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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

SALÁRIOS PAGOS

Ir∴ Humberto Jeronimo Vidal Borges MM - Florianópolis

O que vem a ser salário?

No mundo profano entendemos que é a recompensa por serviços prestados.

É a remuneração por aquilo que se faz ou se fez, independentemente de qualquer categoria.

No mundo maçônico, no entanto, a sua simbologia tem um significado real e subjetivo, pois representam os resultados que cada um colhe, de sua conduta interna ou externa, presente ou passada.

Na Maçonaria Operativa, período anterior ao início do Século XVIII, os salários eram reais e correspondiam ao grau profissional de cada Aprendiz, Companheiro, Mestre e Arquiteto.

Na Maçonaria Especulativa, entretanto, o salário é simbólico, visto que os maçons são enganjados na construção de um templo que é espiritual, moral e filosófico.

Qual o objetivo do salário?

Quem for buscar resposta para essa pergunta nos livros e revistas disponíveis na literatura maçônica poderá encontrar grandes surpresas, dada a extrema liberdade de interpretação e imaginação utilizada pela maioria dos autores.

Para o Rito Escocês Antigo e Aceito, o qual adotamos, o Aprendiz o recebe na Coluna “B”∴ o Companheiro na Coluna “J”∴ e o Mestre-Maçom na Câmara do Meio.

O obreiro trabalha em Loja. Em quê?

Sabe-se que é no seu aperfeiçoamento, na busca dos conhecimentos, das lições, dos exemplos, das práticas que dele farão uma pessoa melhor.

Nesse trabalho tem de identificar e interpretar símbolos, atribuindo-lhes o seu significado pessoal, como também insere-se e une-se ao trabalho que os demais obreiros efetuam, constituindo um acervo de estudos, aprendizagens, interpretações e princípios desenvolvidos.

Os salários pagos não se constituem propriamente dito à passagem de cada grau. Tenho para mim a cada sessão, a cada aprendizagem, que o salário me é pago. Se não for no sentido amplo na conquista de uma promoção, mas simbolicamente no aperfeiçoamento gradativo contabilizado ao final de cada sessão.

Cada obreiro, do Aprendiz ao Mestre-Maçom, à medida que vai trabalhando, vai aprendendo a trabalhar, à medida que melhora, vai aprendendo a melhorar e a medida que aprende, vai aprendendo a aprender.

À medida que evolui vai aumentando o benefício que retira do seu trabalho adquirido. Não patrimonial, mas pessoal e intrínseco.

Esse benefício é o salário do maçom. A justa remuneração do seu esforço, ao final de cada sessão.

Esse salário não se conta, não se mede, não se pesa, não se avalia. Só o próprio Maçom o sente, e dele se beneficia. Tem todo o valor moral e espiritual em que faz progresso ao atingir a meia-noite.

Ademais, ao final dos trabalhos estarei um obreiro plenamente satisfeito comigo mesmo, levando para minha casa a convicção espiritual fortalecida do salário que me será adquirido ao final da presente sessão.

Bibliografia:

- Cadernos de Pesquisas Maçônicas – Volume 4 – Editora A Trolha.

- A Maçonaria Operativa – Nícola Aslan – Editora Aurora

Fonte: JBNews - Informativo nº 249 - 04.05.2011

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