O local de reunião das Lojas Maçônicas chama-se Templo, que tem interiormente a forma de um retângulo e simbolicamente tem comprimento do Oriente ao Ocidente, largura do Norte ao Sul, profundidade da superfície ao centro da Terra e altura da Terra ao Céu. Esta tão vasta extensão do Templo simboliza o Universo e a universalidade da Maçonaria.
O teto do Templo chama-se Abóboda Celeste, de cor azul com nuvens brancas e nele estão representados diversos astros, todos dispostos uniformemente, com interpretações místicas e representando os cargos em Loja. De se notar que todos os astros representados são os visíveis no hemisfério Norte.
Do Oriente para o Ocidente e de Norte para o Sul (existem pequenas variações conforme o Rito e a Potência Maçônica), temos 17 astros, dos quais 16 deles estão com seus nomes especificados nos Rituais e um inominado: Sol, Mercúrio, Júpiter, Spica, Arcturus, Híades, Saturno, Estrela sem nome, Plêiades, Aldebaran, Orion, Ursa Maior, Formalhaut, Regullus, Antares, Vênus e Lua.
SOL: Estrela de 4ª grandeza, fonte de luz e vida em nosso planeta, na posição mais oriental, representa o Venerável Mestre.
MERCÚRIO: O deus Hermes dos gregos, o mensageiro dos deuses, o menor e mais rápido dos planetas, por sua posição no Oriente, próximo e a direita do Sol (Venerável Mestre) e suas atribuições, representa o Primeiro Diácono.
JÚPITER: O deus Zeus dos gregos é o maior planeta de nosso sistema solar, posicionado no Oriente, representa o Past Master (Ex Venerável).
SPICA: Espiga é a mais brilhante das estrelas da constelação de Virgem. Na verdade são duas estrelas que rotacionam entre si, mas a velocidade e o espaço entre elas são tão reduzidos que a olho nu parecem ser uma única estrela. Representa o cargo de Secretário.
ARCTURUS: Na mitologia grega, Arcturus é o ateniense Icário, que recebeu o segredo da elaboração do vinho e ofereceu a pastores que, acreditando terem sido envenenados, mataram Icário. Seu cão Maera ficou latindo sobre o corpo morto de seu dono, chamando a atenção de sua filha virgem Erigone, que se enforcou. Houve então uma praga que afligiu as mulheres atenienses que só foi aplacada quando os assassinos foram punidos e se instituiu um festival em homenagem a Icário e Erigone. Os deuses então transformaram ambos em estrelas: Erigone virou a constelação de Virgem e Icário a estrela Arcturus, a mais brilhante da constelação do Boiero e a quarta estrela mais brilhante do céu noturno. Corresponde ao cargo do Orador.
HÍADES: Na mitologia grega, as Híades eram ninfas filhas de Atlas e Etra. As Híades são um aglomerado estelar da constelação de Touro. As cinco estrelas do aglomerado representam os Companheiros.
SATURNO COM NOVE SATÉLITES: É o sexto planeta do sistema solar e possui quinze satélites, dos quais somente nove eram conhecidos quando os rituais foram elaborados. Saturno representa a Cadeia de União, seus três anéis constantes em alguns Rituais representam os três graus simbólicos (Aprendiz, Companheiro e Mestre) e seus nove satélites representam os cargos de Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias e Cobridor Interno.
ESTRELA SEM NOME: É o único astro sem estar nominado nos Rituais. É a Estrela Pitagórica ou Pentagrama ou Pentalfa e, por sua posição no Sul, é interpretada como sendo a Estrela Flamígera, que é um símbolo privativo do Grau de Companheiro. Representa, por sua posição, o Segundo Vigilante.
PLÊIADES: Na mitologia grega as Plêiades eram as sete filhas de Atlas e Peione (Electra, Maia, Taigete, Alcione, Celeno, Asterope e Mérope). Peione, quando atravessava a Beócia com suas sete filhas, foi perseguida pelo caçador Órions por sete anos e Júpiter, com pena delas, apontou um caminho até as estrelas e elas formaram a cauda da constelação de Touro. Tal como as Híadas, é um aglomerado estelar da constelação de Touro, um grupo de estrelas visível nos dois hemisférios, também conhecidas como Sete Irmãs ou Sete Cabrinhas. Pela numerologia do número sete, encontrada inclusive na mitologia grega, representam os Mestres.
ALDEBARAN: Nome que provém do árabe “al-dabarãn”, que significa “aquele que segue” ou “olho do touro”. Na Grécia antiga era conhecida como “tocha” ou “facho”. É uma estrela de primeira magnitude e a mais brilhante da constelação de Touro. Representa o cargo de Tesoureiro.
ÓRION: Na mitologia grega, Órion é o herói amado por Ártemis, ambos grandes caçadores. Apolo, irmão de Artemis, por não aprovar o romance entre os dois envia um escorpião para matá-lo e Ártemis, tentando acertar o escorpião, acaba atingindo Órion. Em meio às lágrimas, Artemis pede a Zeus para colocar Órion e o escorpião entre as estrelas. Já na mitologia nórdica, a constelação é chamada de “Frigga Distaff” (Fuso de Frigga) em razão das estrelas estarem no equador celeste e aparentemente girarem no céu, associando-se, assim, com a roda da deusa Frigga. Órion é uma constelação do equador celeste, com estrelas brilhantes e visíveis em ambos os hemisférios. Das estrelas que compõem a constelação, três são as mais visíveis, formando o cinturão de Órion, no centro da constelação e popularmente conhecidas como “As Três Marias”. Pela numerologia do grau, Órion com suas “Três Marias” representa o Aprendiz.
URSA MAIOR: A Ursa Maior é uma grande e famosa constelação do hemisfério norte, situada próximo ao Pólo Norte. A constelação da Ursa Maior foi vista de diferentes formas por diversos povos. Na França é conhecida como “A Caçarola”, na Inglaterra como “O Arado”, na China como “O Burocrata Celestial”, na Índia como “Os Sete Sábios”, na Europa medieval era chamada de “A Carruagem” ou “A Carroça de Charles”, na mitologia nórdica era “A Carruagem de Odin”, que se disfarçava de viajante, na mitologia grega era chamada de Ursa Maior e sua formação foi um castigo de Zeus sobre Calisto. No Egito antigo a constelação era colocada dentro de um grupo maior de estrelas e a desenhavam como uma procissão com um touro puxando um homem deitado, havendo a interpretação de que seria Osíris morto, com sua viúva Ísis e o filho da viúva Órus em procissão. A interpretação maçônica seria que representa a Lenda de Hiram.
FORMALHAUT: Palavra de origem árabe que significa “boca do peixe”. É conhecida também como Alpha Piscius Austrinis, a estrela mais brilhante da constelação de Peixes. Corresponde ao cargo de Chanceler.
RÉGULUS: Significa “pequeno rei”, “regente” em latim e já foi conhecida como “Cor Leonis” (em latim) e “Qaib al-Asad” (em árabe), que significam “Coração de Leão” em virtude da brilhante posição que ocupa na constelação de Leão. Como Régulus é o “regente”, corresponde ao cargo de Mestre de Cerimônias.
ANTARES: Nome proveniente de Anti-Ares (Anti-Marte) por se assemelhar, rivalizando com seu tamanho, cor avermelhada e brilho, ao planeta Marte. Para os antigos persas (3000 a.C.) era uma das estrelas guardiãs do céu. Corresponde ao Cobridor Interno.
VÊNUS: Segundo planeta do sistema solar e o mais próximo da Terra. É conhecido também como “Estrela Vêsper” ou “Estrela da Manhã”. Como está próximo da Lua (Primeiro Vigilante), corresponde ao Segundo Diácono.
LUA: O satélite da Terra, por sua localização na Abóboda Celeste, corresponde ao Primeiro Vigilante.
Temos então a seguinte correspondência: Venerável Mestre (Sol), 1º Vigilante (Lua), 2º Vigilante (Estrela Flamígera); Orador (Arcturus), Secretário (Spica), Tesoureiro (Aldebaran), Chanceler (Formalhaut), Mestre de Cerimônias (Régulus), Cobridor Interno (Antares), 1º Diácono (Mercúrio), 2º Diácono (Vênus), Ex Venerável (Júpiter), Mestres (Plêiades), Companheiros (Híades), Aprendizes (Órion), Cadeia de União (Saturno), Ursa Maior (Lenda do Grau de Mestre)
É interessante notar que, em relação aos planetas, temos Mercúrio, Vênus, Terra (o próprio Templo), Júpiter e Saturno. Além de Urano, Netuno e Plutão, que não são vistos a olho nu, faltou o planeta Marte. Esquecimento? Não! Ora, na mitologia grega, Marte é o deus da guerra e evidentemente não poderia comparecer na Abóboda Celeste Maçônica, visto que não se coaduna com os objetivos da Ordem, que visa a paz, a harmonia e a concórdia universal.
Então, pode-se dizer que, simbolicamente, Marte está do lado de fora do Templo, ambiente profano de incompreensões, lutas e tumultos e representa o Cobridor Externo.
Do livro Maçonaria para Maçons, Simpatiantes, Curiosos e Detratores
Irm∴ Almir Sant’Anna Cruz
Fonte: http://www.brasilmacom.com.br
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