Em 03/03/2023 o Respeitável Irmão Jocely Xavier Araújo, Loja Herbert Jurk, REAA, GOB-SC, Oriente de Timbó, Estado de Santa Cataria, faz a pergunta seguinte:
RETORNO DA PALAVRA
Desculpe mais uma vez incomodá-lo. Me deparei com a seguinte situação: por que a palavra passa da Coluna do Sul para a Coluna do Norte ela não retorna? Respondi que era para o Irmão praticar a paciência, a tolerância e a reflexão (REAA).
Está correta essa colocação?
CONSIDERAÇÕES:
Inicialmente, a ordem do giro da palavra é Sul, Norte e Oriente. Obedece ao sentido horário, o giro se inicia partindo sempre do Sul. Assim, ao reinar silêncio na Coluna do Sul (por onde se iniciou o giro) a palavra segue para a Coluna do Norte. Havendo silêncio em ambas as colunas, a palavra vai finalmente ao Oriente.
Se por ventura alguém, após ter passado a palavra pela sua coluna pedi-la novamente e a critério do Venerável Mestre a mesma for concedida, obrigatoriamente seu retorno se dará a partir da Coluna do Sul, não importando de onde a palavra tenha sido outra vez pedida. Em qualquer situação, se o pedido veio do Norte ou do Oriente, o uso da palavra recomeçará sempre a partir do Sul – essa é uma regra importante.
Com a ordem do uso da palavra ocorre a mesma coisa, ou seja, para que ela finalmente chegue ao Oriente, antes deverá ter passado pelo Sul e pelo Norte respectivamente.
Assim, a hipótese de retorno da palavra do Norte para o Sul não procede por dois motivos: primeiro é que nesse caso haveria uma circulação contrária (anti-horária); segundo é qua para ela concluir o seu giro no Oriente, então ela teria que voltar novamente ao Norte para dali seguir ao Oriente. Isso seria algo contraproducente.
A bem da verdade e do rigor da ritualística, essa história de retorno da palavra é algo que não condiz com o ordenamento litúrgico. O ritual foi construído para seguir o caminho natural das coisas e não para ser truncado por retornos extemporâneios. É por isso que só o Venerável Mestre é quem pode autorizar esse retorno e mesmo assim ele deve se cercar de prudência e avaliar muito bem a situação, reservando-se a volta da palavra somente em casos que sejam de fato necessários.
Conforme bem consta no ritual em vigência, claramente é comunicado à Loja pelo Venerável Mestre e Vigilantes que a palavra será concedida nas Colunas e Oriente. Somente depois de feitas as devidas comunicações na forma de costume é que o 2º Vigilante coloca, a partir do Sul, a palavra a quem dela queira usar. Apenas depois que reinar completo silencio no Sul (onde se iniciou o giro) é que o 2º Vigilante informará ao 1º Vigilante. Este, por sua vez, então coloca a palavra no Norte e só a envia ao Oriente depois que tiver reinado completo silêncio no Ocidente.
A Maçonaria prima pela organização nas suas oficinas de trabalho, portanto os seus rituais estabelecem regras para o desenvolvimento da sessão. Esse ordenamento de regras é conhecido como liturgia. O maçom deve estar atento para cumpri-la nos conformes estabelecidos. Situações extraordinárias como o do uso novamente da palavra podem acontecer, contudo esses são eventos esporádicos, nunca corriqueiros.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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