Em 08/11/2022 o Respeitável Irmão Wellington Sampaio, Loja Cavaleiros de Aço de Alagoas, 34, REAA, GLOMEAL (CMSB), Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, apresenta a seguinte questão:
COLUNAS ZODIACAIS DO COMPANHEIRO E DO MESTRE
Esta semana houve uma apresentação de uma peça de arquitetura sobre as Colunas Zodiacais e os Doze Pentaclos, e durante a apresentação foi dito que as seis colunas do Norte corresponderiam à senda iniciática do Aprendiz, as três primeiras colunas do Sul (Libra, Escorpião e Sagitário), a do Companheiro, e as três últimas (Capricórnio, Aquário e Peixes), a do Mestre, porém, logo após a apresentação um Irmão Mestre questionou dizendo que as três primeiras colunas do Sul (Libra, Escorpião e Sagitário) de fato corresponderiam à senda do Companheiro, mas que somente a sexta coluna (Libra) corresponderia a Companheiro, e as demais (de Escorpião a Peixes), a do Mestre. Face a essa discordância, resolvi pesquisar e, para minha surpresa, vi autores corroborando com o a primeira versão e outros com a segunda.
Diante do acima exposto, solicito ao Irmão, se possível, verificar a possibilidade de esclarecer essa celeuma.
CONSIDERAÇÕES:
De fato, alguns autores assim interpretam, com isso colocam o Companheiro Maçom apenas na constelação correspondente à Libra. Entretanto, outros, como eu, enxergam de modo mais amplo, ou seja, determinam que o 2º Grau é senhor de todo o ciclo iniciático correspondente ao outono que ocorre no hemisfério Norte.
Eu assim entendo porque o Grau de Mestre é recente na conjuntura histórica da Maçonaria Especulativa – o 3º Grau somente veio aparecer em 1725, sendo oficializado na Inglaterra em 1738.
Historicamente, entre os séculos XVII e XVIII o 2º Grau seria enfim desmembrado para resultar em um 3º. Iniciaticamente essa jornada acabaria se dividindo em duas últimas etapas – a do outono e do inverno. Vale lembrar que até o segundo quartel do século XVIII a Maçonaria Especulativa (dos Aceitos) possuía apenas “dois graus”, o de Aprendiz e o de Companheiro.
No contexto dessa alegoria iniciática e o REAA, já que este possuí as Colunas Zodiacais na sua decoração, Libra marca o ingresso do Companheiro nessa fase da vida, no entanto durante toda a estação outonal ele continuará sendo o Companheiro. Em síntese, ele passa pelos alinhamentos astronômicos correspondente à Libra, Escorpião e Sagitário. Na alegoria da Natureza o Companheiro tem o seu ápice, meio e fim, em Libra, Escorpião e Sagitário respectivamente.
A conclusão do ciclo outonal menciona que o iniciado alcançou a maturidade, etapa em que iniciáticamente ele encerra o trabalho material para, com base na sua experiência até então adquirida, doravante ensinar aos pósteros o que ele efetivamente aprendera.
Nesse sentido, o iniciado então passa da ação e do trabalho material - pragmática do 2º Grau - para o ciclo espiritual, condição necessária para o renascimento que virá após o ciclo do inverno.
Assim, nas últimas três etapas (Capricórnio, Aquário e Peixes), encerra-se a jornada pela morte simbólica no Iniciado, restando como exemplo para a eternidade a sua obra – conforme a semeadura virá a colheita.
Sob essa óptica, entendo que o trajeto iniciático do REAA pelo topo do Sul corresponde aos ciclos do outono e do inverno, por extensão aos graus de Companheiro e Mestre respectivamente.
Desse modo, os três últimos meses da jornada correspondem ao inverno que ocorre ao Norte (onde nasceu a Maçonaria). Alegoricamente esse fato representa a morte do Sol (H∴ A∴).
Dias curtos e noites longas deixam a Terra viúva do Sol, o que em linhas gerais significa a prevalência das trevas. Os meses do inverno, estigmatizados pelos três mm∴ CComp∴, golpeiam a Luz deixando a Mãe Terra inerte até a próxima primavera.
Essa passagem iniciática está fartamente representada na Câmara do Meio e na Exaltação ao Grau de Mestre Maçom do REAA.
Graças a isso é que reafirmo ser esse o meu entendimento sobre a jornada iniciática do Maçom ao passar pelo topo da Coluna do Sul.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br