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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

UMA BREVE HISTÓRIA DAS REFEIÇÕES FESTIVAS

Venerável Ir∴ Clive Moere, LGR
Tradução feita por Walter Celso de Lima, Rt.EPP
(... e, portanto, beber tragos e comer petiscos)
Irmãos, este ensaio é subintitulado "... e, portanto, beber tragos e comer petiscos". Trata sobre as origens dos costumes observados em nossas refeições festivas. Na sua preparação, consultei várias fontes às quais sou muito .agradecido. Em particular, eu gostaria de mencionar os trabalhos dos Veneráveis Irmãos Bemard Jones, Harry Carr, John Hamill e Washizu Yoshio, inclusive, as atas (transactions) publicadas pela Loja de Pesquisas Quatuor Coronati (Quatuor Coronati Lodge of Research). No entanto, quaisquer erros, omissões ou suposições erradas são de minha própria responsabilidade.

Uma refeição, no contexto de uma "refeição festiva", é uma mesa bem familiar, com alimentos. Os primeiros relatos sobre refeições festivas maçônicas foram feitos por maçons operativos no século 14, especialmente, para celebrar festas religiosas, embora podem ter sido marcadas para os encontros puramente maçônicos, referidos nas Antigas Obrigações (Old Charges). Nesses dias especiais, maçons operativos se reuniam em edifícios em construção ou, em abrigos temporários, chamados lojas e festejavam com carne assada, regada com cervejas temperadas.

O manuscrito Regius do século 14 prevê como os maçons devem se comportar nessas primeiras refeições festivas. Eles deveriam ir para a mesa com as mãos limpas, não poderiam falar com boca cheia e deveriam se abster de utilizar o guardanapo para assoar o nariz. Todos, não obstante, bons conselhos!

No final do século 17 e início do 18, primórdios da maçonaria especulativa, seus membros realizavam reuniões em tabernas e estalagens, ou, às vezes, em casas de café, onde encontravam disponíveis, prontamente, tragos e petiscos. As lojas que realizavam suas reuniões nessas tabernas, recebiam, logo, denominações das tabernas, após a primeira reunião, a exemplo da Globe Lodge n o 23, por se reunir na Taberna Globo. A primeira Grande Loja se reuniu em uma taberna chamada O Ganso e a Grelha (The Goose and the Gridiron), perto da Catedral de São Paulo (St. Paul's Cathedral), possivelmente, atraídos pelos encantos aclamados da garçonete Hannah.

A pequenez das salas, em muitos desses estabelecimentos, restringiam a quantidade de membros da loja maçônica, tal que, mais tarde, no século 18, os hotéis tomaram-se cada vez mais utilizados, pois, poderiam fornecer salas maiores, bem como, melhores instalações.

Os antigos maçons especulativos reuniam-se mais frequentemente do que fazemos hoje e, para eles, as refeições festivas não eram eventos separados da reunião maçônica em si. Algumas lojas chegaram mesmo a iniciar "irmãos servidores" apenas, para serem garçons ou músicos. Durante as reuniões, os irmãos comiam petiscos, bebiam tragos e fumavam; por isso, os aventais eram freqüentemente manchados ou danificados e a loja providenciava sua regular substituição.

Eles também cantavam, bebiam e brindavam, muitas vezes, acompanhados de muito barulho do Fogo Maçônico e das batidas dos pés. Quando realizavam as "Three Distinct Knocks" ("Três Batidas Distintas"), registradas em 1760, as pessoas sentadas abaixo de uma sala de reuniões, tinham, por vezes, medo de que o edifício seria sacudido sobre eles.

O Segundo Vigilante, chamando os Irmãos do trabalho para o descanso, para os tragos e os petiscos e, desta forma, tiveram um papel vital na consolidação da fraternidade. Não era e, não é, permitido discussões sobre política e sobre religião durante qualquer período da sessão, criando-se, assim, um espírito de tolerância que diferencia a Maçonaria da maioria das outras fraternidades. Quando a sessão estava concluída e, a loja maçônica, ritualisticamente fechada, muitas vezes, os Irmãos ficavam para a ceia (o ágape), continuando uma feliz diversão.

Os rituais de trabalho do grau eram muito menores do que os nossos de hoje. Em substituição, para a maioria das reuniões, os Irmãos sentavam ao redor de uma mesa, à luz de velas, ouvindo palestras e participando das preleções, com perguntas e respostas, para testar os conhecimentos maçônicos dos Irmãos.

As palestras foram não somente temas maçônicos, mas, abrangiam muitos temas eruditos e científicos. A Old Kings Arms Lodge realizou uma série de palestras, na década de 1730, incluindo a do Irmão Graeme sobre a fermentação de bebidas intoxicantes. A ata registra que os Irmãos ficaram "muito satisfeitos" com esta palestra especial e pediram ao Irmão Graeme para falar novamente, sobre o mesmo assunto, e foram atendidos.

Bebidas fortes eram comuns naqueles dias e arquivos de lojas relatam a compra de vinho, cerveja e bebidas destiladas, bem como açúcar, limão e noz moscada para fazer ponche. Contudo, em algumas lojas, o profano recém-iniciado devia pagar por toda a alimentação e bebida na noite da Iniciação.

Alguns maçons diziam que os laços de amizade somente seriam estreitados quando "molhados" e uma canção popular maçônica de 1778 era:

"Let every man take a glass in hand, 
Drain bumpers to our Master Grand, 
As long as he can sit or stand. " 

ou 

"Que todo homem pegue um copo na mão, 
Sorva um copo cheio para o nosso Grão Mestre, 
Enquanto ele pode sentar ou repousar." 

Embora os maçons foram, provavelmente, um dos mais bem comportados elementos da sociedade, eles não têm regras rígidas para administrar a conduta e os limites da bebida em suas reuniões. Ainda hoje, as Antigas Obrigações e Regulamentos ensinam ao Mestre da Loja eleito, a se precaver contra a intemperança e os excessos em sua loja.

Típica dos primórdios, foram as regras dos Estatutos de 1760 da Lodge of Antiquity que determinava que qualquer Irmão que discutisse religião ou política, apostas, maldições, que estivesse "embriagado" ou que vaiasse um orador, seria multado.

Em 1736, uma loja reunida na Taberna Rummer Bristol multou seu Mestre da Loja em um shilling, por estar embriagado; até mesmo os visitantes poderiam ser multados. Em 1783, a Albion Lodge nº 9 multou um visitante em um shilling por blasfêmia, quando, então, ele desafiou o Mestre para um duelo. A loja foi fechada e o resultado não foi registrado.

Tal regimento interno e as multas nem sempre foram suficientes para controlar o excesso. A Mariners' Lodge n° 576, fundada em 1799, tinha uma mesa lateral carregada de vinho e bebidas destiladas, em sua sala de reuniões e, por 6 pence, os membros poderiam tomar as bebidas que desejassem. Era uma loja muito alegre e logo entrou em dificuldades financeiras. Em 1822, essa loja foi extinta (abateu colunas), com algumas contas de tragos e petiscos em atraso por vários de seus membros. Porém, essa loja nos deixou um registro fascinante de sua história; mais um enquadramento punitivo maçônico singular que, além do simbolismo usual, também informava a boa cerveja que estava disponível na (taberna)."Rose & Crown?.

A maioria das lojas do século 18 organizavam jantares formais para celebrar as instalações de Venerável Mestre. Em 1753, na festa anual do Old Dundee Lodge n o 18, ficou registrado que 33 irmãos jantaram duas quartas partes de cordeiro com molho de carne, 12 galinhas, 23 libras (aproximadamente 10 Kg) de presunto e 2 pudins de ameixa; tudo regado por uma variedade de bebidas alcoólicas. Depois destes jantares, havia relações amigáveis com esposas, por vezes, convidadas para se apresentarem no templo da loja, ou nas salas adjacentes. Mais tarde, no século 19, tornaram-se muito populares os jantares especiais e reuniões dançantes com as Senhoras. Atualmente, nossas festas femininas são desenvolvidas a exemplo de tais eventos.

Nos primórdios, senhoras menos respeitáveis podiam, às vezes, ter sido convidadas a participar de reuniões. Em 1757, o Irmão Storey da Grenadiers Lodge n" 66 foi multado em 2 pence (1/120 de uma libra) por introduzir uma mulher em loja aberta; seu Segundo Vigilante também foi multado em 2 pence, por beijá-la.

Após a unificação das duas Grandes Lojas, no início do século 19, as reuniões maçônicas começaram a mudar significativamente. Os rituais aumentaram e tornaram-se mais extensos; as sessões tornaram-se muito mais formais e, em consequência, havia menores oportunidades para o convívio nos templos. As mesas comunais, no interior dos templos, começaram a ser substituídas por pedestais e, eventualmente, alimentos, bebidas e tabaco foram banidos dos templos, embora, em algumas lojas provinciais, os antigos costumes desapareceram mais lentamente.

Em torno deste tempo, teve início a abertura de Masonic Halls (edifícios com um conjunto de templos) em muitas cidades e metrópolis, para acomodar o crescente número de lojas e Irmãos. Contudo, bares e hotéis foram, muitas vezes, utilizados para o jantar e, tornou-se hábito realizar, após cada sessão, refeições festivas formais.

Às vezes, os aventais maçônicos ainda eram usados nessas refeições festivas, fora do templo; mas, esta prática logo acabou em desuso, apesar de perdurar em algumas lojas como o Mount Moriah Lodge n "34, onde ainda fazem suas refeições festivas em trajes de gala e todos os oficiais da loja usam seus colares e jóias.

Os hábitos, no jantar, e o bater palmas ao Mestre e loving cups (um copo grande com duas alças, que os convivas passam de mão em mão para todos beberem), muitas vezes, sendo copiados dos costumes de jantar do Craft Guilds and Livery Companies, começaram a aparecer por volta dessa época (início do século 19).

Embora, os jantares festivos fossem cada vez mais formais no século 19, eles ainda eram eventos animados. Em 1806, a Premier Grand Lodge pediu para os Mestres de Banquetes (stewards) garantirem as despesas, no preço do jantar, dos copos e vidros quebrados, inclusive, despesas com um carpinteiro para reparos. Em 1815, para controlar a superabundância e opulência, eles proibiram a água gaseificada (soda) e nozes em seus jantares festivos; o que os Irmãos estavam fazendo com isso não foi registrado!

Nos jantares festivos, música e canto sempre foram populares. Em 1737, várias lojas contribuiram para o custo de 3 orquestras distintas, para tocar no desfile anual do Grand Festival Feast.

Foram publicados muitos livros de canções maçônicas e, algumas canções foram incluídas nos primeiros livros das Constituições; somente uma dessas antigas canções ainda é, normalmente, cantada hoje; é a Canção do Aprendiz Iniciado (Entered Apprendice s Song). A letra desta música foi publicada, pela primeira vez, no início de 1700, e foi, provavelmente, escrita por Matthew Birkhead, um ator comediante do Drury Lane Theatre, que era maçom.

Estas canções eram, frequentemente, para tomar vinho e fazer brindes entre seus versos; mas, a primeira referência formal para brindes maçônicos está no Livro das Constituições de Anderson, de 1738. Este relato refere-se ao Grão-Mestre, revivendo, em 1719, os brindes antigos e peculiares dos maçons; mas, Anderson não pormenorizou a maneira como se brindava. No entanto, sabemos, a partir de revelações anteriores, que o Fogo Maçônico foi feito nestes brindes.

O costume Fogo, como brinde, não é um costume exclusivamente maçônico; acredita-se que deriva de uma antiga tradição em acontecimentos militares ou públicas, de canhões ou mosquetes, que atiraram para marcar um brinde. Shakespeare se referiu a esta prática em Hamlet.

Sabemos de exemplos de Fogo Maçônico com disparos reais. A Vermon Lodge em Dublin (atual Irlanda) realizou, em 1741, uma celebração ao ar livre, onde cada brinde foi marcado por um disparo real de um mosquete. Na Festa Anual Maçônica, realizada perto de Sunderland, em 1775, foi relatado que os brindes foram "bebidos com o disparo de um canhão". Esperemos que não hajam brindes e disparos numa magnitude maior!

O uso real de canhões e mosquetes foi fora do comum, mas se tomou uma prática para os comensais, para marcar um brinde, bater as taças na mesa, imitando o disparo de fogo. Contudo, alguns autores sugerem que o entusiasmo de bater as taças sobre a mesa surgiu primeiro e a semelhança com mosquete ou fogo de canhão só foi observado posteriormente.

Os primeiros relatos escritos sobre o Fogo Maçônico são franceses, mas isso não significa, necessariamente, que tenha se originado na França. A primeira descrição detalhada foi dada em francês, numa revelação em francês, de 1737, "Réception d'un Frey-Maçon, que usou informações obtidas por Madernoiselle Carton, da Ópera Francesa, em retribuição a seus favores.

O vinho é chamado pólvora e as taças são denominadas armas; ao beber uma saúde de um Iniciado, os Irmãos colocam-se em pé. O Mestre diz, então, que se "carregue" as armas (as taças). Em seguida, comanda: "coloquem suas mãos em suas armas". A taça é ergui da em direção aos lábios, em 3 movimentos e, então, se bebe. A taça vazia, era, então, movida em direção ao lado esquerdo do peito; depois, ao lado direito do peito e, em seguida, estendida para a frente, por três vezes, voltando em 3 movimentos. Antes de retomar a estes 3 movimentos, a taça era batida com muito ruído sobre a mesa.

Depois, os Irmãos batiam palmas e gritavam "VIVAT" por 3 vezes.

Mais tarde, expandiu-se a analogia ao fogo de artilharia; as garrafas chamadas de "barris" (de pólvora) e as taças de "canhão" ou peças de artilharia. As instruções para um brinde são: "Carregar os canhões - Apontar Armas - Fazer Pontaria - Fogo – Grande Fogo!". Nos dias atuais, os Vigilantes relatam que suas colunas estão "totalmente carregadas" em conformidade com esta antiga instrução.

Na Inglaterra, as atas de 1734 da Old King s Arms Lodge n" 28 registram a saúde do Mestre Eleito, que é brindado por "três vezes três"; as primeiras descrições detalhadas do Fogo Maçônico, em inglês, não aparecem até as revelações na década de 1760. São descritos desta forma:

Primeiro, os diáconos certificam-se de que as taças estejam totalmente carregadas. O Mestre da Loja, então, levanta sua taça e propõe um brinde, com três vezes três, no grau de aprendiz. Os Irmãos repetem o brinde e bebem. Depois de imitar o Mestre, eles seguram as suas taças vazias à frente, antes de retirá-Ia, cruzando, 3 vezes a garganta e colocando de volta na mesa em 3 movimentos. Um barulho de detonação reproduz o último movimento. Depois, antes de sentar, os Irmãos levantam suas mãos ao peito e batem palmas nove vezes em 3 grupos de 3, batendo os pés em uníssono e terminando com um final "HUZZA".

Durante a descarga de fuzilaria, as taças são, muitas vezes, quebradas, e os Irmãos podem ser multados. Quando isso aconteceu, em 1767, a Old Lodge em Wakefield, multou dois Irmãos, em um shilling cada, pelas taças "explodidas num Fogo". Foram confeccionados, então, taças ou cálices especiais, com fundo reforçado, para reduzir quebras; com o tempo, a maioria das lojas desistiu de fazer estes sinais com as taças. Alterando o tipo de Fogo, que hoje conhecemos, podemos, agora, estudá-lo em detalhes.

Tem sido sugeri das várias origens para os 3 gestos simbólicos que iniciam o Fogo e que representam o sinal da Cruz, o martelo de Thor, ou mesmo, uma trolha para espalhar o cimento. No entanto, as evidências indicam claramente que eles são, de fato, os vestígios dos sinais de aprendiz, em alusão às primeiras representações de descarga de fuzilaria, que explica porque os jantares festivos deveriam ser telhados (cobertos).

Os símbolos degenerados, nestas circunstâncias, apenas indicam gestos, embora a Emulation Lodge of Improvement ainda usa o sinal regular de Aprendiz, transmitido ao iniciado, durante sua preleção de primeiro grau, quando brindam um Fogo. As primeiras informações, para brindar em cada grau de diferentes rituais, têm semelhanças com os sinais de diferentes graus e saudações que conhecemos hoje. A Lodge of Loyalty; nas Bermudas, continua a fornecer um Fogo semelhante à saudação de Companheiro.

Avançar na sequência de disparos de artilharia é uma contagem "1 - 2". Esta é uma reminiscência dos dois movimentos anteriormente feitos, antes de bater uma taça sobre a mesa, mas que, agora, anuncia um estrondo extra, adicionado aos 9 originais. Por vezes, o Mestre da Loja golpeia com seu malhete, para aumentar o barulho da detonação.

O Fogo Maçônico é, normalmente, concluído por 9 estrondos, dados em 3 grupos de 3. As saudações dadas por estrondos são audíveis, batendo com os pés ou golpeando o avental, o que é, frequentemente, mencionado nas antigas atas. O número, neste caso, pode derivar da bateria do Aprendiz, ou seja, um símbolo dos 9 sinais para um verdadeiro maçam: reportado em alguns registros antigos maçônicos.

Não há nenhuma evidência para sugerir que o Fogo Maçônico seja, de alguma maneira, ligado à salva de 21 tiros da marinha. As ações mais utilizadas do Fogo totalizam 21 tiros; entretanto, cada um é, claramente, de uma causa isolada.

O Fogo Maçônico não é universal na maçonaria e sempre variou muito na forma e no desenvolvimento. Algumas lojas ainda usam taças para tiro e outras pequenas pedras para anunciar o Fogo. Alguns dão "Fogo Incessante", onde cada Irmão bate a taça na mesa, em sequência, ou uma variação chamada "Fogo em Cadência", onde as taças são batidas na mesa, num movimento circular.

Em outra variação, a Lodge of Regularity n° 91 propõe "Fogo Secretário", onde mensagens secretas dos Irmãos circulam ao redor da mesa, antes de bater com suas taças de fuzilaria sobre a mesa. A Fitzroy Lodge nº 569 propõe o "Fogo Regimental", onde os procedimentos são feitos de modo a representar o balanço de um fuso ou cone, num crescente, até que, simbolicamente, uma granada seja armada e detonada.

O Fogo silencioso, por vezes, usado para brindes para os Irmãos Ausentes e para o Guarda Externo, pode derivar do Fogo tranquilo (Fogo pacífico ou discreto). Uma vez usado para honrar os Irmãos que partiram, embora o Fogo do Guarda Externo pode ser omitido, por orientação superior, ele não possa estar do lado de fora da loja para evitar bisbilhoteiros.

Mas, vamos deixar o Fogo Maçônico e voltar para o desenvolvimento dos jantares festivos como um todo.

No final do século 19, os jantares festivos atingiram o seu apogeu como um evento esmerado de banquete; trajavam vestimentos formais (smoking) e serviam até 10 pratos com iguarias, muitos vinhos e longos brindes, acompanhados por música e canto, frequentemente, com artistas profissionais.

Estes usos e costumes perduraram até o início do século 20 e ainda podem ser encontrados, hoje, em nossos jantares festivos. Mas, mudanças sociais e tendências modernas, juntamente com o aumento de custos, progressivamente, levam a uma menor formalidade, com menus mais restritos e menos brindes.

Contudo, os jantares festivos no século 20 poderiam ser, ainda, acontecimentos extraordinários. Em 1925, possivelmente, o maior jantar festivo maçônico, jamais realizado antes, aconteceu no Olympia de Londres para arrecadar fundos para o novo Freemason's Hall, em Londres. Mais de 7.000 Irmãos estavam sentados em mesas com 3 milhas (4,8 km) de comprimento e servidos por 1.360 garçonetes.

Mais curiosamente, em 1946, um jornal maçônico anunciou a "serragem de uma mulher ao meio" como um entretenimento de um jantar festivo. Espero que este foi um honrado mágico ilusionista, ao invés de uma encenação de uma das nossas penalidades tradicionais!

Se eu pudesse terminar este ensaio, meus Irmãos, com um brinde, no jantar festivo tradicional, eu o faria para os "nossos antepassados maçônicos, que nos deixaram um legado tão rico de companheirismo, boas maneiras e

BOM FOGO !"

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