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sexta-feira, 15 de abril de 2022

À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Em 23.09.2021 o Respeitável Irmão Lauro Goerll Filho, Loja Justiça e Caridade, 4.132, REAA, GOB-PR, Oriente de Paraíso do Norte, Estado do Paraná, apresente o que segue:

À G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴

Minha questão é sobre a apresentação de trabalho de aumento de salário. Costumeiramente, nós fomos orientados a iniciar nossa apresentação de trabalhos em Loja, com a expressão “À Glória do Grande Arquiteto do Universo” Gostaria que o Irmão fizesse algumas considerações sobre isso: É obrigatório? Origem dessa saudação?

CONSIDERAÇÕES:

Até onde eu sei, não há obrigatoriedade dessa legenda. Geralmente ela é encontrada encimando muitos documentos maçônicos, diplomas e peças de arquitetura.

Na verdade, essa glorificação à Divindade que acabou se consagrando nos escritos maçônicos como um cabeçalho, possui mais um caráter de identificação maçônica do que propriamente um apelo filosófico (essa é a minha opinião).

A bem da verdade, esse dístico, ou divisa, teve sua provável origem na França do século XIX e dali acabou se espalhando pelos meios maçônicos, principalmente na vertente latina da Moderna Maçonaria, podendo, mas em menor escala, também aparecer em escritos da vertente anglo-saxônica.

No tocante à denominação de Deus na Maçonaria como o “Grande Arquiteto do Universo”, se dá como elemento conciliatório entre os maçons, sobretudo porque a Maçonaria deles não indaga as suas religiões, senão pede a crença num único Criador. Isso faz com que os ritos maçônicos, conforme suas estruturas doutrinárias, sejam rotulados como deístas ou teístas, ou ainda deístas/teístas.

Destaque-se que Maçonaria não é religião e que nela o conceito de Deus, o Criador do Universo, o Grande Geômetra, etc., está além de credos religiosos. Entenda-se que nela (no seu seio) há que se respeitar a pluralidade de religiões.

Nesse sentido, a crença em um Ser Supremo é condição sine qua non para aquele que deseja ser iniciado na Maçonaria regular. Essa crença é vista mais como uma realidade filosófica e não como um caráter doutrinário.

A Moderna Maçonaria como uma escola filosófica de aperfeiçoamento humano e não como uma religião, não possui o desiderato de concorrer com outras religiões. Desse modo ela admite no seu seio maçons praticantes de diversas religiões, deles apenas exigindo a crença em um Ser Supremo.

Assim, em Maçonaria o “Grande Arquiteto do Universo” se apresenta como uma força superior, criadora de tudo o que existe. Essa definição conciliatória não faz menção a uma ou outra religião ou crença, o que permite convívio fraterno entre maçons, sejam eles judeus, muçulmanos, católicos, budistas, espíritas, etc., sem que entre eles haja questionamentos e discussões religiosas. Atividades maçônicas relacionadas ao “Grande Arquiteto do Universo” são direcionadas ao estudo filosófico e nunca ao proselitismo religioso.

O nome de Arquiteto do Universo dado ao Criador não deve ser confundido como um símbolo maçônico, mas sim como uma respeitável referência Àquele que geometrizou a Ordem, a Harmonia e o Equilíbrio do universo. Vale lembrar que na Maçonaria o símbolo do Arquiteto Criador é o Delta Radiante que fica destacado no retábulo do Oriente da Loja, tendo no seu interior o olho que tudo vê (concepção deísta), ou a letra hebraica IÔD (concepção teísta).

Por fim, a expressão “À G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴” menciona preito, honra e homenagem Àquele que arquitetou, planejou e geometrizou tudo o que existiu, o que existe e o que existirá.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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