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quarta-feira, 18 de maio de 2011

BRASA VIVA (REFLEXÃO)

Ir∴ Luiz Felipe Tavares São Bento do Sul - SC

Todos já passamos pela experiência de acender uma fogueira.

Se a lenha estiver encharcada, só pegará fogo se posta em fogueira já acesa, e isto depois de muito tempo, e não antes de fazer muita fumaça e também muito barulho. Será uma queima imperfeita e muito do calor e da luz se perderá.

Se, no entanto a lenha estiver seca e preparada para a transformação, rapidamente entrará em combustão produzindo pouca fumaça e barulho, porém gerando luz e calor em abundância. Será uma queima altamente eficiente.

A lenha representa a condição de aprendiz.

Uma lenha encharcada equivale à pessoa despreparada para a mudança. Cheia de vícios e obscurecida pela ignorância e não se permite aquecer pelo aprendizado. Mesmo se posta sob o calor intensivo da palavra, se comportará de forma descabida e terá aproveitamento quase nulo. Reclamará e se revoltará contra quem lhe desejar aquecer, gerando muito barulho e fumaça.

Uma lenha seca, no entanto representa aquele que está pronto para ascender ao aprendizado. Pessoa enxuta e desejosa de ser destituída do charco da ignorância e do vício. Tal madeira está apta à ignição e à transmutação. Terá uma queima limpa e eficiente produzindo grande quantidade de calor reconfortante e luz.

Porém até mesmo a lenha seca precisa ser devidamente acesa.

Se utilizarmos um fósforo com uma queima brilhante, mas fugidia, com certeza não conseguiremos atear o fogo que desejamos.

Porém se utilizarmos algo que queime com constância, mesmo que sem o brilho de artifício do fósforo, gradativa e paulatinamente aqueceremos a madeira até seu cerne, fazendo surgir por fim uma brasa que perdurará e ateará fogo em todo o resto. Tal fogo não mais se apagará.

O que acende a fogueira representa a condição de mestre.

Quando aquele que ensina o faz pelo vazio de requintadas, mas fugidias palavras, acaba por chamar atenção para seu brilho fantasioso sem, no entanto ter a força da autenticidade moral para criar combustão. Chama levada pelo vento.

Porém se aquele que se candidata ao ensino, além de palavras bem postas também possuir a força moral da vivência destas mesmas palavras, conseguirá com tal exemplo diário e constante comover a madeira em se fazer brasa. Chama que não se apaga.

A constante presença do fogo vivo do exemplo sempre acenderá brasas em qualquer coração.

Fonte: JBNews - Informativo nº 263 - 18.05.2011

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