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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

INGRESSO EM LOJA DA BANDEIRA E O CANTO DO HINO NACIONAL DE OUTRO PAÍS

Em 31/05/2023 um Respeitável Irmão de uma Loja praticante do REAA, GOB, Estado do Mato Grosso do Sul apresenta a dúvida seguinte:

BANDEIRA E HINO NACIONAL DE OUTROS PAÍSES

Por favor, tenho a seguinte situação.

Minha loja localiza-se em região de fronteira Brasil/Paraguai, temos irmãos do quadro que são paraguaios.

Nossa cultura local é mista, a maioria da população se identifica com os dois povos.

Recebemos em todas as sessões magnas visitantes do país vizinho.

Já era tradicional na região, a entrada das duas bandeiras, tocar os dois hinos e saudação às duas bandeiras.

Porém recentemente fomos surpreendidos com o entendimento que tal procedimento além de não constar no ritual também seria passível de punição.

Deixar de oferecer tal honraria aos visitantes poderia acarretar em um incidente diplomático maçônico grave. Resultando em esvaziamento das colunas em sessões magnas e em sessões ordinárias.

Na Lei nº. 5.700, de 1º de setembro de 1971 e suas alterações, dispõe:

“...Art. 25. Será o Hino Nacional executado:

4º Nas cerimônias em que se tenha de executar um Hino Nacional Estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro...”

Ou seja, o mundo profano já deliberou e acatou que a cortesia é bem quista, nós como maçons não deveríamos prezar pela IGUALDADE e pela FRATERNIDADE tratando os visitantes com todo o respeito e formalidade que a ocasião exige? A obediência cega e
inflexível ao ritual não pode ser anemizada pelo bom senso e pela cortesia?

Entendo que o ritual deve ser seguido “ipsis-litteris” conforme o irmão retrata no seu artigo “TRONCO DD BENEFICÊNCIA POR PIX” de 22/05/2023. Porém quando o assunto é a bandeira e hinos de outros países, a Lei profana não sobrepõe o ritual? Conforme consta no ritual de Aprendiz do REAA em vigência no GOB, quando o Orador faz a leitura da Declaração de Princípios da Maçonaria Universal na página 104: ...” fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à Lei”. (grifo nosso).

Meu irmão me desculpe a argumentação acalorada, mas o assunto deve ser tratado com todas as informações possíveis, incluindo considerar a excepcionalidade da região geográfica na qual nos localizamos.

Bom dia meu Irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Em que pese o respeito que merecem as nações amigas, inicialmente devo salientar que nada justifica a inserção dessa cerimônia (Bandeira e Hino de outro País) nas sessões magnas e ordinárias que ocorrem em Lojas integrantes do Grande Oriente do Brasil.

O Decreto 1476/2016 do GOB que dispõe sobre cerimonial para a Bandeira não contempla nada nesse sentido. Também os rituais e o SOR, Sistema de Orientação Ritualística oficial do GOB (Decreto 1784/2019), não contemplam nada nesse sentido.

Assim, as Lojas do GOB seguem o que está previsto na legislação em vigência do GOB. Nesse sentido, o ingresso formal na Loja se refere exclusivamente à Bandeira do Brasil.

À vista disso, é esse também o entendimento da Secretaria Geral de Orientação Ritualística do GOB/PODER CENTRAL.

Reitero: para o cerimonial do Pavilhão Nacional segue-se o previsto no Decreto 1476/2016 do Soberano Grão Mestre Geral do GOB.

T.F.A.
PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB.
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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