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quinta-feira, 11 de maio de 2023

LUZES LITÚRGICAS - QUARTA VELA?

Em 15.01.2023 o Respeitável Irmão Olmyr Ferreira Júnior, Loja Arautos do Bem. 3603, REAA, GOB-PR, Oriente de Irati, Estado do Paraná, formula a questão seguinte:

QUARTA VELA

Lendo sua resposta sobre acendimento das luzes litúrgicas, formulada pelo Irmão Nelson Nascimento em 02.06.2022, restou-me uma dúvida: alguns Irmãos defendem a ideia de que na Loja, deve haver uma quarta vela, que permanecerá acesa durante toda a sessão, e de onde o Mestre de Cerimônias acende a vela auxiliar, com a qual, acenderá finalmente, as velas nos candelabros. Ouvi comentários, referindo-se a esta quarta vela, como sendo "a origem da luz". Contando com o seu conhecimento, desde já agradeço.

CONSIDERAÇÕES:

Absolutamente nada disso existe no REAA. Não há nada na liturgia que justifique essa história de quarta vela, origem da luz, chama votiva e outras invenções do gênero.

Aos Irmãos que defendem essas barbaridades eu perguntaria como fariam então as Lojas que usam lâmpadas elétricas no lugar de velas? Será que haveria um interruptor especial para que a Divindade estivesse ligada à energia elétrica? Ora, faça-me o favor!

Tudo isso não passa de mera filigrana, pois no REAA não existe nenhum cerimonial para acendimento de luzes, muito menos uma pretensa “quarta vela” que estaria inserida nesse contexto.

Entenda-se por luzes litúrgicas aquelas dispostas nos três candelabros de três braços e que são acesas em número conforme o grau em que a Loja esteja aberta.

Vale dizer que o Ritual não prevê nenhuma outra vela litúrgica acesa além das que compõem a liturgia de cada grau – destaque-se que essas luzes têm caráter iniciático e não precisam de nenhuma fonte mística para alimentá-las.

Do mesmo modo, o SOR, que é o Sistema de Orientação Ritualística oficial do GOB (o único que vale), não orienta qualquer prática nesse sentido.

 O que de fato pode existir em relação a outras fontes de iluminação na Loja são luzes auxiliares, e estas nada tem a ver com a liturgia do Rito. Como bem diz o próprio nome, luzes auxiliares auxiliam a iluminar os ambientes em que os titulares necessitem ler textos durante os trabalhos. Essas luzes auxiliares estão inclusive previstas no ritual, contudo elas não possuem função iniciática, portanto não são obrigatórias na decoração da Loja.

No que diz respeito às luzes litúrgicas, existem Lojas que não adotam lâmpadas elétricas para simular as chamas, preferindo ainda manter velas nos candelabros de três braços. 

Em atenção a essa possibilidade o ritual então recomenda que não sendo as luzes litúrgicas lâmpadas elétricas, porém velas, o Mestre de Cerimônias é quem as acenderá. Nesse caso recomenda-se que ele, munido de uma vela auxiliar previamente acesa, simplesmente proceda ao acendimento das demais na ordem prevista pelo ritual.

Na realidade, essa vela auxiliar tem apenas o desiderato de facilitar o acendimento, evitando assim que o titular não fique no momento a riscar fósforos ou se utilizar isqueiros para executar a sua missão.

Desse modo, logo que o Mestre de Cerimônias tenha completado a sua missão, ele apagará imediatamente a chama da vela que foi utilizada para acender as demais. Sob nenhuma hipótese essa vela auxiliar deve permanecer acesa.

Graças a isso, algumas Lojas costumam manter antes do acendimento das luzes liturgias uma pequena vela acesa sobre o Alt∴ dos PPerf∴ para que o Mestre de Cerimônias dela se utilize no momento do acendimento das luzes dispostas nos candelabros. Concluído o acendimento, imediatamente o titular deve apagá-la para não dar margem a outras interpretações.

Provavelmente, alguns Irmãos imaginosos ao verem essa chama auxiliar acesa sobre o Alt∴ dos PPerf∴ não tardaram a dar para ela interpretações criativas, como por exemplo a da tal “origem da luz”. E assim nascem os “achismos”.

Nada a ver. A bem da verdade, nem o ritual e nem o SOR preveem essa vela auxiliar para o Mestre de Cerimônias exatamente para coibir tais invencionices. No caso desta vela ser utilizada para o acendimento das velas dispostas nos candelabros distribuídos sobre o Altar (Venerável) e mesas (Vigilantes), imediatamente após o acendimento das luzes a vela auxiliar deve ser imediatamente apagada.

Geralmente nada disso acontece quando para as luzes litúrgicas utilizam-se lâmpadas elétricas em lugar de velas.

Enfim, em Maçonaria a Luz significa esclarecimento, discernimento e conhecimento, portanto ela não está a serviço das crendices e imaginações.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB.
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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