A principal função da talhadeira é cortar ou, em nosso jargão, “aparar arestas”. Deve ser constituída de material forte, tanto para exercer seu poder sobre o objeto a ser trabalhado como para suportar a força do malho.
As proporções do fio cortante também são de estrema importância para o resultado de sua ação. Da pedra bruta separada do bloco ao polimento da pedra cúbica, o uso da talhadeira traz ao Maçom o aprendizado do uso correto da força e da perseverança.
Moralmente, não é a obra que qualifica o Obreiro, mas a ação do Obreiro sobre os materiais que deseja transformar. Saber quando, onde e com que força bater, gradua o Maçom acima dos títulos e números estipulados em Ritos.
Se até aqui lhe pareceu estranho o uso da palavra “Talhadeira”, esclareço que “talvez” se trate do Cinzel. Substituí apenas para dar ênfase simbólico a má compreensão que fazemos perante as arestas encontradas.
Quantas vezes presenciamos erros ritualísticos e comportamentos equivocados de Irmãos e reagimos ou vemos reações tão brutas que provocam um “talho”, uma ruptura na harmonia das Lojas?
Apesar de não podermos ser condizentes com o erro e nem negligentes com os trabalhos, não é apontando o erro que ele se conserta.
JAMAIS DEVEMOS ESQUECER QUE A PEDRA BRUTA A SER LAPIDADA SOMOS NÓS MESMOS. O TRABALHO MAÇÔNICO É INTERNO E NÃO EXTERNO, NÃO USAMOS A TALHADEIRA NO IRMÃO.
Acredite: não há uma única Loja no Universo que trabalhe 100% perfeita, simplesmente porque todas são constituídas por 100% de seres humanos imperfeitos.
Então o que fazer?
Fazer o melhor! O melhor daquilo que você sabe fazer!
O todo é sempre maior que a somatória das partes. Todos nós devemos nos preocupar em fazer o melhor e apresentar, em trabalhos e comportamento, o que é certo.
Sempre haverá Irmãos de tênis, calças jeans, camisa xadrez, faladores, reclamões, dissimulados, vaidosos, ótimos exemplos do que dentro de nossos preceitos e juramentos não é justo e perfeito.
Eles são importantes para o aprendizado e é por eles que aprendemos o que não gostaríamos de nos tornar. Há pedra tão bruta que não dá lapidação.
Portanto, nos concentremos no caminho pessoal e saibamos diferenciar a talhadeira do cinzel.
O Irmão Pierre Fontaine autor da livro A VERDADE SOBRE A MAÇONARIA nos instrui:
“Em todos os atos que tenha que realizar, o maçom deve dirigir seus poderes a um ponto ou fio, concentrando-se na obra, pois, se não há concentração, a força se dispersa e o êxito é quase impossível.”
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Texto: Sérgio Quirino Grande Segundo Vigilante – GLMMG
Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçõnicas
Adm.: Ir.´. Rogério Romani
P/GOU/Rimmõn
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