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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

HOSPITALEIRO SEM CONDIÇÕES FÍSICAS

Em 12.05.2025 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860, REAA, GOB-PE, Oriente de Caruaru, Estado de Pernambuco, apresenta a seguinte questão:

HOSPITALEIRO

Mais uma vez ocupando o tempo do irmão com assuntos que parecem tão bobo, porém, traz discussões desnecessárias em reunião.

O assunto:

É correto o irmão Hospitaleiro de ofício ocupar seu cargo, ou seja, está presente em reunião ocupar o seu cargo e não circular o tronco?

Explicando:

O irmão Hospitaleiro em uma determinada reunião estava com uma dor na perna que dificultava o seu andar e, principalmente, circular em loja com o tronco de beneficência.

Neste dia, ele fez questão de ocupar a sua cadeira, ocupando o seu cargo de Hospitaleiro, mas, solicitou que o Mestre de Cerimônia circulasse o tronco em seu lugar.

Eu até entendo que ele não podendo realizar o seu trabalho naquele dia ele solicitasse a sua substituição por alguém que assim o fizesse.

Pode nos esclarecer?

CONSIDERAÇÕES:

No que diz respeito a vossa questão, entendo que se o Hospitaleiro titular estivesse sem condições físicas para exercer seu ofício (por motivo de saúde), mesmo que presente na sessão, prudentemente deveria ter deixado o seu cargo para que outro Mestre Maçom, “ad hoc”, cumprisse o seu dever de ofício.

Outrossim, o titular incapacitado deveria ter ficado em uma das colunas apenas assistindo os trabalhos - como um Mestre sem cargo.

Na hipótese de insuficiência de Mestres Maçons presentes para preencher o cargo, o M∴ de CCer∴ é quem deveria fazer o giro e a coleta.

T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

EXPULSÃO DE GRÃO-MESTRE

Em um ato de coragem e unidade, centenas de maçons cubanos depuseram por unanimidade Mayker Filema Duarte do cargo de Grão-Mestre da Grande Loja de Cuba (GLC) durante uma sessão extraordinária realizada no último dia 25 de maio em Havana. A decisão, tomada por 117 representantes de Lojas de todo o país, ocorreu após Filema ser acusado de prolongar ilegitimamente seu mandato e ignorar demandas por eleições. Sob forte vigilância policial e ameaças do regime, os maçons se reuniram simbolicamente aos pés da estátua de José Martí, cantaram o Hino Nacional e reafirmaram seu compromisso com a legalidade e a soberania institucional.

O atual Vice-Grão-Mestre, Juan Alberto Kessel Linares, assumirá o cargo interinamente até as eleições marcadas para setembro. A mobilização foi um desafio direto à interferência do Partido Comunista Cubano (PCC) e do Ministério da Justiça, que tentaram impedir o processo.

Filema, que não compareceu à sessão, havia cancelado a reunião dias antes, alegando ameaças pessoais. Mesmo assim, os maçons prosseguiram, apesar de relatos de intimidação por parte de autoridades provinciais. Agora, a questão é se o Registro de Associações — controlado pelo PCC — reconhecerá a decisão ou continuará apoiando Filema. O desfecho pode definir não apenas o futuro da Maçonaria cubana, mas também servir como um precedente para a autonomia de outras organizações sob o regime.

Dados sobre a Maçonaria cubana: existem atualmente 327 lojas no país e um total de 48.000 membros. Destes, apenas cerca de 20.000 permanecem na ilha, representando um êxodo de mais de 50% dos maçons registrados.

Deve-se dizer que, embora a Grande Loja de Cuba seja perfeitamente legítima em sua origem e satisfaça a maioria dos requisitos mais comuns de reconhecimento no mundo maçônico regular, ela foi expulsa da Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte (COGMNA) em 1962 porque estava sendo usada abertamente como uma ferramenta do governo cubano. Mais de 60 anos depois, parece que pouca coisa mudou nesse aspecto.

SÃO JOÃO


1 - Patrono da Maçonaria simbólica e primitiva, que usa esse nome.

2 - Na Franco-maçonaria se presta especial tributo aos dois São João das Escrituras:o Batista, o Evangelista, ambos considerados seus santos patronos.

3 - Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que tradicionalmente costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas.

Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista (24/6) e de São João Evangelista (27/12), elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade.

Hoje a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima; e como é de conhecimentos dos Irmãos, a primeira Obediência maçônica do mundo foi fundada em 1717, no dia de São João Batista.

Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para cada um desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois São João como padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna Maçonaria, onde existem, segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos à Glória do Grande Arquiteto do Universo e em honra a São João nosso patrono englobando, aí, os dois santos.

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois São João.

Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de acesso ao conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da vida, no zodíaco, pelo eixo Capricórnio-Câncer.

A porta corresponde ao início, ou ao ponto ideal de partida na elíptica do nosso planeta, nos calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário sideral. O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol proclamado - como fonte de luz e calor - o rei dos céus e o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da humanidade. E. desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas do céu, como portas onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical.

A personificação de tal conceito, no panteão romano, foi o deus Janus, representado como divindade bifásica, graças à sua marcha pendular entre os trópicos; o seu próprio nome mostra essa implicação, já que deriva de janua, palavra latina que significa porta. Por isso, ele era, também, conhecido como Janitur, ou seja, porteiro, sendo representado com um molho de chaves na mão, como guardião das portas do céu. Posteriormente, essa alegoria passaria, através da tradição popular cristã, para São Pedro, mas sem qualquer relação com o solstício. Janus era um deus bicéfalo, com duas faces simetricamente opostas, cujo significado simbolizava a tradição de olhar, uma das faces, constantemente, para o passado, e a outra, para o futuro.

Os Césares da Roma imperial, em suas celebrações e para dar ingresso ao Sol nos dois hemisférios celestes, antepunham o deus Janus, para presidir todos os começos de iniciação, por atribuir-lhe a guarda das chaves. Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no HN e inverno no HS) é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no HN e verão no HS), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer (Porta dos Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia desses povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno.

A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser encontrada com auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as festas solsticiais são, em última análise, as festas de São João e de São João Evangelista. São dois São João e há, aí, uma evidente relação com o deus romano Janus e suas duas faces: o futuro e o passado, o futuro que deve ser construído à luz do passado. Sob uma visão simbólica, os dois encontram-se num momento de transição, com o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca o nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua palavra. Foi a semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que, em hebraico é Ieho-hannan, graça de Deus) que facilitou a troca do Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição pagã, que se chocava com o cristianismo.

E foi desta maneira que os dois São João foram associados aos solstícios e presidem às festas solsticiais. Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio; diante dos dias mais longos, do verão; os dias mais curtos, do inverno; diante de São João ‘do inverno’, com as trevas, Capricórnio e a Porta de Deus; o São João ‘do verão’, com a luz, Câncer e a Porta dos Homens (vale recordar que, para os maçons, simbolicamente, as condições geográficas são, sempre, o do Hemisfério Norte).

4. Lojas de São João:

As Oficinas dos três primeiros graus são chamadas, na Maçonaria, Lojas azuis ou Lojas de São João.

Os dois termos estão muito ligados entre si, pois o simbolismo conhece três cores azuis, uma que emana do vermelho, outra, do branco, e a terceira que se une ao preto..., o que corresponde às Maçonarias azul, vermelha, preta e branca. De outro lado, essas três modalidades da mesma cor estão ao mesmo tempo unidas tanto nos três graus da iniciação antiga como no tríplice batismo cristão, pois... São João Batista batiza na água (azul), para inspirar a penitência: é uma preparação para um segundo batismo que ele anuncia e que Jesus Cristo dará por meio do Espírito Santo e do fogo. Daí se vê desde então por que as Lojas azuis constituem os três primeiros degraus, na humildade e no abandono do mundo profano, no sentido da regeneração operada mais tarde, pelo fogo (Ignis- Cordeiro). Naturalmente, a esse simbolismo de cores veio juntar-se o de São João.

Na obra muito conhecida de Samuel Prichard, aparecida em Londres, em 1730, Masonry Dissected, podem-se ler as seguintes perguntas e respostas: P. - De onde vens? R. - Da Santa Loja de São João. P. - Que recomendações trazes dela? R. - As recomendações que trago dos Verdadeiros e Veneráveis Irmãos e Companheiros da Verdadeira e Santa Loja de São João, de onde venho, e vos saúdo três vezes de todo o coração. Paul Naudon, numa obra recente sobre Les Loges de Saint-Jean procurou mostrar as relações existentes entre a Maçonaria e os dois São João.

Este interessante estudo é, além disso, mais histórico e filosófico do que propriamente simbólico e é este último plano que mais nos interessa: Qual São João a Maçonaria quis honrar dando seu nome às sua Lojas azuis, tanto no passado para a Loja de Companheiros construtores, como na Maçonaria moderna para as oficinas dos três primeiros graus?


O Irmão E. F. Bazot escreve a propósito:

“quanto ao São João que os maçons tomaram por patrono, não pode ser nem São João Batista nem João Evangelista, que não têm, nem um nem outro, qualquer relação com a instituição filantrópica da Maçonaria.

Convém pensar, como pensam os irmãos mais filósofos e mais esclarecidos, que o verdadeiro patrono das lojas é São João, o Esmoler, filho do rei de Chipre, que, no tempo das Cruzadas, deixou sua pátria e a esperança do trono, para ir a Jerusalém dispensar os mais generosos socorros aos peregrinos e cavaleiros. João fundou um hospital e instituiu irmãos para cuidar dos enfermos, dos cristãos feridos e distribuir auxílios pecuniários aos viajantes que vinham visitar o Santo Sepulcro. João, digno por suas virtudes de se tornar patrono de uma sociedade, cujo único objetivo é a beneficência, expôs mil vezes a sua vida para fazer o bem. A morte o colheu em meio aos seus trabalhos, mas o exemplo de suas virtudes para seus irmãos, que fizeram de sua imitação um dever. Roma o canonizou sob o nome de São João, o Esmoler, ou São João de Jerusalém; e os maçons, cujos templos arrasados pela barbárie, ele havia recuperado, o acolheram de comum acordo para seu protetor.”

Paul Nadom rejeita com uma frase tanto desdenhosa essa opinião de Bazot que, evidentemente, ao dar à Ordem o único objetivo da beneficência, esquece que a Maçonaria é antes de tudo uma técnica de realização espiritual.

É possível que a origem da afirmação de Bazot esteja, como diz Paul Naudon, no Discurso de Ramsay: (...) Nossa Ordem (a Maçonaria) está intimamente ligada aos cavaleiros de São João de Jerusalém. Desde então nossas Lojas trouxeram o nome de Lojas de São João.

Trata-se, então de uma outra Maçonaria que não a dos três primeiros graus e se Bazot cometeu um erro, foi o de dar o patronímico de São João de Jerusalém às Lojas azuis, enquanto Ramsay se referia a uma outra Maçonaria, isto é a dos graus irlandeses ou escoceses.

Na realidade, os Santos patronos da Ordem Maçônica são São João, o Precursor, e São João Evangelista, estando um e outro em estreita relação com Janus, deus dos romanos, deus das corporações de artífices ou Collegia fabrorum, que celebravam em sua honra as duas festas solsticiais do inverno e do verão.

Johanan significa simultaneamente misericórdia de Deus e louvor de Deus, aplicando-se esses dois sentidos, respectivamente, ao Batista e ao Evangelista. René Guénon, a propósito, observou com propriedade que a misericórdia é evidentemente descendente e o louvor, ascendente, o que nos leva ainda à sua relação com as duas metades do ciclo anual. Quer dizer, às festas solsticiais de São João de Inverno e de São João de Verão (27 de dezembro e 24 de junho). O número sete é o número próprio dos dois Santos; no batistério da Igreja de São João de Latrão em Roma, vêem-se em torno de sua estátua de prata, sete cervos do mesmo metal, imagem dos sete dons do Espírito Santo, recebidos no batismo. Convém lembrar, a propósito, que ninguém pode ser recebido numa Loja de São João sem a presença de sete maçons.

Em certas pinturas de São João Evangelista podemos ver o mesmo cercado por sete formas de igrejas, simbolizando esse número o mistério que envolve as verdades encerradas no Livro Divino. Seria fácil desenvolver as muitas relações existentes entre a simbólica cristã joanista e as Lojas de São João, mas queremos chegar ao elo, e este é o termo iniciático exato, existente entre os dois São João e Janus.

Janus, na mitologia romana, os sacerdotes o invocavam como o deus dos deuses. Ninguém entrava no céu se ele não abrisse a porta e que ele abria também a marcha das estações do ano e das revoluções celeste, daí o seu nome Janitor, o porteiro do céu. Mais tarde, Janus tornou-se, junto ao romanos, o guia das almas. As festas solsticiais de Janus foram convertidas nas festas de São João de Inverno e de São João de Verão.


È importante citar que Janus tinha duas faces. Era deus dos artífices construtores, quer dizer dos homens de ofício, cuja iniciação resulta nos pequenos mistérios, Janus é cristianizado e torna-se patrono sob o vocábulo dos dois São João (que, em suma, são apenas duas modalidades de um único e mesmo ser), das Lojas de construtores da Idade Média, celebrando-se suas festas nos dias 27 de dezembro e 24 de junho. Parece-nos igualmente útil mencionar que no simbolismo maçônico operativo, que é transmitido na Maçonaria anglo-saxônica encontra-se uma figuração dos dois São João, representada por um círculo, tendo em seu centro um ponto, trazendo o círculo duas tangentes paralelas. Esse círculo é considerado como uma figura do ciclo anual, correspondendo então os pontos de contato dessas duas tangentes, diametralmente opostas uma à outra, aos dois pontos solsticiais. Não se poderia esquecer tampouco que Janus, deus das portas celestes e a quem é consagrado o mês de janeiro, tem entre os seus atributos uma chave, que simboliza o instrumento que permite abrir as portas, as barreiras, em busca de um conhecimento mais perfeito, mais profundo do Esoterismo.

Essa chave tornou-se um cetro em certas representações de Janus, sendo esses dois atributos também do Cristo: O Clavis David, et sceptrum domus Isräel!... Sois, ó Cristo esperado, a Chave de Davi e o cetro da casa de Israel. Abris e ninguém pode fechar, e quando fechais, ninguém poderá abrir... Esse canto de ofício romano de 20 de dezembro canta, ao mesmo tempo em que anuncia a festa do Evangelista, o solstício do inverno, cuja porta é aberta com a chave de Janus, a vinda do Salvador que será batizado pelo Precursor e que dará a Pedro o poder das chaves: a de ouro e a de prata. Uma e outra são as chaves dos pequenos mistérios e dos grandes mistérios; representam a abertura para os mundos temporal e espiritual. Pedro possui a chave da Salvação. João, sendo Janus, traz a chave da Libertação. A esse título, não pode ser senão o Santo patrono das Lojas Maçônicas onde, ao mesmo tempo em que se edifica na fraternidade o Templo ideal, o iniciado tende, por meio de um segundo nascimento (a Mestria) à realização integral, ao retorno ao Adão kadmon primordial. (Do livro: A Franco- Maçonaria Simbólica e Iniciática, Jean Palou).

5. No site lojas maçônicas encontramos o trabalho do Irmão Silva Pinto, que assim se posiciona sobre o assunto:

No item XXII, dos Regulamentos Gerais das Constituições de Anderson, de 1723, e com elas publicados, o dia que os maçons operativos do passado tinham escolhido para a reunião anual era o de São João Batista, em 24 de junho, ou opcionalmente, no dia de São João Evangelista, em 27 de dezembro. Mas, com ênfase ao primeiro. Aliás, notar que a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, ocorreu precisamente nesse dia, 24 de junho. Veja-se como vem redigido esse cânone dos Regulamentos Gerais, aprovados, pela segunda vez, no dia de São João, 24 de junho de 1721, por ocasião da eleição do Príncipe João, duque de Montagu, para Grão-Mestre: XXII. Os irmãos de todas as Lojas de Londres e Westminster e das imediações se reunirão em uma Comunicação Anual e Festa, em algum lugar apropriado, no Dia de São João Batista, ou então no Dia de São João Evangelista, como a Grande Loja pensa em fixar por um novo Regulamento, pois essa reunião ocorreu nos anos passados no Dia de São João Batista. Razões Esotéricas: Só por uma segunda opção a reunião e festa ocorreriam, portanto, no dia 27 de dezembro, na festa do outro São João. Mas, por quê? O porquê dessa alternativa tem uma explicação esotérica, que remonta às prováveis origens da Maçonaria, aos Collegiatti Fabrorum dos romanos.

A esses colégios de artesãos, de diferentes ofícios, pertenciam os da construção. Eles acompanhavam as tropas romanas, para o trabalho de reconstrução e instalação da administração imperial, nas terras conquistadas e colonizadas. E com eles ia a sua religião ou religiões, para ser mais exato, ainda que entre os romanos a predominante fosse a da adoração à Mitra, que era representado por uma figura humana. No lugar da cabeça, um Sol. Havia muitos outros deuses, notadamente, o de Janus, uma figura de duas cabeças coladas e opostas, cada uma olhando em sentido contrário a da outra, e que simbolizavam: uma, o solstício da entrada do verão (24 de junho, HN); a outra, o solstício da entrada do inverno (27 de dezembro, HN). Esses solstícios estão sempre presentes, nas festas pagãs, porque vinculados à Natureza. É aí que encontramos uma provável explicação histórica para os festejos juninos e os natalinos, a que a nova religião romano-cristã, não podendo desenraizar dos costumes populares, o mínimo que conseguiu foi a substituição. Todavia, no seio da Maçonaria operativa, mesmo sob tal disfarce, ambas as datas sobreviveram, em face do conteúdo esotérico de seus significados.

Não esquecer que os colégios, principalmente, os dos construtores, seriam depositários dos conhecimentos e dos mistérios de antiqüíssimas sociedades iniciáticas, todas praticantes de ritos solares. 5. Complementos: Festas de São João: São duas grandes festas anuais que a Maçonaria costuma celebrar em honra a São João Batista e São João Evangelista, considerados seus Patronos. Correspondem ambas à época dos solstícios e por isso também chamadas festas solsticiais. No Hemisfério Norte tem lugar a do verão, dedicada a São João Batista no dia 24 de junho, e a outra, no inverno, e dedicada a São João Evangelista em 27 de dezembro. No Hemisfério Sul é o contrário. (...)

Conta a lenda que, quando a Terra Santa foi invadida pelos bárbaros, as Lojas do Oriente sofreram devastadora perseguição e foram fechadas.

Mas os maçons não esmoreceram, se reorganizaram e levantaram a sugestão para a instauração de um Concílio que deveria ser celebrado na cidade de Benjamin, onde, depois de diversos entendimentos, ficou decidido entre os próceres (importantes) maçons enviar uma deputação (pessoas encarregadas de uma missão especial) ao Irmão Eminente, que era João Evangelista, bispo de Éfeso, rogando-lhe aceitar o cargo de Grão-Mestrado das Sete Lojas reunidas. Isso sucedeu no Oriente.

Esse Venerável Irmão respondeu que a sua idade e as forças combalidas pelas lutas anteriores não lhe davam ânimo para assumir tal encargo e responsabilidade dele decorrentes, ainda mais naquele tempo de refregas com os inimigos da fé cristã e da Ordem Maçônica.

Apesar disso, mas em nome do seu grande amor à ‘Divina Causa’, aceitou o cargo de presidir a Maçonaria com sabedoria, prudência, cuidado e afetividade, empregando com inteligência os mesmos métodos de João Batista.

Desde então os maçons dedicaram os seus trabalhos aos dois Veneráveis - S. João Evangelista e São João Batista.

As duas denominações solsticiais consagradas aos dois Santos compreendem as duas datas solsticiais festejadas anualmente pela Maçonaria - 24 de Junho e 27 de Dezembro. (REFS).


6. Rituais: (...) o corpo que aí vedes representa nosso Mestre e Protetor, S. João Batista, friamente assassinado. (RA). (V. Ágape Maçônico, Equinócio, Festas Solsticiais, João Batista, João Evangelista, Padroeiro, Patrono, Rituais Especiais, Solstício).

(*) O Ir. João Ivo Girardi da Loja Obreiros de Salomão nr. 39 (Blumenau) dominicalmente está no JB News,enfocando um dos mais de 3.000 verbetes de sua obra de 700 páginas. “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”.

Fonte: JBNews - Informativo nº 288 - 12.06.2011

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

DESLOCAMENTO EM LOJA

(republicação)
O Respeitável Irmão Humberto Santos Soares, Chanceler da Loja Monte de Sião, 2.325, REAA, GOB, Oriente de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, formula a questão que segue:
humbasoares@yahoo.com.br

Seguem algumas perguntas com o intuito de melhorarmos a ritualística dos nossos trabalhos.

1. Da circulação dos Diáconos: estes Oficiais podem circular em Loja, além dos momentos da transmissão da palavra sagrada na abertura e encerramento dos trabalhos? Se sim, em quais momentos?

2. Algum Irmão pode circular em loja livremente, sem o acompanhamento do Mestre de Cerimônias. Além dos momentos expressamente indicado no ritual (REAA)? Quais são e em quais momentos?

3. Quais são os casos em que a Sessão é aberta e/ou fechada a um único golpe de malhete?

CONSIDERAÇÕES:

1. Não. O ofício dos Diáconos está previsto no Rito em questão apenas para a Transmissão da Palavra. O que pode ocorrer é que eles venham previamente designados, compor, por exemplo, a Guarda de Honra do Pavilhão Nacional. É equivocada a ação de alguns Veneráveis que usam o Primeiro Diácono para conduzir mensagens e outros afins no Oriente. Essa função em qualquer instância é do Mestre de Cerimônias. O diálogo ritualístico dos Diáconos se faz presente apenas como tradição antiga onde no Craft (inglês) estes têm outras funções. O Rito Escocês pelo seu caráter “antigo” mantém simbolicamente a referida dialética.

2. Como bem disse o Irmão, somente se o ritual assim previr. Outras situações o Mestre de Cerimônias sempre conduz – vai à frente do conduzido.

3. Somente se o ato estiver previsto em algum dispositivo legal. Todavia essa não seria uma atitude de boa geometria. Genuinamente uma sessão aberta ou fechada com um só golpe de malhete não é uma sessão justa e perfeita. Em Maçonaria, qualquer sessão tem ritualística própria para o procedimento de abertura conforme o rito.

T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte JB News – Informativo nr. 1.278 Florianópolis (SC) – domingo, 2 de março de 2014.

PÍLULAS MAÇÔNICAS

 nº 120 - Frederico II, Rei da Prússia e o Supremo Conselho do REAA - A Lenda

O nome de Frederico II, Rei da Prússia, é encontrado nos Rituais escoceses dos Altos Graus (REAA), com alta freqüência, e é tido como criador e autor dessa Ordem.

É dito que o Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus repousa nas Grandes Constituições de 1º de maio de 1786, feitas por Frederico II, Rei da Prússia.

Tomando por base o livro "Frederico, o Grande e a Maçonaria" do Mestre Kurt Prober e o livro "O Rito Escocês Antigo e Aceito" do Mestre José Castellani, veremos que tal afirmativa não é um fato histórico e sim, uma farsa que deve ser, atualmente, considerada como uma lenda, como muitas outras que se tem na Maçonaria.

É sabido que, em 1786, Frederico II era um idoso doente e acamado. Não estava mais participando da Ordem Maçônica já fazia um bom tempo. Foi Iniciado em 1738, escondido de seu severo pai, fundou e foi Grão Mestre da Grande Loja "Três Globos", em 1744. Aparentemente, finalizou , em 1747, suas atividades maçônicas (Rebold).

Além do mais, esse fato, ficou desconhecido do mundo maçônico de 1786 até 1804. Por que?

Essa afirmativa de ter sido ele, Frederico II, o "fundador" do primeiro Supremo Conselho do Grau 33, não tem, hoje, qualquer credibilidade entre os verdadeiros escritores históricos maçônicos da nossa Ordem.

O inicio dos Altos Graus do REAA foi em Paris, em 1758, com a criação do Conselho dos Imperadores do Ocidente e do Oriente, que instituiu o Rito de Perfeição ou de Héredon, com 25 graus, influenciado pela Aristocracia e, possivelmente, do Alto Clero, através da Ordem dos Jesuítas (vide Pílula Maçônica nº 38).

Qual o motivo, então, de ter aparecido essa "falsa versão" dos fatos históricos?

Ora, os interesses políticos e a vaidade, sempre existiram em todos os setores, inclusive na Ordem Maçônica. Os países da Europa, com toda sua tradição e imponência, não poderiam, jamais, aceitar que fato tão importante para a Maçonaria tivesse berço num país "selvagem", como era considerado os EUA, naquela época.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

POMPAS FÚNEBRES MAÇÔNICAS

A cerimônia de Pompas Fúnebres Maçônicas é um dos rituais mais solenes e simbólicos da Maçonaria. Trata-se de uma homenagem póstuma prestada a um Irmão que partiu para o Oriente Eterno — expressão usada para designar a transição do mundo material para a imortalidade espiritual.

Realizada com profunda reverência e silêncio, essa cerimônia celebra não apenas a morte física, mas principalmente a continuidade da vida na eternidade do espírito, reafirmando os princípios maçônicos de imortalidade da alma, fraternidade e luz eterna.

Durante o ritual, os Irmãos se reúnem trajando seus aventais e insígnias, e o ambiente é preparado com símbolos que representam a vida, a morte e a esperança. O esquadro e o compasso lembram a retidão e o equilíbrio da existência; a vela acesa simboliza a chama do espírito que nunca se apaga; e o ramo de acácia — colocado sobre o caixão — representa a imortalidade da alma e a vitória da luz sobre as trevas.

O Venerável Mestre conduz a cerimônia, relembrando as virtudes do Irmão falecido e destacando que o verdadeiro Templo não é feito de pedra, mas sim das boas ações que cada um realiza em vida.

As palavras proferidas convidam todos à reflexão sobre a transitoriedade da vida material e a importância da construção moral e espiritual.

Ao final, os Irmãos prestam sua última saudação, e em uníssono, reverenciam aquele que cumpriu seu tempo terreno, retornando à Grande Loja do Universo, onde o Grande Arquiteto acolhe cada alma justa.

Fonte: Facebook_Federação Maçônica de São Paulo

terça-feira, 11 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

COLUNAS VESTIBULARES - DISPOSIÇÃO

Em 11.05.2025 o Respeitável Irmão Otávio Santiago Farias, Loja Caldas Jr., 270, REAA, GORGS (COMAB), Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul apresenta a seguinte questão:

COLUNAS VESTIBULARES

Parabenizar o irmão Pedro Juk pela lucidez no trato das matérias que apresenta sabiamente. Meu caro, estou na busca da comprovação documental, da exata localização das Colunas J e B. Não encontrei ainda qual fica ao Norte ou Sul do templo. Li vários artigos que citam vista de fora pra dentro, que a coluna tal fica à esquerda e outra à direita, mas não citam aonde ou quem enxerga está, se no Oeste ou Leste. Me ajude, 

CONSIDERAÇÕES:

Conforme consta na Bíblia, em 1 Reis 7:21 e 2 Crônicas 3:17, as Colunas Gêmeas do primeiro Templo de Jerusalém ladeiam a sua porta principal pelo lado de fora. O ingresso é feito de fora para dentro, portanto a primeira visão que se tem dessas Colunas é do átrio.

Por ficarem no átrio do Templo, as duas Colunas também são chamadas de vestibulares. Para quem entra no Templo, a Coluna da direita se chama J e a da esquerda, B.

Segundo exegetas bíblicos, as letras iniciais B e J relativas às Colunas, quando lidas da direita para a esquerda, conforme prevê o idioma hebraico, significam: “Ele estabelecera”, para a letra J e “com força”, ou “na força”, para a letra B.

Da direita para a esquerda, em primeira análise as iniciais formam a frase "Ele, JAVÉ, estabelecerá com força o Reino de Israel”.

Na Moderna Maçonaria, o Templo de Jerusalém, ou de Salomão, logo viria a se tornar um dos seus maiores símbolo. Isto fez com que a maioria dos Ritos utilizassem as Colunas Vestibulares do Templo para construir destacada alegoria iniciática.

Por conta disso e conforme o Rito, as duas Colunas podem aparecer pelo lado de dentro ou pelo lado de fora do templo maçônico, não obstante elas também possam aparecer invertidas – B e J ou J e B∴.

No REAA, dispostas conforme o ponto de vista de quem as enxerga pelo lado de fora, vê-se B à esquerda e J à direita. Essas Colunas ficam no átrio do Templo (lado externo), uma em cada lado da porta.

Usando como parâmetro o REAA, o motivo pelo qual as colunas aparecem invertidas em alguns Ritos é histórico e se deve às "Revelações" (Exposures). As “Revelações” eram uma espécie de “traição literária” que revelava ao mundo profano como os maçons trabalhavam nas suas Lojas. 

Editadas principalmente pelos jornais londrinos do século XVIII, as “Revelações” fizeram tanto sucesso que logo apareceriam impressas em forma de livretos. É o caso da mais famosa delas, então editada em 1730 e chamada The MasonryDissected de Samuel Pritchard, a qual teve aproximadamente dez edições. Nos anos seguintes outras obras espúrias apareceriam para revelar os “segredos” da Maçonaria.

Na verdade, como um instrumento para revelar os segredos dos Franco-maçons, as “Revelações” despertavam muita curiosidade no mundo profano e com isso acabaram rendendo muito dinheiro aos seus produtores – tornava-se um excelente negócio lucrativo.

Foi graças a isso que a Primeira Grande Loja de Londres e Westminster, visando burlar os ansiosos bisbilhoteiros que liam as revelações, fez várias mudanças na forma de trabalho, pelo que alterou a disposição de muitos símbolos, descristianizou rituais, omitiu orações, inverteu palavras, etc. Tudo para escapar às revelações produzidas por traidores.

Uma das significativas mudanças feitas pela primeira Grande Loja foi a inversão das palavras de Aprendiz e Companheiro. No mesmo caminho também foram invertidos os nomes das colunas, de B e J para J e B. 

No entanto, essas mudanças não agradaram os defensores da velha forma de trabalho, que não admitiam as mudanças, inversões e omissões propostas pela primeira Grande Loja de 1717. Isso despertou muitas animosidades, sobretudo por parte dos maçons irlandeses, fazendo com que outra Grande Loja fosse criada para se opor à primeira. Assim, em 1751 era criada uma Grande Loja rival.

À vista disso, os integrantes da Grande Loja rival (1751) passaram a se auto denominar como “Antigos”, apelidando pejorativamente os integrantes da primeira Grande Loja (1717) de “Modernos”.

Assim sendo, as escaramuças entre Antigos e Modernos durariam até 1813, oportunidade em que as duas Grandes Lojas rivais acabariam se unindo para criar a Grande Loja Unida da Inglaterra.

Foi assim que as Colunas Vestibulares, ora B e J, ora J e B, se tornariam marcos de identificação entre muitos ritos da Moderna Maçonaria.

De modo amplo, a espinha dorsal da Maçonaria Francesa se manteve fiel aos costumes dos Modernos, conservando a Coluna B à direita de quem entra e a Coluna J à esquerda – é o caso do Rito Moderno e do Adonhiramita (ambos também interiorizam as Colunas). 

No entanto, o REAA, que é um rito originário da França, por questões históricas, segue em muitas particularidades o costume dos Antigos, ou seja, mantém a Coluna B à esquerda de quem entra, e a J à direita (as Colunas ficam junto à porta no átrio). 

Vale ressaltar ainda que a posição das Colunas B (Norte) e J (Sul) é também uma herança da Loja Geral Escocesa, então criada em Paris no ano de 1804 para coordenar a construção do primeiro ritual para o simbolismo do REAA.

Finalmente, vale a pena mencionar que referências a situação das Colunas Vestibulares, interiorizadas ou exteriorizadas, invertidas ou não, é sempre do ponto de vista de quem vem de fora para dentro do Templo. Caso contrário seria o mesmo que primeiro fabricar a rolha para depois fazer a garrafa.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

RUFINO BLANCO FOMBONA

A MAÇONARIA PODE ACABAR?

Sim. talvez ou não…

Decerto iremos divagar, ou seja, trilhar caminhos tortuosos, visto que a resposta dependerá de qual parte da Maçonaria estamos indagando.

O Maçom pode acabar?
Sim! Basta ele, por suas atitudes, retornar à condição de profano.

Uma Loja Maçônica pode acabar?
Sim! Basta ela deixar de ser para o Maçom um lugar consagrado aos Sãos Princípios da Moral e da Razão.

Uma Potência Maçônica pode acabar?
Sim! Basta ela se tornar um Reino ou Empresa, acreditando que as Lojas são suas colônias / filiais, instituindo “Viscondes”, Condes”, “Duques” e aplicando leis imperialistas.

O Maçom pode acabar?
Talvez! Dependerá de seu padrinho e de seus Irmãos, que o alertarão sobre os desvios e evitarão sua queda às masmorras do vicio.

Uma Loja pode acabar? Talvez! Dependerá se a Loja tem associados ou Obreiros. Associados vão à procura de algo (vem a mim); Obreiros, por sua vez, disponibilizam-se para algo (vou pelo outro).

Uma Potência Maçônica pode acabar?
Talvez! Dependerá da compreensão da simbiose mutualista que deve reger as relações isonomia entre a Potência e as Lojas, cuja interação deve resultar em benefícios para ambas as partes.

Um Maçom pode acabar?
Não! Por menor que tenha sido seu tempo de convivência, houve um momento de discernimento do quão bom e suave era quando vivia em harmonia com os Irmãos. É uma semente plantada, aguardando o tempo para germinar.

Uma Loja pode acabar?
Não! Uma vez instalada, a Loja é imorredoura. As Colunas podem se abater, os caracteres da Carta Constitutiva esmaecer, mas poderá, a qualquer tempo, ser só erguida por livres gerações vindouras que resgataram a história e os feitos de seus fundadores.

Uma Potência pode acabar?
Não, pois ela não existe por si só. Potências são reflexos da pujança de suas Lojas e dos feitos de seus Obreiros. Potências não se expressam por quem está à sua frente, mas por quem está por trás.

Apresentei a pergunta em três segmentos e com três possíveis respostas. Friso o “possíveis respostas”, visto que não há verdade absoluta. Constantemente nos são apresentadas versões de tudo. Muitas vezes diante dessas versões, assumimos compromissos os quais, quando descobrimos o equívoco, não voltamos atrás por simples vergonha de assumirmos que fomos enganados e manipulados.

A MAÇONARIA PODE ACABAR?
ELA VIVE EM CONSTANTE PERIGO PELA IGNORÂNCIA, PELO FANATISMO E PELA AMBIÇÃO DAQUELES QUE NÃO COMPREENDEM SUA FINALIDADE NEM SE DEVOTAM À SUA SUBLIME OBRA.

Fonte: Facebook_Átrio do Saber

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

RÉGUA GRADUADA (RÉGUA COM 24 POLEGADAS)

Em 10.05.2025 o Respeitável Irmão Sebastião Fonseca e Silva, Loja Luz das Estrelas, 335, REAA, GLMMG (CMSB), Oriente de Santa Bárbara, Estado de Minas Gerais, solicita esclarecimentos, como segue:

RÉGUA GRADUADA

Oriente-me em relação a: Para a maçonaria, diante dos símbolos e alegorias, a régua de 24 polegadas está associada à maneira como nós maçons devemos administrar o tempo de forma racional. Dividida em 24 partes iguais, a régua simboliza as vinte e quatro horas do dia, que devem ser divididas em três terços: oito horas dedicadas à reflexão e meditação, oito horas ao trabalho e às atividades cotidianas e oito horas reservadas ao lazer e ao descanso. Em qual desses “terços” devemos dedicar aos nossos trabalhos maçônicos em Loja (ou fora dela), estudos e pesquisas, reuniões, ações solidárias e filantrópicas, etc.

CONSIDERAÇÕES:

Das diversas concepções que possam existir sobre este importante símbolo, sou simpático a seguinte versão da tripla divisão da Régua com 24 Polegadas: uma delas para o trabalho e a subsistência (construção da vida - material), outra para o estudo, medicação e aplicação da caridade (construção espiritual) e finalmente uma para o descanso (recuperação e vigilância para bem prosseguir na jornada).

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FERNANDO PESSOA

A FORÇA DO RIO E O MOVIMENTO DAS ÁGUAS

Ir∴ Luiz Felipe Brito 

Parte 2

A energia é conduzida de tal forma a gerar movimentos específicos.

Uma eficiência na condução de energia garantirá uma eficiência maior com menor dissipação.

Energia mal conduzida irá gerar retenção com aumento da tensão.

Poderíamos fazer um paralelo entre nossa mente e o funcionamento do universo?

Poderíamos dizer que a ansiedade seria decorrente de um nó energético a gerar tensão, decorrente de uma condução inadequada de energia?

Poderíamos dizer que o sofrimento seria equivalente ao mal funcionamento decorrente da perda de energia? Como um fio mal condutor que gera calor? Sofrimento seria uma conseqüência direta da dissipação de energia?

No organismo cada órgão irá conduzir a energia de forma a garantir funções ou movimentos determinados. Peças especificamente planejadas pela natureza para garantir a continuidade da pesada complexidade.

Na mente poderíamos dizer que os pensamentos e sentimentos são peças condutoras de energia a garantir e sustentar nossa integridade consciencial?

Se assim o for poderíamos conjecturar que aquilo efetuado fora teria repercussão dentro.

Se por exemplo ultrapassarmos um sinal fechado, poderemos não ser flagrados pela polícia, mas os sentimentos e pensamentos gerados serão peças defeituosas a conduzir de forma pouco eficiente nossa energia mental.

Inconscientemente sentiremos uma sensação natural de mal estar e de ansiedade. Nossos pensamentos e sentimentos defeituosos constituídos no momento do ato impedirão uma sensação interior de bem estar ou de eficiente equilíbrio funcional.

O que fazemos fora repercutirá dentro.

Querendo ou não nossas ações têm repercussão direta e simétrica em nossa harmonia e saúde mental.

A moralidade afinal faria sentido. Não seria apenas uma maquiagem de cinismo para uma sociedade hipócrita.

Quanto maior o desvio cometido maiores seriam as conseqüências internas, podendo levar até a fragmentação total, como a loucura.

Existiria uma moral natural afinal.

Pessoas que ostentem uma falsa moralidade sempre serão infelizes no final.

Peças de alta tecnologia fornecem possibilidades múltiplas à condução da energia, com maiores possibilidades adaptativas permitindo um fluxo contínuo e estável.

Pensamentos e sentimentos densos fazem o mesmo.

As virtudes seriam estados mentais. Espaços de possibilidade abertos e mantidos permitindo uma flexibilidade no conduzir da energia propiciando uma fácil solução de problemas e o continuar eficiente do fluxo.

Problemas são lacunas de continuidade. Deficiência de interação eficiente.

Os espaços são abertos pela força da vontade direcionada pela seta da sabedoria, haurida pela forja da experiência.

Depois que alguns estados mentais são estabelecidos criam adaptabilidade perante as necessidades interativas, porém com o tempo se cristalizam em hábitos, se faz necessária demolição e reconstrução para que novos ambientes mentais sejam construídos, frente agora a necessidades mais complexas de interação.

O maçom se reconstrói a cada dia, trocando espaços caducos limitantes por espaços mais adequados ao seu estado de evolução contínua.

Fonte: JBNews - Informativo nº 287 - 11.06.2011

domingo, 9 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

TRÍPLICE BATERIA

Em 09.05.2025 o Respeitável Irmão Christian Emmanuel Dantas Roque, Loja Libertas Quae Será Tamen, 1180, GOB MINAS, Oriente de Ipanema, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão seguinte:

TRÍPLICE BATERIA

Bom dia meu irmão, tudo bem? Espero que sim. Meu nobre irmão, me surgiu uma dúvida em uma sessão ordinária na qual na ordem do dia teve uma filiação. No ritual novo de aprendiz para celebrar a boa aquisição o V∴ M∴ convida os Irmãos a aplaudir a boa aquisição que acabaram de fazer. E em azul está aplaudir pela tríplice bateria, os Irmãos repetiram a bateria do grau por três vezes e confesso que isso me gerou uma dúvida se é realmente assim, ou se tríplice bateria se refere exatamente a bateria do grau que consistes em bater por três vezes.

Desde já agradeço a atenção, um excelente final de semana.

CONSIDERAÇÕES:


Sobre a sua questão. Tríplice bateria é simplesmente se percutir, com o malhete ou por palmas, por três vezes seguidas - apenas isso. O ritual é bem claro ao mencionar aplaudir “pela bateria” (página 169, 1º parágrafo), obviamente pela bateria de Aprendiz.

Ainda, o ritual não manda dar por “três vezes” a tríplice bateria. Assim, aplaude-se pela bateria do Aprendiz (a sessão está no Grau 01).

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

CAVERNA

A caverna foi o primeiro abrigo que o homem encontrou para refugiar-se das intempéries e dos inimigos naturais, as feras.

Ainda hoje, essas habitações são encontradas nos povos incultos, em certas tribos africanas e nos místicos-hindus os gurus ou enviados divinos que escolhem os seus pensamentos filosóficos aos que vêm a eles.

As cavernas foram muito usadas como sepulcros naturais pelas antigas civilizações.

Filosoficamente, diz-se que o homem permanece em sua própria caverna para significar o espírito inferior que foge da luz, preferindo o isolamento e ostracismo.

O maçom nunca desse sentir-se só; ele pertence aos grupo e por esse motivo jamais se instalará em qualquer caverna.

Todos nós devemos fugir do isolamento e buscar o convívio com os Irmãos e com eles comungar.

Sobranceiramente, devemos buscar as altitudes para deslumbrar o que é livre.

Na Iniciação, já estivemos uma caverna; não retornaremos a ela porque ficaremos libertos das nossas paixões.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 88.

OFICIAIS

Léo Gama

Cada oficial da tua Loj∴ usa um colar e pendurada nesse colar há uma jóia que indica a função de cada um. O Esquadro é a Jóia do V∴ M∴ e é também sobre o Esquadro que os Maçons iniciam o seu caminho na Maçon∴, foi dele que partiste quando deste os teus primeiros passos como Maç∴.

Se a primeira qualidade que procuramos num Prof∴ que queira ser admitido nos nossos Mistérios é a Retidão, que a sua vida tenha sido um exemplo dessa retidão e elevação moral, é sobre a sua poderosa representação simbólica, o Esquadro, que entramos no T∴ pela primeira vez enquanto maçons. Foi sobre esse símbolo que começou a marcha de todos nós, como nos foi também transmitido pelo I∴ 2º Vig∴ no dia da nossa Iniciação, quando estamos entre Col∴ imediatamente a seguir a termos prestado o nosso Juramento de Apr∴ Maç∴, pelas palavras que lê do Rit∴ de Apr∴:

M∴ Ir∴, o Esquadro, o nível e a perpendicular são sinais de reconhecimento para o Maç∴. Peço que te mantenhas bem direito, com os pés em ângulo reto unidos pelo calcanhar. Agora das um passo na minha direção com o pé esquerdo e junta-lhe seguidamente o calcanhar direito, formando um ângulo reto. É o primeiro passo na Maçon∴.

Antes de outra coisa qualquer, é o Esquadro que nos deve definir. Por isso colocamos os pés em esquadria antes de iniciar a Marcha. Por isso colocamos os pés em esquadria quando nos colocamos à Ord∴. Por isso colocamos os pés em esquadria quando formamos a Cad∴ de Un∴, que ainda não viste mas da qual já fazes parte. Por isso fazemos um Esquadro com o braço quando desfazemos os sinais que identificam o Apr∴, o C∴ e o M∴ M∴. Por isso marchamos em ângulos retos na Loj∴ Simbólica no R∴ E∴ A∴ e A∴.

O Esquadro é o primeiro símbolo que o Apr∴ conhece, e é a Jóia que identifica o V∴ M∴, remete-nos para a verticalidade nas ações, a justeza nas opções. O Esquadro não dobra, não verga, não mente.

Do Apr∴ mais novo de uma Loj∴ ao seu V∴ M∴, o Esquadro é o primeiro elo que nos une e o único que está sempre presente em todas as curvas do caminho do Maç∴, até ao fim da sua vida. O que define, para mim, os maçons, é isso mesmo, viver pelo Esquadro. Assenta as suas pernas, as colunas que sustentam o seu templo físico e assenta a sua vida. Ser leal ao Esquadro, sempre, é o desafio permanente do Maç∴. E para mim, ser leal ao Esquadro não é ser bonzinho, ser um gajo porreiro ou fazer jeitos aos amigos e conhecidos. É ser reto, valente e justo. Honrar juramentos e compromissos. É ter a coragem de levar uma vida justa. É decidi-lo todos os dias, pela manhã e recordá-lo pela noite.

E como a nossa simbólica é a da construção, o melhor exemplo, para mim, dessa justeza, é precisamente o da utilização do esquadro para aferir da cubicidade da pedra que estamos a trabalhar. Se o esquadro e a pedra estiverem justos, então o trabalho está bem feito. Não cabe entre o esquadro e a pedra um fio de cabelo, não há irregularidade, então o trabalho está justo e perfeito.

E o Esquadro está presente sempre, não só quando estamos parados e eretos, assentando num angulo reto e fazendo outro, maior, cujas retas são o nosso corpo ereto e a superfície da Terra, está também enquanto marchamos, também enquanto circulamos.

Diz-nos isso que também a nossa marcha deve ser justa, sempre assente no Esquadro. Que as nossas ações devem ser justas, assentes no Coração e na Razão, que poderiam ser os dois braços do Esquadro. Que o nosso caminho na Terra deve ser sempre assente no Esquadro. Essa deve ser a Luz que refletimos no mundo lá fora, esse é o exemplo que devemos ser para os outros, testemunhado pelo que decidimos fazer todos os dias. E não apenas quando é conveniente, a Virtude não é apenas para quando dá jeito. Parado ou em movimento, deve sempre o Maç∴ assentar a sua existência no Esquadro. Esse é o nosso mínimo denominador comum, essa é a nossa responsabilidade, o que de nós se espera e o que esperamos uns dos outros.

Sermos o Esquadro, antes de outra qualidade qualquer, esse é o desafio do Maç∴. Sermos filhos, irmãos e maridos sobre o Esquadro. Sermos, pais, cidadãos e profissionais sobre o Esquadro. E finalmente morrermos um dia dignos de, no nosso epitáfio, figurar um Esquadro, descansando nós finalmente não já sobre o Esquadro, mas antes sob o Esquadro.

Se for sob um Esquadro entrelaçado com um Compasso, melhor. Mais um vez MM∴Q∴IIr∴ , sê muito bem vindo a esta Loj∴ que te recebe para a Maçon∴ em todo o Mundo.

Fonte_ Facebook_Átrio do Saber

sábado, 8 de novembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

O TECIDO DO TRAJE DE MAÇOM

Em 08.05.2025 o Respeitável Irmão Anderson Vilela, Loja Os Templários, 2722, GOB-SP, sem mencionar o Oriente, Estado de São Paulo, solicita o seguinte esclarecimento.

TECIDO DO TRAJE

Peço a gentileza de esclarecer uma dúvida quanto a vestimenta (trajes) em sessão maçônica.

Apesar de nunca ter visto em nossos rituais do REAA qualquer menção a respeito do tipo de tecido dos trajes, seja do terno ou da calça preta (usada com balandrau quando legalmente permitido), gostaria de saber se há qualquer restrição ao tipo de tecido, pois fui questionado a respeito da admissibilidade do uso de calça JEANS preta, quer com paletó preto, quer com uso de balandrau?

CONSIDERAÇÕES:

Absolutamente, não existe nenhuma exigência sobre a qualidade e a espécie do tecido usado no traje de um maçom. 

O que de fato interessa é que o terno seja preto, ou azul marinho. Sendo o traje um balandrau, para os ritos que o admitem, o mesmo deve ser preto, talar (até os calcanhares), fechado no colarinho, mangas compridas, sem inscrições – usado com calça preta.

Vale ressaltar que vestido com terno preto, ou azul marinho, o maçom deve usar camisa branca, gravata (clássica), meias e os sapatos pretos.

Agora, um maçom regular, vestido conforme a legislação, ser impedido de ingressar nos trabalhos por conta da qualidade e do tipo de tecido do seu traje, é atitude altamente ilegal... Uma verdadeira estupidez!

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br