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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

segunda-feira, 31 de julho de 2023

PEDINDO A PALAVRA - VIGILANTE RELAPSO

Em 05.04.2023 o Respeitável Irmão Fábio Felizari, Loja Luz da Perfeição, 2810, REAA, GOB-PR, Oriente de Quatro Barras, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte

PEDINDO A PALAVRA

Surgiu uma dúvida em conversa com alguns irmãos, e não consegui localizar como seria o procedimento, a ser adotado, em consulta ao SOR e ao manual de procedimentos não localizei seguinte informação:

Durante a Palavra do Bem e da Ordem, quando o obreiro solicita a seu Vigilante, deve bater com a mão direita sobre o dorso da mão esquerda o Vigilante a permitirá.

Mas caso o Vigilante por desatenção ou qualquer que seja o motivo não a conceder, desta forma inibindo o direito de uso da palavra pelo Irmão, como ele deverá proceder?

CONSIDERAÇÕES:

Penso que esse seria um procedimento inusitado, pois não cabe ao Vigilante em situação normal avaliar se concede ou não a palavra. A palavra estando na sua Coluna ele a concede conforme os nossos costumes.

Caso ocorra desatenção por parte do Vigilante nesse sentido, o Venerável Mestre chamará atenção do Vigilante a respeito. Caso o Venerável também não se manifeste, o Orador, como Guarda da Lei intercede na questão.

O que não pode é inventar procedimentos que tornem ainda mais irregular a situação.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O EQUILIBRIO VEM DE DENTRO

Ir∴ Ivan Froldi Marzollo

S∴S∴S∴

"Seremos testados em vários momentos por pessoas destemperadas, seja no trabalho, em casa, relacionamento, seja na vida.

Muitos criam tempestades e em vez de tentarem sair delas, desejam trazer para a sua tempestade quem estiver por perto.

O universo coloca pessoas estrategicamente em nosso caminho muitas vezes para testar e pôr a prova o aprendizado que acreditamos ter.

Perceba o quanto aqueles que chegam sempre despertam algo em você: ou a luz ou a sombra, justamente para que você fique ciente do que existe em seu interior. Assim como no pavimento mosaico lido a partir do conto dos dois lobos Cherokee vence o que é mais alimentado.

A verdade é que ninguém te faz sentir raiva, ódio, tristeza, inveja…A raiva é uma força circulante e as demais emoções estão dentro de você, as pessoas apenas são o gatilho que faz vir a tona essas emoções.

Somos testados dia após dia e caímos na mesma armadilha e tropeçamos na mesma pedra.

Olhe pra dentro e observe como você reage aos estímulos externos. Quando alguém te desequilibrar, entenda como um convite para você se conhecer um pouco melhor.

Perceba-se.

A convivência, nesse contexto, é escola bendita. Saber os motivos das nossas reações frente uns aos outros, entender os sentimentos e ideais nas relações é preciosa lição para engrandecimento da alma na busca de si próprio.

Não existe autoconhecimento sem relacionamento. Percebemos evasão e mudança de lojas , como uma fuga , mas a fuga é de si mesmo pois perdeu a oportunidade de se Lapidar.

Você pode ter força espiritual, meditar todos os dias e ser o melhor nisso, mas se não sabe se relacionar, não evoluiu nada.

Teoria e prática é mister andarem juntas.

Aprimorar a paciência requer alguém que nos permita praticar a tolerância.

O que nos faz crescer e evoluir são as nossas relações. São elas que revelam verdadeiramente quem somos".

Que GADU nos dê persistência e perseverança na busca da vitória sob si próprio.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

domingo, 30 de julho de 2023

TRONCO E ATA

(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Hamilton Luiz de Souza sem declinar o nome da Loja, Oriente (cidade e estado) REAA. 
hamilton@fpte.br 

O Rito praticado em minha Oficina é o Escocês Antigo e Aceito e, de acordo com o ritual de Aprendiz - 2009, em sua página 75, temos "(O Ven∴ Mestre dá andamento aos trabalhos enquanto é conferido o Tr∴ de Benef∴)". O que me leva a escrever é uma pequena dúvida que surgiu referente à forma correta, no ponto de vista dos Irmãos sobre o local em que deve constar o anuncio do valor colhido no Tronco de Beneficência na ata resultante da sessão. Na confecção da ata há local específico para se informar que o Tronco de Beneficência circulou, mas se enquanto é feita a conferência do valor colhido a sessão contínua e, efetivamente, o Tronco é anunciado na Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular, onde este valor deve constar, no item Tronco de Beneficência ou na Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular? 

CONSIDERAÇÕES:

Como o Venerável dá o andamento aos trabalhos, o Tesoureiro quando da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, pede a palavra ao Primeiro Vigilante e comunica ao Venerável o produto do Tronco. Por sua vez o Venerável Mestre em seu pronunciamento final repete o produto aos Irmãos. Isso se dá porque hipoteticamente o Tesoureiro ao comunicar o produto auferido, o faz ao Venerável que por sua vez no momento descrito comunica à Loja. Quanto ao momento em que o Secretário anota para a leitura posterior e aprovação é apenas uma questão de formatação da ata na sua preferência. Ele pode anotar no momento em que o Tesoureiro comunica ao Venerável, ou mesmo quando o Venerável repetir a comunicação à Loja. 

Já algumas atas são redigidas seguindo a formalidade do ritual. Por exemplo, descreve primeiro que a sessão foi aberta ritualisticamente com a presença de tantos Irmãos, etc. A ata foi lida e aprovada, etc. O expediente constou de (...), A Bolsa de Propostas e Informações produziu tantas colunas gravadas, etc. Aberta a Ordem do Dia a pauta constou de (...). O Tempo de Estudos constou de (...). O Tronco de Solidariedade produziu a medalha cunhada de tantos reais que foi entregue (...), e assim por diante. 

Em resumo, o importante mesmo é registrar o produto, estando esse registro atrelado ao ato de conferência e comunicação do Tesoureiro, ou quando o Venerável repete a comunicação. O que nos parece sugestivamente que a comunicação é registrada na oportunidade da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular. Também sugestivamente este pode ser registrado simplesmente se dizendo que o Tronco de Beneficência produziu tantos reais. 

T.F.A. 
PEDRO JUK  - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 0972, Florianópolis (SC) – quinta-feira, 2 de maio de 2013

O TELHAMENTO

Ir. ́. José Aparecido dos Santos - Loja Justiça – Maringá - PR
O Telhamento é um ato de examinar um Irmão desconhecido para certificar-se de sua condição de maçom e sua regularidade.

É incorreta a expressão “Trolhamento”, visto que toda obra é protegida da intempéries do mundo exterior pelas telhas (ou pelo telhado). Trolhar é passar a Trolha (colher de pedreiro), termo mais adequado a um caso de desentendimento entre Irmãos, com o significado de remover as arestas, espalhando e nivelando a massa, pois se usa a Trolha para espalhar a massa sobre a qual a pedra será acomodada. Portanto erguemos o edifício com a ajuda da Trolha, mas na hora de protegê-lo das intempéries é com a telha que o cobrimos, ou seja, que a protegemos.

José Castellani diz o seguinte a respeito do uso equivocado do termo “Trolhamento”. O termo, um neologismo maçônico, existe, mas é usado de maneira incorreta, para designar o exame de alguém, através dos Toques, Sinais e Palavras, para aquilatar a sua qualidade maçônica e o seu lugar na escala iniciática. Na realidade, esse exame, que é uma cobertura contra fraudes, e realizado portanto pelo Cobridor é, com mais propriedade, denominado TELHAMENTO, pois cobertura se faz com telhas e não com trolhas. 

Tanto que muitas vezes o Cobridor Externo é chamado de Telhador; como ocorre nos países de fala inglesa (Tyler, de tile = telha), de fala francesa (Tulleur, de tuile = telha), de fala italiana (Tegolatore, de tegola = telha) e assim por diante. Trolhar, por sua vez, significa outra coisa: como a trolha é a desempenadeira, ou desempoladeira, destinada a aparar as rugosidades, da argamassa espalhada pelo pedreiro, o trolhamento é o apaziguamento de Obreiros em litígio, ou seja: é, figuradamente, o alisamento das arestas, das rugosidades que são as divergências existentes entre aqueles que se pretende colocar em paz.

Simbolicamente, portanto, é mais adequado Telharmos o candidato para nos protegermos de um eventual intruso e nos certificarmos que se trata de um “bom, legitimo e fiel” Irmão, apto a entrar no Templo, lugar em que a Loja se reúne!

Esta é a opinião defendida pelos grandes simbolistas, que buscaram a origem da função e terminologia usada no período Operativo para fundamentar sua tese, o que tem levado as Potências do Brasil sensatamente a atualizarem-se.

Telhamento, portanto, é a forma ritualística constituída por perguntas e respostas, para comprovar o grau e a qualidade de Maçom de quem solicite ingresso no Templo, não sendo membro da Ordem.

O termo é usado, também, para experimentar membros do quadro que postulem Aumento de Salário, oportunidade em que, além do Cobridor de Grau, o postulante é inquirido sobre o conhecimento que assimilou no Grau.

Telhamento;  É a forma ritualística constituída por perguntas e respostas, pela qual podemos comprovar o grau e a qualidade de Maçom de um Irmão visitante desconhecido, servindo para “verificar se o Maç∴ é um bom, legitimo e fiel Ir∴”, e este Irmão deverá ter as respostas respondidas na integra e em memória.

Trolhar (Colher de Pedreiro); É passar a Trolha, tirar as arestas, apaziguar os ânimos quando ele está exaltado entre os Irmãos ou em qualquer outro lugar. Nada tendo a ver com Telhar, Cobrir, Examinar.

Fonte: JBNews - Informativo nº 212 - 28/03/2011

sábado, 29 de julho de 2023

REAA - DECORAÇÃO DO TEMPLO - TOALHAS, FRANJAS E GALÓES

(republicação)
Em 28/09/2017 o Respeitável Irmão Carlos Lunkes, Loja Tiradentes, 2.432, REAA, GOB-PR, Oriente de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

DECORAÇÃO DO TEMPLO - REAA - TOALHAS, FRANJAS E GALÕES

Gostaria de tirar mais uma dúvida. Pretendo dar inicio a reforma das toalhas das mesas do templo, pensei em bordar a frente delas conforme o cargo, mas minha dúvida é qual a cor correta a ser utilizada. Gostaria de poder contar com sua ajuda.

CONSIDERAÇÕES:

A despeito de que a cor predominante do Rito Escocês Antigo e Aceito seja predominantemente vermelho-encarnada por influências históricas advindas dos os Stuarts (reis católicos da Inglaterra) e também das hoje já extintas Lojas Capitulares, o próprio ritual de Aprendiz do REAA em vigência no GOB, respeitando essas tradições, menciona o seguinte na sua página 19 in Disposição e Decoração do Templo: “As almofadas, cortinas, e se for o caso, os assentos e encostos das cadeiras deverão ser na cor vermelha encarnada (o grifo é meu)”.

Ainda nesse mesmo ritual, página 15 menciona em parte do parágrafo pertinente, “(...) sob um dossel vermelho com franjas de ouro (os grifos são meus)”.

Então, pelo mencionado, a mesma interpretação estende-se para o caso das toalhas que algumas Lojas adotam para cobrir e decorar o tampo das suas mesas e altar. São vermelho-encarnadas.

Loja Estrela de Morretes - GOB/PR
A cor vermelha encarnada, característica do Rito, se dá conforme acima mencionado pela associação com os jacobitas (católicos) e a cor vermelha do Cardeal (prelado do Sacro Colégio pontifício) adotada na Igreja católica. 

É essa mesma cor vermelha que influencia o matiz capitular do Grau 18º que possui forte apelo cristão. Assim, as Lojas Capitulares, embora extintas de há muito tempo, também influenciaram o simbolismo nos meados do século XIX, tanto na decoração dos templos, bem como a cor do avental de Mestre. Para melhores esclarecimentos, vide a história das Lojas Capitulares quando na França do século XIX o Grande Oriente da França, por um tempo, teve sob a sua tutela, além do simbolismo, também os graus do 4º até o 18º, restando ao Segundo Supremo Conselho, o Kadosh e o Consistório (do 19º até o 33º).

Destaque-se que no REAA∴ o matiz encarnado e galões dourados são predominantes na decoração das Lojas de Aprendiz e de Companheiro, entretanto essa particularidade se diferencia em alguns aspectos na Câmara do Meio onde predomina a decoração negra com galões prateados - tudo devido à proposta doutrinária e a alegoria inerente ao Grau de Mestre.

Ainda em relação à decoração do Templo no REAA∴, conforme citam autores autênticos e renomados como José Castellani e Theobaldo Varolli Filho, “no recinto do Templo jamais podem faltar representações inerentes à pedra, à madeira e ao ouro”.
Loja Estrela de Morretes - GOB/PR
Nesse sentido, em um Templo simbólico do escocesismo a pedra representa a Estabilidade, a madeira (Cedro do Líbano) a Vitalidade e o ouro a Espiritualidade. Revela-se essa alegoria no lendário Templo de Jerusalém quando é dito que nele existiam esses três elementos principais, mas que a Maçonaria Simbólica sob o aspecto pontual os substituiu por pedras lavradas (Pavimento Mosaico), por madeira de lei no Altar e por ornatos dourados.

Em sendo assim, respondendo objetivamente a sua questão, as toalhas devem ser vermelhas encarnadas e decoradas com franjas e galões dourados tal como acontece com o dossel, enquanto que o bordado decorativo nas toalhas identificado com as joias dos titulares sugere-se no mesmo também um padrão dourado. No que diz respeito à Loja de Mestrepreveem-se toalhas negras com galões e franjas prateadas, próprias para a ocasião e de conformidade com a decoração da Loja do Terceiro Grau.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

EDMUND KEAN (Londres, 1787 - Londres, 1833). Famoso ator de teatro britânico que interpretava peças de Shakespeare. Ele atuou, entre outros lugares, em Londres, Belfast, New York, Quebec e Paris. Aos 14 anos, Kean começou a interpretar personagens principais em peças de Shakespeare.
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A fama de Kean se espalhou rapidamente e ele foi convidado a fazer uma apresentação real quando o rei George III ouviu falar de suas habilidades. Pouco depois, enquanto se apresentava em um circo, ele estava realizando uma façanha com cavalos, quando foi jogado no chão e quebrou as duas pernas. Os ossos não cicatrizaram direito e isso alterou a sua postura e estatura. Ele passou então a estudar música, dança e esgrima para ajudar a melhorar seu ofício.
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INICIAÇÃO MAÇÔNICA: Não identificada.
Loja: St. Mark's nº 102, Glasgow, Escócia.
Idade: Não identificada.
Faleceu aos 46 anos de idade, vítima de excesso de bebida e outros excessos.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

ROMÃS E COLMÉIA

Rui Bandeira
Normalmente colocadas sobre os capitéis das duas colunas que marcam a entrada do Templo - do espaço onde ocorre uma sessão ritual maçónica - estão seis romãs, três sobre cada um dos capitéis.

Este número já é uma simplificação. O Templo de Salomão (que muitos dos símbolos maçónicos evocam) teria representadas, sobre as suas colunas de entrada nada mais, nada menos do que quatrocentas romãs! Com efeito, pode ler-se no segundo livro dos Reis, capítulo 7, versículos 18 a 20: "Fez também romãs em duas fileiras por cima de uma das obras de rede para cobrir o capitel no alto da coluna; o mesmo fez com o outro capitel. Os capitéis que estavam no alto das colunas eram de obra de lírios, como na Sala do Trono, e de quatro côvados. Perto do bojo, próximo à obra de rede, os capitéis que estavam no alto das duas colunas tinham duzentas romãs, dispostas em fileiras em redor, sobre um e outro capitel."

E, no segundo livro de Crónicas, capítulo 4, versículo 13, encontramos: "Há quatrocentas romãs para as duas redes, isto é, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam no alto da coluna." 

Para além da representação simbólica de elemento decorativo do Templo de Salomão, as romãs simbolizam a união entre os maçons, a igualdade essencial de todos combinada com a individualidade de cada um.

A observação do fruto elucida-nos rapidamente da razão de ser destas representações simbólicas. Uma romã tem uma casca dura e resistente, que representa o espaço físico da Loja: uma e outro abrigam as infrutescências (os obreiros), mantendo-os a coberto de elementos exteriores (pragas; profanos). As infrutescências (as "sementes", "bagas" ou "grãos") representam os obreiros da Loja. Tal como as infrutescências da romã são todas diferentes umas das outras, havendo leves variações de formato e de tamanho, também os obreiros de uma Loja mantêm a sua individualidade própria. Mas, se comermos as infrutescências da romã, verificamos que todas elas têm exatamente o mesmo sabor, o mesmo grau de doçura em função do amadurecimento do fruto, independentemente da forma e do tamanho delas.

Assim também os obreiros de uma Loja, pese embora as inevitáveis diferenças decorrentes da sua individualidade, estão unidos na mesma essencial igualdade.

Tal como as bagas de uma romã estão unidas por uma pele branca, que torna difícil e trabalhoso a sua separação, assim também os obreiros de uma Loja se unem por laços de fraternidade, auxiliando-se mutuamente nas adversidades, cooperando nos seus estudos ou projetos.

Os grãos da romã estão firmemente unidos e apertados uns contra os outros. Se abstrairmos da cor granada (romã em castelhano), assemelham-se a um favo de mel, lembrando as abelhas, que, tal como os maçons, trabalham incessantemente, aquelas colhendo o néctar nos campos para fabricar o mel, estes recolhendo da Loja e de seus Irmãos os ensinamentos, os exemplos, que lhes são úteis para o sempre desejado aperfeiçoamento pessoal.

Enquanto que na Maçonaria latina e no Rito Escocês Antigo e Aceite se utiliza a simbologia da romã, ela não é usada na Maçonaria anglossaxónica, no Rito de York ou no Ritual de Emulação. Estes, pelo contrário, utilizam o símbolo da colmeia.

Uns e outros procuram enfatizar o mesmo: a união entre os maçons. Mas uns fazem-no com recurso à romã, outros através da colmeia.

A meu ver, esta diferença é essencialmente cultural. A sociedade latina, mediterrânica é essencialmente gregária. O gregarismo meridional acentua a importância do estar junto, sendo essa união que gera a força grupal que protege o indivíduo e potencia as suas capacidades. Já as sociedades anglossaxónicas e nórdicas privilegiam a iniciativa, a ação e, assim, enfatizam a organização da colmeia como forma de potenciar as capacidades de cada abelha para o bem comum.

Os símbolos maçónicos não nascem do nada e não são interpretados no limbo. Resultam das sociedades onde os maçons se inserem. Esta diferenciação é exemplo disso, na minha ótica.

Fonte: A Partir a Pedra

sexta-feira, 28 de julho de 2023

SESSÃO CONJUNTA

(republicação)
O Respeitável Irmão Jaime (ou Jorge) Ribeiro da Silva, Mestre Instalado da Loja Cosmopolita, 2.746, Chanceler, GOB, Oriente de Cruzeiro, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão: 
jrscz@hotmail.com 

1 – No Capítulo IV – Dos Deveres, e Direitos, artigo 97 (página 77), lemos que: “Art. 97. São direitos de Loja: VII – realizar sessões, podendo ser em conjunto com outras Lojas; 2 – QUESTÕES: 2.1. – na reunião conjunta a visitante assim seria considerada ou a presença seria feita no livro de obreiros da Loja, o mesmo ocorrendo com a visitada? 2.2. – A visitada não teria, assim, visitantes, nem seriam emitidos Certificados de Presença? 2.3. – Ao lado do Venerável Mestre da visitada, sentar-se-ia Venerável Mestre da visitante? 2.4. – Isto em se tratando de reunião normal. E se a visitada estiver realizando, por exemplo, a Elevação de Irmão seria possível à reunião conjunta? 

CONSIDERAÇÕES:

Pois é meu Irmão. Quando em outras oportunidades respondi a respeito informando a inexistência dessas tais “sessões conjuntas” justamente por essas contradições, recebi uma chuva de críticas. 

Alegaram os meus críticos que o Regulamento Geral da Federação previa sim essas Sessões. Fiz a verificação e pude observar que os meus críticos tinham razão. O que pude fazer? Antes de me calar só pude pedir desculpas pelo deslize. 

Agora como elas realmente existem aparecem essas contradições que eu gostaria mesmo é que os seus autores nos apontassem as soluções. 

Com base nas suas questões eu também gostaria de saber quem seria a Loja visitante e como ficaria o Livro de Presenças? Seriam dois? Em não havendo visitantes, já que a questão é conjunta, penso que não existiria certificado de presenças. 

Essa Sessão teria dois Veneráveis? Pergunto: qual deles dirigiria os Trabalhos? Haveria então dois malhetes? Ou eles dividiriam as falas? Um pouco de cada um? E a Ata. Dois Secretários fariam a sua redação e sobre qual nome da Oficina? Os Vigilantes seriam também intercalados? E o Orador de quem seria? 

Note que as Luzes da Loja assim como o Orador e o Secretário são eleitos por uma Loja. No caso da reunião conjunta, qual seria sob o ponto de vista legal a situação dessa contradição em se falando de duas Lojas trabalhando juntas? Será que teria que haver duplicidade nos cargos eletivos para a legalidade da Sessão? Como seria a verificação da Bolsa de Propostas e Informações? Por Loja? E o produto do Tronco de Beneficência. Seria ele dividido pelas Lojas? Isso é legal? 

Vou ficar por aqui. Sugiro ao Irmão que tente perguntar para os autores dessa previsão. Não vou me arvorar contra a Lei, todavia eu ainda entendo que a Loja que visita é apenas a visitante. Agora, dizem que existe a conjunta! Então com a palavra os criadores dessa conjunção. 

T.F.A. 
PEDRO JUK  - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 0971, Florianópolis (SC) – quarta-feira, 1º de maio de 2013

10 MANDAMENTOS ÉTICOS DO MAÇOM

1) Respeitar todas as autoridades maçônicas legalmente constituídas, não atacando, por quaisquer meios, de forma pessoal, os irmãos ocupantes dos cargos de autoridade no exercício dos respectivos mandatos.

(Sabe-se que o ataque ao ocupante de cargo de autoridade, além de atingir pessoalmente o irmão que ocupa o cargo, atinge também o corpo da própria Instituição que este representa, promovendo o enfraquecimento conceitual da mesma).

2) Não promover a veiculação de matérias, editoriais, ou reportagens em qualquer tipo de informativos, impressos, ou em meio digital, sobre qualquer assunto que envolva juízo de valor sobre a atuação de um ou mais irmãos sem a devida manifestação daquele ou daqueles que possam se sentir atingidos, demonstrando, na mesma proporção e no mesmo momento, no caso de posições divergentes, todas as posições existentes sobre o assunto.

(Não mostrar os “dois lados da moeda”, além de injusto, não contribui para o desenvolvimento de opiniões sobre qualquer tipo de assunto, logo, se existem posições divergentes, estas devem ser apresentadas concomitantemente, e quando não o são, a própria legislação pátria já consagra o Direito de Resposta, assim, em uma irmandade, é indispensável que, antes de se expressar qualquer opinião sobre a conduta ou fatos envolvendo um irmão, que este irmão também tenha a possibilidade de demonstrar, ao mesmo tempo, sua posição de forma a que todos possam conhecer todas as versões sobre os fatos).

3) Não se utilizar, nunca, do anonimato para dirigir qualquer tipo de ataque pessoal contra qualquer irmão.

(Já proibido pela Constituição do GOB, o anonimato, é arma do covarde, que sequer assume a sua identidade de responsável pelo que pensa e diz, não dando chance de qualquer tipo de contraditório ou defesa para o irmão que foi atacado, sendo uma conduta inadmissível entre irmãos).

4) Não se dirigir, nunca, de forma ríspida, deselegante ou deseducada a um irmão, ofendendo-o direta ou indiretamente. 

(Além da penalidade maçônica específica para esta conduta, a educação e o trato fraterno entre irmãos são condições essenciais para a boa convivência em nossa Ordem).

5) Não promover qualquer tipo de brincadeira, chacota, ou atuação de caráter pejorativo, direta ou indiretamente contra qualquer irmão.

(O que para muitos pode parecer inofensivo, pode, para o atingido, ser motivo de grande sofrimento, gerando desconforto e desunião).

6) Não propagar ou repetir qualquer informação, ainda que verbalmente, que envolva a pessoa ou a atuação de um irmão sem que este tenha conhecimento de tal divulgação e que a tenha autorizado.

(A popularmente conhecida “fofoca” somente traz discórdia e muita vezes informações falsas que nada contribuem para a edificação dos irmãos envolvidos, estando, na maioria das vezes, baseadas em inverdades propositalmente criadas para denegrir a honra e a reputação de um irmão).

7) Não se considerar, ou se apresentar como superior ou onisciente por conta de qualquer grau maçônico, simbólico ou filosófico alcançado, inferiorizando os que até lá ainda não chegaram.

(A igualdade é um de nossos princípios, os graus maçônicos alcançados merecem o devido respeito, mas não autorizam, de forma nenhuma, a que um irmão se julgue superior a outro, por já os ter alcançado)

8) Não considerar, nunca, qualquer irmão, responsável por qualquer delito maçônico, até que as autoridades judiciárias maçônicas, determinem, em última instância, a eventual condenação do irmão envolvido.

(O Poder Judiciário Maçônico é o poder competente para apurar e julgar crimes e delitos maçônicos, cominando as devidas penas, não devendo qualquer irmão fazer juízo de valor prévio sobre fatos ou sobre a conduta que eventualmente entender delituosa por parte de qualquer irmão).

9) Não discutir, anunciar ou propagar qualquer assunto discutido ou fato ocorrido em Loja, fora dela

(Tal divulgação, proibida em toda a legislação maçônica e também nos rituais, não deve ser, em hipótese nenhuma, descumprida, devendo os assuntos da Loja, ficarem circunscritos aos membros da mesma, presentes nas sessões onde foram discutidos ou onde ocorreram os respectivos fatos).

10) Não desrespeitar, ou envolver em qualquer comentário pejorativo, direta ou indiretamente, qualquer membro da família de um irmão.

(A família do irmão é a extensão do mesmo, logo, pela valorização da mesma, preconizada sempre pela Maçonaria, e pelo respeito ao âmbito particular e privado do irmão, sua família deve ser sempre resguardada de qualquer ataque, ou comentário pejorativo).
(desconheço o autor)

quinta-feira, 27 de julho de 2023

PAVIMENTO MOSAICO

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Humberto Assunção Silva, Loja Harmonia, 1.625, GOB, sem declinar o nome do Oriente (Cidade) e Estado da Federação. arlsharmonia1625@bol.com.br Encaminhada através do Irmão Ari de Sousa Lima – Secretário Geral de Orientação Ritualística Adjunto para o Rito Schröder – GOB. 
sousa.ari@gmail.com 

Solicitamos nos informar se o pavimento mosaico tem que obrigatoriamente ter as peças dispostas diagonalmente conforme o ritual ou se podem ser dispostas horizontalmente, conforme muitos autores usam e arquivo em anexo. 

CONSIDERAÇÕES:

Embora o Pavimento Mosaico não faça parte das antigas tradições da Ordem ele foi, principalmente a partir do Século XVIII, inserido nos quadros decorativos, painéis, estandartes, brasões, etc., na Maçonaria. 

Dentro desse costume está principalmente o tapete central estendido nas Lojas praticantes do Trabalho de Emulação, dentre outros costumes no Craft Inglês. Nesse caso, o formato é o de um tabuleiro de xadrez, com linhas transversais e longitudinais tomando-se por base a Sala da Loja (transversal norte-sul e longitudinal, leste-oeste). 

Devo salientar, entretanto que esse não é um costume unânime, já que existem, mesmo em se tratando da vertente maçônica inglesa, alguns destaques representativos com o pavimento disposto em linhas oblíquas. 

Já no simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito o pavimento que ocupa todo o solo da Loja, inclusive o átrio, é disposto pela feição oblíqua, cuja adoção do pavimento beira o meados do século XIX. 

Ainda em relação à ocupação do pavimento no Rito Escocês e o solo da Loja, devido à elevação do Oriente na ocasião das já extintas Lojas Capitulares, o pavimento deixou de ser aplicado no Oriente como podemos observar nos dias atuais.

Voltando à questão do formato do Pavimento Mosaico do Rito Escocês, que é mesmo de origem francesa, ele está disposto obliquamente para regular a Marcha dos três Graus Simbólicos. Assim, cada quadrado em diagonal demarca um passo, cujas linhas oblíquas coincidem tradicionalmente com a posição dos pés e a junção pelos calcanhares. 

Essa regra é aplicada no Grau de Aprendiz e de Companheiro. Infelizmente, muitos Irmãos nunca se aperceberam desse particular e ficam apontando o pé esquerdo para frente e o direito para o Sul. Ora, genuinamente esse formato não se coaduna com o Rito Escocês, embora os nossos rituais ainda apregoem a posição dos pés diferente do tradicional no Rito (e o pior é que ainda arrastam os pés). 

Assim, em relação execução da Marcha e os pés à Ordem é que no Rito Escocês a disposição do pavimento é oblíqua. Essa então é uma questão de tradição, uso e costume e não um simples elemento de decoração. 

No Brasil ainda existe no costume de algumas Obediências, em se tratando do Rito Escocês a colocação no centro da Loja de um elemento com formato retangular e sobre ele desenhado um pavimento em forma de xadrez. 

Isso é mera cópia do Tapete maçônico inglês, equivocadamente inserido em um Rito de vertente francesa que, além do equívoco, acaba dando margem a ilações do tipo de: “nele não se pode pisar por ser a representação de um solo sagrado”. Agora, durma-se com um barulho desses. 

Finalizado. Depois da minha mania de abusar da prolixidade, o Pavimento Mosaico no Rito Escocês é mesmo oblíquo (diagonalmente como se refere o Irmão) e nunca como um tabuleiro de xadrez. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 0970, Florianópolis (SC) – terça-feira, 30 de abril de 2013

FRASES ILUSTRADAS

OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DO SIÂO

(republicação)
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” – Londrina - PR

Qual foi a pior situação que a Ordem enfrentou durante a sua existência?

Dá para se enumerar muitas, tais como perseguições de ordem religiosas, políticas, sociais, pessoais que até hoje ainda existem, calúnias, mentiras, difamações, enfim uma série de epítetos que as pessoas que não gostam de nós, nos impingem, nos combatem, e querem nos destruir.

Existem famosos livros escritos por antimaçons que se contam aos milhares que ainda circulam pelo mundo. Porem todos fantasiosos e falam muito do segredo dos maçons.

Entres os clássicos temos a primeira publicação que realmente tocou o público, ávido de conhecer o segredo dos maçons, que foi a Maçonaria Dissecada do maçom que abalou a Ordem, Samuel Prichard publicada em cinco edições num jornal de Londres em 1730. Nela Prichard revelou todos os chamados segredos da Maçonaria da época do primeiro ao terceiro grau. Este livro sofreu desde então, um considerável número de plágios. Hoje é considerado como uma fonte de estudos, porque quando Prichard escreveu para o jornal inglês a Maçonaria não tinha rituais ou catecismos impressos. Nada se escrevia. Tudo era decorado e passado de maçom para maçom. Ele querendo ou não, sua traição hoje é considerada como uma fonte primária de estudos modernos na Quatuor Coronati nº 2076 da Maçonaria como ela era praticada na época.

Tivemos também os livros de Leo Taxil que no final do século XIX jogou muita infâmia sobre a Ordem. No final a mentira era tanto fantasiosa que se perdeu por si e o autor foi desmoralizado e se retratou. Paul Rosen outro maçom que se desligou da Maçonaria escreveu um livro revelando quase tudo sobre a Ordem sendo o seu livro principal “Satan & Cia”. Só mentiras, fantasias e invenções.

Mas de qualquer forma a Ordem vai cumprindo sua missão. Está viva, apesar da extensa bibliografia antimaçônica e da perseguição que já sofreu até a presente e que continua...

Mas talvez uma das piores situações que a Ordem enfrentou e ainda enfrenta com intervalos de tempo e em determinadas épocas da história moderna do mundo, foi seguramente as consequências de um livro vazio de conteúdo, mentiroso, por sinal repetitivo e além do mais uma grande fraude, mas que lançou uma ideia de uma conspiração mundial da Maçonaria contra a humanidade, nos associando ao semitismo. E isso foi muito bem usado e ainda é pelos antimaçons.

Trata-se do livro chamado vulgarmente de “ Os Protocolos dos Sábios do Sião”.

Como começou esta história? Como se conceituou a teoria conspiratória?

O que diziam a respeito da Maçonaria? Diziam e propagavam muitas coisas como, por exemplo, que os maçons juntamente com outras sociedades conspiravam secretamente para criar uma sociedade mundial baseada nos ideais revolucionários como liberdade, igualdade e fraternidade, separando o estado da religião, que a Maçonaria teria uma frente judaica para dominar o mundo, ou seja, ela seria controlada pelos judeus Ainda diziam que a Maçonaria praticava missas negras, que sacrificavam crianças em seus cultos, que tinha parte como Demônio etc.

O Padre Augustinho Barruel (1741-1820), francês escreveu livro com o título muito extenso “Memórias para servir a história do Jacobinismo e as provas de uma conspiração contra as religiões e todos os governos as Europa, que existe nas reuniões secretas dos maçons, dos Iluminados e das Sociedades de Leitura”. Sintetizando: Memórias para servir a história do Jacobinismo”

Barruel é considerado o pai da Antimaçonaria moderna. Ele difundiu a ideia falsa que a Revolução Francesa era filha da Maçonaria e assim lançou uma ideia, a qual foi tomada como dogma pelos antimaçons, ou seja, da famosa Teoria da Conspiração. Alguns maçons da época inocentes úteis se ufanaram desta situação chamando para si uma revolução que não somente não a prepararam e nem a fizeram. Ainda hoje em nossos templos alguns irmãos menos avisados e menos estudiosos, acreditam que a Maçonaria foi a mãe da Revolução Francesa. A história da Revolução Francesa é outra. Barruel e outros conseguiram envenenar o mundo com a ideia da conspiração maçônica. Seu livro espalhou-se pela Europa. Mas ele não estava só, tinha mais pessoas que defendiam os seus conceitos.

“A Revolução Francesa é um processo de engenharia social, quando um grupo pretende destruir uma sociedade antiga na Primeira Realidade e criar uma sociedade nova tendo por base uma Segunda Realidade para substitui-la como foi o caso dos jacobinos, de Lenin, o caso da ONU e do atual governo brasileiro” (Anatoli Oliynik).

Os maçons daquela época nada tiveram a ver com o processo histórico da Revolução Francesa.

Um contemporâneo de Barruel, Jonh Robinson (1739-1895), maçom escocês físico e inventor dedicou os últimos anos de sua vida à teoria conspiratória. Em 1797 publicou um livro de título extenso, praticamente igual ao de Barruel alegando um conchavo entre os Iluminatti e a Maçonaria. Robison e Barruel desenvolveram de forma independente um do outro, mas de ideia igual, dizendo que os Iluminatti haviam se infiltrado na Maçonaria e isso teria levado a acontecer a Revolução Francesa. Barruel publicou seu livro cerca de dez anos depois de terminada a Revolução.

Outro autor desta mesma época Johan August Starck (1741-1816) alemão, teólogo luterano maçom, com muitos anos de filiação, resolveu romper com a Ordem após revisar seus conceitos, se voltou frontalmente contra as organizações secretas como a Maçonaria, também defendendo a teoria conspiratória.

Em 1797 Leopold Alois Hoffmann, austríaco, maçom renegado publicou um livro onde afirmava que a unidade europeia estava ameaçada por uma conspiração que teve origem entre os Iluministas e maçons que se agregavam em sociedades secretas e que se tratava de um plano previamente deliberado para destruir os fundamentos dos poderes legais das monarquias europeias e da Igreja Católica.

Enfim a teoria da conspiração já perdurava há algum tempo na mente de escritores que eram contra as chamadas sociedades secretas. Estes autores citados foram importantes para a divulgação de tal teoria.

A obra que serviu de plágio em 1901 para Sergei Aleksandrovick Nillus (1862-1929) escritor religioso russo e autodenominado de místico e agente da Polícia Secreta do Czar, a Okhrana tido como autor plagiário de um livro escrito em 1864 quando Nillus tinha dois anos de idade, mais as teorias conspiratórias desenvolvidas até então, e o antissemitismo que existia há mais de dois mil anos, foram a base desta literatura mentirosa, desta verdadeira fraude à qual foram colocados os maçons como caronas, como passageiros convidados à força, praticamente sequestrados intelectualmente falando. E ressalte-se que a Maçonaria não é de origem judaica. Apenas tem influência judaica em seus rituais, mas uma influência só de nomes bíblicos adotados. Organização e finalidade completamente diferentes. As religiões ditas cristãs também caminham da mesma forma, baseadas na Bíblia, sem serem judaicas. A Maçonaria tem Irmãos de todos os credos, raças e cor e, por conseguinte, têm também no seu seio irmãos judeus independentes de suas crenças. Diz-se que o Conselho de Ministros da Rússia determinou uma investigação secreta a respeito da autoria dos “Os Protocolos dos Sábios do Sião” e foi averiguado que o livro foi escrito em 1897 em Paris por agentes russos resultado não divulgado para não comprometer o Chefe da Polícia Secreta russa.

É interessante mencionar que Sergei Nillus em 1903 já havia publicado uma obra “O Grande no Pequeno. A vinda do Anticristo e Domínio do Satanás na Terra”. Ele retocou a obra que já era plagiada, colocou mais um apêndice e nominou o livro de “Os Protocólos dos Sábios do Sião”.

Bem, Nillus escreveu cinicamente que em 1901 havia conseguido de uma pessoa conhecida, um manuscrito que foi posto à sua disposição o qual com uma precisão e verdade extraordinárias denunciavam um complô judaico maçônico mundial que conduziria o mundo naquele momento corrompido a uma inevitável ruína.

Nillus em 1905 sustentou que os Protocolos foram lidos em sessões secretas durante um Congresso Sionista realizado na cidade de Basiléia – Suíça em 1897 e que por iniciativa de Theodor Heril conheceram o plano que culminaria com a conquista do mundo pelos judeus e que um espião do Czar infiltrado no Congresso conseguiu uma cópia dos planos, que foi entregue a ele, Nillus. Afirma ainda que houveram 24 sessões secretas onde foram elaborados os planos de destruição do mundo. Que mentira mais deslavada. Que imaginação tinha este Nillus!

Em realidade houve um Congresso Sionista em 1897, quando foram por eles avisados todos os países, autoridades, todos os jornais que este congresso nada mais era que para se examinar as possibilidades de um movimento sionista. Os judeus dispersos no mundo queriam ser um povo. Que não eram contra qualquer pais, que continuariam respeitando as leis do pais onde estivessem vivendo. Nada que ali discutiriam estariam contrariando as leis e princípios do pais. 

No entanto Nillus mentiu que foram realizadas sessões secretas, onde foram estabelecidos os planos de dominação do mundo.

Nillus reeditou o livro em 1911, 1912 e 1917 em russo. Em 1919 o livro foi traduzido para o alemão, Esta edição foi patrocinada pela nobreza alemã. Foi até editado livro de bolso. Em 1920 traduzida para o polonês e partir dai três edições em Nova York, Escandinávia, Itália, Japão e França. Em 1925 uma tradução árabe difundiu o teor do livro para todo o Oriente Médio. Em 1927 uma edição traduzida pelo monsenhor espanhol Jovin surgiu com o nome “Os Perigos Judaicos Maçônicos” E assim este livro se disseminou pelo mundo. Desde então as edições tem sido numerosas sendo as últimas conhecidas na Espanha as de Barcelona de 1963 e 1975. Mas sempre existe uma nova edição clandestina. No Brasil em 1935, quando o país já quase estava sob o jugo integralista, sob os moldes fascistas de Plinio Salgado, mas que foi em 1937 foi considerado como partido político contrário ao caudilho presidente Getúlio Vargas e este terminou com a farra integralista, que entre outras coisas seguiam as diretrizes de Hitler e Mussolini e Franco contra os maçons. Foi considerado como partido proibido e Plinio Salgado deportado para Portugal. Getúlio Vargas filho de maçom, apesar de ser outro déspota, prestou á Maçonaria Brasileira um imenso favor. Não que ele assim o quisesse, mas foram as circunstâncias do momento. A Maçonaria Brasileira ficou livre do Integralismo, que odiava judeus e maçons.

Em 1987 a embaixada do Irã no Brasil começou a disseminar o livro gratuitamente pelo país. O assunto foi imediata e diplomaticamente resolvido. O Itamaraty transmitiu aos iranianos a sua insatisfação. Citou o artigo 153 da Constituição de 1967, emendada em 1969 como propaganda racista. Cessou o despejo deste livro mentiroso em terras brasileiras pelos iranianos o que não significa que não existam muitos exemplares espalhados pelo país editados de forma clandestina.

Para se ter uma ideia de como evoluiu esta suposta corrente conspiratória, o jornal Times de Londres do dia 08/05/1920 publicou um artigo alarmista onde culpava judeus e maçons. O Morning Post publicou semelhante matéria, atacando judeus e maçons.

Henri Ford, maçom (que espécie de maçom???), dono de um império automobilístico fundou uma revista especial para publicar os Protocolos, conseguindo imediatamente mais de 30.000 assinaturas. Em 1922 a obra de Ford já estava na sua 21ª edição. Posteriormente os artigos publicados no Morning Post foram reunidos em um só volume e vendidos milhões de exemplares.

A fraude dos Protocolos foi conhecida oficialmente desde agosto de 1921 (dias 16 e 17 e 18) quando o Times de Londres publicou toda a epopeia do plágio, inserindo que os Protocolos não passavam de um “truque grosseiro executado por um plagiário negligente e cínico” O correspondente do Times em Constantinopla (hoje Istambul) havia encontrado numa livraria de livros velhos (sebinho) um livro abandonado por um antigo oficial da OKhrana – Policia Secreta do Czar um volume escrito em francês, sendo que as primeiras páginas estavam faltando. Ao lê-lo o jornalista percebeu que o livro continha uma série de coincidências, comparados a um outro livro escrito quase sessenta anos antes, e aí não foi difícil o jornalista descobrir de onde Nillus plagiou o seu famoso “ Os Protocolos dos Sábios do Sião”.

Em 1864 um advogado parisiense de nome Maurice July escreveu um livro de ficção dirigida, publicado em Bruxelas: “Os Diálogos no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu” ou a “Política de Maquiavel no século XIX”. Tinha 337 páginas e mais uma advertência de 3 páginas.

O motivo desta publicação era uma violenta sátira contra a política de Napoleão III, o qual era um déspota, daqueles que finge muito bem como se o regime fosse liberal, mas no entanto, não era. O autor escreveu sua obra não mencionando sequer uma vez o nome de Napoleão. É Maquiavel quem fala por ele, e Montesquieu representa o homem honesto e ingênuo que fica perplexo e escandalizado com o que seu interlocutor fala de forma fria, cínica e hipócrita, uma das características de Maquiavel quando escreveu seu tempo o livro “O Príncipe”.

Evidentemente Nillus ou agentes da Polícia Secreta russa fizeram as devidas alterações incluindo os maçons ao lado dos judeus no suposto complô que dominaria o mundo segundo eles.

Apesar de ter sido posteriormente descoberta toda a fraude, esta ganhou vida própria como se fosse verdadeira para porque o mundo acredita no que quer acreditar. Nem sempre na verdade. E ainda o mundo quer ser enganado, já dizia um provérbio latino. A história deste livro é um exemplo clássico do que se acaba de afirmar. Como dizia Goebles, Ministro da Propaganda de Hitler “uma mentira mil vezes repetida acaba se transformando em verdade”.

Os judeus e maçons ainda sofreriam muito, mesmo após descoberta desta fraude, pois os apologistas dela, a tinham-na como verdadeira principalmente os antissemitas e antimaçons europeus, das décadas de 1930 e 1940, quando os chamados países fortes da Europa foram dominados por ditadores sanguinários, e que continuaram seguindo a cartilha da falsa conspiração, para executar seus planos macabros.

O primeiro déspota tirano a usar os ditames dos Protocolos foi Benito Mussolini na Itália tratando da mesma forma comunistas, judeus e maçons. Muitos maçons foram fuzilados. As lojas maçônicas foram invadidas, sequestradas. Símbolos, joias, rituais paramentos e móveis foram incendiados em praça pública.

Logo em seguida, outro ditador fascista Francisco Franco da Espanha, tomando o poder em 1936, com o apoio do clero católico espanhol, mandou executar mais de dez mil maçons, quando na Espanha havia cerca de cinquenta mil Irmãos dos quais milhares deles conseguiram refugiar-se. Ressalte-se que o Irmão Lázaro Cardenas, Presidente do México, recebeu e protegeu todos estes refugiados até que um dia eles pudessem voltar á sua pátria, quando lá houvesse liberdade.

Uma pesquisa realizada pelo Padre Jesuíta espanhol Benimeli, historiador e maçonólogo sério, aceito como tal pela Maçonaria mundial, realizada nos Arquivos de Salamanca menciona que:

“Da Loja “Helmantia” foram fuzilados 30 Irmãos e entre eles outro pastor protestante do Triângulo maçônico “Zurban”, de Logronõ foram fuzilados 15 maçons, do Triângulo “Libertador de Burgos” foram fuzilados 7 maçons, do Triângulo “Joaquim Costa” de Huesca foram fuzilados outros 7. Da Loja ‘Hijos de la Madre Viuda” de Ceuta foram mortos 17, da Loja “Trafalgar” de Algericas foram fuzilados 24. Da Loja “Réssurección” de la Línea foram assassinados 9 Irmãos, mas outros 7 foram condenados a trabalhos forçados e 17 se refugiaram em Gibraltar. De La Corûna, todos os maçons foram fuzilados, inclusive o chefe de Segurança, Comandante do Exército Quesada e o capitão Irmão Tejero; Todos os Irmãos da Loja “Locus” foram fuzilados. Todos os Irmãos de Zamora e Cadiz de Granada num total de 54 foram fuzilados e entre eles o famoso oftalmologista Rafael Garcia Duarte, professor da Escola de Medicina. inclusive seu filho médico foi também executado. Igualmente foram fuzilados todos os maçons de várias Lojas de Sevilha, entre eles Dom Fermin Zayas, ilustre militar e membro do Supremo Conselho e seu filho. Em Valladolid foram fuzilados 30 Irmãos da Loja “Constancia”, entre eles o governador civil que era maçom e um viajante, um maçom chamado Hoya que havia chegado no dia 19 de junho à noite sem saber o que estava se passando. Tudo isso em 1936. Em outubro de 1937 foram fuzilados 80 maçons em Málaga. Muito mais se tem para falar sobre estes crimes hediondos”.

Esta é a história parcial da Espanha nesta época de terror. Os maçons sofreram muito.

A vitória do Nacional-Socialismo alemão com a ascenção total do Partido Nazista em 1938, Adolf Hitler se encarregou de eliminar do país, maçons e judeus, tendo os Protocolos como inspiração neste verdadeiro genocídio engendrado pelo grande psicopata, talvez um dos maiores da História.

Adolf Hitler em seu livro Mein Kempf, menciona os “Os Protocolos dos Sábios do Sião” para justificar medidas de exceção contra judeus e maçons. E isso custou a vida de milhares de maçons, que dirá a vida de milhões de judeus.

Ainda mais depois que descobriu que Lenin e Engels, comunistas, haviam sido iniciados na Maçonaria. Todos foram considerados inimigos iguais, representando para Alemanha nazista o mesmo perigo. Os templos maçônicos na Alemanha foram pilhados e confiscados todos os documentos. Exposições foram realizadas na Alemanha e França e demais países ocupados mostrando ao povo o “perigo maçônico” que esta Instituição representava para o mundo.

Enquanto isso maçons eram levados aos campos de concentração onde eram inicialmente fuzilados, depois com a construção das câmaras de gás letal eles eram levados diretamente para estes locais de extermínio juntamente com os judeus e terminavam em fornos crematórios.

Em 1944 numa edição oficial do Serviço do Exercito Nazista mencionava que a Maçonaria era uma união internacional com uma direção secreta, procurando oficialmente fins humanitários, e que fato tratava-se de uma organização secreta, através da qual o judaísmo internacional, influencia de forma decisiva a política mundial. Eis aí a influência direta dos Protocolos os quais já haviam sido provados desde 1921 que eram apócrifos, mas mesmo assim eram considerados como verdadeiros pelo regime nazista. 

Quando após ocupação da França, o Ministro do Reich para os Territórios Ocupados o ideólogo nazista amigo íntimo de Hitler, Alfred Rosenberg em 28/11/1940 pronunciou um discurso na Câmara dos Deputados em Paris, onde historiou a Revolução Francesa afirmando que fora obra de maçons. Eis aí a mentira do Padre Barruel produzindo frutos negativos muitos anos após ter sido inventada. Rosenberg afirmou também que a 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918) deveu-se à Maçonaria mundial a qual subsidiou ajuda financeira aos países inimigos dos alemães e austro-húngaros. Goering em 1942 elogiou a decisão de Rosenberg em criar em todos os países subjugados uma missão de pilhar todas as lojas e colocar em lugar seguro toda a documentação, a qual seria levada para Berlim. Rosenberg também teve uma atuação importante no plano da criação da Solução Final para o extermínio total dos judeus o que custou a vida de seis milhões deles.

Hitler autorizou Heydrich, chefe da SS a realizar a missão nos países ocupados, especialmente na França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Este oficial nazista foi eficiente, por exemplo, na Holanda, saqueou e destruiu 77 lojas maçônicas, inclusive 15 clubes de Rotary. Até o Rotary entrou neste entrevero, que nada tinha a ver com isso. 

Entre os maçons havia colaboradores nazistas que denunciaram seus Irmãos. Apenas para citar um deles um francês de nome Bernard Fay denunciava seus Irmãos à Gestapo, publicando mensalmente um periódico chamado “Documento Maçônico” onde publicava os endereços dos Irmãos para facilitar o trabalho da Gestapo. Infelizmente existiram maçons traidores, talvez alguns, quem sabe, para salvar a própria vida ou a vida de seus familiares, ou por serem falsos maçons por índole, os quais ainda existem até a presente data pululando dentro de lojas maçônicas pelo mundo.

Está se dando uma noção superficial sobre as consequências do livro “Os Protocolos dos Sábios do Sião” em relação à Maçonaria. Porque uma quantidade maior maçons morreram, por causa das mentiras de Barruel e seus seguidores. A Maçonaria nunca participou de uma conspiração mundial para deter o poder temporal. Ela participou e participa de ideias que tornem o mundo melhor.

Infelizmente os antimaçons conseguiram através de um livro apócrifo, o pior deles “Os Protocolos dos Sábios do Sião” causar grandes males á Ordem no século XX e ainda existem resquícios, cicatrizes abertas. Muitos maçons morreram por causa deste livro. A Maçonaria continua de pé e não está livre de que outros livros malditos apareçam distorcendo a verdade e formando conceitos errôneos a respeito da Ordem.

A Ordem sobreviveu firme e forte e tem aumentado atualmente o número de adeptos. Continuam os antimaçons a nos atacar sem resultados práticos importantes. Mas, parafraseando o sábio Irmão José Castellani de saudosa memória, pode se afirmar que o maior inimigo do Maçom é o próprio Maçom. Entendam como quiserem, mas reflitam profundamente sobre esta afirmação. 

REFERÊNCIAS

BENIMELI, J.A.F. Pde “El Conturbenio Judeu”- Masonico – Comunista Espanha, 1982

CARVALHO, Assis O Avental Maçônico e Outros Estudos Editora “A Trolha” Ltda. Londrina, 1989

Os Protocolos dos Sábios do Sião - Edição Jupiter - São Paulo, sem data

Trabalho: A Ação Integralista Brasileira e a Maçonaria Paranaense - Autor: Hercule Spoladore

Pesquisas complementares realizadas através do GOOGLE

quarta-feira, 26 de julho de 2023

OFÍCIO DOS DIÁCONOS NO REAA I

Em 03/04/2023 o Respeitável Irmão Carlos Alberto da Silva Santos, Loja Marcos Daher, REAA, GOB-ES, Oriente de Nova Venécia, Estado do Espirito Santo, apresenta a dúvida seguinte:

OFÍCIO DO DIÁCONO

Caro Irmão Pedro, em conversas com Irmãos sobre Ritualística e Procedimentos, surgiram algumas dúvidas em relação ao Irmão 2° Diácono, em relação à resposta que este dá ao Ven∴ Mestre na abertura dos trabalhos. "Para ser executor e transmissor de suas ordens e zelar para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem." (pag. 46).

Seguem as dúvidas: - 1) Quando este responde "Transmitir SUAS ordens", está se referindo a quem, ao Venerável Mestre que o está interrogando ou ao Irmão 1° Vigilante, a quem ele disse anteriormente estar sentado ao lado direito, ou seja, de qual dos dois o Irmão 2° Diácono se configura um oficial?

2) Se o Irmão 2° Diácono é responsável por "zelar para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem, "caso algum Irmão. nas colunas esteja ferindo algum desses três preceitos, qual o procedimento deve ser adotado pelo Irmão 2° Diácono, informar ao responsável pela Coluna ou ao Venerável Mestre para que corrija o Irmão "infrator", ou ele próprio, como "zelador" da ordem e disciplina, pode "enquadrar" o transgressor? Espero que tenha me feito me entender bem. Certo da pronta compreensão do Irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Nada disso tem a ver com prática ritualística determinada pelo Ritual. No REAA os Diáconos atuam apenas na liturgia da transmissão da palavra durante a abertura e o encerramento dos trabalhos.

No REAA os Diáconos são os mensageiros que levam a “palavra” do Oriente ao Ocidente e ao Meio-Dia.

A dialética ritualística que os menciona em outras atividades é apenas uma reminiscência simbólica efetivada para resguardar a tradição e a origem dos antigos oficiais de chão (hoje Diáconos) que eram os mensageiros que operavam entre o Mestre da Obra e os Wardens (Vigilantes) durante as aprumadas e nivelamentos dos cantos para o início dos trabalhos, e as suas respectivas conferências ao final da jornada.

Nos imensos canteiros de obras dos construtores de catedrais (Maçonaria Operativa), além de mensageiros, os Diáconos também auxiliavam na tarefa de organizar os trabalhos nos canteiros. Assim, essa dialética acabou sendo mantida para relembrar esses velhos costumes praticados pelos nossos ancestrais.

À vista disso, o REAA preserva nos rituais apenas o diálogo entre as Luzes e os Diáconos como um emblema das práticas de outrora, já que as aprumadas, nivelamentos e conferências, na Maçonaria Especulativa da atualidade, relegaram-se apenas ao simbolismo de uma palavra que, estando nos conformes da Arte, significa estar J∴ e P∴.

Infelizmente, sem atentar para as minúcias da história é que alguns Veneráveis Mestres e Vigilantes indevidamente utilizam os Diáconos como seus ajudantes e entregadores de documentos, recados e bilhetes. Definitivamente, isso está completamente errado em se tratando do REAA, pois essa é uma das funções do ofício do Mestre de Cerimônias.

Como orientação oficial a respeito, isso pode ser constatado na página oficial do GOB in SOR - Sistema de Orientação Ritualística criado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral para ser aplicado sobre os rituais em vigência.

Desse modo, em que pese essa dialética simbólica constante no ritual durante a abertura dos trabalhos, vale repetir que os Diáconos só foram incluídos no REAA para atuar na liturgia da transmissão da palavra.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB 
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 04 - Fanáticos e Fanatismo

Em termos religiosos, temos que, segundo os dicionários, fanático é quem, ou que se julga inspirado por Deus”. De modo geral fanático é quem, ou que se apaixona demasiadamente por uma causa ou pessoa”.

Podemos aprofundar esta nossa pesquisa consultando trabalhos do pranteado Ir.'. Nicola Aslan, dizendo que os fanáticos eram os sacerdotes antigos dos cultos de Isis, Cibele, Belona, etc., que eram tomados de delírio sagrado, e que se laceravam até fazer correr sangue. A palavra tomou, assim, o sentido de misticismo vulgar, que admite poderes ocultos, que podem intervir graças ao uso de certos Rituais. Emprega-se, também, para indicar a intolerância obstinada daquele que luta por uma posição, que considera evidente e verdadeira, e que está disposto a empregar até a violência para fazer valer suas opiniões e para converter a outros que não aceitam as suas idéias. Dai tomar-se o termo, por extensão, para apontar toda e qualquer crença, quer religiosa, ou não, desde que haja manifestação obstinada por parte de quem a segue.

Esta palavra vem do latim fanum, Templo, lugar sagrado. Fanaticus era, em latim, o inspirado, o entusiasmado, o agitado por um furor divino. Posteriormente, tomou o sentido de exaltado, de delirante, de frenético. E, . finalmente, o de supersticioso.

Desse modo, podemos agora definir o Fanatismo como sendo a dedicação cega, excessiva, ao zelo religioso; paixão; adesão cega a uma doutrina ou sistema qualquer, inclusive político. Podemos afirmar que o abuso das praticas religiosas podem levar até a exaltação que impedem o fanático a praticar atos criminosos em nome da religião ou de um poder político.

Conforme a Enciclopédia Portuguesa Ilustrada temos que: o fanatismo é uma fé cega, irrefletida, inconsciente, e a maior parte das vezes independente da própria vontade, que algumas pessoas sentem por uma doutrina ou um partido. O fanatismo é uma auto-sugestão, que se sente independente da própria vontade e que faz sentir uma paixão desordenada a que nos abandonamos. Enquanto o fanatismo não intervém nas relações sociais dos indivíduos, não deve ser considerado perigoso; mas não sucede o mesmo quando os seus efeitos se manifestam numa sociedade compacta, onde reina a diversidade de crenças e opiniões. O fanatismo causou males em todas as sociedades antigas, e na Idade Media viram-se também excessos produzidos por ele.

A Maçonaria condena o fanatismo com todas as suas forças. Em vários Graus, as instruções giram em torno desta execrável paixão, considerada como um dos inimigos da Ordem Maçônica. 

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

PORQUÊ "MEU IRMÃO", E NÃO "MEU AMIGO"?

Paulo M.
Os maçons tratam-se, entre si, por “irmão”, tratamento que é explicitamente indicado a cada novo maçom após a sua iniciação. Imediatamente após terminada a sessão de Iniciação é normal que todos os presentes cumprimentem o novo Aprendiz com efusivos abraços, rasgados sorrisos e, entre repetidos “meu irmão”, “meu querido irmão” e “bem vindo, meu irmão”, recebe-se, frequentemente, mais afeto do que aquele que se recebeu na semana anterior.

O que seria um primeiro momento de descontração torna-se, frequentemente, num verdadeiro “tratamento de choque”, num momento de alguma estranheza e, quiçá, algum desconforto para o novo Aprendiz. Afinal, não é comum receber-se uns calorosos e sinceros abraços de uns quantos desconhecidos, para mais quando estes nos tratam – e esperam que os tratemos – por irmão… e por tu! Sim, que outro tratamento não há entre maçons, pelo menos em privado – que as conveniências sociais podem ditar, em público, distinto tratamento.

O primeiro momento de estranheza depressa se esvai – e os encontros seguintes encarregam-se de tornar naturalíssimo tal tratamento, a ponto de se estranhar qualquer “escorregadela” que possa suceder, como tratar-se um Irmão na terceira pessoa… Aí, logo o Aprendiz é pronta e fraternalmente corrigido, e logo passa a achar naturalíssimo tratar por tu um médico octogenário, um político no ativo, ou um professor universitário. E de facto assim é: entre irmãos não há distinção de trato.

Não se pense, todavia, que todos se relacionam do mesmo modo. Afinal, não somos abelhas obreiras, e mesmo entre essas há as que alimentam a rainha ou as larvas, as que limpam a colmeia, e as que recolhem o néctar. Do mesmo modo, todos os maçons são diferentes, têm distintos interesses, e não há dois que vivam a maçonaria de forma igual. É natural que um se aproxime mais de outro, mas tenha com um terceiro um relacionamento menos intenso. Não é senão normal que, para determinados assuntos, recorra mais a um irmão, e para outros a outro – e podemos estar a falar de algo tão simples quanto pedir um esclarecimento sobre um ponto mais obscuro da simbologia, ou querer companhia ao almoço num dia em que se precise, apenas, de quem se sente ali à nossa frente, sem que se fale sequer da dor que nos moi a alma.

Mas não serão isto “amigos”? Porquê “irmãos”? Durante bastante tempo essa questão colocou sê-me sem que a soubesse responder. Sim, havia as razões históricas, das irmandades do passado, mas mesmo nessas teria que haver uma razão para tal tratamento. O que leva um punhado de homens a tratarem-se por “irmão” em vez de se assumirem como amigos? Como em tanta outra coisa, só o tempo me permitiu encontrar uma resposta que me satisfizesse. Não é, certamente, a única possível – mas é a que consegui encontrar.

Quando nascemos, fazemo-lo no seio de uma família que não temos a prerrogativa de escolher. Ninguém escolhe os seus pais ou irmãos de sangue; ficamos com aqueles que nos calham. O mais natural é que, em cada núcleo familiar, haja regras conducentes à sua própria preservação e à de todos os seus elementos, regras que passam, forçosamente, pela cooperação entre estes. É, igualmente, natural que esse fim utilitário, de pura sobrevivência, seja reforçado por laços afetivos que o suplantam a ponto de que o propósito inicial seja relegado para um plano inferior. É, assim, frequente que, especialmente depois de atingida a idade adulta, criemos laços de verdadeira e genuína amizade com os nossos irmãos de sangue, que complementa e de certo modo ultrapassa, em certa medida, os meros laços de parentesco.

Do mesmo modo, quando se é iniciado numa Loja – e a Iniciação é um “renascimento” simbólico – ganha-se de imediato uma série de Irmãos, como se se tivesse nascido numa família numerosa. Neste registo, os maçons têm, uns para com os outros, deveres de respeito, solidariedade e lealdade, que podem ser equiparados aos deveres que unem os membros de uma célula familiar. Porém, do mesmo modo que nem todos os irmãos de sangue são os melhores amigos, também na Maçonaria o mesmo sucede. Não é nenhum drama; o contrário é que seria de estranhar. Diria, mesmo, que é desejável e sadio que assim suceda, pois a amizade quer-se espontânea, livre e recíproca. E, tal como sucede entre alguns irmãos de sangue, respeitam-se e cumprem com os deveres que decorrem dos laços que os unem, mas não estabelecem outros laços para além destes. Pode acontecer – e acontece. Mas a verdade é que o mais frequente é, especialmente dentro de cada Loja, cada maçom encontre, de entre os seus irmãos, grandes amigos – e como são sólidos os laços de amizade que se estabelecem entre irmãos maçons!

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br