Páginas

domingo, 19 de maio de 2024

VENCER MINHAS PAIXÕES

No Telhamento o V∴M∴ indaga: 

- O que vindes aqui fazer?

Segue-se a resposta do interrogando: 

- Submeter minha vontade, vencer minhas paixões e fazer novos progressos na Maçonaria.

Como alcançar esses objetivos?

Vez por outra vemos ou ouvimos que o maçom é um agente de transformação social. Penso que o melhor caminho para ser um transformador é o exemplo.

Adiante alguns trechos do livro Pense de Novo, de Adam Grant:

Enquanto pensamos e falamos, é comum assumirmos a mentalidade de três profissões: pastor, advogado ou político. Em cada um desses modos, assumimos uma identidade específica e usamos um conjunto diferente de ferramentas.

Entramos no modo pastor quando nossas crenças sagradas são desafiadas: fazemos pregações para proteger e promover nossos ideais.

Passamos para o modo advogado quando reconhecemos falhas no raciocínio de outra pessoa: apresentamos argumentos para desbancar teorias contrárias e ganhar o caso.

Vamos para o modo político quando tentamos conquistar uma plateia: fazemos campanha e lobby pela aprovação dos eleitores.

O risco disso é nos tornarmos tão envolvidos em pregar nossas crenças certas, em argumentar contra as crenças erradas dos outros e em discursar em busca de apoio que não nos damos ao trabalho de repensar nossas visões.

Qualquer exemplo baseado nos três modos indicados, cedo ou tarde será desacreditado. Certamente não será um bom exemplo a ser dado para quem se arroga na condição de transformador social.

Então, qual seria a alternativa?

Se você for um cientista profissional, repensar é essencial ao seu trabalho. A ciência exige uma percepção constante dos limites da sua compreensão. Espera-se que você duvide do que sabe, tenha curiosidade a respeito do que não sabe e atualize suas opiniões diante de novos dados. Só no último século, a aplicação de princípios científicos gerou um progresso enorme. Biólogos descobriram a penicilina. Cientistas espaciais nos levaram para a Lua. Cientistas da computação criaram a internet.

Mas ser cientista não se trata apenas de uma profissão. É um estado de espírito – uma forma de pensar diferente de pregar, de advogar e de fazer política. Entramos no modo cientista quando buscamos a verdade: fazemos experimentos para testar hipóteses e encontrar conhecimento. As ferramentas científicas não são exclusivas de pessoas com jaleco branco e tubos de ensaio, e não precisamos passar anos com um microscópio e uma placa de Petri para utilizá-las. As hipóteses pertencem à nossa vida tanto quanto aos laboratórios. Experimentos podem nos revelar nosso processo de tomada de decisão cotidiano.

Enquanto o maçom não olvidar as profissões pastor, advogado e político, dificilmente conseguirá vencer suas paixões. Consequentemente não estará fazendo novos progressos na maçonaria e não será um transformador social.

Sim, é um processo lento e gradual, que se aperfeiçoa a cada momento da vida do maçom e não apenas naquelas duas (2) horas semanais horas dedicadas a uma sessão. 

Assim, volvemos aos preceitos fundamentais: o desbaste da pedra bruta e o livre arbítrio. Sem eles, não se chega a lugar algum.

Concluo: A Maçonaria não é para os fracos.

Um comentário:

  1. Boa tarde, meu querido irmão.
    Infelizmente, num percentual bem elevado, encontramos irmãos ditos Maçons, estagnados em suas ideias pré concebidas em defesa de ideias , por vezes religiosas ou políticas e, como predominância defensores de ideias jurídicas, criando climas controversos, inúteis, inapropriados e divisores. Prefiro me ater no básico: humildade, estudioso e disponível. Parabéns irmão Irineu .
    TFA.'.

    ResponderExcluir