É um tema deveras polêmico, mas os maçons precisam saber.
Muita gente pensa na maçonaria como sendo uma sociedade secreta mais poderosa da história, mas poucos maçons sabem que ela também foi uma das mais perseguidas desde a idade média, época em que o mundo era controlado na base do ferro e fogo, tanto por reis absolutistas como por papas inquisidores, pelo simples fato de os maçons defenderem a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
Os maçons de então questionavam quaisquer dogmas e defendiam o direito ao livre arbítrio, tal como o fazemos nestes dias, sempre mantendo as suas reuniões em sigilo. Segundo os inimigos da maçonaria, esses homens de avental representassem uma ameaça para ditadores, fanáticos e defensores do pensamento único e os mais bravos perseguidores pertenciam a igreja Cristã, segundo disse o pesquisador argentino Guillaume Freinet, autor do livro Masones y Rosacruces.
Em princípio a amizade entre maçons e igreja corria às mil maravilhas, porque os trabalhadores eram reunidos em sindicatos de pedreiros, e a igreja os contratava para construir catedrais por toda a Europa.
Agora quando esta fraternidade deixou os tijolos de lado e se assumiu como uma sociedade secreta e filosófica, ou melhor, especulativa, então nesse século XVII os poderosos se sentiram ameaçados.
Quando Anderson publicou a sua constituição em 1723 a igreja declarou guerra aberta com os até agora seus protegidos, tanto que em 1738, o papa Clemente XII emitiu uma bula proibindo os fiéis de integrar a ordem maçônica.
E os tribunais da Inquisição ganharam carta branca para torturar aqueles que outrora eram os protegidos da igreja, mas agora passaram a ser considerados hereges e satanistas.
Nessa época morava em Portugal um suíço de nome John Coustos, que foi preso em Lisboa por ordem do governo português e levado à câmara de tortura do Santo Ofício, no qual foi forçado a jurar sobre os santos Evangelhos, sendo obrigado inclusive a se despir, onde foi atado numa cama de tortura, apelidada de potro, porque ela esticava as pernas e braços da vítima até arrebentá-los.
Dizia o inquisidor, Felipe de Abranches, que se a vítima viesse a morrer por ocasião da tortura, nem ele e nem seus auxiliares tinham qualquer culpa e isto, por incrível que possa parecer, consta dos autos do processo inquisitório.
Esse maçom suíço não chegou a morrer, sendo libertado graças à intervenção do embaixador da Inglaterra em Portugal que rompeu o silêncio imposto pelos bispos e contou tudo no livro Os Sofrimentos de John Coustos em 1745.
Os papas seguintes também atacaram os maçons, entre eles Pio VII, cujo pontificado foi de 1800 a 1823), Leão XII de1823 a 1829 e Gregório XVI, de 1831 a 1846. Até mesmo em casos recentes, quando Bento XVI, o penúltimo papa recondenou a maçonaria.
O mais incisivo de todos, no entanto, talvez tenha sido Leão XIII, sumo pontífice de 1878 a 1903, tanto que na sua encíclica Humanum Genus, de 1884, diz que os partidários do mal haviam se juntado numa organização de alcance mundial cujo objetivo era destruir o cristianismo e se apoderar dos seus bens espirituais, alegando que Jesus tinha lhe dado essa incumbência de salvar as nações.
Os maçons de então, já na mira dos fascistas no limiar do século 19 para o século 20, se tornaram alvo dos partidos influentes, tanto que a revolta anarquista de 1909 contra o rei espanhol Afonso XIII, por exemplo, o governo prendeu Francisco Ferrer que era um maçom e que tinha fundado escolas laicas e escrito livros criticando a Igreja.
Francisco Ferrer foi acusado de instigar a rebelião contra o rei espanhol que o julgou e mandou fuzilar, parece que já ouvi isto a pouco tempo, mas não, foi em 1909 e isto está registrado por Jasper Ridley, um inglês e autor do livro 'Le Freemasons'.
Aqui no Brasil, durante a ditadura do meu conterrâneo Getúlio Vargas, as Lojas Maçônicas foram obrigadas a ter personalidade jurídica própria, exatamente como aconteceu aqui no Brasil no Governo Lula.
Para muitos historiadores, essa foi a forma que o governo encontrou para identificar os seus membros facilmente. Os templos foram fechados, mas isso não significa que Vargas reprimiu a maçonaria como um todo. “Assim como na Revolução Francesa, havia maçons dos dois lados, tal como aconteceu aqui no Brasil, tanto na guerra contra o Paraguai como na revolução Farroupilha aqui do Rio Grande do Sul, maçons dos dois lados, cada um defendendo o seu ponto de vista.
A maioria dos maçons se contrapuseram ao presidente Vargas, mas alguns o apoiaram, isto dito por Marcos José da Silva, grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil.
Já os simpatizantes do governo não sofreram repressão, porém os opositores, quando identificados, acabaram presos e foi fácil identifica-los, porque naquela época, tal como hoje todas as lojas tem cnpj, portanto de conhecimento público.
Eles foram perseguidos não por serem maçons, mas por sua ideologia política, era a desculpa do governo, acrescentou Marcos José da Silva, entretanto os irmãos de fraternidade argentinos eram alvo do general Uriburu, que deu um golpe de Estado em 1930 e implantou um regime de inspiração fascista.
A perseguição aos maçons na Argentina aumentou com o Congresso Eucarístico de 1934, acontecido em Buenos Aires pelo cardeal conservador Eugenio Pacelli, futuro papa Pio XII.
Toda a maçonaria Argentina foi cercada e começaram a abater colunas para proteger os irmãos e seus familiares que também eram presos segundo escreveu Nicolas Orlando Breglia, pró-grão-mestre da Grande Loja da Argentina de maçons livres e aceitos.
Nessa mesma época a maçonaria vivia um inferno na Europa, porque os maçons apoiaram os republicanos durante a guerra civil espanhola acontecida entre 1936 e1939, mas os fascistas triunfaram com o apoio dos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini que instauraram um regime totalitário, liderado pelo general Francisco Franco.
No ano de 1940, Franco assinou um decreto que criava o tribunal de repressão à maçonaria para atingir inclusive os que foram maçons e seus familiares, isto dito pelo historiador Jasper Ridley, tanto que milhares de maçons foram julgados e presos por esse tribunal e encarcerados em campos de concentração, entretanto a maior chacina sofrida pelos maçons foi durante o nazismo.
Logo no início, cartazes elaborados por Joseph Goebbels, ministro da propaganda do terceiro reich, mostravam uma serpente enredada três palavras, quais eram, judaísmo, maçonaria e bolchevismo.
Aqui no Brasil as lendas medievais contra os maçons ganharam nova roupagem graças ao escritor e político Gustavo Barroso que pertencia a ação integralista brasileira e que por sua vez era parceira do nazifascismo em vigor na Europa, tanto que ele alertava sobre uma suposta conspiração judaico-maçônica para dominar o mundo.
Em 1936, esse bandido Gustavo Barroso editou um livro intitulado, Os Protocolos dos Sábios de Sião, que afinal era uma espécie de bíblia do antissemitismo, compilada na Rússia czarista. No ano seguinte, devido a sua loucura conspiratória editou outro livro com o título de, A Maçonaria, Seita Judaica e depois O Judaísmo, mas finalmente editou Maçonaria e Comunismo junto com Gestapo, a polícia secreta de Hitler.
Naquela época fatídica quem não abandonasse a maçonaria estava perdido, devido a tanta perseguição ao ponto de fazerem relatórios alertando sobre perigosas conferências feitas por filósofos e rosa-cruzes, dizendo que maçons tinham se infiltrado no partido nazista e no Banco Central alemão, segundo escreveu o historiador britânico Michael Burleigh em seu livro, Uma Nova História, onde dizia ele, que no Brasil os documentos nazistas também apontavam essas conexões sinistras, incluindo maçons do Brasil e do Uruguai.
Em seu livro, Uma nova História, Michael Burleigh dizia que a maçonaria era um perigo, porque todo o governo francês era composto por maçons, sem falar no presidente americano Franklin D. Roosevelt, tenebroso maçom.
A maçonaria daquela época foi esmagada porque defendia a liberdade a igualdade e a fraternidade, além de ser apontada como um veículo das ideias judaicas, tanto que em 1938, em meio aos preparativos para a Segunda Guerra Mundial, Hitler anistiou os maçons que renunciassem à ordem, porque queria manda-los para a guerra como o fez, ainda assim o clima de medo persistia devido as exposições antimaçônicas.
O museu do Holocausto em Washington confirma que a mortandade de judeus maçons era inacreditável, tanto que não foi possível enumera-los, além é claro, dos enviados para campos de concentração.
Mais uma vez eu lamento tratar deste tema, mas não posso, por questões de princípios maçonicos omitir este conhecimento aos meus irmãos do Brasil e dos outros países que me honram com a sua audição.
Autor desconhecido
Fonte: Facebook_Pedreiros Livres
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