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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

REFLEXÃO

Chegamos a mais um final de ano – um momento oportuno para avaliar um período passado. Não só pelo aspecto cronológico, ou do simples fim de um calendário, mas pelo clima que se estabelece pelas festas de final de ano, que nos inspiram à reflexão.

O maçom, como todo ser humano, está em busca do aperfeiçoamento – individual e coletivo. Este crescimento não pode resumir-se ao acúmulo de conhecimento, pois o instruído nem sempre é sábio. Este crescimento tem mais a ver com o alcance da sabedoria, ou seja, o quanto podemos transformar conhecimento em sabedoria.

Para mim, a sabedoria pode ser almejada quando conseguimos compatibilizar o conhecimento e a beleza. E beleza aqui não se restringe ao adornar, mas, como conceitua Schiller, o belo enquanto ação em direção ao bem. Enfim, poderemos ter mais sabedoria quando utilizarmos o conhecimento na busca do bem. Quanto crescemos em sabedoria neste ano?

Nosso aperfeiçoamento, evidentemente, também diz respeito às nossas características individuais que devem ser desenvolvidas. Perseverança, paciência e tolerância são algumas delas, que devem ser alimentadas a cada dia, a cada momento. Quanto perseveramos ou quanto “fraquejamos” neste período? Quanto fomos pacientes e tolerantes ou quanto fomos precipitados e agressivos?

Há, no momento, algumas carcterísticas – igualmente inatas – que não são simples de serem dominadas. Certa vez um Irmão, de maneira bem humorada, sabiamente opinou que, para algumas coisas, não há meio termo: “não há mulher mais ou menos grávida, como também não há pessoa meio honesta”. Honestidade, humildade, retidão, desprendimento, realmente são atributos essenciais, mas de difícil tratamento. Para nós, maçons, deveriam ser inquestionáveis, porém, infelizmente, nem sempre o são. São características que não conseguimos ensinar ou aprender, por livros ou por mais fabulosa que seja a conferência. 

Somente mesmo através do nosso exemplo pessoal é que podemos transmitir a força e a riqueza do nosso caráter. E o nosso crescimento nesse sentido estará ligado ao quanto pudemos nutrir tais exemplos em nosso meio, inicialmente em nossa família, em nosso ambiente de trabalho, no bairro, entre nossos amigos, etc. Quanto pudemos dar de bons exemplos?

Independentemente de seitas e credos, um elemento é fundamental à nossa evolução: a capacidade de perdoar. Sem a força de vontade e a capacidade de perdoar os desapontamentos e desilusões ficaremos para sempre presos à imperfeição. O perdão começa com o nosso próprio perdão. O perdão das falhas dos outros vem após havermos perdoado as nossas próprias falhas. O verdadeiro perdão implica na tomada de consciência da nossa parte fraca/lesada/fracassada/arrogante/presunçosa/incompleta, para depois deixá-la de lado e prosseguir. Daí, o perdão aos outros torna-se mais simples. Quanto nos perdoamos? Quanto perdoamos as falhas alheias?

Nosso crescimento, portanto, está intimamente relacionado ao quanto pudemos dominar nossas fraquezas e o quanto pudemos ressaltar nossas qualidades positivas, o quanto pudemos disseminar essas virtudes entre os que nos cercam. Quanto valorizamos nossos relacionamentos com o próximo – mais uma vez, começando pela família, vizinhos, colegas de trabalho, amigos. O quanto melhoramos nosso relacionamento com aqueles que nem sequer conhecemos. O quanto pudemos ser felizes por fazer felizes os outros.

Em suma, nosso aperfeiçoamento diz respeito ao quanto tentamos nos aproximar do Grande Arquiteto do Universo. Que Ele nos ilumine sempre, permitindo que tenhamos esses momentos de reflexão para, através da elevação do nosso processo de consciência, possamos, cada vez mais, tornar feliz a humanidade. (Desconheço o autor)

Um comentário:

  1. Desejo que o Ano de 2026 seja repleto de Saúde e Paz a todos IIr.´. e que possamos Refletir sobre essa Passagem
    A passagem de ano na Maçonaria tem um forte simbolismo de renovação espiritual, luz e reflexão sobre a jornada de aperfeiçoamento pessoal. Mais do que a celebração do calendário civil (gregoriano), a Maçonaria enfatiza datas simbólicas ligadas ao ciclo solar, como os solstícios, e utiliza um calendário próprio, o Anno Lucis (Ano da Luz Verdadeira).
    Principais Simbologias e Conceitos
    • Renovação e Recomeço: A transição de ano é vista como uma oportunidade para os maçons refletirem sobre o "templo que estão construindo em suas vidas", ou seja, seu caráter e progresso moral e espiritual. É um momento de renovar o compromisso com os ideais maçônicos.
    • Luz e Conhecimento: O simbolismo da luz é central na Maçonaria. A passagem do tempo e as festas solsticiais celebram a busca contínua pelo conhecimento, pela sabedoria e pela "Verdadeira Luz".
    • Festas Solsticiais: As principais datas festivas maçônicas estão ligadas aos solstícios: São João Batista (24 de Junho, solstício de verão no hemisfério norte/inverno no sul) e São João Evangelista (27 de Dezembro, solstício de inverno no hemisfério norte/verão no sul). Estas datas marcam simbolicamente o auge e o declínio da luz solar, representando ciclos de vida, morte e renascimento, e são momentos de reunião e celebração nas Lojas.
    • Anno Lucis (A:. V:. L:.): A Maçonaria utiliza um calendário próprio, o Ano da Verdadeira Luz, que adiciona 4.000 anos ao calendário comum (Era Vulgar). O Ano Novo Maçônico tradicionalmente inicia em 1º de março. Este sistema de datação reforça a ideia de uma tradição antiga e a contagem do tempo a partir de uma origem simbólica da criação ou do conhecimento.
    • Ferramentas Simbólicas: A passagem de ano evoca o uso contínuo das ferramentas do ofício de pedreiro, como o esquadro e o compasso, para "desbastar a pedra bruta" interior e viver com retidão moral e autolimitação ao longo do novo ciclo que se inicia.
    Em essência, a simbologia da passagem de ano para a Maçonaria é um lembrete para que os Maçons busquem constantemente o aperfeiçoamento ético e espiritual, guiados pelos princípios de Sabedoria, Força e União (S∴F∴U∴).
    Ir.´. Josué Vanderlei Bezerra CIM 257636

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