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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

FRASES ILUSTRADAS

GOLPES DE MALHETE - PROVA DA TAÇA

Em 08.01,2025 o Respeitável Irmão Joelmo Maciel, Loja Caridade e Sigilo, 991, REAA, GOB BAIANO, Oriente de Alagoinhas, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte.

GOLPES DE MALHETE 

Na Leitura do novo Ritual Aprendiz do REAA 2024, surgiu uma dúvida quando na Página 140, após o candidato “esgotar toda a bebida que restou na caneca”, há a batida por parte do 1º Vig, depois 2º Vig e por final do Venerável que complementa com uma frase. Tendo, portanto, uma troca na ordem das batidas, diferente do ritual de 2009 e não constante nenhuma informação no SOR nos itens 110 a 114. As perguntas são: Foi algum erro de impressão? 

Essa troca é proposital? O 1º Vig não estaria muito distante para saber em que momento
exato deve proceder com a batida no malhete? Até porque as vezes os irmãos que acompanham o candidato encobrem a visão!

CONSIDERAÇÕES:

Não se trata de digitação errada. O ritual está correto. A ordem de sequência de golpes de malhete é 1º e 2º VVig. O golpe dado a seguir pelo Ven Mestre é para atender à solicitação dos VVig.

Destaco que esta ação não é uma de salva de bateria dada sobre o altar e nas mesas dos VVig. 

Explico: o golpe dado pelo 1º Vig significa um pedido para cessar a prova, o qual é acompanhado pelo 2º Vig. Já o golpe de malhete dado a seguir pelo Venerável Mestre, não é um pedido, mas um golpe de alerta e reprimenda ao Candidato antes dele encerrar a prova.

Assim, quem pede ao Ven Mestre para cessar a prova são os VVig. Nesse contexto, o Ven não participa do pedido porque é ele, ajudado pelo Sacrif, quem está aplicando a prova (não faria sentido ele pedir para ele mesmo a cessasse). Desta forma, para que a prova efetivamente seja encerrada, o 1º Vigé o primeiro a pedir por um golpe de malhete, seguido logo depois pelo o 2º Vig. Atendendo aos VVig, o Ven Mestre com um golpe de malhete manda retirar o Cand e encerra a prova.

À vista disso, a sequência de golpes dados pelos VVig, nesta ocasião, não se trata de uma salva pela bateria. Trata-se sim de um pedido feito pelo VVig, atendido pelo Ven Mestre.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

 nº 106 - Tábua Esmeraldina

Brethren,

Vez ou outra é interessante relembrar certas coisas e refletir, novamente, sobre os ensinamentos nelas contidas. É o caso da “Tábua Esmeraldina” de Hermes Trimegisto.

Isto é complexo, mas é verdadeiro sem mentiras:
Tudo o que está aqui embaixo também está no alto;
também no alto está o que está embaixo,
pois tudo é obra de uma só coisa.
Todas as coisas vieram e vem de uma,
da qual tudo nasceu e à qual tudo se ajustou,
pois tudo se adaptou a ela, a Causa Ùnica.
O Pai de tudo, que é a realidade, que é o querer do universo,
Aqui está, com sua força total convertida em Terra.
Se quiserdes saber o segredo dessa força suprema,
deveis separar a terra do fogo,
o fino e sutil do espesso e grande,
Suavemente e com todo cuidado.
Sobe da terra ao céu e, dali, volte à terra,
para receber a força do que está em cima e
do que está embaixo.
Assim, receberás a luz de todo o mundo
e as trevas se afastarão de ti.
Esta é a força de todas as forças, que vencerá tudo o que é sutil,
como vencerá tudo quanto é grande,
e que penetrará em tudo o que é sólido e palpável.
Portanto, o mundo pequeno está feito,
à semelhança do mundo grande.
Assim e desse modo, ocorrerão mudanças prodigiosas.
Por isso me chamam Hermes Trimegisto,
Pois possuo as três partes da Sabedoria de todo o mundo.
Terminado está o que disse sobre a Obra do Sol.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

VAIDOSO ARROGANTE

(a) Baixa auto-estima e complexo de inferioridade

Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o Maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos Maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.

Uma característica marcante que se nota neste tipo de Maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca.

O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do Maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar.

Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato este afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos.

Narcisismo em um dos extremos, e baixa auto-estima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.

A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.

Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles ingressam na Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isso obter algum prestígio. Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem. Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda á mitigar um pouco a dor crônica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem em suas personalidades enfermas.

O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis exceções. Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de caráter conhecido pelo nome de "Narcisismo", que o torna ainda pior do que o seu êmulo sem instrução.

Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, este maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários. Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele.

Pobre do irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar-lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: Sabe com quem está falando! Desse modo ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia.

O número de irmãos que detesta ou despreza este tipo de Maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito.

Na vida profana seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente.

Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos. O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos em nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz em seus rostos.

Em sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de auto-afirmação, é comum vermos este garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta em seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo em uma fonte de problemas para os seus familiares; e ele, em uma fonte de problemas para a Maçonaria.

Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que este inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que vamos nos limitar expor os mais comuns.

(b) Comportamento em loja

Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos Maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, de modo a retardar-lhes o progresso!

Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano!

Ao invés de encorajar o talento dos mesmos, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas idéias não estejam em harmonia ou seja contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem "sim" e "sim senhor" aos seus raramente edificantes projetos!

Tal como o Maçom supersticioso, este infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e indissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.

Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando "humildade" aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, jóias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal.

Outro é vê-lo arrotando, em alto e bom som, ter "duzentos e tantos anos de Maçonaria" e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou em nossa sublime e veneranda instituição.

Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.

Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores – os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a brilhar ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela inimigo.

A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade.

Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou em nossa Instituição, não raro converte-se em alvo de suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; sua mente estragada o interpreta como potencial "concorrente", que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.

O Maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias. Se as conhece, as despreza. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona.

Fama e poder são os seus dois únicos objetivos, tanto na vida maçônica, como na profana. As palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que compõem a Trilogia Maçônica, não fazem parte do seu vocabulário, e com freqüência é visto pisoteando os valores que elas encerram.

A história, a filosofia e os objetivos de nossa Veneranda Instituição não lhe despertam o menor interesse, pois é frio, calculista, e não tem sensibilidade nem conhecimento para compreendê-los e assimilá-los. Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores.

É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros : uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a loja (ou lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas.

A insolência desse tipo de Maçom – e também o asco que destila–, vai crescendo conforme ele vai "subindo" nos altos graus (ou graus filosóficos), lixo maçônico fabricado por impostores no passado unicamente para explorar a estupidez e a vaidade de homens como ele.

Sentindo-se importante por ter sido recebido em determinado grau, com a pompa digna de um rei, ele passa a considerar-se superior aos irmãos de graus "inferiores", em particular aos Aprendizes e Companheiros, ignorando o que reza o segundo Landmark, que estabelece a divisão da Maçonaria Simbólica em apenas três graus. Mas reservar um tempo para dedicar-se à sua loja, um momento para confraternizar com irmãos íntegros e honestos, ler algo de útil que possa servir de instrução a si e aos demais, essas são as suas últimas preocupações.

O seu tempo disponível ele o reserva inteiramente às festinhas fúteis, nas quais pode ser notado e lisonjeado, onde pode ajuntar-se a outros Maçons falsos e vulgares, prontos para enterrar-lhe um punhal nas costas na primeira oportunidade que surgir. Perceba o leitor com que velocidade esse "irmão" deveras atarefado arruma tempo quando é chamado para arengar em um tablado representando a Maçonaria! Note a pontualidade com que chega à passarela onde vai desfilar e ser fotografado com os seus paramentos. Observe como ele fica cheio de si quando é agraciado com uma rodela de lata qualquer ou vê o seu lindo rosto estampado nas páginas de alguma revista Maçônica! Perceba como se curva aos pés dos que tem mais prestígio e poder do que ele! Note como ele os bajula!

Este prevaricador vagabundo não trabalha e não deixa os outros trabalhar para não ter de arregaçar as mangas também. Quando se mete a ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros ele o faz de modo precário, sem estar familiarizado com elas.

Raramente sabe responder questões que os irmãos lhe dirigem. Tergiversa sempre com a mesma resposta: É preciso pesquisar! Ele não faz nada porque não sabe fazer nada, não quer aprender nada, e no íntimo não gosta da Maçonaria e não ama seus irmãos! Nossas reuniões são para ele um fardo. Nas vezes que comparece em loja, exige ser ouvido e jamais dá atenção ao que falam os demais, obrando para que a sua palavra sempre prevaleça nas decisões a serem tomadas.

Quando o seu nome não consta na Ordem do Dia – o que significa que não terá a oportunidade de exibir a sua hipocrisia ou arengar as suas imposturas –, retira-se antes da reunião terminar ou, quando permanece, o faz com o olhar fixo no relógio.

Campeão em faltas e em delitos, quando este falso Maçom comparece à loja ele o faz para dar palpites indevidos, censurar tudo e todos, propor projetos mirabolantes e soluções inconsistentes com os problemas que surgem em nossas relações. Jamais faz uso de críticas sadias e construtivas, aquelas que apontam erros e sugerem soluções para os mesmos.

c) Comportamento na Sociedade.

Passemos agora à exposição do comportamento deste detestável impostor na sociedade, outra praia onde adora se exibir, embora poucos o notem.Ele circula pelas ruas do bairro onde vive de nariz empinado, cheio de empáfia, tentando vender a todos, sobretudo aos mais humildes, a falsa imagem de alguém assaz importante.

Ostentando correntes, anéis, gravatas, broches e outros adereços Maçônicos –alguns com peso suficiente para curvar o tórax –, tão logo se acerca de uma roda de amigos, ou melhor, de gente com paciência para aturá-lo, ele passa a ensejar conversas Maçônicas desnecessárias, fazer alarde de sua condição de Maçom e de ser membro de uma poderosa "gangue", com o único propósito de colocar-se acima deles.

Quando, porém, um profano lhe dirige algumas perguntas a respeito de nossa instituição, movido por uma sadia e natural curiosidade, ele responde geralmente o que não sabe, fitando-o de cima para baixo, com desprezo, como se estivesse encastelado sobre um pedestal de ouro.

Como o caracol, este tipo de Maçom costuma deixar um rastro visível e brilhante por onde trafega, tornando muito fácil a identificação sua e do seu paradeiro, que é o que ele efetivamente deseja, embora afirme o contrário. Mas, para a sua infelicidade, pouca gente dá importância aos seus recados vaidosos.

O automóvel, o lar e o local onde trabalha correspondem ao exoesqueleto deste animal, ao passo que os adereços e os objetos maçônicos que ele usa e espalha por todos os lados à gosma que libera. Impulsos provenientes das regiões recônditas do cérebro onde se alojam o seu complexo de inferioridade e a sua baixa auto-estima dizem a ele onde derramá-la.

Do mesmo modo que prostitui nossa instituição, transformando- a em templo da vaidade, ele corrompe também a natureza de muitos objetos inanimados, desvirtuando os propósitos para os quais foram concebidos.

Os vidros do automóvel não servem para proteger os passageiros do vento e da chuva, mas para ostentar adesivos maçônicos escandalosos que avisam os transeuntes e os motoristas dos carros que estão na retaguarda que "alguém muito importante" maneja o volante.

As paredes da sua casa não servem como divisórias, mas de out-doors para a colagem de diplomas maçônicos que levam o seu nome. O isqueiro ele usa para tentar acender um cigarro que talvez nem fume ou sabendo que ele não funciona mais (o importante é as pessoas notarem o compasso e o esquadro colados nele!).

A caneta com compasso encravado na tampa ele usa para mostrar que é Maçom àquele que está perto do papel no qual finge estar escrevendo alguma coisa. O relógio da sala não serve para mostrar a hora certa, mas para dizer aos visitantes que o seu dono é Maçom. As estantes da sala não servem para acomodar bons livros, mas para armazenar troféus, medalhas, placas comemorativas, mimos e tudo o mais que avise que há um Maçom por ali. O mesmo vale para pratos, talheres, lenços, gravatas, bonés, bolsas, bonecos, malas, bengalas e, pasmem, até revólveres e espingardas! Enfim, qualquer objeto que possa lhe servir de propaganda ele o corrompe.

d) Prejuízos

O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável e nele perpetuar-se por tempo indeterminado, se possível. Insolente, julga-se o único com aptidão para empunhar o Malhete, menoscabando a capacidade dos demais irmãos.

Sempre que pode procura manobrar as eleições para que os cargos em loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira ele trava as rodas da loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas.

Nosso personagem costuma mais faltar do que comparecer às reuniões, como já foi dito. Quando o faz, é quase sempre para tentar colocar-se em destaque, humilhar alguém, violar regulamentos, e fazer prevalecer os seus caprichos pessoais. É claro que ele não age só, pois se assim fosse a sua eliminação seria fácil e sumária. Ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações, que corrompe e deixa-se corromper.

Às vezes conta até com a cumplicidade dissimulada de alguns delegados, que, por motivos políticos ou de ordem pessoal, fazem vista grossa aos seus insidiosos manejos e prevaricam no que constitui uma das mais importantes missões dentro da Maçonaria.

Terminado o período de sua administração como Venerável este impostor passa a meter o nariz em assuntos que não mais lhe dizem respeito, usurpando funções de outros irmãos da loja, incluindo as do seu sucessor.

Quer mandar mais do que os outros, quer ser o dono da loja; quer admitir candidatos sem escrutínio para engrossar a sua camarilha; quer manobrar a todos e violar leis. Expõe os Aprendizes e Companheiros a constantes querelas com outros Mestres, quase sempre motivadas pela vaidade e pela sede de poder.
Especialista em apontar erros nos outros, o Maçom arrogante jamais admite um seu.

Quando, porém, as circunstâncias tornam isso impossível, ele o faz rangendo os dentes e disparando setas em todas as direções, muitas vezes ferindo os poucos irmãos que o querem bem. Além de tudo é um indivíduo vingativo.

Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho!

Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o Maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral.

Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua eliminação é, portanto, condição si ne qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição.

O texto foi extraído do livreto do Irmão Ricardo Vidal “Os dois coveiros da Maçonaria”.
Valéria Garbes.'. R+C

Fonte: https://focoartereal.blogspot.com

terça-feira, 5 de agosto de 2025

FRASES ILUSTRADAS

A ALTURA DAS COLUNAS (B.: E J.:)

Em 08.01.2024 o Respeitável Irmão Carlos de Souza Toledo, Loja Trabalho, Cultura e Perfeição, 1887, REAA, GOB-GO, Oriente de Aparecida de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a pergunta seguinte:

ALTURA DAS COLUNAS

Por favor me informar qual a medida correta das Colunas B e J, colocadas na porta do Templo.

CONSIDERAÇÕES:

Para as colunas gêmeas, que ficam no átrio (vestíbulo) junto à porta nos templos do REAA, não existe uma medida padronizada, senão a referência de que elas ladeiam a porta de entrada, e possuem alturas iguais compatíveis à altura da porta de entrada no templo. 

Em síntese, nos templos maçônicos elas possuem diâmetro e altura proporcionais ao tamanho do recinto em que elas se encontram. Com as bases fixadas no piso do vestíbulo (átrio), à esquerda e à direita da porta de entrada, elas geralmente são um pouco mais altas do que a verga da porta, 

Mencionadas na Bíblia, as dimensões simbólicas das colunas do pórtico do Templo de Jerusalém encontram-se em I Reis: 15-47; e em 2 Crônicas e Paralipómenos: 15-17. 

Em Reis consta a altura de 18 côvados, mais 5 nos capitéis, o que dá um total de 23 côvados, já em Crônicas é mencionada a altura de 35 côvados mais 5 nos capitéis, o que perfaz uma altura de 40 côvados. 

Vale ressaltar que estas sãos medidas bíblicas e nada tem a ver, em especial, com a literal altura das Colunas B e J encontradas átrio das Lojas do REAA. Como dito, na Maçonaria a altura das colunas gêmeas pode variar de acordo com o tamanho do edifício.

A título de ilustração, estas colunas também são conhecidas na Maçonaria como Colunas Solsticiais, devendo-se isto à relação mística entre elas e o movimento aparente do Sol em sua máxima declinação, ao Norte e ao Sul.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


CAMILO DE ALMEIDA PESSANHA (Coimbra, 1867-Macau, China, 926). Poeta português, um ícone do simbolismo na Língua Portuguesa. Reconhecido como precursor do Modernismo pela sua abordagem fragmentada, sua influência se estende por gerações literárias, inspirando nomes como Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner. Um legado poético que transcende fronteiras e épocas. Na Maçonaria, adotou o Nome Simbólico de "Angélico".

- INICIAÇÃO MAÇÔNICA: Novembro de 1910.

- Loja: Luís de Camões n° 383, Macau, China (colônia portuguesa)

- Idade que foi iniciado: 43 anos.

- Faleceu aos 58 anos de idade, vítima de uso excessivo de ópio e tuberculose pulmonar.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

A REBELIÃO MAÇÔNICA EM CUBA

Mayker Filema
Luiz Sergio Castro

A Rebelião Maçônica em Cuba: A Queda de Mayker Filema e a Luta pela Autonomia da Grande Loja

Em um dos episódios mais dramáticos da história recente da Maçonaria cubana, dezenas de irmãos se reuniram neste domingo, no coração de Havana, para expulsar Mayker Filema Duarte, ex-Grão-Mestre acusado de se manter no cargo com apoio do regime cubano. O ato, marcado por tensão, resistência e um forte simbolismo fraterno, revelou a profunda crise que atravessa a Grande Loja de Cuba e lançou luz sobre a luta de seus membros pela preservação da autonomia institucional frente à ingerência estatal.

A Grande Loja Sitiada

O cenário da insurreição foi a sede histórica da Grande Loja de Cuba, na esquina das ruas Belascoaín e Carlos III. Ali, maçons de diversas partes do país se reuniram para exigir o cumprimento da decisão tomada em 25 de maio: a destituição de Filema, acusado de cancelar arbitrariamente as eleições internas e prolongar ilegitimamente seu mandato.

Com cânticos do Hino de Bayamo e palavras de ordem como “Vida longa à Maçonaria Cubana!”, os irmãos enfrentaram barreiras físicas e simbólicas erguidas por apoiadores de Filema, que tentaram impedir a entrada dos legítimos representantes da ordem. A resistência, embora pacífica, esbarrou em atitudes agressivas — como o lançamento de álcool contra manifestantes e o rasgo da camisa de um dos presentes.

O Grito de "Saiam!"

A cena mais emblemática foi registrada por Luis Rafael Zamora, pedreiro e maçom, que filmou o exato momento em que Mayker Filema foi forçado a deixar o prédio sob vaias e gritos de “Saiam daqui!”. Em sua publicação, Zamora acusou Filema de agir como “o rosto da ditadura disfarçado de Grão-Mestre”, chamando-o de traidor e símbolo da degradação moral dentro da instituição.

Apesar do episódio, Filema recusou-se a renunciar, afirmando que apenas suspenderia a sessão da Câmara Alta, a qual havia convocado de forma irregular mesmo após sua deposição. Essa atitude alimentou ainda mais a indignação dos irmãos, que mantiveram o bloqueio simbólico do edifício por horas, impedindo Filema de exercer qualquer ato de liderança.

A Interferência Estatal

A crise maçônica em Cuba ultrapassa os limites internos da fraternidade. A nomeação de Lázaro Cuesta Valdés como Comendador do Conselho Supremo — em substituição a José Ramón Viñas, crítico ao regime — pelo próprio Ministério da Justiça, evidencia a tentativa do Estado de controlar diretamente as estruturas da ordem.

Além disso, a ameaça de congelamento das contas bancárias e perda do status legal caso os maçons não aceitassem as imposições governamentais escancarou a pressão exercida contra a independência institucional. Essa postura gerou revolta entre os irmãos e provocou protestos contínuos, mesmo sob forte vigilância policial e com prisões de líderes como Juan Alberto Kessell Linares, eleito Grão-Mestre pela maioria das lojas.

A Queda de um Líder e a Ascensão da Resistência

A expulsão física de Mayker Filema representou mais do que um gesto simbólico: foi a afirmação de que a Maçonaria cubana se recusa a ser instrumento de manipulação política. Os maçons reunidos em Havana deixaram claro que continuarão a luta até recuperar não apenas a sede da Grande Loja, mas principalmente sua legitimidade e valores fundacionais.

“Filema e todos que o apoiam foram os piores que passaram pela Grande Loja em muito tempo”, declarou um dos participantes ao portal CubaNet. A indignação reflete o sentimento coletivo de traição e a disposição de não aceitar a submissão da fraternidade a interesses externos.

Um Futuro Incerto, Uma Vontade Determinada

Embora o protesto tenha obtido uma vitória parcial, o controle do edifício e da estrutura formal da Grande Loja ainda permanece nas mãos dos apoiadores de Filema e do regime. No entanto, os irmãos prometem continuar sua resistência. Antes de deixarem o local, distribuíram panfletos com uma mensagem direta e desafiadora: “Liberdade para a Grande Loja de Cuba”.

A Maçonaria cubana, que em 2024 já enfrentava um escândalo de corrupção envolvendo seu antigo Grão-Mestre Mario Urquía Carreño, agora encara sua segunda grande crise institucional. Mas, diferentemente do passado, ela conta com uma base fraterna disposta a defender seus princípios, mesmo diante da repressão estatal.

O episódio marca, para muitos, um ponto de inflexão: não apenas na história da Maçonaria de Cuba, mas também na narrativa de resistência civil dentro do país. O eco dos gritos de “Saiam!” ressoa como um alerta — e um chamado — à defesa da liberdade e da honra maçônica diante da tirania.

Fonte:  https://omalhete.blogspot.com

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

FRASES ILUSTRADAS

ALTAR DOS JURAMENTOS NO REAA - FORMATO

Em 08.01.2025 o Respeitável Irmão Tacachi Iquejiri, Loja Luz de Outubro, 2081, REAA, GOB-MS, Oriente de Campo Grande, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

ALTAR DOS JURAMENTOS

Mais uma vez recorro da sua sapiência para que esclareça o motivo que levou o GOB a alterar o formato do Altar dos Juramentos de forma triangular para quadrado, conforme consta na página 22 - Planta do Templo, do novo Ritual, do REAA, recentemente editado.

Com imensa ansiedade, aguardo resposta.

CONSIDERAÇÕES:

Não há obrigatoriedade para que o Altar dos Juramentos seja um móvel triangular, como equivocadamente aparece em alguns rituais do REAA. Sendo assim, este Altar é retangular e pode até mesmo ser uma coluna truncada com caneluras.

Historicamente, no passado as obrigações eram sempre tomadas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre. No REAA, devido ao aparecimento das hoje já extintas Lojas Capitulares (século XIX), acabou sendo criado, para as tomadas de obrigação, uma extensão do Altar principal, ou seja, aparece uma pequena mesa retangular logo à frente do altar-mor.

De fato, para este pequeno altar nunca houve obrigatoriedade de que o mesmo fosse triangular.

O problema, é que com o passar do tempo, principalmente por influência de outros ritos, começaram a aparecer mesas e altares na forma de um triângulo, caso que acabou se generalizando pelos mobiliários das Lojas, independentemente dos seus ritos.

Observando esta discrepância, o GOB, no intuito de corrigi-la, determinou, há um bom tempo atrás, que todas as mesas utilizadas nos templos do REAA passassem a ser retangulares – a revisão dos rituais de 1996 seguiu essa determinação, não obstante tenha ficado faltando ajustar a forma do Altar dos Juramentos e o dos Perfumes (este último sem nenhuma serventia no REAA).

À vista disso é que os novos rituais de 2024 do REAA no GOB determinam o Altdos JJur retangular, ou uma coluna truncada com caneluras.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

WILLIAM SCHAW

CULTURA

Ir∴ Anatoli Oliynik
Curitiba - PR

Inicio este artigo com uma pergunta: O que vem a ser cultura?

“Cultura é conhecimento interiorizado numa personalidade melhor”. O que significa isto? Significa que, quando você lê um livro escrito por grandes escritores, aqueles que transcenderam as suas épocas, você sai dessa leitura com a sua personalidade modificada para melhor.

Sócrates (470-399 a.C.) acreditava que era possível alcançar um conhecimento mais fundamentado do que a mera opinião, e esse conhecimento constituiria a fonte da autoridade intelectual, não só por ser mais fundamentado e mais racional do que a mera opinião, mas porque constituía algo no qual ele – Sócrates, enquanto pessoa concreta – poderia acreditar.

Cícero (106-43 a.C.) dizia que “do mesmo modo que cultivamos o solo precisamos cultivar o espírito”. Portanto, cultura é incorporar o conteúdo do livro à nossa consciência e assim compreender melhor o mundo e a nós mesmos.

A função básica do escritor, do literato, do poeta ou do romancista é colocar a experiência individual e coletiva à disposição de toda a sociedade para que essa experiência seja o material básico desde o qual tudo se discute.

Este mundo imaginário é a primeira, mais simples e imediata síntese que se faz da experiência. Se você não tem este material, os conceitos que você usa na descrição da realidade, não refletem a experiência real. É isto que o grande escritor faz: a transposição da realidade em pensamento abstrato de modo a possibilitar ao leitor o retorno deste pensamento abstrato à realidade como instrumento de iluminação da experiência.

Se os livros que você lê não seguem este caminho, então a sua experiência literária fica bloqueada, restando apenas a expressão tosca e direta de reações estereotípicas como os comandos emitidos por um amestrador de bichos que não espera de seus amestrados nenhuma compreensão racional, apenas a obediência automática, sonsa e impensada. Geralmente, os livros de auto-ajuda fazem isso. Por essa razão abomino-os.

Há pelo menos cinqüenta anos a nossa produção literária não acompanha a experiência real das pessoas. A nossa literatura não tem mais nada a ver com a realidade, e é formada praticamente só de estereótipos.

Lamento dizer isso, mas a literatura brasileira só tem personagens picaretas, farsantes e espertalhões com raras exceções: a personagem “Paulo Honório” da obra “São Bernardo”, de Graciliano Ramos, “Brás Cubas” da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis e por último “Conselheiro Aires” da obra “Memorial de Aires”, de Machado de Assis. E nada mais que eu me recorde.

Então, pergunto: Como se pode formar culturalmente uma nação em modelos e exemplos tão escassos?

Para que não fiquemos apenas no campo teórico e a guisa de exemplo prático, recorro ao excerto que faço do meu artigo “Personagens da obra Ulisses de James Joyce”, baseado notadamente nas três personagens principais: Stephen Dedalus, Leopold Bloom e Molly Bloom.

No exemplo a seguir, procurarei demonstrar, na prática, como se pode extrair da leitura de uma grande obra o instrumento de iluminação para cultivar o nosso espírito.

Leopold Bloom é um sujeito generoso, decente, conformado, pacato e completamente perdido quanto ao seu papel existencial. No conceito aristotélico simboliza o Espírito (Intelecto).

Stephen Dedalus é o vaidoso intelectual. Simboliza a Mente (Razão) e,

Molly é uma atriz de teatro volúvel e de tendências libidinosas que teve 25 casos fora do casamento, simboliza o Corpo (a Matéria).

Ao analisarmos a personagem Leopold Bloom fica evidente que ele não é capaz de compreender-se ontologicamente, não tem consciência do seu papel espiritual, não acredita no espírito, não tem fé e está perdido existencialmente. Sua ação sobre o mundo é nenhuma. O homem moderno é assim.

Stephen Dedalus, por sua vez, renega e abandona a pátria, a religião e a família. É a mente desvinculada do espírito. O humanista típico é assim.

Molly simboliza o mundo material e os prazeres carnais. Uma espécie da paródia do “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, caracterizado por uma sociedade corpórea, uma sociedade das sensações e prazeres.

A Mente precisa do Espírito e ambos precisam do Corpo para existir concretamente. Então, o que cada uma das personagens faz?

Bloom, que simboliza o Espírito (Intelecto), retorna à sua casa e retoma a consciência do seu papel espiritual. Ele já não serve mais o café na cama para a sua mulher Molly como o fazia desde o casamento. Agora é ela quem faz e isso tem um significado que será explicado mais adiante.

Molly, que simboliza o Corpo (Matéria) se submete ao Espírito. Assim, é ela quem agora irá levar o café na cama para Bloom. A ordem foi restabelecida.

Stephen, que simboliza a Mente (Razão), sai da história para escrever o livro Ulisses.

O que a obra quer nos contar? Ela quer nos mostrar as três possibilidades existências para uma vida humana concreta.

Por que Molly quis se casar com Leopold? Porque o Corpo só é viável sob a sombra do Espírito.

Portanto, a obra “Ulisses” retrata o homem moderno. É assim que podemos demonstrar que cultura é conhecimento interiorizado numa personalidade melhor ou cultivar o espírito no sentido ciceriano.

Espero ter sido suficiente claro na minha intenção de conceituar o que seja CULTURA.

Fonte: JBNews - Informativo nº 277 - 01.06.2011

domingo, 3 de agosto de 2025

FRASES ILUSTRADAS

GRAFIA DA PALAVRA SAGRADA

Em 07/01/2025 o Respeitável Irmão Aristensir Gil Portela, Loja Equidade e Justiça, 2336, REAA, GODF – GOB, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte:

PALAVRA SAGRADA NO REAA

Tenho lido alguns artigos sobre a Palavra Sagrada do Grau de Aprendiz, onde alguns estudiosos relatam que a palavra seria BOAZ ao invés de BOOZ.

Tenho observado que em algumas Lojas se utilizam da palavra BOAZ, diante desta constatação, pergunto qual ao Secretário Geral de Orientação Ritualística qual Palavra Sagrada devemos transmitir.

CONSIDERAÇÕES:

Essa corruptela linguística, formada por vogais dobradas na construção da palavra B, deve-se à versão bíblica de São Jerônimo, personagem encarregado pela Igreja de traduzir a Bíblia do hebraico para o latim. Desafortunadamente, o tradutor cometeu um equívoco ao dobrar indevidamente duas vogais na grafia da palavra em questão. Esta versão latina da Bíblia, oficialmente adotada pela Igreja Católica Apostólica Romana ficou conhecida como Vulgata.

Alertada sobre esse equívoco, a Igreja, em respeito ao tradutor, resolveu manter as vogais dobras, construindo assim uma corruptela linguística, já que originalmente, na língua hebraica, não se admitem vogais dobradas na construção de palavras.

Já a Maçonaria Anglo-saxônica (inglesa) tem se servido da versão bíblica Septuaginta (dos Setenta), que ao ser traduzida do hebraico para o grego - para atender aos judeus helenistas - seguiu a grafia original da palavra, ou seja, sem vogais dobradas na sua formação. Nessa mesma conduta, sem vogais dobradas, seguem também as bíblicas cristãs protestantes.

À vista destas versões bíblicas mencionadas, a palavra B aparece escrita de modo diferente, não obstante elas se refiram ao mesmo personagem bíblico que deu nome a uma das colunas do Templo de Jerusalém.

Particularmente, eu entendo que o certo é a grafia encontrada na versão “Dos Setenta” (Septuaginta), todavia, é preciso se levar em conta que a Maçonaria brasileira também é filha espiritual da França, portanto é latina. 

Sob esta óptica, o REAA, que também é um rito originário da França, no Brasil tem comumente adotado como Livro da Lei a versão bíblica latina (Vulgata), na qual a palavra B aparece formada por vogais dobradas.

A bem da verdade, no Grande Oriente do Brasil, onde a Bíblia é indistintamente utilizada nos trabalhos maçônicos das suas Lojas, tem-se admitido, tanto a palavra B com vogais dobradas, bem como a de grafia original, sem vogais dobradas.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

A BÍBLIA

Para a Maçonaria cristã, o seu livro sagrado é a Bíblia; o vocábulo tem origem grega, significando "os livros"; dessa palavra surgem biblioteca, bibliografia, etc.

Presentemente, é o livro de maior circulação para todas as línguas e para uma série de dialetos.

O maçom não só deve ver o livro sagrado como joia em sua Loja, mas também como um livro de leitura diária que resume todos os aspectos da vida, exemplificados por homens do passado, sábios e santos.

Nenhum trabalho maçônico é encetado sem antes ler-se um trecho de um livro sagrado. Na atualidade, a maioria maçônica do mundo é cristã, posto o Islamismo seja a religião maior reapresentada; os maçons maometanos são poucos, quase inexpressíveis.

A leitura da Bíblia conforta; se diariamente abrirmos a esmo as suas páginas, em qualquer trecho, e lhe fizermos a leitura, receberemos resposta imediata para as nossas aflições.

Sua leitura reconforta, uma vez que cada trecho é uma mensagem de vida.

É dito que a Bíblia é a "palavra de Deus"; o cristão crê com fé nessa luz e faz da leitura o seu alimento espiritual.

Trata-se de "um dos caminhos" para a redenção espiritual.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 73.co / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 72.

CHAPÉU, LUVAS E GRAVATA: SIGNIFICADO

Desvendando os Mistérios da Maçonaria: Significados Profundos do Chapéu Desabado, Luvas e Gravata

Na tradição maçônica, os objetos como o Chapéu Desabado, as Luvas e a Gravata desempenham papéis essenciais, carregando consigo uma rica tapeçaria de simbolismo e significado. Neste artigo, mergulharemos nas profundezas da história e dos rituais maçônicos para explorar o verdadeiro significado por trás desses símbolos emblemáticos.

1. O Chapéu Desabado:

O Chapéu Desabado, conhecido também como chapéu de coluna ou chapéu de mestre, tem suas raízes na Maçonaria operativa, onde era usado pelos pedreiros para se protegerem do sol e da chuva durante as construções. Com o surgimento da Maçonaria especulativa, o chapéu assumiu um significado mais profundo, tornando-se um símbolo de autoridade e liderança dentro das lojas maçônicas.

Chapéu de Mestre Maçom Premium
Loja Brasil Maçom: Chapéu de Mestre Maçom Premium

Segundo No Esquadro, “O Chapéu na Maçonaria”, o Chapéu Desabado simboliza a autoridade e a dignidade do Venerável Mestre, enquanto sua aba abaixada representa a humildade e a reverência aos ensinamentos maçônicos. Além disso, sua forma abobadada remete à abóbada celeste, simbolizando a busca do maçom pela verdade e pela luz divina.

Fonte: No Esquadro – O Chapéu na Maçonaria

2. As Luvas:

As luvas têm uma presença marcante na história da Maçonaria, remontando aos tempos dos pedreiros operativos. Originalmente usadas como ferramentas de proteção durante o trabalho manual, as luvas ganharam um significado simbólico profundo na Maçonaria especulativa. Segundo Brasil Maçom, “A Importância das Luvas”, elas são consideradas um dos objetos mais sagrados da Maçonaria, simbolizando a pureza e a limpeza moral que os maçons devem buscar em suas vidas.

Loja Brasil Maçom: Luvas Brancas

De acordo com Breviário Maçônico, “Manto”, as luvas brancas simbolizam a pureza de intenção e a limpeza moral que os maçons devem manter em todas as suas ações e comportamentos. Elas são um lembrete constante do compromisso do maçom com a busca da perfeição moral e espiritual, bem como da necessidade de proteger seus pensamentos, palavras e ações de qualquer impureza ou vício.

3. A Gravata:

Embora seja um elemento relativamente recente na iconografia maçônica, a gravata possui uma rica variedade de simbolismos associados a ela. A cor, o padrão e até mesmo o nó da gravata podem ter significados específicos dentro da Maçonaria, refletindo virtudes, graus maçônicos ou rituais particulares.

Loja Brasil Maçom: Gravata Maçônica

Segundo Freemason.pt, “O Sentido Simbólico das Luvas Brancas”, a cor da gravata pode variar de acordo com o rito maçônico praticado e pode estar associada a diferentes virtudes maçônicas. Por exemplo, a cor azul pode representar fidelidade, enquanto a cor vermelha pode representar fervor.

Fonte: Freemason.pt – O Sentido Simbólico das Luvas Brancas

Conclusão:

Os objetos maçônicos, como o Chapéu Desabado, as Luvas e a Gravata, não são simples adereços, mas sim símbolos carregados de significado e profundidade. Ao compreendermos o simbolismo por trás desses objetos, somos convidados a refletir sobre os princípios e valores que guiam a jornada maçônica, buscando sempre a verdade, a luz e a perfeição moral.

Essas fontes oferecem insights valiosos sobre o simbolismo da Maçonaria, enriquecendo nossa compreensão e apreciação dessa venerável tradição.

Referências:

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br