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quinta-feira, 16 de junho de 2016

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (1ª PARTE)

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (1ª PARTE)
Valdemar Sansão

Ter compromisso é pagar sem ser cobrado, fazer sem ser lembrado, cuidar das coisas como se fossem suas mesmo.

1- Comprometimento - Ninguém é forçado a assumir um compromisso, mas, se o fizer, tem a obrigação de cumpri-lo, sobretudo quando aceito por aquele que foi escolhido para desempenhar cargos ou funções na administração da Loja ou da Sublime Instituição.

Quando ocupamos cargos ou funções, devemos ter respeito, confiança e amor para se concretizar o trabalho em que nos propusemos. Se não conseguirmos por motivos alheios à nossa vontade, devemos renunciar, para não atrapalharmos o trabalho do grupo. O compromisso é afetivo gostamos do convívio coletivo, fazendo o que gostamos, gostando do que fazemos.

O maçom respeita as normas do trabalho da Instituição, as regras da Constituição, os Regulamentos ou Regimentos, os Landmarks - que muitos consideram como os princípios fundamentais da Maçonaria - cumprindo fielmente os mesmos. Enfim devemos estar comprometidos primeiro conosco, com amor próprio e por consequência estaremos também alinhados com os outros da nossa convivência, para que seja harmoniosa e enriquecedora, pois somos eternos Aprendizes.


2 - Cargos em Loja – Dentro de uma Loja maçônica inexistem cargos maiores ou cargos menores; todos são importantes. Todos são cargos honoríficos e desempenhados com interesse dentro de suas atribuições, obedecendo as funções fixas, que independem de serem ordenadas e tomando parte da programação estabelecida com antecedência. Para que os membros da Loja possam executar com experiência as suas funções, é de todo conveniente que iniciem com as funções mais simples; o futuro Venerável Mestre deverá ser um maçom que tenha passado pela secretaria, oratória e vigilâncias; somente, então, estará apto para conduzir os destinos da Loja.

As Lojas que obedecem a critérios maduros têm o cuidado de preparar os futuros veneráveis mestres que deverão ter, além da experiência administrativa, pleno conhecimento da legislação maçônica. Ademais, devem possuir qualidades de liderança, afeto e, sobretudo, tolerância, compreensão e amor fraternal.

O maçom não deve insistir em galgar um lugar para o qual não possui aptidões; a distribuição de cargos não raro tem propiciado inconveniências e fracassos. O maçom deve aceitar o que lhe é proposto e gerir o seu cargo com respeito, diligência e tolerância.

Entrada de retardatários – Independente do grau em que a Loja estiver trabalhando, o Obreiro retardatário deverá dar a Bateria do Grau de Aprendiz, se nesse momento o ingresso não puder ser dado (abertura dos Trabalhos, decifração de balaústres e expediente, processo de discussão e votação de propostas etc.). Também não pode o retardatário ter ingresso ao T durante a circulação da Bol PProp. Esta deverá circular sempre com formalidades, e não poderá ter sua circulação interrompida para dar-se entrada a um Ir retardatário. Ele deverá aguardar fora do T a circulação, conferência e se houver CCol gravadas que sejam decifradas pelo VM após o que lhe será dado o ingresso ao T “obrigatoriamente com formalidades”. Se por motivo imperioso e inadiável, a porta tiver que ser aberta, a Bolsa interrompe o seu giro. Se o retardatário for o próprio Venerável, os Obreiros o receberão de pé e à Ordem, o que não sucederá com nenhum outro Irmão do Quadro.

Cargo vago designa o que não está ocupado, não preenchido. Em Loja maçônica, o cargo vago, ao início de uma Sessão, é preenchido pelo substituto legal do titular, ou pelo adjunto deste, apenas para aquela ocasião; nesse caso, se o titular chegar atrasado, não assumirá o cargo – com exceção do V M – em decorrência de um princípio de ética maçônica, que envolve a consideração devida ao Obreiro que assumiu o lugar. A vacância definitiva de um cargo exige uma nova eleição, ou uma nova nomeação, dependendo do caso e da legislação da Obediência, existindo casos em que, decorrida mais da metade do mandato, o substituto assume em definitivo sem necessidade de nova eleição.

3 – O Venerável Mestre – O Venerealato é uma arte para cujo desempenho exige- se sacrifício pessoal, privação de certos prazeres, renúncia ao conforto. Requer ao mesmo tempo tato para “desbastar arestas”, ou seja, para evitar a formação de áreas de atrito e descontentamento, conduzindo-se com a sabedoria de Salomão, portanto com imparcialidade e justiça. Suas funções são complexas. Exigem uma equipe homogenia com amplo conhecimento dos problemas e agilidade para solucionar os conflitos de cada momento.

O malhete maçônico na mão do Venerável Mestre é uma recordação perene de que a sabedoria é o maior dom que o homem pode alcançar. Por uma batida de malhete o Venerável tem o poder de conceder e cassar a palavra a qualquer irmão; de suspender e de reabrir os trabalhos; de pôr termo sumariamente a uma sessão; de cobrir os direitos de irmãos ou de adverti- los nas suas expressões de linguagem. O malhete do V M é chamado, o malhete da sabedoria. O Venerável Mestre não pode ser radical nem arbitrário nas suas decisões. Nem tampouco, tíbio ou covarde. Tem que ser enérgico sem descambar para a arbitrariedade; acessível sem descer à bajulação; tolerante sem pusilanimidade, sem covardia.

Para bem desempenhar a missão e satisfazer seus compromissos não deve pensar nas críticas, favoráveis ou adversas, que possam vir a ser feitas. Deve, antes, cuidar daquilo que lhe foi confiado e que terá de passar ao sucessor em melhores condições daquelas que recebeu.
    
O Trono do Venerável Mestre é visualizado o tempo todo da duração de uma sessão da Loja, pois o dirigente da Loja encontra-se centralizado. Nossa atenção deve ser permanente, uma vez que o V M atua como se fosse um maestro de orquestra, tendo o malhete, em vez da batuta.

A ritualidade obedece ao seu comando e o ritual encontra desenvolvimento por meio desse comando, feito com a maior perfeição possível, dentro da capacidade maçônica de cada presente.

Estar aos pés de um trono induz à veneração que, por sua vez, é uma fonte de inspiração; o V M é o modelo a ser seguido, uma vez que foi guindado ao posto pela vontade da maioria.

A comunhão entre os Irmãos da Loja faz com que jamais nos sintamos sós; é um dos aspectos do amor fraterno. Para o veneralato de Loja, são inelegíveis os Maçons que não forem colados no Grau de Mestre, que não estiverem no pleno gozo de seus direitos maçônicos e que forem empregados ou beneficiários da Obediência.

A missão do Venerável Mestre é árdua, difícil e espinhosa, mas, ao mesmo tempo, sublime, nobre e encantadora, assim como a nossa Sublime Instituição, a qual se dá tudo sem nada pedir.

4 – Os Vigilantes – Denominação dos dois primeiros Oficiais de uma Loja, que seguem por ordem hierárquica ao V M, sucedendo-o na Presidência durante os seus impedimentos.

Quando o 1º Vig percorre as Colunas, para verificação ele estará fixando seu olhar no olhar do irmão e assim, capacitar-se-á a responder ao VM que todos os presentes são maçons; o olhar Vigilante perscruta o íntimo do Ir, encontrando-o despido de vaidades e pleno de bons propósitos.

No que respeita aos Irmãos que ocupam as colunas, esses devem ver no Vigilante a autoridade do cargo, respeitando-o, mantendo a postura ao falar, não se locomover sem permissão. Esotericamente, o 1º Vigilante comanda o Setentrião e protege a todos das tempestades e anomalias – ao norte da Abóbada Celeste, no ocaso do firmamento, vemos nos tetos das Lojas, nuvens espessas e negras: é o Setentrião; sob esses símbolos está o 1º Vigilante.


A Segunda Vigilância empresta harmonia e beleza às Colunas e comanda a sua própria, dando ordens ao Guarda do Templo e dando pela segurança da Loja. A ele são desviadas a mesma obediência e respeito. Comanda, igualmente, o nascer da luz, uma vez que se situa ao nascente.

Fonte: JB News – Informativo nr. 2.064 – Melbourne (Vic.) sexta-feira, 27 de maio de 2016

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