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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

VOCÊ É PERJURO?

VOCÊ É PERJURO? 

O Dicionário da língua Portuguesa conceitua: "perjuro adj. 1. Que perjura, que quebrou o juramento. s. m." (grifei) 

Pois bem, por ocasião de nossa iniciação na Sublime Ordem, nos é dito: 

"Toda associação tem leis particulares e todo associado deveres a cumprir. E como não seja justo sujeitar-vos a obrigações que não conheceis, o Ir∴ Orad∴ irá dizer-vos a natureza desses deveres." (grifei) 

Em seguida nos são enumerados três deveres, sendo o terceiro o seguinte: 

"O terceiro dos vossos deveres, e a cujo cumprimento só ficareis obrigado depois de vossa iniciação, é o de conformar-vos em tudo com as nossas leis e de submeter-vos ao que vos for determinado em nome da associação em que desejais ser admitido." (grifei)

Durante as campanhas eleitorais, somos ferrenhos críticos daqueles políticos que apenas assumiram compromissos de campanha e não os cumpriram. 

Ressalto, apenas assumiram compromissos e não JURAMENTO. 

E nós Maçons, somos dignos de criticá-los? 

Juramos vencer nossas paixões; praticar, continuamente a beneficência, socorrer nossos irmãos e prevenir-lhes as necessidades. 

Juramos ser úteis e dedicados e cumprir as leis da maçonaria. 

Com raríssimas exceções, não cumprimos nenhum destes juramentos. 

A grande maioria se preocupa com cargos e aventais. 

No tronco de beneficência vemos o resultado pífio e insignificante dos valores arrecadados em Lojas que em média conta com 30 Irmãos e muitas vezes temos no quadro, vários deles com situação financeira mais confortável, que lhes permitiria realizar uma significativa doação. 

Quando vemos irmãos em situação de necessidade, desempregado, mesmo sendo um empresário bem sucedido ou com um grande círculo de amizades, nos recusamos ou nos omitimos em socorrê-lo, na maioria das vezes, solicitamos que ele seja expulso da Loja. 

Quando somos convocados para realizar uma atividade social, auxiliar um irmão que com esforço realiza esta tarefa, encontramos mil desculpas. 

Cabe salientar, todavia, que existem raríssimas exceções de OBREIROS ÚTEIS e dedicados. 

Numa campanha de doação de sangue por exemplo, encontramos dificuldades de encontrarmos doadores. 

Em loja fugimos do exercício dos cargos, ou na maioria das vezes o desempenhamos sem o devido compromisso e responsabilidade. 

Chegamos quase sempre atrasados às Sessões, que quase nunca se iniciam no horário previsto e da qual queremos sair o mais rápido possível para o ágape. 

Nas reuniões das Assembléias Legislativas Federal e Estadual e nos graus filosóficos estamos sempre, ou na maioria das vezes trajando o rigor Maçônico, até porque lá não nos é permitido o ingresso sem estarmos devidamente trajados como determina nossas Leis e regulamentos. 

Peço vênia aqui, para reproduzir o que falam nossos regulamentos em relação ao traje, que apesar do texto Legal ser do GOB, muito se assemelha ao que diz os regulamentos das outras potências: 

Regulamento Geral da Federação. 

"Art. 96º - São deveres da Loja: 
(...) 
XV - não admitir em Loja trajes diversos dos legalmente definidos;" (grifei) 

"Art. 110º - Os Maçons presentes às sessões magnas estarão trajados de acordo com o seu Rito, com gravata na cor por ele estabelecida, terra preto ou azul marinho, camisa branca, sapatos e meias pretas, podendo portar somente suas insígnias e condecorações relativas aos graus simbólicos. 

§ 1º - Nas demais sessões, se o ato permitir, admite-se o use do balandrau preto, com gola fechada, comprimento até o tornozelo e mangas compridas, sem qualquer símbolo ou insígnia estampados." 

Está lá no nosso ritual: "Nos trabalhos litúrgicos, em qualquer Sessão, é proibida a inclusão de cerimônias, palavras, expressões, atos, procedimentos ou permissões que aqui não constem ou não estejam previstos, assim como é vedada a exclusão de cerimônias, palavras, expressões, atos, procedimentos ou permissões que aqui constem ou estejam previstos, sendo que a transgressão destas advertências configura ilícito maçônico severo e como tal será tratado. 

Suprime-se e inclui-se, nas Sessões o que não está previsto. 

Entretanto, na prática não vemos isso, e ao final das Sessões, ouvimos sempre a hipocrisia do Orador que afirma: "A sessão transcorreu de forma justa e perfeita", quando deveria afirmar: Venerável Mestre a Sessão foi justa, porém, não perfeita. 

E por estas pequenas coisas que ao longo do tempo a Maçonaria vem perdendo sua força, seu brilho, seu encanto, sua ritualística, seu prestígio, e mais, perde-se também aqueles que são iniciados, que no interior da Loja ou fora dela, nota que nem tudo é justo e perfeito, como afirma a música acácia amarela do nosso saudoso Ir.'. Luiz Gonzaga: http://www.youtube.com/watch?v=wLdjOx4pnvw 

Lembremos, que além de combater nossas paixões, temos também outros inimigos da Humanidade, como sejam: os hipócritas. 

Pelo menos na Maçonaria, leis existem para serem cumpridas, caso contrário nos equiparamos aos políticos e ao homem comum do mundo profano. 

Então eu vos pergunto, VOCÊ É PERJURO? 

Reflitamos meus irmãos. 

TFA - JOSÉ LUIS GONÇALVES - M∴M∴ ARLS 8 de Dezembro nº 2317 

Fonte: JB News - Informativo nº 0093 - 02/12/2010

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