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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

JOIAS FIXAS - PEDRAS: BRUTA, CÚBICA E POLIDA

Em 30/01/2023 o Respeitável Irmão Wilson Bonifácio Silva Junior, Loja Templários Celestes, 3767, REAA, GOB-SP, Oriente de Rio Claro, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:

PEDRA BRUTA, PEDRA CÚBICA E PEDRA POLIDA

Meu irmão, se possível, gostaria que me orientasse sobre a situação da nomenclatura relacionada à pedra cúbica e pedra polida. Sabemos que o Aprendiz trabalha na pedra bruta, em seu desbaste e se preparando para elevação. O Companheiro trabalha na pedra cúbica. Não tem nenhuma citação específica sobre pedra polida. Porém, é costumas escutarmos em loja este termo e também em vários artigos. A pedra cúbica, está definida a sua forma, a pedra polida, pode ser qualquer uma, se estiver polida.

No nosso ritual do grau 3, na página 106 cita a pedra bruta. Na página 172, em primeira instrução do grau 3, é citada como pedra polida. Pesquisei o SOR, grau 3 e na primeira instrução não vi alguma alteração estabelecida. Temos na Maçonaria a pedra polida ou o correto é sempre: pedra bruta e pedra cúbica?

Este assunto foi ventilado em nossa sessão de ontem e eu fiquei incumbido de trazer a informação mais própria para este uso.

CONSIDERAÇÕES:

Infelizmente o costume de generalizar as coisas ainda se faz presente na Maçonaria. Nesse sentido, inicialmente vale relatar que no simbolismo do REAA não se usa o termo Pedra Polida, porém Pedra Cúbica, além da Pedra Bruta.

Pedra Polida é título mais apropriado para CRAFT, que por aqui é conhecido como York (vertente anglo-saxônica de Maçonaria).

No 1º Grau do Rito de York, a representação da pedra - ainda disforme - é um elemento que sofreu os desbastes primários e que possui, aproximadamente, a forma esquadrejada (com cantos). Embora seja uma pedra parcialmente trabalhada, a mesma ainda é detentora de muitas arestas (asperezas), carecendo, portanto, de correções para servir integralmente ao seu objetivo. Representa o Aprendiz Admitido e é a Joia Fixa da Loja no 1º Grau.

Seguindo esta performance iniciática, no 2º Grau, a Pedra obtém os retoques finais, ou seja, é burilada para perder as imperfeições, o que lhe dá um aspecto de Pedra Polida, livre de arestas e ajustada para a elevação das paredes. Como a segunda Joia Fixa da Loja, a Pedra Cúbica Polida demonstra o aprimoramento do maçom, desde os trabalhos iniciais até ele se tornar um elemento primordial e capaz para satisfazer as exigências da Arte.

Com este mesmo objetivo, contudo, dentro da conjuntura iniciática da vertente latina de Maçonaria, de onde faz parte o REAA, a Pedra Bruta (1ª Joia Fixa da Loja) se apresenta como um bloco totalmente disforme, tal como fora retirado da jazida. Assim, pela instrução dos seus Mestres, o Aprendiz paulatinamente irá desbastando a Pedra Bruta até torna-la Cúbica, apropriada para uma construção justa, perfeita e durável. Já a Pedra Cúbica, nesta conjuntura, é o produto resultante do elemento primitivo perfeitamente trabalhado e pronto para ser utilizado na elevação das paredes.
 
Graças a isto, é que no REAA a Pedra Cúbica (2ª Joia Fixa da Loja) é o símbolo do Companheiro Maçom. Significa que a Pedra, antes bruta e disforme, agora útil, se encontra preparada pelas mãos do artífice.

A alegoria demonstra que, pela ação e pelo trabalho, a Pedra Bruta foi transformada em Pedra Cúbica, simplesmente. Nesta conjuntura não se utiliza o termo “pedra polida”.

Ao concluir, vale a pena observar que o objetivo da alegoria das Pedras Bruta e Cúbica, seja ela na vertente anglo-saxônica ou na latina, é o de simular transformação. É bom que se diga que os ritos maçônicos possuem elementos estruturais particulares que devem ser conservados na sua originalidade. Cada Rito possui a sua construção doutrinária. Generalizar práticas ritualísticas entre eles muitas vezes faz com que a boa geometria saia ferida.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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