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terça-feira, 30 de julho de 2024

ESCAPA-SE-ME DA MÃO

Sérgio Quirino*

Há um incontável número de frases e jargões maçônicos encontrados nos Rituais que, mesmo não compreendendo seu sentido ou seu simbolismo – seja por não termos alcançado o grau, seja por não nos atermos ao contexto – causa-nos um movimento interno.

Justo e Perfeito! Em ambas! Obreiros da Arte Real! Ordo Ab Chao! Pela Ordem!

O verbo do título tem a compreensão básica de “fugir” ou “salvar-se”. A exemplo de “Conseguiu escapar da cadeia!”. “Apesar da forte batida, salvou-se ileso.”

Contudo, no linguajar comum, a frase pode transmitir a mensagem de “perda” ou “falta de sorte”. “O resultado estava em minhas mãos, mas escapou-me o argumento final.” “Escapou de minhas mãos aquele enorme peixe.”

A conotação maçônica, porém, está na sutileza da compreensão: o que escapa? A coisa que se escapa ou me escapa? A problemática está no que escapa ou na mão que permite o escape?

Decerto, não vamos descrever a cena. No entanto, cumpre-nos o dever de alertar que vivemos esta realidade constantemente.

QUANTAS VEZES E QUANTAS COISAS DEIXAMOS ESCAPAR DE NOSSAS MÃOS?

Muitas vezes, acontece por não compreendermos a distância de nosso conhecimento ou nossa habilidade da missão apresentada. Em nosso labor maçônico, é como pedir a um Irmão do Grau 1 que faça um trabalho no Grau 3. Vai rodar como um Aprendiz em torno de um Mestre, mas, ao final, dirá: “escapas-se-me da mão”.

O mesmo com um Companheiro que, apesar da “pouca distância”, ainda não alcançou o Mestrado e...................escapas-se-me da mão.

E, ainda que seja Grau 3 com Grau 3, pode acontecer de as mãos não cumprirem sua missão. Esse é o alerta sobre trabalharmos pontos perfeitos para não “escapa-se me da mão”, ou seja:

NUNCA DEIXARMOS DE CUMPRIR UMA TAREFA, UMA RESPONSABILIDADE.

SOMOS EXALTADOS PARA O TRABALHO, PARA A PLENITUDE DO DEVER!

Ao utilizarmos nossas mãos, não devemos dar toques, mas pôr uma garra, demonstrar que nossa união deve ser indissolúvel.

Tal união não pode ser estática, uma vez que isso não é positivo em prol de nosso ideal. Devemos, pois, andar juntos, pés unidos caminhando na mesma direção.

Crentes em um Princípio Criador, dobramos nossos joelhos – sobretudo em gratidão – pelo alcançado. Todavia, se houver necessidade de amparo, o ombro de um Mestre Maçom é esteio mútuo.

A terna e consoladora amizade que reina em nossos labores advém de que nossos corações devem abrigar as mesmas virtudes e os mesmos sentimentos de fraternidade.

Entretanto nunca devemos esquecer que muito o que aprendemos nos Templos e pelos Rituais deve ser praticado no mundo comum.

A VIDA É MUITO EFÊMERA. PORTANTO NÃO PODEMOS DEIXÁ-LA PASSAR ENTRE OS DEDOS.

USEMOS SEMPRE UNIDOS NOSSAS MÃOS, NOSSOS PÉS,

NOSSOS JOELHOS, NOSSOS OMBROS E NOSSO PEITO.

A GRANDE MAESTRIA DA VIDA ESTÁ EM SERVIR E INSPIRAR.

ASSIM, EXALTAMOS A VIDA, VENCENDO A MORTE.

Neste ­17o ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

*Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

Fonte: Grupo Maçonaria

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