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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
EXALTAÇÃO - RETIRADA DA C∴
Em 20/03/2024 o Respeitável Irmão Marinaldo Santana Campos, Loja Ordem e Trabalho, 1214, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a seguinte dúvida:
RETIRADA DA C∴
Gostaria que me orientasse quando na sessão de Exaltação devemos retirar a c∴da cint∴ do Irmão a ser exaltado.
O nosso ritual do REAA nada orienta e se puder me ajudar, fico-lhe grato.
Nossa sessão será no próximo sábado.
No caso, autorizado a passar pelo Respeitab∴ Mestre, a escolta arm∴ se retira e o M∴ de CCer∴ conduz o Comp∴ para entre Colunas. Assim que ele lá chegar, a c∴ enrolada na sua cint∴ será retirada pelo seu guia.
Por oportuno, vale lembrar que o Ritual de Mestre Maçom, REAA, edição 2009, do GOB, será substituído pelo novo Ritual, edição 2024. Este novo Ritual trará todas estas explicações e orientações. Para se adequar aos novos rituais, em 2025 o SOR passará por ampla reformulação.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
PÍLULAS MAÇÔNICAS
nº 73 - Instalação do Venerável Mestre
É uma cerimônia Maçônica, repleta de simbolismo e alegorias, tendo por finalidade a transmissão do cargo de Venerável Mestre, que é a autoridade máxima de uma determinada Loja. Ao ocupar o “Trono de Salomão”, alegoricamente falando, o obreiro deverá ficar revestido de poder e sabedoria e, durante um ou dois anos, assumirá o veneralato da referida Loja.
Segundo alguns historiadores maçônicos essa cerimônia foi, a princípio, típica do Rito praticado na Inglaterra, na metade do século XVIII, quando ainda haviam lá duas emergentes Obediências: a dos Modernos e a dos Antigos, que posteriormente, em 1813, se uniram e formaram a G.∴L∴U∴I∴
Segundo Mackey, a Instalação é mais antiga, surgindo juntamente com as Constituições de Anderson, em 1723, elaborada por Desaguliers.
Inclusive, em 1827, devido a pequenos desvios que começaram a surgir, foi criado, pelo Grão Mestre, na Inglaterra, um “Conselho de Mestres Instalados” com a finalidade de coordenar todas as atividades contidas no Ritual de Instalação.
Com o passar dos tempos, todos os demais Ritos, como o R∴E∴A∴A∴, por exemplo, copiaram e adotaram essa prática Maçônica.
O novo Venerável Mestre é “Instalado” pelo Mestre Instalador, que pode ser um Grão Mestre, ou um ex-Venerável Mestre, e sua comitiva. Em seguida, o novo Venerável Mestre instala todos os Oficiais de sua Loja que realizarão suas funções, sob juramento, até que sejam substituídos por outros, instalados da mesma forma.
Na verdade, esse ato de dar posse de um cargo, dando o direito de exercer os privilégios inerentes, é bem antiga e já era praticada pelos antigos romanos, que instalavam seus novos sacerdotes, normalmente pelos Augures (sacerdotes que prediziam o futuro).
A origem do nome “instalação”, em português, vem da palavra francesa installer que por sua vez vem do latim medieval Installare (stallum significa cadeira, e in é estar dentro, adentrar).
Outras associações iniciáticas, também possuem Instalações. Os padres da Igreja Católica, por exemplo, também são instalados em suas paróquias.
Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com
O PONTO "G" NA MAÇONARIA
Autor: Márcio dos Santos Gomes
“Não há nada tão inútil quanto fazer eficientemente o que não deveria ser feito” (Peter Drucker).
Preliminarmente, alertamos que esta prancha não ousará refletir sobre as especulações e pesquisas da década de 1950 do médico e cientista alemão Ernst Gräfenberg, que deu origem ao termo Ponto G. Tampouco trataremos da Geometria[1] do maçom operativo, vinculada à arte liberal simbolizada pela quinta ciência, integrante do Quadrivium e que, juntamente com o Trivium, formava o esquema das Sete Artes Liberais, os fundamentos do ensino universitário dos séculos XII e XIII[2], cujos conceitos foram herdados da Antiguidade Clássica.
O mote aqui é o “G” da Gestão de nossas Lojas, mais próximo ao “G” da momentosa e festejada sigla ESG[3], vinculada à governança corporativa. E não é necessário ir tão longe e citar teóricos da administração moderna para concluir-se que, dos Veneráveis Mestres, se demanda a mesma habilidade necessária a um coach (treinador) do mundo esportivo, atuando como um orquestrador no sentido de usar a inteligência coletiva da Loja, a gerar ideias inovadoras, a incentivar e ajudar os obreiros a desenvolver atitudes e habilidades de gestão para aumentar a eficiência e efetividade dos trabalhos sob sua tutela.
No cotidiano de nossas Lojas podemos colher exemplos de boa gestão – ritualística disciplinada, compartilhamento de conhecimentos entre os obreiros, cumprimento das regras e fundamentos da Ordem – sendo, muitas, bem reputadas e objeto de visitas constantes de irmãos de outras Oficinas, que procuram se inspirar para melhorar o desempenho, praticando o tradicional método do benchmarking, comparando ações, avaliando a gestão e clima de convivência.
Por outro lado, dentre as Lojas que não conseguem reter seus obreiros e sentem minguar sua força de trabalho, com o enfraquecimento de suas Colunas, o diagnóstico desagua frequentemente em deficiência no processo de gestão, quando não se dá a devida importância ao aperfeiçoamento dos obreiros, contribuindo para o desinteresse, o desencanto e a deserção de muitos irmãos, pela falta de oportunidades de treinamento, de discussões de temas relevantes, de um projeto social que envolva a família maçônica, mantendo-se um teatro repetitivo, um ritualismo vazio, apenas para cumprir tabela. Uma Loja não consegue evoluir com o freio de mão puxado.
Avaliar a qualidade da gestão de nossas Lojas, como um observador acima do bem e do mal, sem o espírito de pertencimento e de corresponsabilidade para com os destinos de nossas Lojas, independente de cargos, graus e qualidades, e confortavelmente instalados em ambientes aconchegantes, sem um efetivo comprometimento, pode ensejar tarefa aparentemente simples e prazerosa. Apresentar críticas e sugerir medidas de correção pode recair em mais do mesmo, dependendo da forma e do poder de argumentação do avaliador. Ademais, introduzir mudanças “na marra” não funciona e pode causar efeito contrário aos objetivos traçados. Lembrando Peter Drucker:
“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação”.
Dirigentes de Lojas com deficiência na habilidade de gestão não permitem que obreiros se destaquem, principalmente os mais jovens, ora conhecidos como a Geração Z[4], que compreende os nascidos a partir de meados dos anos de 1990, considerada totalmente digital, e que demonstra valores profundamente diferentes, com demandas sociais e ambientais específicas e maior capacidade de reinventar a forma como trabalhar e solucionar problemas, comunicar-se e reunir-se, impondo diferentes hábitos de vida e de consumo, com apoio a modelos econômicos alternativos e desenvolvimento sustentável.
No trabalho sobre “Maçonaria do Futuro: Gestão Maçônica” (Silva et al., 2019, P.18)[5], os autores reproduzem a opinião de um entrevistado que remete à questão da motivação:
“A Maçonaria, ao contrário do que muitos acreditam, é uma instituição voluntária e depende da participação ativa de seus integrantes para poder cumprir com seus objetivos. Para uma entidade desta natureza, o grande desafio é ser atraente para captar talentos e capaz de manter o nível de motivação para retê-los, compreendendo que não é um ato, mas um processo continuado.”
Novidade nos últimos quatro anos, como efeito das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, destaca-se o compartilhamento de experiências e informações promovido pelas reuniões por videoconferência, na condição de complemento dos trabalhos realizados em Loja, que propiciou uma visão crítica sobre as formas de gestão, abrindo-se novas perspectivas no sentido de despertar nas novéis lideranças o desafio de acreditar no potencial dos obreiros, já que a “sabedoria” não é restrita apenas a grupos “a caminho da extinção”, cujos membros ainda se apregoam os detentores da Verdade, donos da Oficina ou se consideram eternos nos respectivos cargos. A propósito das reuniões de estudo por videoconferência, a exemplo das realizadas pelo Grupo Virtual de Estudos Maçônicos, desde outubro de 2020, muitos pessimistas alegavam que se tratava de fogo de palha e que seria moda passageira. Erraram feio!
No que se refere às Instruções em Loja, a melhoria do desempenho dos Aprendizes e Companheiros, com a apresentação de trabalhos com incremento da qualidade, depende precipuamente da gestão da Loja, não deixando de lado a preocupação com o crescimento dos obreiros e a imagem da Loja. O maçom está em permanente aprendizagem e, para isso, é imprescindível a consciência de que há sempre algo novo para aprender.
Para tanto, é preciso que fique claro que falhas ou erros de conteúdo dos trabalhos são de responsabilidade precípua dos gestores da Loja e o sucesso da apresentação é um fruto colhido por todos. A pressa para que Aprendizes e Companheiros alcancem logo o Grau de Mestre para que possam preencher cargos é temerária, a exemplo do ensinamento moral da fábula da galinha dos ovos de ouro que morreu porque seu dono não aguentou esperar. Ademais, alcançar a Plenitude Maçônica não é privilégio, é serviço[6].
As Lojas são autônomas quanto à gestão, entretanto, em muitas situações gestores demonstram favoritismos, impõem suas decisões sem discussão e promovem o cancelamento dos que porventura representem alguma ameaça, por vezes criticando Mestres que procuram compartilhar seus saberes ao comentarem as instruções maçônicas ministradas em Loja, cumprindo juramento prestado[7], ironicamente argumentando que esses comentaristas “se fazem de intelectuais e querem apenas aparecer e marcar presença”. Flagrante atestado de indigência cognitiva de lideranças mal escolhidas e não comprometidas com os princípios da Ordem, que vislumbram nos obreiros apenas e tão-somente argila a ser moldada aos seus caprichos!
A Coluna da Sabedoria não pode abdicar de suas atribuições e abrir espaço para a intolerância e rupturas. Deve, isso sim, zelar pela harmonia, pelo diálogo e pela construção, tendo sempre presente o entendimento de que o bom legado de cada gestão é que dá sustentação para a caminhada dos obreiros e o fortalecimento da Oficina. E para atingir os objetivos impõe-se aos gestores criar um ambiente de confiança e abertura que facilite o aprendizado e o crescimento dos novos iniciados.
Como diz um veterano obreiro que se destaca pela autoproclamada sabedoria “pai d’égua”: ser Venerável Mestre não é para os fracos[8]. No mundo VICA, acrônimo para volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidade, entender a dinâmica de uma Loja não se restringe a palestras e cursos e sim de um processo de adaptação frente às complexidades e antecipação de possíveis cenários.
Refletindo sobre o contexto atual, cabe ainda aos gestores não deixarem que a polarização contamine as colunas da sua Loja, evitando que grupos se fechem em suas convicções e não estejam dispostos ao diálogo, incentivando o debate construtivo em ambiente de tolerância e paz, promovendo a troca de ideias, escuta ativa e a exposição de diferentes pontos de vista, ampliando a compreensão mútua. A adaptação a novos hábitos deverá fazer parte do plano de gestão de cada uma das nossas Lojas, consideradas as particularidades.
O que se ouve como sugestão recorrente é que a Potência deveria convidar determinados irmãos para proferirem palestras sobre modelos de gestão e formas de ministrar o ensino maçônico. Isso é válido, mas o que se deve pesquisar preliminarmente é se esses convidados conseguiram implantar referidas medidas em suas Lojas e Potências, que possam servir de modelo. Dizer simplesmente o que os outros devem fazer e não ter o respaldo moral do exemplo é mais do mesmo, lembrando-nos um velho ditado sobre casa de ferreiro. Porém, no nosso caso seria mais apropriado o daquele pedreiro que vive a reformar a casa dos outros e, no entanto, a sua própria casa ele não arruma.
Em tempo, esta prancha não tem endereço específico e nem pretende dar conselhos ou dizer o que os componentes de uma ou de outras Lojas devam fazer em tais e tais situações, caso venham a ocorrer, o que não acreditamos. A proposta é apenas a de suscitar reflexões, preferencialmente naquele espaço reservado aos estudos em nossas Oficinas e que por vezes são eliminados em função do adiantado da hora ou de eventos sociais pós-reunião.
O gestor precisa ter em mente que ele pode ser uma referência, uma luz a iluminar o caminho da Loja, mas é o coletivo que percorre grandes distâncias, e que gestão é a solução e o futuro deve ser uma promessa e não uma ameaça. Nossas Oficinas estão saturadas de lideres com a postura recorrente em fazer declarações grandiosas e vazias de concretude. Carecemos daqueles prontos para se engajarem nas soluções e estratégias já de amplo conhecimento e colher resultados tão esperados.
Por derradeiro, e não menos importante, fica-nos a provocação de nos perguntarmos diuturnamente o que aconteceria caso a nossa Loja viesse a abater colunas: a comunidade sentiria a nossa falta? Aqui cabe o emoji com o rosto pensativo.
Notas
[1] Geometria – vários artigos disponíveis no Blog “O Ponto Dentro do Círculo”, em: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/?s=geometria e https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2019/12/02/por-que-eu-vi-a-estrela-flamejante/
[2] TRIVIUM (Gramática, Retórica e Lógica); QUADRIVIUM (Aritmética, Geometria, Música e Astronomia).
[3] O conceito de ESG reúne as políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança das empresas (Environmental, Social and Governance).
[4] Geração X: nascidos após o baby boom, pós-Segunda Guerra Mundial, a partir dos anos 1960 até o final dos anos 1970; Geração Y: nascidos após o início da década de 1980 e até 1995, igualmente conhecida como geração do milênio. (Fonte Wikipédia)
[7] Idem.
Fonte: https://opontodentrocirculo.com
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
POSIÇÃO DO COMPASSO
(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Celso Mendes de Oliveira, Loja Pioneiros de Mauá, 2.000, REAA, GOB-RJ, Bairro Mauá, Oriente de Magé, Estado do Rio de Janeiro. celso.mendes.oliveira@outlook.com
Com mais de 35 anos de Ordem me deparei com uma duvida, isso após a pergunta de um Mestre recente sobre a posição do esquadro e compasso na Loja de Companheiro. E que a descrição no ritual dá a entender diferente do que eu aprendi então eu tive duvidas se mudou algo e eu não havia me atentado. Bom eu aprendi assim: A posição do aprendiz - Compasso em baixo do esquadro. A posição de Mestre - Compasso em cima do esquadro. A minha duvida é a seguinte: A posição do Companheiro: Compasso com a sua haste esquerda em cima do esquadro, ou seja, é o lado que os companheiros se assentam em Loja o lado sul do Templo. Estando o Orador de frete ao livro da lei como em um espelho e o lado da mão direita do Orador, assim como mostra no Painel de Loja de Companheiro publicado no ritual? O posto está errado e em algumas literaturas antigas diz ser loja fechada. Sabendo que serei atendido desde já agradeço.
CONSIDERAÇÕES:
O que exara corretamente o Ritual conforme o Painel da Loja de Companheiro que a ponta direita do Compasso agora libertada é colocada sobre o ramo direito do Esquadro. A questão contraditória me parece que está no ponto de vista. Obviamente esse ponto é do Orador ao abrir o Livro da Lei e posicionar as demais Grandes Luzes Emblemáticas. Nesse caso a “ponta direita” da haste do Compasso é a de quem do Ocidente olha para o Oriente, já que no Rito Escocês o Compasso tem suas hastes voltadas para o Ocidente e o Esquadro seus ramos voltados para o Oriente, ambos sobre o Livro da Lei aberto em posição de quem faz a leitura do trecho apropriado. Nesse pormenor o lado direito é tomado da posição de quem lê o Livro da Lei, fato que em linhas gerais, dá a conotação da ponta liberta do instrumento apontada para o quadrante sul da Loja.
Não entendi bem o último parágrafo da vossa questão no tocante ao que está errado e as literaturas que apontam Loja fechada. Se a questão estiver sugerindo alguma posição dos instrumentos em Loja fechada ela simplesmente não existe, pois o próprio termo “Loja fechada” não implica em qualquer posição para as Grandes Luzes Emblemáticas. Finalizando: Nesse aspecto, não existe nada de errado no Ritual, pois a relação direita ou esquerda será sempre tomada a partir do pondo de vista daquele que abre o Livro da Lei
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.195 – terça-feira, 10 de dezembro de 2013
MESTRE INSTALADO É GRAU MAÇÔNICO?
Cleber Tomás Vianna
Em Maçonaria tida como Simbólica, os graus maçônicos são três: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Os demais graus acima destes em alguns ritos podem chegar a 33 (do 4º ao 33º) como é o caso dos Ritos Adonhiramita, Escocês Antigo e Aceito e Brasileiro. No Rito Francês ou Moderno, o ápice é o Grau 9 (4º ao 9º). Existem, também, Ordens de Aperfeiçoamento “inglesa” e “americana”.
Toda Loja Maçônica tem um presidente conhecido como Venerável Mestre, cujo título distintivo é dado ao irmão legalmente eleito e devidamente Instalado conforme Ritual específico.
Passado o período de sua gestão, o Venerável Mestre recebe o título de Ex-Venerável Mestre ou Mestre Instalado (Maçonaria Francesa) ou “Past Master” (Maçonaria Inglesa).
No Brasil, a prática do Ritual de Instalação foi introduzida através das Grandes Lojas nascidas da cisão de 1.927, quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação.
O Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior da Loja por um Conselho de no mínimo três Mestres Instalados previamente elegidos para tal, e desfeito logo após o cerimonial. A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico produzido, a pedido, por Nicola Aslan. Através do Decreto nº 2.085 de 11 de
junho de 1968, o então Grão-Mestre Geral do GOB, irmão Álvaro Palmeira, decidiu:
…“Artigo Único. O Mestre Maçom, que tenha recebido a instrução esotérica de Mestre Instalado, por ter sido eleito Venerável Mestre de Loja Simbólica, ou exercido por eleição esse cargo, tem direito a usar a sigla M∴ I∴ após o respectivo nome.“. …
Com isso, adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável (ou ex-Venerável) as letras tripontuadas – “M∴ I∴” -, o que não tardou a ser qualificada por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau, o que de fato não é.
“O ápice da Maçonaria Simbólica é o Grau de Mestre Maçom. Ser instalado Venerável Mestre é o ápice do Mestre Maçom.”
segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
"PELA ORDEM"
(republicação)
O Respeitável Irmão Antonio Raia, sem declinar o nome da Loja, REAA, GOB-PE, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, apresenta a seguinte questão:
antonio_raia@hotmail.com
Venho mais uma vez em busca da vossa valiosa ajuda. É que por diversas vezes alguns oradores nos surpreendem com “pela ordem”. Não gostaria de identificar as Lojas, mais o gato acontece no Oriente de Recife. Vale ressaltar que os fatos acontecem em situações normais, ou seja, sem existir divergências entre Oriente e Ocidente. Em que situação pode-se usar o termo “pela ordem”? Quais os Irmãos que devem usá-los e em que situações?
CONSIDERAÇÕES:
Infelizmente esse equívoco não é só do vosso Oriente. Essa prática está realmente merecendo um melhor esclarecimento, posto que isso tenha sido a causa de interrupções desnecessárias e ilegais nas sessões maçônicas eivadas de manifestações geralmente contrárias à dinâmica dos trabalhos.
O termo “pela ordem” quando necessário geralmente deveria ser usado pelo Orador da Loja ou outro Mestre na hipótese de inoperância ao fato pelo Guarda da Lei.
“Pela Ordem” é o artifício usado para corrigir eventuais procedimentos que atentem contra as Leis, geralmente quando se desrespeita o ritual e o regulamento da Obediência. Num caso desses e observada verdadeiramente à falta, o Orador deveria se expressar pelo jargão no intuído de corrigir a falha colocando a situação nos princípios e leis.
O que não pode acontecer é o desmedido propósito de se usar o termo para interromper a sessão para se ficar emitindo opinião própria e mesmo fazer uso na palavra em momentos que não são de direito.
O Orador é o responsável pela observação e cumprimento, principalmente desse pormenor como fiscal da Lei. Se ele mesmo estiver sendo conivente com a anomalia, cabe ao Venerável coibir essas ações inapropriadas e, persistindo a anomalia outro Mestre do quadro.
Finalizando: o termo “pela ordem” somente deve ser usado quando existir uma falta nos procedimentos legais da Loja durante a sessão. O termo não pode se confundido como artifício para qualquer Irmão ficar interrompendo a sessão para expressar suas opiniões pessoais e nem usar a palavra em momentos que a mesma não esteja prevista.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.193 – Florianópolis(SC) – domingo, 08 de dezembro de 2013
CURIOSIDADES
Tudo não passa de uma lenda. Depois que o Rei Felipe, o Belo, da França, convenceu o Papa Clemente V a excomungar os Templários, estes foram perseguidos e exterminados.
O Rei Roberto I da Escócia, que já havia sido excomungado (junto com toda a Escócia), não se importou com as ameaças do papa de excomungar qualquer país que desse abrigo a Templários fugitivos, e estes, entendendo então que a Escócia era um bom lugar para fugir, começaram a migrar.
É ai que a LENDA DOS TEMPLÁRIOS E DOS MAÇONS se cruzam. O autor John Robinson, em seu livro "Born in Blood" afirmou que esses Templários que se escondiam na Escócia, foram, na verdade, criadores da Maçonaria Especulativa. Além dele, Chevalier de Ramsay, no século XVIII, na França, popular escritor, foi um defensor dessa teoria.
O raciocínio de Robinson era de que, como estavam fugidos e se escondendo dos católicos fiéis capazes de traí-los, criaram senhas secretas e métodos de reconhecimento. Os Templários usavam um "cinto" de pele de carneiro em torno de suas cinturas como um símbolo de castidade e isso talvez tenha se transformado nos aventais que os maçons usam durante as reuniões.
Como os Templários eram uma ordem francesa que falava francês em suas atividades diárias, Robinson atribuiu possíveis origens francesas para muitas das palavras em comum associadas à Maçonaria.
A maioria dos historiadores maçônicos ou não, desconsidera a teoria de Robinson, e até mesmo a atual ordem de maçons Cavaleiros Templários não reivindica uma ligação direta com os cavaleiros originais. No entanto Robinson levantou umas questões interessantes e algumas coincidências sem respostas.
Contribuição: Christopher Hodapp, (33º, Past Master, Cavaleiro Templário).
Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria
REFLEXÕES SOBRE A ESPADA
José Amâncio de Lima
A espada, utilizada na maçonaria desde tempos antigos e remotos, permanece com a sua simbologia própria e inalterável. Símbolo da defesa impiedosa, da destruição, da manutenção e recuperação da própria dignidade apesar da sua essência, com absoluta energia, o símbolo da justiça. Símbolo, muitas vezes desperto da virilidade e como símbolo fálico, à excepção de raras personalidades históricas, guarda para si e para quem a possui, o poder de posse, da vitória, da justiça. Entretanto, na reflexão da sua própria simbologia e significado, é de se questionar quanto à sua existência e manutenção em ritos e cerimónias onde o amor, a paz e a harmonia enaltecem sobremaneira os três objectivos, quais sejam, a liberdade, a igualdade e a fraternidade. E para a sustentabilidade destas prerrogativas, prefaciamos trabalhos com a anunciação dos propósitos de cavar masmorras ao vício, edificando templos à virtude. E, concluímos com altos brados, desejando a todos, paz, harmonia e concórdia, ou, em cadeia louvamos a nossa união, ao som de Mozart.
Na revolução francesa, foi dado o brado, liberté, égalité ou mort, com a espada em movimentos e silvos breves e agudos, como instrumento de defesa desta prerrogativa. Desembainhar uma espada significava uma acção destrutiva, ou seja, a pena de morte declarada aos inimigos deste ideal. Embainhá-la significava o alerta, a vigilância a espera de um ataque iminente. Entretanto, na maçonaria, a liberdade, a igualdade e a fraternidade não sustentam paradigmas dogmáticos de lutas ou (Publicado em freemason.pt) de revoltas, mas sim fundamentos filosóficos de comportamento social.
Seja para o neófito, seja no início de uma sessão, encontramos o guarda do templo armado com uma espada, em posição de defesa significando que o templo está protegido após a verificação armada, interior e exteriormente. Sequer embainhadas estão, mas à mão dispostas à acção, ao pronto estabelecimento da ordem e da defesa quando julgado necessário. “Ninguém que ama o seu país pode auxiliar o seu progresso se ousar negligenciar o menor dos seus compatriotas” (Gandhi). Louvores ao acto heróico, volúvel e académico, apenas, todavia, pergunto: o poder de destruir o mal para preservação do bem e da justiça dependem do uso da força quando o perdão é próprio ao homem?
Simbólico ou não, verifica-se a manifestação do propósito inalterável da predisposição à luta armada, tendo-se a impiedosa demonstração de que, a agressão física é um pressuposto indelével de permanente estado de alerta, em oposição ao místico significado simbólico de uma filosofia existencial. Filosofia esta, desenvolvida numa cerimónia, onde a virtude, uma arte que deve ser cultivada com a palavra, com o amor, o que justifica, jamais ser necessário metaforizar um procedimento para a perfeita aceitação e compreensão de um comportamento, onde desafio armado com potencial à defesa, parece satisfazer uma necessidade oculta. E isto leva-nos a crer que estamos cultivando conceitos antagónicos, com padrões distorcidos pela própria definição, onde o simbolismo de um objecto, cujo valor intrínseco ao seu significado, nos leva a contradições evidentes.
A justiça tem como símbolo a espada, não como arma, mas como fiel de uma balança, manifestação da verdade, única e imparcial. A maçonaria tem a espada como símbolo da defesa armada. Uma contradição aos princípios de uma filosofia que tem como vector direccionado à pesquisa da verdade. E a verdade não se conquista com a força, afinal a verdade não é património de ninguém, é uma revelação da essência da natureza humana, o amor. A verdade pertence a um dos vértices de um triângulo com o amor e Deus. Conheça um deles e os outros lhe serão revelados.
Paradoxal comportamento, onde gesto e palavra se contradizem, manifestando-se em linha de colisão permanente, pois desde quando honra e dignidade se defende com arma? E a palavra, onde fica? Os grandes heróis e conquistadores, em toda história da humanidade, mantêm a sua plenitude através das armas enaltecendo o refrão, se queres a paz, arma-te. Mas sempre nos reportamos à arte de falar e nos enchemos de honras citando Sócrates, Buda, Jesus, entre tantos outros, dos quais os legados ainda hoje nos suprem à resistência das nossas amarguras e decepções. Apenas a palavra, a não violência.
Entretanto os princípios levam-nos a entender que, se queres a paz, ama teu próximo como a ti mesmo, porém, com a espada, arma própria à execução, à morte com requintes de crueldade. Ela está associada ao próprio juramento penalizando o perjuro cortando a sua cabeça, dilacerando o seu peito, arrancando as suas vísceras. E assim, ela está associada à lei dos contrários, dos opostos, da divisão, seja da unidade ou da pluralidade. Admitamos, pois, a sua integridade pela propriedade física de atrair a energia cósmica, transferindo-a para o seu portador que se potencializa como transmissor das suas virtudes.
A essencialidade e a existencialidade da instituição se contradizendo nos seus próprios conceitos. Se extraído este comportamento da nossa história, as necessidades ao confronto eram necessárias à preservação de princípios ou segredos, inerentes ao sucesso material de uma actividade, quando lojas de pedreiros se reuniam para discutir o andamento das suas construções de templos. Hoje, bem o sabemos, procuramos construir também templos, mas templos de comportamento social. Comportamento estruturado na moral e na(Publicado em freemason.pt) preservação da dignidade. Preservamos o conceito de que a instituição nada mais é que um ideário de comportamento estruturado na ética e na moral. Não obstante, permanecemos inflexíveis quanto à associação de virilidade com o porte e manuseio de uma arma.
Conservemos a espada, sim, não como arma e o seu simbolismo pretendido à defesa ou ataque. Conservemos o seu simbolismo próprio à preservação da rectidão, da lealdade, e, com o poder da palavra, da honra e da dignidade.
É também por demais estranhos ser alheio ao entendimento quando um Maçom, em sociedade, em permanente transformação evolutiva de conhecimento, globalizando conceitos e comportamentos, permanece irredutível quanto aos conceitos que persistem em situar-se no altar dos arquétipos emancipadores, onde fé e crença se dissociam na sua plenitude. Resiste a qualquer inovação, ou renovação ou mesmo ao renascimento de comportamentos precisos, não apenas toleráveis, mas amplamente divulgados quanto à sua plena necessidade de permanência construtiva em parceria com a própria evolução.
Os ritos, mesmo que estabelecidas excepções, necessárias e evidentes, persistem, pela força dos próprios ritualistas, quanto à permanência de símbolos como a espada, apesar da evidente constatação do seu uso supérfluo, arrogante, prepotente e agressivo, pois muito bem sabem que as evangelizações dos conceitos básicos são apenas toleráveis a circunstâncias.
Existem ritos, que mesmo após transformações diversas, utilizam a espada para verificar se o templo está protegido, mesmo que simbolicamente. Mas há também ritos, que o próprio corpo de obreiros, antes da sessão, após a solicitação para entrar no templo, são recebidos por um irmão, um guardião, não com a espada em riste, mas em posição de defesa, em direcção aos próprios irmãos. Mas o que significa tudo isto? Que simbologia é esta que transforma a palavra, símbolo áureo da dignidade e da honra, em ameaça de defesa e luta armada?
Mais agravante, a cessão da luz ao neófito. Os irmãos que o recebem dão-lhe a luz ameaçando-o com espadas a ele dirigidas. Por que não com as mãos estendidas em sinal de chamamento ao caminho da luz, da verdade, da harmonia, da concórdia e da virtude? Mas não, é com a espada a ele dirigida, símbolo da defesa de um ideal, de uma casta, de uma sociedade, de uma instituição que o seja, mas sempre com o instinto de guerra, de luta armada, subjugando o suposto pretendente inimigo.
Julgo ser algo a considerar, haja vista o paradoxal sentido desta simbologia, ou mesmo de um cerimonial onde as leis morais rezam e direccionam o comportamento ideal. E isto não acontece com uma arma, com uma espada, faz-se, isso sim, exclusivamente com a palavra, pois caso contrário, trata-se de uma suposta prerrogativa do direito de subjugar-se o ser pelo ter.
Talvez uma ideia a ser amadurecido, um novo modelo necessário à simbologia autêntica e suficientemente abrangente quanto às nossas necessidades de defesas, afinal sentimo-nos, por acaso, aliviados quando protegidos por um guarda portador de uma espada? Evidente que não. Temos necessidade de um pacto com todos. Um pacto de fortalecimento dos nossos ideais estruturados num princípio único: a filosofia do amor e da verdade como paradigmas do comportamento ideal.
Ora, tenhamos um mínimo de sinceridade: a maçonaria não tem como função ou finalidade determinante da sua existência, o que proclamamos de caridade. A beneficência maçónica, por mais justa e perfeita que possa parecer, até pode traduzir a nossa sensibilidade social. Entretanto sabemos que não se trata, fundamentalmente de usufruir os ensinamentos de Francisco de Assis, na forma de caridade social, pois o mesmo Francisco, na sua totalidade como homem justo e perfeito, essencialmente completo, tratava das causas das necessidades sociais apenas com a palavra.
Façamos, pois da espada, não uma arma, mesmo que de forma simbólica, mas sim, transformemos em algoritmo próprio ao despertar de uma nova ordem. E sem eufemismos à ritualística, consideremos a espada, não portadora, mas esculturada ou depositada em nicho próprio, como símbolo da (Publicado em freemason.pt) inteligência e da conduta, tal qual arquétipo do saber, pois a sua utilização de forma correcta ou não, demonstra a preocupação através de erros e acertos da nossa exclusiva responsabilidade.
Por esta razão creio que a transformação da espada objecto, em espada palavra, seria a definitiva aglutinação dos conceitos gerais de liberdade, de fraternidade, de igualdade. Seríamos os cavaleiros da verdade, armados não com espada, mas com o verbo. Seríamos os construtores do grande templo, o templo da sabedoria, pois sabemos todos, que o princípio que nos rege, fundamenta-se no testemunho da sabedoria quando nos conscientizamos, de que o nosso objectivo está na prática do amor ao próximo, isto é, ama teu próximo como a ti mesmo.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele: e nada do que foi feito, foi feito sem ele. Nela estava à vida, e a vida era a luz dos homens: e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a compreenderam”. (Jô 1, 1-5).
NA MAÇONARIA – A espada é um acessório muito usado nas cerimónias maçónicas, geralmente como símbolo do poder e autoridade, e emblema dissipador das trevas da ignorância. É usada como jóia do Primeiro Esperto, Cobridor (Interno e Externo).
Temos também, a ESPADA FLAMEJANTE (Flamígera) – A que tem a lâmina ondulada, qual língua de fogo serpentino. É usada pelo Venerável Mestre como símbolo do poder criador do GADU. Ao seu triplo tinir com os golpes do malhete (símbolo da autoridade, de que o Venerável Mestre se acha investido pela constituição maçónica), é o recipiendário iniciado e admitido nas fileiras da Ordem. Em alguns países latinos é também usada pelo cobridor que assim guarda o Templo.
Etimologia de espada
Espada [do grego Spáthe, pelo latim Spatha]Armas brancas, formadas de uma lâmina comprida e pontiaguda, de um ou dois gumes.
Muito utilizado pelos Militares
Aumentativo: espadão, espadagão. Diminutivo: espadim
Fonte: https://www.freemason.pt
domingo, 1 de dezembro de 2024
OFÍCIO DO CHANCELER II
(republicação)
Em 17/06/2018 o Irmão Marcelo Souza, Companheiro Maçom da Loja Montsalvat, REAA, GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, pede comentário sobre o que segue:
OFÍCIO DO CHANCELER
A questão que apresento não diz respeito à ritualística, porém, solicito seu auxílio com relação ao seguinte: além dos deveres em Loja, quais seriam os atos/ações que poderiam ser atribuídos/exercidos pelo Chanceler?
CONSIDERAÇÕES:
O cargo se deriva do antigo magistrado a quem incumbia à guarda do selo real; por extensão, o guarda-selos.
Em Maçonaria ele é também o oficial encarregado dos registros dos obreiros da Loja, ficando ao seu encargo a guarda do Livro de Presenças, tanto o do da Loja, assim como o dos Irmãos visitantes.
É o responsável pelo Selo da Loja, o qual ele aporá às assinaturas quando se fizer necessário. Sua missão é a de chancelar documentos. Com base nesse ofício é que sua joia distintiva corresponde ao guarda-selos.
Uma das suas missões é controlar a frequência dos Irmãos fornecendo, quando solicitado, os percentuais de assiduidade, principalmente quando da realização de eleições.
Junto com o Secretário ele mantém em dia os dossiês dos membros da Loja registrando paulatinamente as respectivas atualizações. É o encarregado de fornecer os certificados de presença aos visitantes.
É também do Chanceler a missão de informar ao Venerável Mestre se há número suficiente de Irmãos para a abertura dos trabalhos.
Compete a ele informar à Loja as efemérides pertinentes à Maçonaria em geral e do Quadro em particular.
Afora as suas obrigações de ofício, como qualquer maçom ele deve estar sempre à Ordem para desempenhar missões que porventura possam lhe ser atribuída.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
BREVIÁRIO MAÇÔNICO
OS SENTIDOS
O ser humano possui dois grupos de sentidos; os cincos de todos conhecidos, como a Audição, o Olfato, o Paladar, o Tato e a Visão.
Não há qualquer dificuldade sobre o significado de cada sentido.
O segundo grupo diz respeito aos Sentidos Espirituais, ou seja, a duplicidade dos mesmos sentidos físicos, como por exemplo, a Audição e a Visão Espirituais.
O Olfato, que identifica os odores contidos no Cosmos; o Gosto que distingue o néctar do alimento espiritual, do qual quem ingere não sentirá mais fome e do sedento, não mais sede; a Audição, que consegue distinguir a música das esferas de Platão e os sons dos cânticos da Corte Celestial; e o Tato, que absorve as vibrações emanadas do alto, dos Páramos Celestiais e, sobretudo, da voz da consciência, além de o Tato receber as vibrações transmitidas pelos seus Irmãos, quando do aperto das mãos na Cadeia de União.
O maçom é um ser dúplice; meio material, meio espiritual. Não basta, porém, que ele saiba disso, é preciso que use os seus dons e, assim, o conhecimento o levará a lugares ignotos e misteriosos.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 375.
A QUEDA DA GRANDE LOJA DA HARMÓNICA UTOPIA
A Harmónica Utopia era um lugar - bem, não foi nunca um lugar porque na verdade não existiu... - onde tudo acontecia de forma ideal.
Todos eram amigos, não havia infracções, os meninos e meninas eram todos excelentes alunos, não havia pobreza (nem mesmo a de espirito – bem, desta talvez houvesse...), nem fome, nem opressão, nem …
Tamanha perfeição era também timbre dos maçons da Grande Loja da Harmónica Utopia. Todos tinham já burilado as suas asperezas e imperfeições. Mais um pouco, muito pouco, e seriam todos “Grandes Arquitetos do Universo”!
Esse pouco era mesmo só o prescindir da disciplina (não fazia falta), da Justiça (porque não havia infrações que não se solucionassem com um abraço e uma conversa), da gestão (os anjos podiam fazê-lo em outsourcing), e, como tudo era ideal, não era preciso pagar quotas.
Decidiu-se passar a assim proceder.
A partir de então, na Grande Loja da Harmónica Utopia, o Grão-Mestre não precisava de poder. Também para que precisaria disso, se os Irmãos eram todos tão cumpridores? Aliás, era sabido que o Grão-Mestre, quando deixasse o cargo, passaria a usar o titulo de Antigo Grande Arquiteto...
Um dia um homem malvado, talvez o único que ainda restasse, conseguiu disseminar a ideia que a Harmónica Utopia era isso mesmo, uma Utopia - e de repente o sonho acabou.
A Grande Loja da Harmónica Utopia também não resistiu e colapsou. O cobrador do fraque apareceu à porta, parece que queria receber. O Grão-Mestre ainda tentou uma conversa e um convencimento e uma solução harmoniosa, mas não foi suficiente! Então alguém com memória lembrou-se da “estória do grande alicate”.
Parece que no passado, quando ainda não se estava no máximo da Harmónica Utopia, o cobrador da electricidade veio cobrar umas contas atrasadas e que lhe contaram que era precisa a assinatura do Grande Tesoureiro e do Grande Secretário e do Grande ….. e que se ele fizesse o favor de passar na semana seguinte já haveria cheque. O homem lá fez isso e quando chegou, uma semana depois, lá lhe foi dito que já havia a assinatura do Grande e do outro Grande mas que o Grande estava no estrangeiro e que talvez na semana seguinte. O dito cobrador terá então retorquido: “não há qualquer problema, vou ali ao carro buscar o Grande Alicate e corto já a electricidade”.
E quando o Grão-Mestre quis saber como estavam a gestão e as contas e as listas de obreiros e os procedimentos, tudo estava entregue aos anjos do outsourcing e estes não tinham responsabilidade pois só trabalhavam com o que lhes era dado - e fazia dois anos que não lhes davam documentos (embora nunca o tivessem reportado e tivessem sempre recebido o seu cheque...).
E assim acabou a Harmónica Utopia e a sua Grande Loja.
Felizmente que esta fábula não passa de um sonho. Ou será pesadelo?
Como não gosto de me enfeitar com penas de pavão, garanto que este texto não é de minha autoria. Aliás, nem sequer tenho qualquer jeito para a ficção. Mas subscrevo-o na íntegra.
Prezo muito a Harmonia - mas não pode haver harmonia sem disciplina, sob pena de ocorrer rapidamente a degradação numa anárquica aparência de organização, em que os mais "fortes", ou os mais "espertos", ou os mais "próximos" mandam e põem e dispõem e os restantes... harmonizam!
Prezo muito a Tolerância. Mas Tolerância não implica não haver Justiça e não serem sancionadas as condutas que violem as obrigações assumidas e as normas vigentes. Até por uma questão de Igualdade entre todos: se uns quantos podem infringir diretamente as normas e - em nome de uma alegada "Harmonia" e de uma enviesada "Tolerância" - não verem punidas as suas condutas, por que razão os demais haveriam de cumprir as normas? Nesse caso, cada um faria o que entendesse, quando entendesse, pela forma que entendesse, segundo o seu livre alvedrio e ao arrepio das normas e das decisões de quem foi eleito para as tomar e alegremente se caminharia rumo à Grande Loja da Harmónica e Tolerante... Anarquia.
Invocar como argumentos eleitorais a prevalência da Harmonia sobre a Disciplina e da Tolerância sobre a Justiça não tem sentido. Afinal, uma Grande Loja é uma Obediência Maçónica - não uma Desobediência...
Cada um pensa por si e decide por si. Mas eu, quando vejo certas posições, lembro-me sempre de um excerto de uma velha canção de Lena d´Água (letra e música de Luís Pedro Fonseca):
Demagogia feita à maneira
É como queijo numa ratoeira
P’ra levar a água ao seu moinho
Têm nas mãos uma lata descomunal
Prometem muito pão e vinho
Quando abre a caça eleitoral
Desde que se vêem no poleiro
São atacados de amnésia total
Disse!
Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br