CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (1ª PARTE)
Valdemar Sansão
Ter compromisso é pagar sem ser cobrado, fazer sem ser
lembrado, cuidar das coisas como se fossem suas mesmo.
1- Comprometimento - Ninguém é forçado a assumir um
compromisso, mas, se o fizer, tem a obrigação de cumpri-lo, sobretudo quando
aceito por aquele que foi escolhido para desempenhar cargos ou funções na
administração da Loja ou da Sublime Instituição.
Quando ocupamos cargos ou funções, devemos ter respeito,
confiança e amor para se concretizar o trabalho em que nos propusemos. Se não
conseguirmos por motivos alheios à nossa vontade, devemos renunciar, para não
atrapalharmos o trabalho do grupo. O compromisso é afetivo gostamos do convívio coletivo, fazendo o que gostamos,
gostando do que fazemos.
O maçom respeita as normas do trabalho da Instituição, as
regras da Constituição, os Regulamentos ou Regimentos, os Landmarks - que
muitos consideram como os princípios fundamentais da Maçonaria - cumprindo
fielmente os mesmos. Enfim devemos estar comprometidos primeiro conosco, com
amor próprio e por consequência estaremos também alinhados com os outros da
nossa convivência, para que seja harmoniosa e enriquecedora, pois somos eternos Aprendizes.
2 - Cargos em Loja – Dentro de uma Loja maçônica inexistem
cargos maiores ou cargos menores; todos são importantes. Todos são cargos
honoríficos e desempenhados com interesse dentro de suas atribuições,
obedecendo as funções fixas, que independem de serem ordenadas e tomando
parte da programação estabelecida com antecedência. Para que os membros da
Loja possam executar com experiência as suas funções, é de todo conveniente
que iniciem com as funções mais simples; o futuro Venerável Mestre deverá
ser um maçom que tenha passado pela secretaria, oratória e vigilâncias;
somente, então, estará apto para conduzir os destinos da Loja.
As Lojas que obedecem a critérios maduros têm o cuidado de
preparar os futuros veneráveis mestres que deverão ter, além da experiência
administrativa, pleno conhecimento da legislação maçônica. Ademais,
devem possuir qualidades de liderança, afeto e, sobretudo, tolerância,
compreensão e amor fraternal.
O maçom não deve insistir em galgar um lugar para o qual
não possui aptidões; a distribuição de cargos não raro tem propiciado
inconveniências e fracassos. O maçom deve aceitar o que lhe é proposto e
gerir o seu cargo com respeito, diligência e tolerância.
Entrada de retardatários – Independente do grau em que a
Loja estiver trabalhando, o Obreiro retardatário deverá dar a Bateria do Grau
de Aprendiz, se nesse momento o ingresso não puder ser dado (abertura dos
Trabalhos, decifração de balaústres e expediente, processo de discussão e votação
de propostas etc.). Também não pode o retardatário ter ingresso ao T∴
durante a circulação da Bol∴ PProp∴. Esta deverá circular sempre com formalidades, e não
poderá ter sua circulação interrompida para dar-se entrada a um Ir∴
retardatário. Ele deverá aguardar fora do T∴ a circulação, conferência e se
houver CCol ∴
gravadas que sejam decifradas pelo V∴M∴ após o que lhe será dado o
ingresso ao T∴
“obrigatoriamente com formalidades”. Se por motivo imperioso e inadiável, a
porta tiver que ser aberta, a Bolsa interrompe o seu giro. Se o retardatário
for o próprio Venerável, os Obreiros o receberão de pé e à Ordem, o que
não sucederá com nenhum outro Irmão do Quadro.
Cargo vago designa o que não está ocupado, não
preenchido. Em Loja maçônica, o cargo vago, ao início de uma Sessão, é
preenchido pelo substituto legal do titular, ou pelo adjunto deste, apenas para
aquela ocasião; nesse caso, se o titular chegar atrasado, não assumirá o
cargo – com exceção do V∴ M∴ – em decorrência de um princípio de ética maçônica,
que envolve a consideração devida ao Obreiro que assumiu o lugar. A vacância
definitiva de um cargo exige uma nova eleição, ou uma nova nomeação,
dependendo do caso e da legislação da Obediência, existindo casos em que,
decorrida mais da metade do mandato, o substituto assume em definitivo sem
necessidade de nova eleição.
3 – O Venerável Mestre – O Venerealato é uma arte para
cujo desempenho exige- se sacrifício pessoal, privação de certos prazeres,
renúncia ao conforto. Requer ao mesmo tempo tato para “desbastar arestas”, ou
seja, para evitar a formação de áreas de atrito e descontentamento,
conduzindo-se com a sabedoria de Salomão, portanto com imparcialidade e
justiça. Suas funções são complexas. Exigem uma equipe homogenia com amplo
conhecimento dos problemas e agilidade para solucionar os conflitos de cada momento.
O malhete maçônico na mão do Venerável Mestre é uma
recordação perene de que a sabedoria é o maior dom que o homem pode alcançar. Por uma
batida de malhete o Venerável tem o poder de conceder e cassar a palavra a
qualquer irmão; de suspender e de reabrir os trabalhos; de pôr termo
sumariamente a uma sessão; de cobrir os direitos de irmãos ou de adverti- los
nas suas expressões de linguagem. O malhete do V∴ M∴ é chamado, o malhete da sabedoria. O Venerável Mestre não pode ser radical nem arbitrário
nas suas decisões. Nem tampouco, tíbio ou covarde. Tem que ser enérgico sem
descambar para a arbitrariedade; acessível sem descer à bajulação;
tolerante sem pusilanimidade, sem covardia.
Para bem desempenhar a missão e satisfazer seus
compromissos não deve pensar nas críticas, favoráveis ou adversas, que
possam vir a ser feitas. Deve, antes, cuidar daquilo que lhe foi confiado e que
terá de passar ao sucessor em melhores condições daquelas que recebeu.
O Trono do Venerável
Mestre é visualizado o tempo todo da duração de uma sessão da Loja, pois o
dirigente da Loja encontra-se centralizado. Nossa atenção deve ser
permanente, uma vez que o V∴ M∴ atua como se fosse um maestro de orquestra, tendo o
malhete, em vez da batuta.
A ritualidade obedece ao seu comando e o ritual encontra
desenvolvimento por meio desse comando, feito com a maior perfeição
possível, dentro da capacidade maçônica de cada presente.
Estar aos pés de um trono induz à veneração que, por sua
vez, é uma fonte de inspiração; o V∴ M∴ é o modelo a ser seguido, uma vez
que foi guindado ao posto pela vontade da maioria.
A comunhão entre os Irmãos da Loja faz com que jamais nos
sintamos sós; é um dos aspectos do amor fraterno. Para o veneralato de Loja,
são inelegíveis os Maçons que não forem colados no Grau de Mestre, que não
estiverem no pleno gozo de seus direitos maçônicos e que forem empregados ou
beneficiários da Obediência.
A missão do Venerável Mestre é árdua, difícil e
espinhosa, mas, ao mesmo tempo, sublime, nobre e encantadora, assim como a
nossa Sublime Instituição, a qual se dá tudo sem nada pedir.
4 – Os Vigilantes – Denominação dos dois primeiros
Oficiais de uma Loja, que seguem por ordem hierárquica ao V∴ M∴,
sucedendo-o na Presidência durante os seus impedimentos.
Quando o 1º Vig∴ percorre as Colunas, para
verificação ele estará fixando seu olhar no olhar do irmão e assim, capacitar-se-á
a responder ao V∴M∴ que
todos os presentes são maçons; o olhar Vigilante perscruta o íntimo do Ir∴,
encontrando-o despido de vaidades e pleno de bons propósitos.
No que respeita aos Irmãos que ocupam as colunas, esses
devem ver no Vigilante a autoridade do cargo, respeitando-o, mantendo a postura
ao falar, não se locomover sem permissão. Esotericamente, o 1º Vigilante
comanda o Setentrião e protege a todos das tempestades e anomalias – ao norte
da Abóbada Celeste, no ocaso do firmamento, vemos nos tetos das Lojas, nuvens
espessas e negras: é o Setentrião; sob esses símbolos está o 1º Vigilante.
A Segunda Vigilância empresta harmonia e beleza às Colunas
e comanda a sua própria, dando ordens ao Guarda do Templo e dando pela
segurança da Loja. A ele são desviadas a mesma obediência e respeito.
Comanda, igualmente, o nascer da luz, uma vez que se situa ao nascente.
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.064 – Melbourne (Vic.) sexta-feira, 27 de maio de 2016
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