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APRENDIZ - PALAVRA SOLETRADA

Em 25.08.2024 o Respeitável Irmão André Humberto Duarte, Loja Cavaleiros Escoceses, GOB-SP, REAA, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, faz a pergunta seguinte:

PALAVRA SOLETRADA

Pergunto ao meu inteligente irmão, uma dúvida que me assola a tempos: Por que o Diácono recebe, e passa a palavra sagrada monossilábica se são todos mestres? Não v p d, s s não é para o Aprendiz? 

CONSIDERAÇÕES:

Por se tratar de uma questão iniciática, a palavra do Aprendiz, em qualquer situação, será sempre transmitida soletrada (letra por letra). 

Nesse sentido, existem duas formas de transmiti-la. 

A primeira delas ocorre quando se tratar de um telhamento (o exame de um maçom). Neste caso, o examinador, ao pedir a palavra ao examinado, inicialmente dá a ele a primeira letra e dele recebe a segunda, e assim sucessivamente, até que sejam transmitidas as quatro letras da Pal Sagr do Aprendiz. A regra é, o pede a palavra é sempre quem dá a primeira letra. Concluída a transmissão, não existe ao final, nenhuma repetição da palavra, seja ela inteira, soletrada ou silabada. Maiores detalhes, vide o Cobridor do Grau no respectivo Ritual. 

O segundo caso, (inerente à sua questão), trata-se da simples transmissão da palavra entre as Luzes da Loja e os Diáconos para cumprir a liturgia de abertura e encerramento dos trabalhos. 

Como este caso não se trata de exame de um maçom, durante a transmissão não há troca de letras entre os interlocutores como ocorre no telhamento, ou seja, o transmissor transmite a palavra inteira dando, uma a uma, as quatro letras que a compõem. Nesse caso, também não existe nenhuma repetição da palavra no final, seja ela inteira, soletrada ou silabada.

Eram estas as considerações.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

A ARCA

Arca significa "depósito", mas de elementos especiais e secretos, é um recipiente onde são guardados os papéis importante da Loja.

A Arca da Aliança, como relata o Livro Sagrado, foi construída por Moisés para guardar o "maná" do deserto; as "tábuas da lei" e a "vara de Aarão", considerada um objeto santificado que, contudo, após a invasão de Nabucodonosor, desapareceu.

Os hebreus a procuram até hoje, esperançosos de encontrá-la em alguma ruína de Israel.

Maçonicamente, a Arca simboliza a aliança com Deus; constantemente, o Criador alia-se à humanidade, permitindo-se berneses.

A cada dia que passa, recebemos os benefícios dessas constantes alianças, embora não o percebamos.

Cumpre que cada maçom faça a sua parte e reconheça em Deus, não uma potência severa, mas um aliado amoroso; a isso devemos incomensurável gratidão.

Devemos iniciar o exercício da gratidão pela própria Loja a que pertencemos e nos considerar não meros adeptos, mas aliados.

A Maçonaria encerra mistérios profundos; cabe a todo maçom o esforço para alcançá-los.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 51.

A FARSA HISTÓRICA DO DIA DO MAÇOM BRASILEIRO


Ir∴ José Castellani

A farsa

“Em 1822 --- 20 de agosto --- foi proclamada a Independência do Brasil, em assembléia geral do povo maçônico, em reunião das três Lojas metropolitanas”.

“Na pág. XXIX, do volume 1º, do Arquivo Diplomático da Independência, publicação oficial do Ministério do Exterior, feita em 1922, lemos o seguinte: «Já em 20 de agosto de 1822, Ledo mostrava, na Maçonaria, “a necessidade de se proclamar quanto antes a independência do Brasil e a confirmação da realeza na pessoa do príncipe regente” ». E quando chegou a notícia de que as Côrtes lisbonenses haviam declarado nula a convocação dos procuradores gerais e pretendiam a apuração da responsabilidade dos Secretários de Estado do Govêrno do Rio, e o processo e o julgamento dos signatários da representação dirigida ao príncipe pela Junta de São Paulo, nas vésperas do Fico, não se fêz esperar a ruptura completa, cuja proclamação foi reboar nos campos do Ipiranga”. Vejam bem, foi reboar nos campos do Ipiranga. Foi reboar o que? Aquilo que a Maçonaria já decidira”. (A.T. Cavalcanti de Albuquerque em “O que é a Maçonaria” –Edit. Aurora – Rio de Janeiro – págs. 246 e 247)

Comentários

Tal crença, de que, a 20 de agosto, a maçonaria brasileira, então representada pelo Grande Oriente Brasílico, “proclamava” a independência, que, depois, seria apenas corroborada pelo “grito do Ipiranga”, surgiu a partir de erro de Rio Branco, em notas à “História da Independência do Brasil”, de Varnhagen, copiando o erro difundido pelo maçom Manoel Joaquim de Menezes. Embora emérito historiador, Rio Branco confiou numa informação totalmente falsa.

E o erro era considerar que o Grande Oriente Brasílico utilizava o calendário maçônico francês, que inicia o ano no dia 1º de março, quando, na realidade, o utilizado era um calendário equinocial, baseado no calendário religioso hebraico (este inicia o ano no mês Nissan --- março-abril --- na lua nova que se segue ao equinócio de março; o ano civil tem início no Rosh Hashaná, na lua nova que se segue ao equinócio de setembro). Desta maneira, o ano maçônico tinha início no dia 21 de março. A errada interpretação gerou, até, controvérsias em torno da data de fundação do Grande Oriente Brasílico, a qual, em ata, consta como o 28º dia do 3º mês maçônico, o que, de acordo com o calendário realmente adotado, mostra, corretamente, que a data é 17 de junho, pois o terceiro mês tivera início a 21 de maio de 1822.

Por conta desse erro --- divulgado por Tenório, autor já comentado, e repetido por outros “papagaios”, sem qualquer pesquisa --- foi criado o “dia do maçom”, que ocorre no dia 20 de agosto, quando, supostamente, em sessão do Grande Oriente Brasílico, teria sido “proclamada” a independência, quando, na realidade, não houve sessão no Grande Oriente, no dia 20 de agosto.

A realidade histórica

“20 do 6o. mês

9 de Setembro --- Aberto o Gr.: Or.: em Assembléa geral de todo o povo Maçon.: o Ill.: Ir.: 1o. Vig .: (17) dirigiu á Aug.: Assembléa um energico, nervoso e fundado discurso, ornado d’aquella eloquencia e vehemencia oratoria, que são peculiares a seu estilo sublime, inimitavel e nunca assaz louvado, e havendo nelle com as mais solidas rasões demonstrado que as actuaes politicas circumstancias de nossa patria, o rico, fertil e poderoso Brazil, demandavão e exigião imperiosamente que a sua cathegoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação de nossa Independencia e da Realeza Constitucional na Pessoa do Augusto Principe Perpetuo Defensor Constitucional do Reino do Brazil, foi a moção approvada por unanime e simultanea acclamação, expressada com o ardor do mais puro e cordial enthusiasmo patriotico.

Socegado, mas não extincto o ardor da primeira alegria dos animos, por verem prestes a realisar-se os votos da vontade geral pela Independencia e engrandecimento da Patria, propoz o mesmo Ir.: 1o. Vig.: que a sua moção deveria ser discutida, para que aquelles, que ainda podessem ter receio de que fosse precepitada a medida de segurança e engrandecimento da Patria, que se propunha o perdessem pelos debates, de que a proclamação da Independencia do Brazil e da Realeza Constitucional na Augusta Pessoa do Principe Perpetuo Defensor do Brazil, era a ancora da salvação da Patria. Em consequencia do que sendo dada a palavra a quem quizesse especificar seus sentimentos, fallárão os IIr.: --- Apollonio Mollon, Camarão, Picanço, Esdras, Democrito e Caramurú (18) e --- posto que todos approvarão a moção reconhecendo a necessidade imperiosa de se fazer reconhecida a Independencia do Brazil e ser acclamado Rei d’elle o Principe D. Pedro de Alcantara, seu Defensor Perpetuo e Constitucional, comtudo, como alguns dos mesmos opinantes mostrassem desejar que fossem convidadas as outras provincias colligadas para adherirem aos nosso votos, e effectuar-se em todas simultaneamente a desejada Acclamação, ficou reservada a discussão para outra assembléa geral, sendo todos os IIr.: encarregados de dissiminar e propagar a persuasão de tão necessaria medida politica.

17. O 1o. Vigilante referido era Joaquim Gonçalves Ledo, que empunhava o primeiro malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva.

18. Esses eram nomes simbólicos (ou históricos), segundo costume vigente na época: Apolonio Mollon era João José Vahia, Camarão era José Clemente Pereira, Picanço era Antônio Corrêa Picanço, Esdras era José Joaquim de Gouvêia, Demócrito era Pedro José da Costa Barros e Caramuru era Cypriano Lerico.

Sendo proposto por um dos IIr.: que a doutrina politica proclamada no periodico intitulado O Regulador éra subversiva dos principios constitucionaes e jurados n’esta Aug.: Ord.: emquanto pretendia fazer persuadir aos povos do Brazil principios aristocraticos, que não se compadecem com a liberdade constitucional, que os Brazileiros anhelão e que só pode fazer a sua felicidade politica, e muito mais, quando tal doutrina é diametralmente opposta ao systema constitucional abraçado, proclamado, jurado e seguido pelo Aug.: e Perpetuo Defensor do Reino do Brazil, e por tanto, só propria para ofender a seus interesses provando as asserções insidiosas do congresso de Lisbôa de que os aulicos do Rio de Janeiro pretendem restabelecer o despotismo, o que é falso, e que por isso deveria ser chamado ante o Gr.: Or.:, em assembléa geral, o redactor d’aquelle periodico, para ser reprehendido, por procurar propagar taes principios desorganisadores, em contavenção aos juramentos que prestára n’esta Aug.: Ord.: quando foi empossado no lugar que occupa no Quadro No. 1 , foi approvada a proposição, debaixo da comminação de penas MMaç.: no caso de desobediencia ao chamamento, ficando logo resolvido que deveria effectuar-se o comparecimento em Assembléa, que então se destinou para o dia 23 deste mesmo mez, e que aquelles dos nossos IIr.: que fossem assignantes do Regulador, enviassem immediatamente ao redactor os numeros do mesmo periodico, que tivessem, com carta em que lhe significassem que o dispensavão da continuação da remessa dos numeros ulteriores, bem como da restituição da assignatura recebida por se contentarem conhecer um homem com tão pouca despeza. (19)

19. A referência é ao Regulador Brasílico-Luso (depois Regulador Brasileiro), lançado a 29 de julho de 1822 e cujo redator era o frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, um dos maiores intelectuais do Grande Oriente e figura maiúscula da Maçonaria da época: Orador da Loja Comércio e Artes, foi o redator da representação dos fluminenses a D. Pedro, no episódio do “Fico”, de 9 de janeiro de 1822, e em sua cela, no convento de Santo Antônio, reuniam-se os líderes do movimento emancipador. Apesar disso, foi submetido a um grande constrangimento, nesse episódio que marcou mais um ato da luta política intestina entre os grupos de Ledo e de José Bonifácio. Isso porque o Regulador, como órgão oficioso do governo, defendia as idéias de José Bonifácio, que pretendia uma monarquia constitucional dentro de uma comunidade brasílico-lusa, em oposição às idéias do Revérbero Constitucional Fluminense, jornal lançado a 11 de setembro de 1821, redigido por Ledo e pelo cônego Januário da Cunha Barbosa e que defendia o rompimento total com a metrópole. Convocado, frei Sampaio compareceu à sessão do 23o. dia do 6o. mês (13 de setembro), para declarar, com “docilidade”, segundo a ata, que o que fora publicado não refletia sua opinião pessoal e era fruto de extratos de correspondência, transmitida por pessoa a quem ele devia respeito e consideração ; e terminou, declarando que nos próximos números emitiria a sua opinião pessoal, suspendendo a publicação da matéria objeto da inquirição. Apesar da docilidade, foi duramente invectivado pelo 1o. Vigilante Ledo, que não aceitou sua justificativa, mas, depois de criticá-lo com veemência, afirmava que “a assembléa geral ficava persuadida da sinceridade dos protestos d’elle accusado, pela docilidade e reverencia com que se comportava, e elle Pres.: convidava a todos os IIr.: para que, esquecendo-se do escandalo que lhes havia causado o Ir.: Fr. Sampaio, se congraçassem perfeitamente com este, dando-lhe o abraço e o ósculo fraternal”. O episódio mostra, apenas, que, além da luta pela independência, havia a luta pelo poder.

Fazendo-se por fim, do solio acostumado annuncio para as proposições a bem da Ordem, concluio o Ir.: que tomára o Gr.: Malhete, propondo a collocação de uma caixa de beneficencia na sala dos passos perdidos, onde em todas as sessões os Iir.: que a ellas concorressem, ficassem obrigados a lançar algumas moedas em signal de sua caridade, e que fazendo-se receita em separado do producto dessa caixa, elle fosse applicado ao socorro de viuvas necessitadas e a educação de orphãos, carecedores de meios de frequentar as escolas de primeiras letras. Esta proposição que bem dá a conhecer a sensibilidade e humanidade do proponente foi geralmente approvada com um enthusiasmo, cujos effeitos a Assembléa fará sem duvida proveitosos aos objectos da mais bem empregada caridade”.

oOo

Essa ata da 14a. sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico, fundado a 17 de junho de 1822, fechado a 25 de outubro do mesmo ano, pelo seu Grão-Mestre, D. Pedro I, e reinstalado como Grande Oriente do Brasil, em 1831, foi publicada, junto com outras, no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, No. 10, de outubro de 1874, no Ano III da publicação (criada em 1872).

Mostra, ela, a assembléia em que se decidiu que era imperiosa a proclamação da independência e da realeza constitucional, na pessoa de D. Pedro. Mostra, também, que o dia da sessão, 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, era o dia 9 de setembro. Isso porque o Grande Oriente utilizava, na época, um calendário equinocial, muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar (calendário gregoriano). Desta maneira, o 6º mês maçônico tinha início a 21 de agosto e o seu 20º. dia era, portanto, 9 de setembro, como situa o Boletim de 1874.

Nessa época, ainda não havia sido inventada a farsa do 20 de agosto, baseada na errada suposição de que o Grande Oriente utilizava o calendário francês, que inicia o ano maçônico no dia 1º de março. Se isso fosse correto, é claro que o 6o. mês teria início no dia 1º de agosto e o seu 20º dia seria o dia 20 do mesmo mês.. Esse erro serviu para que autores mais ufanos do que realistas saíssem apregoando que o Grande Oriente “proclamou a independência antes do grito do Ypiranga, de 7 de setembro, e que este foi uma simples ratificação do que já havia sido decidido” . E o lamentável é que o erro, embora já largamente comprovado, continua frutificando até hoje, tendo gerado até um Dia do Maçom (brasileiro), sem a base histórica que lhe é atribuída.

Além desse documento, todavia, existem outras provas históricas de que o 20º dia do 6º mês não poderia ter sido o 20 de agosto:

1. Da ata da nona sessão --- Assembléia Geral --- do Grande Oriente Brasílico, realizada no 13º dia do 5º mês do AVL de 5822, consta que o maçom Felipe Nery Ferreira, membro do governo provisório de Pernambuco, foi recebido como visitante. Nery havia chegado ao Rio de Janeiro no dia 19 de julho, chefiando a delegação enviada pela Junta governativa, para levar a solidariedade do povo pernambucano ao príncipe. Ora, se a sessão do 13º dia do 5º mês maçônico fosse a de 13 de julho --- como defendem erradamente alguns --- e não 2 de agosto, como poderia Felipe Nery estar presente?

2. Da ata da décima-sétima sessão do Grande Oriente --- Assembléia Geral --- realizada no 14º dia do 7º mês, consta que o 1º Grande Vigilante propôs à consideração da assembléia as queixas, que ouvira, do Ir.: Francisco Pedro Limpo, relativas à Portaria que regulava o modo de guarnecer a esquadra brasileira, que estava sendo aparelhada. Ora, essa Portaria do Ministério da Marinha, assinada pelo Ir.: Manoel Antônio Farinha, tem a data de 1º de outubro; o Ir.: Limpo, portanto, não poderia se referir a ela, se o 14º dia do 7º mês fosse 14 de setembro e não o correto 4 de outubro.

3. Respondendo a uma prancha do escritor Mello Moraes, em 1861, Ruy Germack Possolo, Grande Secretário do Grande Oriente do Brasil e contemporâneo dos fatos de 1822, por delegação do Grão-Mestre, Marquês de Abrantes, informava qual era o correto calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico.

4. Em Ato de 1922, ano do centenário da Independência e do Grande Oriente do Brasil, assinada pelo Grão-Mestre Mário Behring, o Grande Oriente citava as datas principais de sua História, comprovando qual era o calendário usado na época, ou seja, aquele que iniciava o ano maçônico a 21 de março:

“1º - O FICO, pronunciado pelo Principe D. Pedro de Alcantara, Regente do Reino do Brasil, a 9 de Janeiro de 1822 da E.: V.:, 20 do XI mez do anno de 5821, da V.: L.: ;

2º - A aceitação do titulo de Defensor Perpetuo e Constitucional do Brasil, pelo Principe Regente, a 13 de Maio de 1822, da E.: V.:, 23 do II mez do anno de 5822 da V.: L.: ; 

3º - A convocação da Constituinte Brasileira, pelo Principe Regente, por solicitação dos procuradores das Provincias e accordo dos Ministros da Regencia, a 2 de Junho de 1822, da E.: V.:, 13 do III mez do anno de 5822, da V.: L.: ;

4º - Fundação do Grande Oriente do Brasil, com a divisão da Loja “Commercio e Artes” em tres outras Officinas, eleição e posse da administração daquelle e posse dos VVen.: destas, a 17 de Junho de 1822, da E.: V.:, 28 do III mez do ano de 5822, da V.: L..: ;

5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes” a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde resultou sua mais intima ligação com a independencia, como se verifica do seu manifesto de 6 do mesmo mez;

6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de 5822, da V.: L.:, e proclamação da independencia votada nas sessões do Grande Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno:

7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:, 14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22- VII-5822) para se tornar publico e official esse acto”. (os grifos são meus)

Esse Ato do Grão-Mestre Mário Behring foi emitido, exatamente, para acabar com as dúvidas em torno do calendário usado pelo Grande Oriente Brasílico, em 1822. Trata-se, portanto, de mais um documento que mostra qual era a realidade. Embora não houvesse surgido, ainda, nessa data, a farsa histórica do dia do maçom, o ato acaba abordando a verdadeira data do acontecimento: 9 de setembro e não 20 de agosto. (20)

É claro que o fato existiu e que é digno de ser lembrado e comemorado por todos os maçons, mesmo porque não era possível, no dia 9, os obreiros terem conhecimento dos fatos do dia 7, dados os escassos recursos de comunicação da época. Mas não ao ponto de falsear a verdade histórica, por ufanismo, ou por ignorância.

20. A data de 20 de agosto, escolhida para ser o dia do maçom, sob a alegação que foi nesse dia que a maçonaria “proclamou a independência”, foi aprovada em reunião da Confederação da Maçonaria Simbólica, órgão que reunia as Grandes Lojas brasileiras, em 1957, por proposta da G.L. de Santa Catarina. O criador das Grandes Lojas, em 1927, foi Mário Behring, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o qual assinou o Ato de 1922. Pelo jeito, ou não houve pesquisa nenhuma --- o mais provável --- ou os participantes não acreditaram nem no fundador de suas Obediências.

Fonte: JBNews - Informativo nº 264 - 19.05.2011

ESPADA FRATERNA E ESPADA CONDENATÓRIA

Em 16.08.2024 o Respeitável Irmão Iris Barzotto, Loja Vigilantes do Oeste, 2713, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

ESPADA FRATERNA E ESPADA CONDENATÓRIA

Repassando um antigo questionário usado para sabatinar Aprendizes antes de seu aumento de salário encontrei uma questão que não consegui decifrar nem no Ritual (2009) e nem no S.O.R.- Sistema de Orientação Ritualística (Decreto 1784/2019): a Espada Fraterna e a Espada Condenatória do Perjúrio. Além de não encontrar nada a respeito desses termos, o dito questionário ainda deixa claro que a Espada Fraterna é empunhada com a mão esquerda e a Condenatória com a mão direita. Pensei que aquela se tratava das espadas do "Faça-se a Luz" (páginas 133 e 134) e esta do momento em que se bate profanamente a porta do Templo (verificação de quem bate - página 100) mas nossas fontes oficiais não trazem esclarecimento nesse sentido. Essas denominações quanto ao uso da espada têm ligação litúrgica com o REAA praticado no GOB?

RESPOSTA:

 De minha parte, sem comentários sobre essa enorme bobagem.

Obviamente que nada será encontrado sobre esta matéria, pois é algo sem nenhum fundamento. 

Indiscutivelmente isso não existe no REAA. É pura invencionice, fruto de requintada imaginação.

Recomendo inutilizar esse questionário.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


KAMEHAMEHA V (1830-1872). Rei do Havaí de 1863 a 1872. Nascido como Lot Kapuāiwa, reinou como monarca do Reino do Havaí. Determinado, trabalhou diligentemente para o seu povo, reino e foi descrito como o último grande chefe tradicional. Foi o primeiro havaiano nativo a se tornar maçom. Era irmão de Kamehameha IV.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 15 de junho de 1853 (Quarta-feira).

Loja: Hawaiian nº 21, Honolulu, Reino do Havaí.

Idade que foi iniciado: 23 anos.

Faleceu aos 42 anos de idade, vítima de asma crônica.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

A MAÇONARIA E OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS


A Maçonaria e os Cavaleiros Templários são frequentemente associados devido a mitos, teorias e tradições que sugerem conexões entre as duas organizações. No entanto, elas têm origens e propósitos distintos, ainda que compartilhem alguns símbolos e narrativas históricas.

Os Cavaleiros Templários

Origem: Fundados no início do século XII, os Cavaleiros Templários eram uma ordem militar cristã criada para proteger peregrinos que viajavam à Terra Santa durante as Cruzadas.

Papel: Além de guerreiros, os templários também se destacaram por sua habilidade financeira, criando um sistema bancário primitivo na Europa medieval.

Dissolução: A ordem foi dissolvida no início do século XIV (1307-1312), após ser acusada de heresia e traição pelo rei Filipe IV da França. Muitos acreditam que essas acusações foram motivadas pelo desejo do rei de tomar suas riquezas.

Misticismo: Após sua dissolução, histórias e teorias conspiratórias surgiram, incluindo supostos segredos escondidos pelos templários, como o Santo Graal, a Arca da Aliança ou outros tesouros sagrados.

A Maçonaria

Origem: Surgiu oficialmente no início do século XVIII, mas remonta às guildas de pedreiros medievais da Europa. Inicialmente, a Maçonaria era formada por mestres pedreiros e construtores.

Natureza: A Maçonaria é uma organização filosófica e filantrópica que utiliza símbolos e alegorias, muitos deles ligados à construção, para promover valores como fraternidade, caridade e moralidade.

Simbologia: Inclui o esquadro, o compasso e a pedra bruta, usados como metáforas para o aperfeiçoamento pessoal e espiritual.

A Conexão Entre Eles

1. Teorias Conspiratórias: Algumas teorias sugerem que membros sobreviventes dos Cavaleiros Templários teriam se refugiado na Maçonaria após a dissolução da ordem. No entanto, não há evidências históricas concretas que confirmem essa ligação direta.

2. Influência Simbólica: Certos rituais e símbolos da Maçonaria moderna podem ter sido inspirados pelas tradições e mitos templários.

3. Ritos Maçônicos: O chamado Rito Escocês Antigo e Aceito, um dos sistemas de graus da Maçonaria, inclui o grau de "Cavaleiro Templário". Esse grau, no entanto, não reflete uma continuidade histórica, mas sim uma homenagem simbólica ao espírito dos templários.

4. Busca por Mistérios: Ambas as ordens estão cercadas por um ar de mistério, o que contribui para o fascínio popular e a criação de mitos que conectam as duas.

Conclusão

Embora não exista evidência histórica sólida de uma ligação direta entre os Cavaleiros Templários e a Maçonaria, as duas organizações compartilham histórias de sigilo, símbolos e inspiração mística. Essa relação é, em grande parte, uma construção posterior, alimentada pelo interesse em sociedades secretas e seus possíveis segredos.

Fonte:Facebook_Estrela de Davk

MANTO DE VELUDO PARA O VENERÁVEL MESTRE

Em 15.08.2024 o Respeitável Irmão Frans Robert, Loja 9 Acácias, 3874, REAA, GOB-SP, Oriente de Rosana, Estado de São Paulo, apresenta as questões seguintes:

MANTO DE VELUDO NEGRO

Máximo respeito e admiração pela sabedoria do Irmão que compartilha seu conhecimento e faz tão bem a nossa Ordem.

Fiz a leitura da obra O Mestre Instalado de José Castellani, 1a edição, ed. A gazeta maçônica de 1989.

O autor destaca em Cam do Meio, os MM MM usarão balandrau negro e o Venerável Mestre um manto de veludo negro. A indicação histórica remete aos Collegia Fabrorum (Século VI a. C), antiga corporação de Ofício do período do apogeu Romano. 

Para a Maçonaria evolutiva e progressista de hoje caberia tais tradições?

Observei ainda que o Avental do Venerável Mestre para o Rito Adoniramita é de veludo negro. Seria seu resquício histórico? Caberia também para os demais ritos?

CONSIDERAÇÕES:

Caro Irmão Frans, é sempre um prazer atendê-lo.

No tocante ao manto de veludo negro e o balandrau, de fato eram indumentárias usadas pelos Collegia Fabrorum, corporação de pedreiros criada pelo lendário Imperador Numa Pompílio por volta do século VI a.C.

Os conquistadores romanos, sempre preocupados com a preservação da cultura, levavam com as suas legiões, corporações de construtores visando reconstruir tudo aquilo que a atividade bélica havia destruído na campanha pelas conquistas. Os Collegiati, que iam na retaguarda dos exércitos romanos, se distinguiam dos legionários guerreiros vestindo um hábito escuro (túnica) - provável ancestral do balandrau na Maçonaria. 

Essas corporações de ofício, consideradas como as primeiras associações organizadas de construtores, eram comumente dirigidas por mestre do ofício. Este artífice principal se distinguia dos demais operários por usar um elaborado manto escuro sobre a túnica, o qual, segundo alguns autores, era de veludo preto. 

Nesse sentido, é bastante provável que venha daí a referência ao tal “manto de veludo preto”.

Vale ressaltar que ao serem aqui mencionadas velhas corporações de ofício da época das conquistas romanas, não se está afirmando, sob nenhuma hipótese, que naquele período da história existia Maçonaria, muito menos ainda a existência do grau de Mestre Maçom. 

Mais tarde, por volta do século XVIII, já em plena era da Moderna Maçonaria (dos Aceitos), algumas Lojas francesas, principalmente, passaram a adotar o uso do manto preto para o Venerável Mestre, este estilo, no entanto, não era uma regra abrangente à toda a Maçonaria francesa.

Mediante a isso, com a evolução da moda, alguns ritos adotariam o uso do balandrau como uma veste confortável que dava um caráter de igualdade entre os membros da Loja, onde todos se vestiam iguais. 

A partir do século XX, por alguns costumes regionais e outros históricos, o terno preto veio aparecer com força na Maçonaria, principalmente a britânica, e acabou virando uma indumentária maçônica, conforme os ritos. 

Sob essa óptica, ambos os trajes, o terno e o balandrau, permaneceram como vestuário maçônico, enquanto que o manto de veludo não prosperou e acabou em desuso por parte daqueles que o haviam adotado.

Graças a isso esse manto de veludo não é mais cogitado como espécime de vestimenta maçônica.

Quanto ao avental Adonhiramita, eu não acredito que tenha a ver com o "manto de veludo", que outrora fora utilizado pelos Collegia Romanos.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

SESSÃO PÚBLICA - NÃO INICIADOS E AS LUZES EMBLEMÁTICAS

Em 14/08.2024 o Respeitável Irmão Marcio Carvalho, Loja Poço Grande do Rio Tubarão, 125, REAA, GOSC (COMAB), Oriente de Tubarão, Estado de Santa Catarina, apresenta a dúvida seguinte:

SESSÃO PÚBLICA E O LIVRO DA LEI

Irmão, lhe escrevo para ver a sua opinião sobre um assunto: quando houver ingresso de profanos no templo, como em sessões brancas, no REAA, o Livro da Lei pode/deve ser mantido aberto, com o esquadro e compasso posicionados no Grau de Aprendiz? Considerando que houve a abertura do mesmo antes do ingresso dos profanos.

CONSIDERAÇÕES:

Antes de mais nada, eu gostaria de salientar que o nome mais apropriado para sessões abertas com a presença de não maçons é Sessão Pública. 

Esse título, "sessão branca", dá margem para os nossos detratores e opositores a dizer pejorativamente que na Maçonaria existem" sessões negras", o que de fato não é verdade.

No tocante à sua questão, eu não vejo nenhum óbice de o Livro da Lei permanecer aberto e a Loja e as Luzes Emblemáticas compostas na presença de convidados não maçons. 

O que rigorosamente não é permitido revelar são os nossos sinais, toques e palavras (únicos e verdadeiros segredos).

T.F.A.
PEDRO JUK.
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

QUANDO OS MAÇONS TORNAM-SE E SÃO DESNECESSÁRIOS À NOSSA ORDEM

Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário, seja, no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós maçons, na nossa Instituição.

Os maçons tornam-se desnecessários:

•Quando decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

•Quando, durante as sessões, já “enturmados”, ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com as palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

•Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente copiam alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.

•Quando, ainda companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o “poder” na Loja.

•Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de sessões do ano é coisa para a administração, para os companheiros e aprendizes.

•Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a “honra” de serem cingidos com o avental de Mestre Instalado, que é muito mais vistoso do que o de um “simples” Mestre.

•Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro maçom seja o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante, mas não essencial.

•Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.

•Quando, como Veneráveis Mestres, deixam o caos se abater sobre a Loja, não sendo firme o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

•Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois em todas as Lojas nas quais um ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

•Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.

•Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do maçom.

•Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

•Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja.

•Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do maçom.

•Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos.

•Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

•Quando a Instituição programa uma Sessão Magna ou Branca para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria.

Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas sessões, são desnecessários à nossa Ordem.

Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição.

Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.

Fonte: Obreiros de Irajá
Copilação: Grupo Memórias e Reflexões Maçõnicas
Adm.: Ir.´. Rogério Romani

MESTRE DE CERIMÔNIAS USANDO A PALAVRA

Em 14/08/2024 o Respeitável Irmão Itamar Pereira, Loja Filhos de Salomão, 2311, REAA, GODF-GOB, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte.

MESTRE DE CERIMÔNIAS E O USO DA PALAVRA.

Estou com uma dúvida e procurei no seu blog e não achei. Mas sei que já vi em algum lugar.

Pergunto: pode o Mestre de Cerimônias, durante a Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular, falar três vezes, mudando de colunas e se deslocar até o Oriente, aproveitando da condição de que ele tem livre circulação na Loja?

CONSIDERAÇÕES:

De forma nenhuma! O Mestre de Cerimônias não pode mudar de Coluna, ou se dirigir ao Oriente para fazer uso da palavra. A regra é que nas Colunas cada um fale do seu lugar, assim como os do Oriente também falam do seu lugar.

O Venerável diz na abertura dos trabalhos: "Desde agora a nenhum (o grifo é meu) Irmão é permitido falar ou passar para outra coluna sem obter permissão, e [...]".

Assim, está bem claro que "nenhum Irmão", dos quais também o Mestre de Cerimônias, podem mudar de lugar para pedir novamente a palavra.

Nas Colunas, caso algum Irmão queira usar da palavra novamente, ele a pede ao respectivo Vigilante. Este, por sua vez, a solicita ao Venerável Mestre.

Se o Venerável Mestre resolver concedê-la novamente, obrigatoriamente a palavra deverá fazer o giro completo, isto é, ficará livre a partir da Coluna do Sul. 

Nesse particular, o Venerável Mestre deverá ser assaz criterioso para conceder o retorno na palavra, não devendo concedê-la senão mediante premente necessidade.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

LEITURA E APROVAÇÃO DA ATA EM LOJA

Em 13/08/2024 o Respeitável Irmão Angelo Carlos Kondlatsch, Loja Fé e Trabalho, 635, REAA, GOB-PR, Oriente de Rio Negro, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

ATA

Atualmente sou o Orador da Loja, e desde que fui iniciado, nunca houve a leitura da Ata em Loja Aberta, somente o envio por e-mail e a posterior aprovação pelos presentes em Sessão.

Entendo que a ritualística "manda" ler a Ata em Loja, passando posteriormente a palavra pelas Colunas e então a votação pela aprovação ou não.

O Orador pode "impor" que a leitura seja realizada em Loja ou cabe ao Venerável Mestre essa decisão?

CONSIDERAÇÕES:

Inicialmente eu gostaria de dizer que recebo, por mês, mais de uma centena de questionamentos, tornando-se praticamente impossível eu lembrar individualmente de todos os queridos Irmãos que me escrevem. Fica mais fácil quando o consulente se identifica e oferece de pronto o nome da sua Loja, rito, Obediência, Oriente e Estado da Federação. Isto me poupa tempo antes de procurar dados arquivados.

Dito isto, quando a sua questão, os rituais vigentes do REAA (2024) são bem claros quando mencionam em negrito: “Impreterivelmente a Ata deve ser lida em Loja”. 

À vista disso, não atender ao que prescreve o ritual é desobedecer a Lei. Vale afirmar que não existe nenhum Ato ou Decreto do Grão-Mestre Geral citando que as Atas não precisam ser lidas, discutidas e aprovadas "em Loja". Ao contrário, os rituais informam que a Ata seja lida em Loja.

Assim, o Orador é o Guardião da Lei e representante do Ministério Púbico Maçônico na Loja, portanto, antes de tudo ele deve preservar e fazer cumprir a lei. Neste caso, a sua obrigação é alertar o Venerável Mestre sobre o descumprimento do Ritual, exigindo, portanto, que ele seja descumprido como está.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

D. PEDRO I DO BRASIL


D. Pedro I do Brasil teve uma vida maçônica extremamente curta. Nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, em 1798 e faleceu na mesma cidade e no mesmo quarto em que nasceu, em 1834.

Iniciado na Maçonaria no Brasil, na Loja "Comércio e Artes"(Rio de Janeiro) no dia 02 de agosto de 1822, com 24 anos de idade, adotou o Nome Simbólico de "Guatimozim". Três dias depois, foi promovido ao Grau de Mestre, e depois foi sagrado Grão-Mestre, apenas 2 meses mais tarde, numa sessão presidida pelo Grão-Mestre Adjunto, Joaquim Gonçalves Ledo (Diderot).

Como Grão-Mestre, exerceu a função por apenas 17 dias. Em 21 de outubro (uma semana após a aclamação como imperador), mandou fechar e investigar as Lojas que o haviam ajudado a proclamar a Independência.

4 dias mais tarde, sem que as investigações sequer tivessem começado, determinou a reabertura dos trabalhos maçônicos com força e vigor, mas os acontecimentos políticos impediram esta reinstalação, sendo o Grande Oriente do Brasil, fechado em 25 de outubro de 1822 e só ressurgindo em 1830.

Após quase nove anos como Imperador do Brasil, Dom Pedro I abdicou do trono no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com cinco anos de idade, o futuro imperador Dom Pedro II.

Em Portugal, faleceu logo depois, com apenas 35 anos de idade, vítima de tuberculose.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

OS QUATRO ELEMENTOS

Na Maçonaria, os quatro elementos (Terra, Água, Ar e Fogo) possuem um profundo significado simbólico, relacionados à construção do templo interior do maçom e ao desenvolvimento espiritual. Eles também estão presentes em diversas tradições filosóficas e esotéricas.
1. Terra
Representa a estabilidade, firmeza e base sobre a qual o maçom deve construir sua vida.
Simboliza o trabalho, a disciplina e a resistência.
Associada à Pedra Bruta, que precisa ser lapidada para alcançar a perfeição.
Relacionada ao quadrado maçônico, que representa retidão e equilíbrio.
2. Água
Representa a pureza, adaptação e fluidez.
Simboliza a sabedoria e a busca pelo conhecimento, pois a água sempre encontra seu caminho.
Ligada ao batismo iniciático e à purificação espiritual.
Em algumas lojas, pode estar representada pela taça ou pelo jarro de água.
3. Ar
Representa o intelecto, a comunicação e o sopro da vida.
Simboliza o pensamento elevado e a necessidade de buscar a verdade e o conhecimento.
Relacionado ao compasso, que orienta o espírito e traça o caminho do aprimoramento.
Está presente na respiração e no verbo, fundamentais para o progresso humano.
4. Fogo
Representa a paixão, iluminação e transformação.
Simboliza a busca da luz e o fervor maçônico na caminhada pelo aperfeiçoamento.
Ligado à tocha, ao sol e à chama do conhecimento.
Relacionado à força da vontade e ao espírito de superação.
Na Maçonaria, esses quatro elementos são fundamentais para a construção do Templo Interior, refletindo as diferentes forças da natureza e do ser humano que devem ser harmonizadas no caminho iniciático.

Fonte: Facebook_Estrela de Davi

USANDO A PALAVRA E CONVOCAÇÃO PARA SESSÃO

Em 13/08/2024 o Respeitável Irmão Arimar Marçal, Loja Santo Graal, 4690, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta as questões que seguem:

USANDO A PALAVRA E CONVOCAÇÃO

Sempre com o objetivo de aprender e transmitir ensinamentos de forma correta, recorro novamente ao Grande Secretário de Ritualística do GOB.

Nossa rotina nas Sessões é sempre mesclada com opiniões divergentes e, entendo como positivas pois proporcionam a possibilidade de debatermos, sempre em busca do aprendizado eficiente. Do contrário, corremos o risco de aprender de forma errada se formos instruídos somente pelas opiniões pessoais dos Obreiros.

AS DÚVIDAS:

1. O Orador eleito ou o seu Ad Hoc tem o direito de falar como Obreiro no momento que a Palavra circula nas Colunas (depois no Oriente)?

2. No encerramento da Sessão, como suas últimas palavras, o Venerável Mestre CONVOCA os Obreiros para a Sessão seguinte (normalmente para 7 dias após). Pode o Venerável Mestre “convocar os Obreiros” sem dizer o Grau da Sessão seguinte?

3. Entendo que a “convocação” precisa obedecer ao intervalo mínimo de 7 dias e sim, indicar em qual Grau será a Sessão seguinte.

4. Após a convocação em Grau 1 (respeitando os 7 dias) pode a Administração MUDAR (no meio da semana, 4 dias antes da Sessão) o Grau da Sessão originalmente convocada em Grau 1?

Como sempre, agradeço e exalto os ensinamentos prestados pelo Poderoso Irmão.

CONSIDERAÇÕES

No que se refere ao Orador falar como obreiro, obviamente que sim, pois ele, além de ser o Guardião da Lei, é também um membro regular do quadro. Assim, durante a Palavra a Bem da Ordem ele naturalmente pede a palavra ao Venerável Mestre para dela fazer uso (como membro da Loja).

O que o Orador não deve fazer é falar como obreiro do quadro quando lhe é dada a palavra para as “conclusões finais”. Neste instante ele deve falar apenas como representante do Ministério Público maçônico, devendo, por dever de ofício, saudar os visitantes e declarar os trabalhos justos e perfeitos.

É oportuno lembrar que o Orador, por ocupar lugar no Oriente, fala sentado, a não ser nas ocasiões em que o ritual determine que ele fale em pé.

Com respeito à convocação feita pelo Venerável, saliento que esse não é bem um assunto de ritualística. Nesse sentido, deixo aqui apenas as minhas colocações, lembrando que elas sejam laudatórias. 

Deste modo, eu entendo que o Venerável Mestre deve seguir o calendário elaborado pelo Chanceler e aprovado em sessão pela Loja. Este calendário pode ter a duração de seis meses ou um ano. Assim, segue-se o calendário aprovado e não o Venerável convocar ao seu critério. 

Nesse contexto, entendo que qualquer mudança no calendário aprovado e vigente, essa mudança deve seguir os trâmites legais para as devidas alterações

O Venerável pode convocar, fora do calendário, sessões extraordinárias, como, por exemplo, de Finanças, Administrativa, etc. Devem ser convocadas por edital com antecedência regulamentar, que pode variar de 15 a 30 dias.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

APONTAMENTOS RITUALÍSTICOS - REAA

Em 12/08/2020, o Respeitável Irmão Robson Lopes, Loja Mestre Hiran, REAA, GOB-RJ, Oriente de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a seguinte questão:

APONTAMENTOS RITUALÍSTICOS – REAA

Aproveito para realizar novos questionamentos, acerca do REAA:

1.    No Grau 02, durante as viagens da Elevação, é possível inserir sonoplastia, como sons de construção ou música de fundo, ou é estritamente necessário que se preserve o silêncio?

2.    Acerca da abóbada Celeste, diz-se que a mesma representa o céu do hemisfério norte, no dia 21 de março. Entendo que seja o início do percurso solar no signo de Áries, além de marcar aproximadamente o equinócio de primavera. Contudo, seria possível indicar a fonte que informa que a abóboda representa exatamente esta data? Ou foi algum argumento que se convencionou e incorporou-se na lógica do Rito?

3.    Existe algum planejamento a longo prazo, no GOB, para retornar ao avental vermelho encarnado e a abertura do Livro da Lei em João 1, como originalmente no REAA?

Grato pela atenção, meu irmão.

RESPOSTAS:

1. Não está previsto no ritual nenhuma atividade para a Coluna de Harmonia durante as viagens na cerimônia de Elevação. Assim, a liturgia indica silêncio.

2. A estrutura doutrinária do REAA, rito nascido no hemisfério Norte, aponta para esta afirmativa. Ao Norte a primavera ocorre em março e a coluna zodiacal de Áries encontra-se no topo do Norte; o ápice da Luz se dá em Câncer, que também se localiza no Norte. 

Logo, a abóbada só pode ser setentrional e a sua disposição astronômica provavelmente entre a primavera e o verão. Por todos os elementos que constroem a abóbada, creio que seja o suficiente para se chegar a esta conclusão. 

Nem tudo necessariamente precisa estar escrito. Por si só, o simbolismo da abóbada revela a sua observação banda setentrional.

3. Futuramente, acredito ser grande esta possibilidade.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br