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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

ABORDAGEM DO DIÁCONO, SAUDAÇÃO E OUTRAS PRÁTICAS RITUALÍSTICAS

Em 18/04/2023 o Respeitável Irmão Phelipe Gomes, Loja Jesus Sales de Andrade, 38, REAA, GOCE (COMAB), sem mencionar o Oriente, Estado do Ceará, apresenta as dúvidas que seguem:

ABORDAGEM DO DIÁCONO, SAUDAÇÃO E OUTROS.

Meu irmão estamos revisando a ritualística em minha Loja. Tenho lido muito seu blog e minhas dúvidas são quanto a alguns aspectos:

1º Qual a origem do Diácono abordar o Venerável Mestre e Vigilantes pelo lado direito e quanto a qual ouvir, receber ou repassar a palavra soletrada, silabada ou por inteiro?

2º O 1° Diácono no encerramento ao se dirigir ao 1° Vigilante, quando passa por frente ao painel deve saudar ao Delta quando cruza o equador da Loja?

3° Os Veneráveis devem em todas as sessões dos graus simbólicos estarem com chapéu? Minha Loja no caso não utiliza a não ser para reuniões de Mestres.

4° Os Irmãos que pedem a palavra no Oriente podem fazer o uso da mesma sentados?

5° A forma de pedir a palavra, seria: Venerável Mestre, 1° Vigilante, 2°Vigilante e demais Irmãos, ou deve-se seguir a citar dignidades e autoridades?

CONSIDERAÇÕES:

Primeiramente eu gostaria de salientar que a Loja deve seguir o previsto no ritual em vigência na sua Obediência. Por não o possuir, darei as respostas que mais se aproximam da liturgia consagrada no REAA.

1. No REAA as Luzes da Loja são abordadas pela direita, isto é, pelo ombro direito do titular (Venerável e Vigilantes). É apenas uma questão de organização e praticidade.

No caso do REAA, que possuí a liturgia da transmissão da Palavra Sagrada na abertura e encerramento dos trabalhos, os Diáconos são os protagonistas (mensageiros) diretos que atuam na transmissão que ocorre entre as Luzes da Loja (Venerável Mestre e Vigilantes). Destaque-se que essa transmissão não tem sentido de um telhamento, todavia é uma prática simbólica que remonta ao passado operativo da Ordem quando os cantos das construções eram aprumados e nivelados para o início dos trabalhos e conferidos no final de uma das suas etapas. Como a Moderna Maçonaria é especulativa por excelência, os maçons não mais se utilizam do Esq∴ e do Pr∴ para cumprir esse desiderato. À vista disso, adota-se a transmissão de uma palavra que, se transmitida corretamente e de acordo com os costumes, simboliza que os cantos estão de fato nivelados na sua base e aprumados na sua elevação. Essa é a razão pela qual ocorre a liturgia dessa transmissão da palavra. Por não se tratar de um telhamento (exame de um maçom), não existe durante essa transmissão a troca de letras ou sílabas entre os interlocutores. Assim, no Grau de Aprendiz, nessa ocasião quem transmite a palavra o faz dando-a diretamente soletrada no ouvido do seu interlocutor, isto é, letra por letra. No Grau de Companheiro, ela é transmitida diretamente, mas silabada, e no Grau de Mestre simplesmente se transmite a palavra como ela é pronunciada. Já, quando se tratar de um telhamento os procedimentos são outros e devem seguir as práticas descritas no Cobridor do Grau.

2. Não existe saudação ao Delta no REAA. É bem verdade que alguns rituais até mencionam isso, contudo, tradicionalmente essa reverência não existe. A saudação pelo Sinal é feita apenas ao Venerável Mestre quando se ingressa e se sai do Oriente em Loja aberta, e às Luzes da Loja quando da entrada formal em Loja - após a Marcha do Grau. Reitero, não há saudação ao Delta em lugar nenhum da Loja, nem mesmo quando se cruza o eixo do templo.

3. Originalmente, nas sessões magnas e ordinárias dos graus 1 e 2 do REAA, apenas o Venerável Mestre se apresenta coberto com um chapéu negro e desabado. No Grau 3, nas sessões magnas e ordinárias, o Venerável Mestre e todos os demais Mestres Maçons se apresentam cobertos durante os trabalhos.

4. Salvo quando o ritual determinar em contrário, todos no Oriente têm o direito de falar sentado. Entretanto, é costume consagrado que no Oriente a maioria dos Irmãos fale em pé. Assim, em se estando em pé, fala-se à Ordem. Geralmente, os que mais falam sentados no Oriente são o Venerável, o Orador e o Secretário. No Ocidente apenas falam sentados (salvo se o ritual determinar de outra forma) os Vigilantes, já os demais, sem exceção, falam à Ordem.

5. Não se trata de pedir a palavra, mas o de usá-la quanto autorizado e nos momentos previstos. Quem se dirige à Loja para usar a palavra não está saudando ninguém, contudo se utiliza da forma protocolar consagrada de se dirigir à assembleia. Assim, o usuário da palavra, se autorizado, se dirige genericamente à Loja da seguinte forma: “Venerável Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes, autoridades presentes, meus Irmãos...” Essa é a forma mais recomendável pela sua objetividade, sem a necessidade de se ficar nominando um a um o nome e cargo dos presentes. Isso, além de ser desnecessário, esgota a paciência dos outros, que ficam a ouvir essas intermináveis repetições.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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