Páginas

quarta-feira, 1 de março de 2023

O TRONO E O SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE

Em 10.10.2022 o Respeitável Irmão Marcus Vinicius Mendes dos Santos, Loja Amor e Luz, 1159, REAA, GOB-GO, Oriente de Pires do Rio, Estado de Goiás, faz a seguinte pergunta:

CADEIRA DE SALOMÃO

Alguns irmãos de minha Loja me questionaram como Orador que no caso da ausência do Venerável Mestre numa sessão ordinária o Primeiro Vigilante sendo o substituto direto do Venerável Mestre e não sendo Mestre Instalado, não poderia se assentar na cadeira de Salomão, mas numa das duas ao lado desta. Em meu entendimento a cadeira de Salomão é destinada ao presidente da sessão, o Venerável Mestre na Sessão, podendo assentar nesta cadeira e tendo apenas como impedimento presidir sessões magnas por não ser Mestre Instalado. Procede esse impedimento no REAA.

Desde já agradeço,

CONSIDERAÇÕES:

Não existe nenhuma determinação indicando que na ausência do Venerável Mestre o seu substituto legal (o 1º Vigilante), caso não seja um Mestre Instalado, não possa ocupar a cadeira central do altar principal da Loja.

Ora, um substituto legal ocupa o cargo e o lugar do titular ausente.

É improcedente essa ideia de que o substituto não possa ocupar a grande cadeira da Loja (Great Chair) e assim tenha que dirigir os trabalhos de uma cadeira lateral.

Tenho dito que muito antes de aparecer a figura do Mestre Instalado na Maçonaria, na época da Maçonaria de Ofício, quem substituía numa eventual ausência do Mestre da Loja, ou da Obra, era o 1º Vigilante. Vem daí o costume imemorial e universalmente aceito de que uma Loja maçônica é sempre dirigida por três Luzes.

À luz da razão, Instalação nada mais é do que a posse do dirigente da Loja, em que pese terem aparecido algumas lendas sustentadas por um esoterismo duvidoso e discutível.

Outro aspecto que ajuda a colocar por terra essa sandice, é que o “Trono de Salomão” é apenas uma denominação figurada na Maçonaria, pois historicamente o trono do Rei não ficava em um templo, mas no seu palácio. Vale mencionar que falar de Maçonaria nos tempos do Rei Salomão é apenas uma lenda, e como tal não tem compromisso com a realidade histórica.

Nos tempos primitivos do ofício, a partir do século X, não existiam graus especulativos, contudo o que havia eram classes de trabalhadores, a dos Aprendizes Admitidos e a dos Companheiros do Ofício. Desse modo, as Lojas (oficinas de trabalho, alojamentos) eram sempre dirigidas por um Companheiro experiente, o qual era então denominado como Mestre da Obra, ou da Loja. Esse dirigente era assessorado por dois Wardens (diretores, zeladores) que mais tarde seriam os Vigilantes.

Como diz o caso, “sem que do nó se conheça o ponto”, os achistas vão inventando incoerências como essa - a do substituto legal ter que dirigir os trabalhos de uma cadeira lateral ao trono que permanece vazio.

Por fim, é verdade que há situações em que na ausência do Venerável Mestre o seu substituto de fato precise ser um Mestre Instalado, preferencialmente o ex-Venerável mais recente da Loja. Isso ocorre nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação por conta das consagrações dos candidatos (dar dignidade ao grau). Nessa ocasião o titular do 1º malhete, por dever de ofício, terá que empunhar em determinado momento da cerimônia a Espada Flamejante. Vale lembrar que há um regra estabelecida no REAA onde somente um Mestre Instalado é quem pode empunhar a Espada Flamejante.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário