Repasse: Ir∴ Marcos Antonio Bergantini
O divino Oleiro é o arquiteto de toda a criação. Cada peça é cuidadosamente sonhada e projetada.
O barro disforme nas mãos do Oleiro deixa-se transformar numa obra original e irrepetível. O barro, por si só, não se transforma em vaso, cântaro, pote ou vasilha. A pessoa não pode, por suas próprias forças, transformar-se e resgatar sua identidade.
O barro é escolhido
Dentre duzentos tipos de barro conhecidos, somente oito servem para fazer vasos.
O divino Oleiro escolhe o barro. Se você é escolhido por Deus, isso significa que você é um barro bom e que o divino Oleiro deseja fazer de você uma obra de arte.
O barro é curtido
O barro é escolhido e deixado de lado para repousar por um tempo. Ele deve ser curtido com a finalidade de criar maior liga. Quanto maior o vaso, mais longo é o tempo do curtimento.
A fase do curtimento em sua vida pode significar o silêncio do divino Oleiro. Parece que Ele fala com todo mundo, menos com você. Esta fase depende do tipo de vaso que o divino Oleiro quer fazer.
O barro é prensado
Depois de superada essa fase, o barro necessita ser prensado para que o ar, as pedras, as raízes e as impurezas sejam retiradas, formando uma massa consistente. Pode ser angustiante ser prensado sem entender o porquê e nem o para quê.
Deus permite que você seja humilhado, pisado para poder tirar todo orgulho, e vaidade...
Parece que todos falam mal de você, ninguém o entende, julgam suas atitudes...
Sem a presença do Espírito Santo, sem a humildade, sem a disponibilidade, sem a fé e confiança o "vaso" fica inconsistente.
Chegou a hora decisiva: um punhado de barro nas mãos do Oleiro vai ganhar a forma desejada. É o momento da entrega total. Ele é colocado sobre a roda de modelar. Deixa-se modelar: de barro a vaso. Esta atitude requer abrir mão de todos os caprichos, ambições e permitir que o Oleiro modele o barro segundo Sua sabedoria.
O Oleiro não retira o olhar da obra que está construindo. Nada desvia sua atenção.
Inicia a obra com leves toques periféricos regados com água. Depois, decididamente, rasga o barro, abrindo espaço no inteiro para trabalhar o vaso como havia concebido no coração. Após a obra concluída, pára e contempla.
O vaso modelado fica em repouso
Com cuidado o Oleiro leva o vaso para o forno para ser temperado. O fogo abrasador leva-o ao seu limite de resistência. Sente o calor permear cada fibra. Somente o vaso que suportar o calor no forno está hábil para cumprir sua tarefa.
O vaso é provado
O Oleiro retira cada peça do forno e verifica a sua capacidade de resistência, dando-lhe um peteleco. O som emitido é a prova. Se o som é chocho voltará ao forno, porque ainda não está pronto, mas se ele "cantar" é porque está apto para seguir seu destino.
O vaso é destinado
Quando o "vaso" está pronto, o divino Oleiro o enche do Seu Espírito e o envia a ser "vaso de benção" a quem encontrar no caminho.
Fonte: JBNews - Informativo nº 158 - 27/01/2011