniciação. É o ápice da jornada no simbolismo. O 3º Grau dá ao maçom a plenitude de seus direitos e obrigações.
Obviamente que estamos falando da Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, onde o franco-maçônico básico universal se constitui apenas e tão somente por três graus, a despeito de que o Grau de Mestre Maçom – como grau – somente apareceu na Maçonaria, segundo exegetas como o conceituadíssimo Harry Carr, em 1725 e foi oficializado na segunda constituição inglesa, aquela datada de 1738.
Vale mencionar que originalmente, nos tempos operativos da Maçonaria, não existiam graus, porém, classes de operários construtores que utilizavam a pedra calcária para edificar igrejas, catedrais, mosteiros, abadias, etc. As classes dos operários se dividiam em Aprendiz Admitido e Companheiro do Ofício. Desses últimos se escolhia um dos mais experimentados para dirigir a obra, eram então um Companheiro experiente que se denominava Mestre da Obra (não era o Mestre Maçom especulativo que conhecemos atualmente).
Mais tarde, com o advento da Moderna Maçonaria, o que ocorreria com o declínio do ofício e a fundação, em 1717 da Primeira Grande Loja em Londres e Westminster, o sistema especulativo seria organizado em Lojas especulativas com graus de ascensão do obreiro baseados nas antigas classes operárias das guildas construtoras do século XII. A Moderna Maçonaria inaugurava assim o primeiro sistema obediencial onde apareceria a figura do Grão-Mestre que na época era ainda um Companheiro Maçom.
Nesse sentido, foi no século XVIII que então iria aparecer o 3º Grau especulativo na Maçonaria dos Aceitos – o Grau de Mestre Maçom.
Concomitante a esses acontecimentos surgiriam também os ritos maçônicos, organizados primeiramente em catecismos, depois em rituais, que se firmariam daí por diante na organização básica da Franco-Maçonaria dos Aceitos.
Nesse particular, construíam-se, conforme o rito, as características iniciáticas que hoje conhecemos, destacando-se nessa escalada iniciática o último Grau do simbolismo, o de Mestre Maçom, cuja cerimônia, na vertente francesa (latina) de Maçonaria denomina-se Exaltação, enquanto que na vertente inglesa (anglo-saxônica) é conhecida como Elevação ao 3º Grau.
Dados esses comentários, constata-se assim a plenitude alcançada no 3º Grau, por conseguinte também a importância que reveste esse significativo grau que encerra o simbolismo.
Graças ao seu alto valor iniciático é que se recomenda, quando possível, que a cerimônia de Exaltação (na vertente latina), ou Elevação na vertente inglesa, se dê com apenas um candidato por vez, até porque essa é, sem dúvida, a melhor maneira para que o aspirante ao 3º Grau de fato vivencie esse importante momento iniciático. Contudo, não sendo possível uma cerimônia exclusiva para apenas um candidato, a praxe tem sido de que as Lojas exaltem ao Grau de Mestre, ao mesmo tempo, no máximo três candidatos.
Em decorrência disso apenas um candidato passa pelo cerimonial completo da exposição e teatralização da Lenda Hirâmica, enquanto os dois outros ficam assistindo. Nesse caso, os dois que assistem essa parte da cerimônia ficam em pé no Sul e próximos a mesa do Venerab∴ Ir∴ 2º Vigilante. Essa é a posição mais recomendável para que ambos vislumbrem a representação lendária que revela a chave da Grande Iniciação.
A exposição da Lenda revela um novo homem amparado por lições de ética, moral e sociabilidade. Sendo assim exige-se que pelo menos um dos candidatos ao 3º Grau atue na teatralização da lenda.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com.br
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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