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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

terça-feira, 30 de novembro de 2021

SAUDAÇÃO AO VENERÁVEL

SAUDAÇÃO AO VENERÁVEL
(republicação)

O Respeitável Irmão Sangelo Rossano, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-ACRE, Oriente de Rio Branco, Estado do Acre, apresenta a seguinte questão:
sangeloros@hotmail.com

Como relatado por telefone, estamos com um maninho indagando acerca da saudação ao Venerável Mestre na entrada e saída da balaustrada (entrando no Oriente) o mesmo afirma que a saudação deverá ser feita inclinando a cabeça ao Venerável Mestre, segundo as normas de ritualísticas de Castellani. Isso é um procedimento correto?

CONSIDERAÇÕES:

Pelo que sei e sempre soube é que o saudoso Irmão José Castellani, pelo contrário, sempre combatia maneios de cabeça e inclinação do corpo, inclusive usava a frase de que o “Oriente não era tatame de judô para inclinações de corpo ou meneios de cabeça”.

Deixando as delongas de lado, o que prevê o Ritual em vigência do Rito Escocês Antigo e Aceito – Aprendiz Maçom do Grande Oriente do Brasil, é que a saudação maçônica é feita somente ao Venerável Mestre quando da entrada e saída do Oriente e ao Venerável mestre e Vigilantes quando da entrada e saída do Templo. 

Diz ainda que o Obreiro portando objeto “de trabalho” quando da entrada e saída do Oriente não fará Sinal e sim uma parada (rápida e formal) – página 42.

Em análise do texto, a “saudação maçônica” é feita pelo Sinal Penal e na execução deste não está prevista nenhuma inclinação de cabeça, portanto simplesmente saúda-se pelo Sinal e nada mais.

Em relação ao que exara no tocante a saudação ao Venerável e os Vigilantes quando da entrada e saída do Templo, significa que a atitude é tomada em Loja aberta, quando um retardatário, ou visitante ingressa formalmente na Oficina executando a Marcha do Grau, cujo complemento é a saudação pelo Sinal às Luzes da Loja (Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes). 

Da mesma forma quando por um motivo inadiável um Obreiro precisar se retirar dos trabalhos antes do seu término – em retirada ele para entre Colunas perto da porta e saúda as Luzes da Loja pelo Sinal. Há que se notar então que em nenhum dos casos está prevista qualquer inclinação ou meneio de cabeça.

Ainda no que designa a parada rápida e formal é para aquele que porventura esteja empunhando um objeto de trabalho. Como não se faz sinal com o objeto que está sendo empunhado, isto é, não se usa o objeto para fazer o Sinal, o Oficial fará na oportunidade a parada rápida e formal que significa estar com o corpo ereto e os pés em esquadria. 

Assim, também nesse caso não está prevista nenhuma atitude que sugira inclinação do corpo ou da cabeça.

É oportuno salientar que a questão aqui não é a de tratar o que está certo ou errado. A questão é de apenas e tão somente cumprir o que escrito por Decreto do Grão-Mestre Geral em vigência no GOB (o Ritual).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 663, Florianópolis (SC) 20 de Junho de 2012

RITO SCHRÖDER

RITO SCHRÖDER
Por Luiz Muller

O Rito Schröder é um ritual maçônico utilizado amplamente nas Lojas da Alemanha. Criado por FRIEDRICH ULRICH LUDWIG SCHRÖDER, que foi um dos reformadores da Maçonaria Alemã, e submetido aos Mestres de Hamburgo em 29 de junho de 1801, que o adotaram por unanimidade, desde logo, conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origem alemã e logo recebeu o cognome de seu fundador, RITO SCHRÖDER.

Por sua simplicidade e beleza, o RITO SCHRÖDER tem sido erroneamente conhecido como Rito Escocês Simplificado. Alguns autores, insistem em publicar que o RITO SCHRÖDER teria, afora os três graus simbólicos, mais quatro graus superiores, os quais, entretanto, teriam sido abandonados no decorrer dos anos, outros, atribuem ao seu criador a pecha de “Cagliostro da Alemanha” e afirmam que o seu ritual é místico, eivado de alquimia, magia e outras titulações, totalmente em oposição ao seu propósito.

Diz-se que a Maçonaria apareceu na Alemanha em 1727, com a fundação da Loja “Charles die reunion” (“Carlos a reunião”), no Oriente de Manheim pelo Conde de Schaumburg, Irmão Albrecht Wolfgang. Contudo a Loja, trabalhou a descoberto, não tendo registro de reconhecimento. O nome francês pode ter sido a causa. A Loja número um da Alemanha é a Loja “Absalon Zu Den Drei Nesseln Nº 1” (“Absalon às Três Urtigas”) de Hamburgo, fundada em 06 de dezembro de 1737 com o nome de Loge d’ Hambourg e assim denominada até 1743. Loja na qual Frederico, o Grande, foi recebido. Esse evento foi um sinal. Em seguida, novas Lojas foram fundadas em todas as cidades maiores da Alemanha dando vigor à Maçonaria Alemã.

Fundador do Rito Schroder
Foi o Barão de von Hundt, que em 1764 estabeleceu firmemente a influência dos Templários dentro da tradição maçônica e divulgou nas Lojas Alemãs as práticas do Capítulo de Clermont, sob o título de “Strike Observanz” ou “Rituais Latinos da Estrita Observância”, também conhecido como “Observância Rigorosa”. Esta prática ressuscitara a Antiga Cavalaria que com seus coloridos e sugestivos graus, trouxe com elas todas as adulterações que, de forma crescente, tiveram ingresso aos ensinamentos puros do Antigo Ritual Inglês, desviando a Maçonaria e os maçons do seu simbolismo de origem. Esta época foi denominada como o “grande desvio”.

Estes distúrbios levaram , em 1775, a realização de uma Convenção em Wiesbaden e outra, em 1782, em Wilhelmsbad, próximo à Hanau, quando foi fixado como objetivo da Maçonaria alemã, o aperfeiçoamento moral em base da religião cristã; porém simultaneamente também a ainda não completamente apagada preferência pela coletividade de cavaleiros (isto é, nobreza), fundava um novo grau – “Cavaleiros da Beneficência”. Neste sistema de Wilhelmsbad ou sistema “Escocês Retificado” mesmo os sóbrios e democráticos Irmãos de Hamburgo não se abstiveram de desfilar como “Muito Excelente Cavaleiro Templário”.

Foi este estado de declínio do Rito da Estrita Observância que inspirou ao Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER em dar um novo Ritual à Maçonaria Alemã que, segundo suas intenções e concepções representasse uma Maçonaria Humanista.

Em 1789, diante da febre de reformas que se apodera da Maçonaria Alemã, quando as Lojas de Hamburgo alteraram as cerimônias, símbolos e insígnias, o Irmão SCHRÖDER sentiu que este caminho seria a ruína da Instituição e apôs-se tenazmente aos reformistas, com seus propósitos.

Convencido da necessidade urgente de reformular a Maçonaria Alemã, através do restabelecimento da prática da verdadeira e antiga Maçonaria, SCHRÖDER começou em Hamburgo, em 1790, a elaborar um novo ritual para a Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia, subordinada à Grande Loja de Londres, isto é a Grande Loja dos Modernos como assim diziam os que se intitulavam “Antigos”, que não possuía um Ritual escrito em inglês com um texto autêntico.

A reação de SCHRÖDER fez com que os maçons de Hamburgo verificassem que havia necessidade de expurgar todas as excentricidades e vícios que estavam desnaturalizando a Maçonaria. e, criando uma “Comissão de Estudos”, confiaram-lhe a presidência da mesma. Isso levou-o a abolir todos os enxertos que já tomava de assalto a Maçonaria Alemã.

Perseverante, estudioso e incansável, SCHRÖDER baseou todo o seu trabalho sobre o texto de “Three Distinct Knocks…”,.

Ele sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e ele os formulava com grande cuidado e em colaboração com os mais educados maçons do seu tempo. Isto dá ao seu Ritual um caráter particular próprio, expressando tendências espirituais da Alemanha por volta do século XVIII. A tendência para a Maçonaria Cavalheiresca ou Templária com um forte conteúdo Cristão – e mesmo Católico Romano, tinha desaparecido, bem como todos os elementos de esoterismo e ocultismo que dominavam a Maçonaria da sua época, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o porém para a cultura e para o idioma germânico Fortaleceu-se a tendência de que moral elevada e princípios éticos deveriam ser as essências características da Arte Real.

Em 29 de junho de 1801, na magnífica sessão em que os Veneráveis Mestres das Lojas de Hamburgo aprovaram por unanimidade o novo Ritual, estava na verdade reunida a Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa-Saxônia, no que hoje chamaríamos de Assembléia Geral. Este fato por si só atesta a regularidade e a importância que o novo Ritual teve já no seu nascimento oficial. Seu idealizador, o Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER, ocupava o cargo de Deputado do Grão-Mestre, que era o maçom ilustre e celebrado Dr. Beckmann, e as Lojas de Hamburgo o adotaram por unanimidade. Depois de mais uma revisão de certas passagens, que não tinham concordâncias com a cerimônia, foi impressa uma edição limitada para todas as Lojas de Hamburgo. Desta edição existe somente uma cópia pertencente a uma Loja na cidade de Celle, cujo exemplar felizmente tem sido possível estudar. Por sua simplicidade e beleza, desde logo conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origens alemãs e logo recebeu o cognome de seu criador – RITO SCHRÖDER.

O RITO SCHRÖDER realmente ocupa uma posição de destaque entre os Ritos Maçônicos pela concordância com o Rito da Grande Loja Mãe da Inglaterra, pela eliminação de todos os adiantamentos inseridos no final do século XVIII, pelo espírito puro de humanismo, presente em seu cerimonial, e pelo brilho da linguagem clássica do alemão.
É um rito muito simples e trabalha, como o de York, apenas na chamada pura Maçonaria ou seja, na dos três graus simbólicos, já que não possui Altos Graus.

Graus Simbólicos
1 – Aprendiz
3 – Mestre

O rito Schröder não possui graus filosóficos.
Publicado no excelente blog https://www.templomaconico.blogspot.com

Fonte: https://bibliot3ca.com

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A IDADE SIMBÓLICA DO MESTRE MAÇOM

Em 09/06/2017 o Respeitável Irmão Henri Marques, Loja Cavaleiros de São João de Ribeirão Preto, 4.171, Rito Brasileiro, GOSP-GOB, Oriente de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, pede esclarecimento para o seguinte.

S⸫AA⸫ e M⸫

Gostaria de saber por que a idade do Mestre Maçom é "S⸫ aa⸫ e m⸫" e não apenas s⸫ aa⸫, sobretudo no Rito Escocês e Brasileiro?
Nos outros sistemas maçônicos - como o York e o Emulação - a idade do Mestre é s⸫ sem esse "mais".
Aliás, isso me fez lembrar o que disse o saudoso mano José Castellani, no seu Consultório Maçônico, quando diz que na Câmara do Meio as baterias e as luminárias devem ser em número de 7 e não de 9. O que é esse "9"? "7 e mais" ou "9"? Que confusão!

CONSIDERAÇÕES:

O ENIGMÁTICO SEGREDO MAÇÓNICO

O ENIGMÁTICO SEGREDO MAÇÓNICO
Nuno Raimundo

O Segredo Maçónico será mito, será verdade?

Mas o que é um segredo?

Não será algo que apenas um conhece ou que poucos o saibam…?

Sempre ouvi dizer que quando mais que um o conheça, deixará de ser segredo…

E qual será então o segredo maçónico?

Não falo no segredo que seja o conhecimento de vários rituais maçónicos ou a identificação de membros de alguma Obediência, falo mesmo no tal segredo que muitos ambicionam alcançar.

Já o virtuoso poeta Fernando Pessoa o celebrou em poema e o mesmo pode ser consultado também neste blogue AQUI.

Mas guardará este segredo uma mensagem?

Um caminho a seguir?

Uma conduta de vida?

Ou será algo indizível e inexplicável e que será apenas sensorial tal como muitos maçons o afirmam?!

Em alguns dos vários textos elaborados por vários autores, sejam maçónicos ou não, que se encontram tanto nas livrarias como na própria internet, é habitual se encontrar definições de que este segredo será “algo que estará para além da compreensão humana”, noutros “ que estará para além do descritível e apenas observável”…

De facto, o segredo maçónico é algo que é somente sentido e compreendido por quem o experimenta.

Passando por uma Iniciação, em que tal é o véu que cobre os olhos e ainda nos limita a visão, também o segredo maçónico tem as suas veleidades e somente com a constante presença em Loja, na prática do ritual maçónico e no relacionamento fraternal com os demais Irmãos, se pode alcançar esta sensação, o conhecimento de tal segredo.

Mas será que esse segredo é tão relevante assim para o mundo?

Não será esse segredo, somente algo que deverá ser exclusivo apenas da propriedade dos maçons? Pois será o seu segredo?

Fica a reflexão…

Geralmente quando existe ou se fala em segredo(os), chega-se sempre à conclusão de que afinal não há segredo algum ou se houver, já seria do domínio e conhecimento público; quando não é mesmo, algo fruto da imaginação coletiva da generalidade da população. E o segredo maçónico encontra-se neste contexto.

Muito se poderia elucubrar sobre ele, tantas páginas foram e mais ainda serão escritas sobre este segredo, e mesmo que um dia alguém o consiga descrever, nunca o fará na sua efetiva plenitude, pois quem nunca passou pela porta baixa dificilmente lhe terá acesso… Porque nem tudo é possível ser pronunciado e nem tudo é passível de ser soletrado. Ou não fosse a carne despreender-se dos ossos…

Assim, tal como as experiências que vamos passando ao longo da nossa vida que para nós ficam, também as sensações que alguém sentiu apenas para ela ficarão…

E será que ficou algo por explicar, no que consistirá o tal segredo?

É possível, mas não serei eu a pronunciá-lo. Por mim, o enigma persistirá…

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

domingo, 28 de novembro de 2021

CONFERÊNCIA DO TRONCO

CONFERÊNCIA DO TRONCO
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Tala Zaki, Loja União em 33, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná.
zakitalal@hotmail.com

Assumo hoje o cargo de Orador de minha Loja. Tenho uma dúvida quanto à ritualística. No nosso ritual de Aprendiz, REAA, edição 2009, após o giro do Tronco de Beneficência, o Venerável Mestre pede ao Irmão Hospitaleiro que se dirija ao Altar do Irmão Tesoureiro para que seja conferido o tronco. Porém, no RGF, edição 2003, seção III, art. 96, consta como função do Irmão Orador, conferir o Tronco de Beneficência, entregando-o a quem de direito. A pergunta é: O Orador vai conferir o Tronco ou conferir a conferencia do Irmão Tesoureiro

RESPOSTA:

Temo que o Respeitável Irmão esteja consultando uma edição do Regulamento Geral da Federação que está desatualizado.

No Artigo 122 do Regulamento Geral da Federação em vigência onde trata das atribuições do Membro do Ministério Público ou ao Orador não consta como sua competência conferir o produto arrecadado pelo Tronco de Beneficência. 

Já no Artigo 125 do mesmo Regulamento que trata da competência do Irmão Tesoureiro, no Inciso X, exara o seguinte:

“responsabilizar-se pela conferência (o grifo é meu), guarda e liberação dos valores arrecadados pela Loja”. Como o fruto do tronco é um valor arrecadado pela Loja, sem dúvida é dele a responsabilidade também de conferir esse resultado.

Quanto a vossa pergunta específica no tocante a conferir a conferência, esse ato é realmente inexistente.

Comentários à parte, esse é o procedimento de acordo com as nossas Leis em vigência, todavia segue um breve comentário que tem o intuito apenas de ilustração e não o de se insurgir contra a Lei.

Tradicionalmente nos ritos de vertente francesa, como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde é comum a prática da circulação da bolsa para arrecadação do Tronco, quem conferia o montante arrecadado era sempre o Orador que, às vezes, até se obrigava a pesar o volume coletado, isso porque no passado, os donativos em espécie também eram compostos por objetos de valor, como joias, por exemplo. 

É desse costume que surgiu o termo “metais” em consonância com certos objetos arrecadados e “quilos” de acordo com o peso dos metais arrecadados. O Orador então conferia, pesava e comunicava o resultado ao Venerável, que por sua vez mandava creditar à tesouraria, cujo crédito ficava à disposição do Hospitaleiro para o destino devido. 

Infelizmente, a modernidade fez com que alguns legisladores maçônicos, provavelmente por não conhecerem a tradição, usos e costumes da Maçonaria, simplesmente associaram esse ato, por se tratar de valor monetário, com o Tesoureiro. 

Assim, lei aprovada, então que se cumpra o que dela exara.

Finalizando, sugiro ao Irmão como Orador da Loja que se mantenha coevo também no tocante ao Regulamente Geral da Federação que tem sofrido varias atualizações, cujos textos tem sido efetivamente publicados nos Boletins Oficiais do Grande Oriente do Brasil. 

Aliás, essas novas redações de lei quando publicadas no Boletim Oficial devem ser lidas em Loja pelo Orador, com todos permanecendo sentados (Lei 099/2008, Seção III, Art. 122, Inciso III, do Regulamento Geral da Federação).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 660, Florianópolis (SC) 17 de Junho de 2012.

NASCER DE NOVO E A INICIAÇÃO

NASCER DE NOVO E A INICIAÇÃO REAL
Autor: Geovanne Pereira

Na casa de meu Pai há muitas moradas. (João, 14:2)

Os judeus entendiam que o Templo de Jerusalém era a casa de Deus (1 Crônicas 29:7; 2 Crônicas 7:6; Esdras 1:4; etc.). Mas o mestre Yeshua Hamashia não estava se referindo ao Templo terreno, ao contrário, Ele estava falando da verdadeira casa do Pai. Essa casa não é terrena, mas celestial, espiritual, extradimensional, é o lugar da habitação Divina que está nos céus (cf. Salmos 33:13,14; Isaías 63:15).

É imprescindível para se ser maçom regular, para além da condição de homem livre e de bons costumes e do efetivo propósito de aperfeiçoamento, a crença no Criador e na vida depois da morte. O Grande Arquiteto do Universo, por definição e à escala humana, é Eterno. A LUZ que dele provém naturalmente compartilha dessa característica.

O Oriente Eterno é, assim, para os maçons o simbólico lugar de onde provém a LUZ, onde está o Grande Arquiteto do Universo, onde o que resta de nós, depois de tudo do que é físico se extinguir, tem lugar, se reintegra.

A “casa” do Pai é um outro universo extradimensional. As diferentes moradas são os universos infinitos que circulam nosso limitado entendimento.


Há muitas moradas no oriente eterno.

Uma delas é o palácio espiritual, onde estão as joias do conhecimento.

Dentro desse palácio existem muitas salas de iniciação. Porém, normalmente, essas salas estão vazias.

Poucos homens adentram esse recinto espiritual em busca da iniciação real.

A maioria é barrada na entrada desse palácio que reside dentro do coração, porque deseja receber a iniciação espiritual portando velhos dramas e ainda carregando antigas mágoas.

Eles chegam aos portões do coração espiritual e querem arrombar a porta com sua arrogância. Entretanto, existem “guardiões do Umbral”[1] que não permitem a entrada de “brutos homens de chumbo” que carregam em seu seio o orgulho, a ganância, inveja, paixões, egoísmo e o ódio. 

Homens “mortos” automatizados, hipnotizados, inconscientes e adormecidos pelas ilusões mundanas, presos na armadilha da dualidade e dos instintos, com suas mentes temporais, lineares e cartesianas.

Esses guardiões, postados na entrada dos salões de iniciação, conseguem observar na “aura”[2] os valores necessários e só deixam passar aqueles com real intenção de crescimento e progresso, que querem servir ao grande plano de regeneração e evolução da humanidade.

A maioria das pessoas que aporta a esse palácio e a essas salas espera ganhar alguma coisa na iniciação, quando, na verdade, elas precisam mesmo é perder.

Iniciar-se é perder! É perder a arrogância e o próprio ego…

A perda completa da noção subjetiva de identidade. Na psicologia analítica, é também chamada morte psíquica. O que chamamos de “eu” é uma estrutura mental que criamos para convivermos em sociedade, e na verdadeira iniciação essa construção deve ruir.

Ninguém ganha nada ao iniciar-se em um caminho espiritual, só perde.

Perde os condicionamentos e programas implantados por toda sua vida. Perde as tolices, perde o eu. E, ao perder a imaturidade, a própria pessoa nota um vasto potencial dentro de si mesma.

As luzes do Bem começam a surgir e ela, então, nota um tesouro espiritual resplandecente brilhando em todas as partes: dentro de si mesma e em todos os seres.

Então, esta pessoa, iniciada pelos hierofantes[3] do silêncio, só deseja servir, não deseja mais o poder. Ela já não se prende a nenhuma linha em particular. E nela surge o brilho daquelas jóias da paz dentro de seu coração. Ser aceito como pontífice destes “Mestres Iniciados”[4] é o início de um progressivo e trabalhoso auto-aprimoramento, abandono dos interesses mundanos e por fim um renascimento em um nível superior de consciência.

Aos salões da espiritualidade, só têm acesso aqueles de alma aberta e que trabalham generosamente a favor do progresso de todos os seres, indistintamente, o progresso real de todos.

Ser iniciado é ser um serviçal do “Amor Maior Que Governa a Existência”, e que dá vida a todos.

Não significa erguer a cabeça com arrogância, mas, simplesmente, erguer os olhos em direção às muitas moradas do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, além da Terra e além desta realidade dimensional.

Significa agradecer as possibilidades de crescimento e de trabalho digno – e a oportunidade de prosseguir.

Ser iniciado significa manifestar, cada vez mais, intenso brilho no olhar (que vence toda treva, sem agredi-la).

Ser iniciado é mergulhar nos porões e masmorras de si e conhecer o“lado sombrio” da nossa personalidade, o verdadeiro VITRIOL.

O submundo conturbado da nossa psique que contém os nossos sentimentos mais primitivos, os egoísmos mais afiados, os instintos mais reprimidos e aquele “eu escondido” que a mente consciente rejeita e que nos mergulha nos abismos mais profundos do nosso ser.

O iniciado perde muito, pois no caminho da iniciação real ele deixa as quimeras, as ilusões e desprende-se da ganância.

O iniciado não é mais a mesma pessoa, pois morreu o homem velho de “chumbo”, sequioso do poder; renasceu um ser de “ouro” que se alegra ao participar de alguma atividade produtiva e generosa a favor da humanidade.


Que todos aqueles que trilham os caminhos da Espiritualidade busquem sinceramente as salas espirituais do palácio que existe dentro do próprio coração. E que cheguem até essas salas portando a humildade real e o imenso desejo de servir ao grande plano de evolução e progresso.

Não há diploma nas salas espirituais, não há cargos, paramentos e medalhas, não há grau simbólico ou filosófico, não há nepotismo, afilhadismo, favoritismo, profanos de avental, promessa ou ritual.

O que existe é o Amor aplicado, o silêncio e a inspiração profunda, em que o aspirante à iniciação percebe, sem que ninguém lhe diga, aquela Luz Magnânima, que a tudo compreende.

Nas salas da iniciação não há palavras, somente puros sentimentos de amor, Inspiração e Silêncio.

Os Franco-Maçons atuais discernem do que se trata? Eles depositam em geral seus metais sem ver nisso malícia, depois, retomam-nos com a mesma candura, após terem visto materialmente uma luz que não os esclarece “em espírito e em verdade”. Tudo, em Iniciação, depende, todavia, daquilo que nós chegamos a ver interiormente. As provas não têm outro objetivo senão que o de nos colocar em estado de ver a Luz: elas são muito sérias, a despeito do divertimento ao qual dão lugar, muito freqüentemente, as iniciações cerimoniais. Não são trotes, a não ser para iniciadores ignorantes que profanam as coisas santas; em Iniciação real, os ritos prescrevem operações nas quais o adepto é, ao mesmo tempo, o sujeito e o objeto, o agente e o paciente, porque, — Maçom chamado a talhar a Pedra, — ele trabalha sobre si mesmo, sendo a Pedra viva que se talha ela própria. Mas o que opera em nós é Espírito, ou seja, Luz, e é a Luz operante que somos chamados a descobrir em nós; para aí chegar, é-nos necessário depositar nossos metais, morrer para as ilusões profanas e completar nossa purificação mental. É exigir muito de um candidato a Franco-Maçom, homem de boa vontade, sincero em seu desejo do bem, mas incapaz de iniciar-se nos mistérios efetivos da Arte Real. Não se deve, pois, reprovar à Franco Maçonaria colocar-se ao alcance do grande número. Ao iniciar em seus símbolos, ela mantém suas obrigações em relação aos iniciáveis que irão procurar, pedir e bater, de forma a encontrar quem lhes responda e quem se lhes abra, finalmente, a porta do santuário da Verdade. Outros não aprenderão a ritmar os três golpes misteriosos senão para obter o acesso a uma Loja regular, em sua qualidade de Maçons reconhecidos regulares… convencionalmente! Iniciados apenas nas exterioridades, no lado sensível da Franco Maçonaria, esses aderentes superficiais, — que são legião, — não vão além da infância da Arte: eles se divertem com imagens cujo sentido não percebem, mas estas imagens lhes pregam uma sabedoria à qual eles se mostram dóceis. Habituam-se se manter bem em Loja e a desenvolver seus bons sentimentos. Sem elevar-se até o ideal muito heroico da Iniciação, tornam-se melhores em modestas proporções. Se a Franco-Maçonaria moderna melhora seus adeptos, tornando-os mais fraternos uns em relação aos outros, sua obra é louvável, mesmo que, sobre cinco milhões de membros ativos, ela não conte senão com uma ínfima corte de Iniciados que realmente viram a Luz. (Oswald Wirth — Os Mistérios da Arte Real — Ritual do Adepto. Pág 92).

Aos Buscadores, onde quer que estejam sobre a face da terra.

Aos Buscadores, onde quer que estejam sobre a face da terra.

Autor: Geovanne Pereira

Geovanne é professor de Filosofia, psicanalista, Mestre Maçom da ARLS Jacques DeMolay, n°22 – GLMMG e, para nossa alegria, também um colaborador do blog.

Notas

[1] – Termo iniciático, bem conhecido nos mistérios do esoterismo, que representa um espírito que guarda ou protege a passagem de um nível para outro. Trata-se de um personagem espiritual, uma entidade de hierarquia, que protege o acesso a uma esfera ou a um estado superior de consciência. O termo foi popularizado por Bulwer Lytton no romance Zanoni de 1844. Segundo ocultistas como Dion Fortune, o guardião do umbral, ou habitante do limiar é uma projeção de todas nossas imperfeições, que se apresentam a nós impedindo a passagem. Neste caso, o discípulo só poderá cruzar o umbral (a passagem a outro plano ou esfera) caso consiga resolver todas as pendências kármicas que aquele nível superior exige.

[2] – Do latim aura – sopro de ar – halo luminoso de distintas cores que envolve o corpo físico e que reflete, energeticamente, o que o indivíduo pensa, sente e vivencia no seu mundo íntimo; psicosfera; campo energético.

[3] – entro do contexto das iniciações esotéricas da antiguidade, era o mestre que testava os neófitos (calouros) nas provas iniciáticas.

[4] – Grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente, passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga, adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente. Composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos, eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do Oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são “iniciados” em fazer o bem, sem olhar a quem.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

sábado, 27 de novembro de 2021

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE CANTINFLAS

FORTINO MARIO ALFONSO MORENO REYES (Cidade do México, 12 de agosto de 1911 — Cidade do México, 20 de abril de 1993). Ator e humorista mexicano considerado por Charles Chaplin um dos melhores comediantes do mundo. O nome completo de sua Loja era “Muy Respetable Gran Logia Valle de México de Antiguos, Libres y Aceptados Masones del Rito Escocés Antiguo y Aceptado”. Recentemente foram encontrados os documentos da sua solicitação para ser iniciado datado de 1943.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 1948.

Loja: Chilam Balam, DF, México.

Idade: 37 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 81 anos de idade, vítima de câncer de pulmão.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

O PROFANO E O MAÇOM

O PROFANO E O MAÇOM*
Ir∴ Carlos Faria

Exerce a Maçonaria influência sobre os seus Membros, melhorando a sua atuação na Sociedade.

São os Maçons elementos moralmente capazes de, pelo exemplo, influírem beneficamente sobre os profanos no meio em que vivem?

Estas são as questões que pretendemos responder hoje, dentro dos limites intelectuais que nos proíbem remígios mais altos na seara ampla e fértil da filosofia maçônica.

Achamos que a nenhum homem, normalmente dotado de sensibilidade, pode ser estranha a influência da Maçonaria, quando tendo transposto os degraus iniciais, e admitido nesta Câmara, porque não é possível deixar-se ficar indiferente, depois de vislumbrar os três aspectos – simbólico, filosófico e moral – com que a nossa Sublime Instituição avulta através dos séculos para vencer as trevas em que jaz o espírito humano.

Nenhum homem, dentro da precária perfectibilidade da espécie, pode jactar-se de ter ingressado na Maçonaria e permanecido tal qual havia sido até aquele evento.

Se existe esse homem, se existe quem dentro da Maçonaria, não encontrou meios de aperfeiçoar-se moral, mental e espiritualmente, certamente deve tratar-se de uma aberração incorrigível, incapaz de captar as irradiações da Sabedoria, de sentir o magnetismo da força e de compreender os benefícios da serena contemplação da Beleza.

O mundo está todo inteiro na Maçonaria, configurado nos símbolos imortais e o homem, quando se torna Maçom, adquire o roteiro certo por onde dirigir os passos a fim de atingir o domínio de si mesmo e integrar-se conscientemente no Universo. Por isso compreende que, no ciclo evolutivo em que se encontra não é senão pedra: Pedra Bruta que o Tempo, o Sofrimento e o Trabalho tornam Polida e Cúbica, através do refinamento espiritual da Civilização e da Ciência.

O Maçom sabe que deve corrigir-se, pois o anseio do Espírito é alcançar a perfeição.

- “Sêde perfeitos como meu Pai é perfeito”, não é mera advertência, mas, como tudo que nos vem do Cristo Deus, uma diretriz que bem representa o objetivo da passagem do Homem pela Terra.

Contrariamente ao que parece aos moralistas e céticos, o Homem não caminha do nascimento para a morte, mas da ignorância para o conhecimento, sabido é que o Grande Arquiteto do Universo não cria apenas para destruir.

O Maçom não é subserviente; não é hipócrita; não é dúbio; não é saliente; não é prepotente; não é usurpador.

É, isto sim, vertical nas atitudes para com o semelhante e horizontal na posição que ocupa na ganga social em que opera. É vertical como o seu esqueleto e horizontal como a superfície em que se apóia. Vertical como o Prumo e horizontal como o Nível – Homem e Terra formando o Esquadro, inflexível e correto.

O Maçom não é mesquinho nem misantropo. É generoso e magnânimo porque com o Compasso exprime a justa medida dos seus sentimentos, cujo esquema se obtém observando a abertura e fechamento das hastes.

Temos, assim, no Esquadro e no Compasso, a fórmula necessária à vitória moral no mundo profano. Fórmula de que só o Maçom é conhecedor cumpre-lhe aplicá-la em todas as circunstâncias da vida.

A estabilidade das realizações humanas no plano físico exige a aplicação dos instrumentos de correção que indicam o grau de inclinação sobre o ponto de apoio. Se a perpendicular não estiver dentro dos índices tradicionais a obra terá a sua durabilidade ameaçada.

Os princípios invioláveis que regem a técnica das construções não diferem daqueles em cuja bitola repousam as atividades do pano moral.

Assim, o Prumo e o Nível, o Esquadro e o Compasso, não são úteis apenas quando se constroem casas e pontes, mas também quando é necessário decidir e aquilatar da conduta humana. Se, pelas qualidades morais, pelo caráter imarcescível, pela prática da Fraternidade, pelo estudo honesto e investigação insuspeita, pelo desprezo ao preconceito, pelo desapego aos bens perecíveis, podemos emoldurar a personalidade de alguém com a expressão daqueles símbolos, teremos o Maçom em potencial, bastando apenas iniciá-lo nos sagrados mistérios da nossa Ordem, Se, pelo contrário, existissem iniciados que devêssemos afastar do nosso convívio em face de corrupção de caráter ou intransigência de princípio egoísticos que teimassem em impor a seus irmãos, nunca os encontraríamos iluminados por aquelas Luzes, porque por mais que se esforçassem em demonstrá-lo, não seriam reconhecidos Maçons.

O Maçom é virtuoso, e não é corruptível nem corrompe; é altivo e não é humilhante; é confiante e correspondente; é honrado e não desonra.

O Maçom é positivo pela maneira como age e os reflexos de sua ação mais insignificante atingem a periferia longínqua do seu meio ambiente.

O Maçom não se distingue pelo que tem, nem pelo que pode, nem pelo que sabe, mas pelo modo como vive entre os ditos profanos.

Diante do mosaico de raças, religiões, credos políticos e escolas filosóficas que formam a babel humana é o Maçom a personificação da compreensão universal, catalisador das divergências sociais que dividem e infelicitam os homens. Condena os abusos dos déspotas tanto como os desatinos dos que se rebelam. Anima aquele que confia e honesta e diligentemente investiga a verdade, mas desmascara o impostor, combate e persegue o charlatão como inimigos falazes da espécie. Sabe que não há neutralidade entre o Vício e a Virtude, mas não castiga aquele que erra sem antes estudar as circunstâncias que o levaram ao erro e não louva o que vive na Virtude, para não despertar a vaidade, que condena.

O Maçom abomina a falsidade porque sabe que “nada há oculte que não seja descoberto”, segundo o Livro Sagrado da Lei.

Haverá sempre um ramo de Acácia, a indicar o lugar dos despojos; sempre soprará, leve como a brisa, persistente como as ondas, eloqüente e inevitável como a eternidade, o som percuciente da voz interna que repete inconscientemente o “mea culpa”, denunciando o autor do delito.

A Palavra é a principal conquista do Espírito, que por seu intermédio, transmite às gerações nascentes o conhecimento adquirido ou conquistado; o Sentimento é a baliza que determina o aperfeiçoamento atingido e o Pensamento é a chama que resulta do choque entre a revelação da divindade e a idéia embrionária.

Sabe o Maçom que a Palavra é essencial ao progresso e nunca exercerá o seu poder para cerceá-la, se não for portadora de difamação e não atentar contra a moral: que o Sentimento deve ser desenvolvido e aprimorado, para que cesse a mútua incompreensão dos homens; que o Pensamento deve ser livremente difundido para que jorrem permanentemente sobre a humanidade as Luzes que lhe dão segurança e estabilidade. Entre os que fecham a boca do povo, matam o sentimento das massas e sufocam o pensamento que forceja por expandir-se, nunca estarão Maçons.

Os Maçons são livres e vivem na Verdade. Conheceu a Luz que, partindo do Grande Arquiteto do Universo, ilumina como Estrela Flamígera, o Espírito e a Matéria e faz projetar ao solo a sobra dos maus e dos bons, para que todos conheçam os vícios de uns e a virtude dos ouros.

Vícios e virtudes que se desprendem dos ossos e da carne do indivíduo físico, mas permanecem na composição do indivíduo moral dando-lhe o cunho que o classifica entre os congêneres.

É relevante a influência que a Maçonaria exerce sobre os seus Membros e a nenhum deles é lícito negá-la, porque a retransmitem beneficamente aos seus coevos.

Desde o início remoto das idades até o atual esplendor da Civilização, dentro dos escalões do progresso coletivo, coexistem os tarados e os santos, os estúpidos e os sábios, os gênios e os dementes, porém, desta amálgama amorfa sempre foi possível distinguir o Maçom do profano, porque o Maçom é aquele que vive em constante luta contra os seus próprios defeitos.

*Lido durante o Tempo de Instrução (dezembro de 1953) na Loja Fraternidade, Oriente de Santos – SP.

Fonte: JBNews - Informativo nº 151 - 25/01/2011

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

RETORNO DA PALAVRA

RETORNO DA PALAVRA
(republicação)

O Respeitável Irmão José Alves Martins, membro da Loja Verdade e Justiça, 1.136 e Presidente do TJM/GOB-CE, Oriente de Fortaleza, Estado do Ceará, apresenta a seguinte questão:
mm.contabeis@bol.com.br

Inicialmente as minhas saudações maçônicas e desculpe-me pela perturbação neste dia e horário, mas realmente, gostaria de receber do Irmão a seguinte orientação que deverá ser repassada para outros Irmãos de nossa Loja Verdade e Justiça nº 1136, Oriente de Fortaleza, CE. A solicitação é a seguinte: Na palavra a bem da Ordem, a palavra circula no Ocidente primeiro pela Coluna do Sul, reinando silêncio, vai para a Coluna do Norte, concluída diz o 1º Vigilante, reina silêncio em ambas as Colunas, o Venerável Mestre diz a palavra está no Oriente. Aqui alguns Irmãos questionam, que a palavra poderá ainda voltar para o, ocidente, o que eu de pronto não concordo, sem a devida justificação, esteado na página 12 do Ritual do 1º Grau - Aprendiz-Maçom. Qual é na orientação do Irmão? Isso foi consultado a minha pessoa, na qualidade de Presidente do TJM/GOB-CE. Devo aprender correto para repassar corretamente, os ensinamentos, principalmente os ritualísticos. Ficarei bastante grato, pela atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Existem algumas regras que são consuetudinárias na Maçonaria, porém sempre acompanhadas do bom-senso.

Dependendo do assunto discutido na Ordem do Dia e que deverá ser acompanhado de votação, às vezes requer alguma manifestação, ou mesmo ponderação dependendo do rumo pelo qual prossegue o debate. 

Nesse caso, sendo prioritária a manifestação sobre o assunto e dele um Irmão deseje novamente falar, o Venerável se achar necessário pode retornar a Palavra para as Colunas, entretanto a dita deverá obedecer novamente o giro completo, isto é: começando pela Coluna do Sul, mesmo que o Obreiro solicitante esteja na Coluna do Norte.

Para esse procedimento, o Venerável deve estar atento à real necessidade do retorno da Palavra - esta só retorna se ele assim permitir.

Nesse caso o Obreiro que precise acrescentar algo mais e de verdadeira acuidade ao mérito, pedirá na forma de costume a palavra ao Vigilante da sua Coluna que por sua vez fará a solicitação ao Venerável Mestre, todavia, somente após terem cessadas as manifestações no Oriente.

Embora a questão apresentada pelo Respeitável Irmão não seja relativa à Ordem do Dia e sim à Palavra a Bem da Ordem, aproveitei a oportunidade para levar essas ponderações ao período da Ordem do Dia, principalmente porque assuntos dessa ocasião são dependentes de discussão e votação e, às vezes, podem se tornar polêmicos. 

Nesse caso acho também oportuno salientar que os assuntos inerentes à Ordem do Dia requerem conclusões do Orador, daí seria sempre de boa geometria que essas matérias fossem previamente debatidas em uma Sessão Administrativa, para posteriormente serem levadas à formalização e votação na próxima Sessão Ordinária. 

Assim, discussões muitas vezes inócuas seriam evitadas e, por conseguinte os tais pedidos de retorno da palavra cairiam “por terra” para o bem e a felicidade geral da nossa não menos sofrida ritualística.

Quanto ao “retorno da palavra” dentro do período à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, embora que até seja possível, só deve ser exercitada no caso de extrema necessidade ocorrida pelo esquecimento de uma comunicação realmente inadiável, caso contrário, deve ser severamente evitado, pois no período em questão não existe qualquer debate, ou votação, senão o de se fazer uma comunicação.

Sem querer ironizar, cabe então a seguinte pergunta: mas que importante comunicação seria esta que fez com que o Obreiro até dela pudesse esquecer?

Ainda no tocante ao que cita o Irmão em referência à página 12 do Ritual de Aprendiz, R⸫E⸫A⸫A⸫ em vigência no GOB, o fato não se trata de “incluir o que não está previsto”, porém apresentar uma solução para um episódio que pode inquestionavelmente vir a acontecer. 

À bem da verdade, um ritual não pode prever e nem especificar as inúmeras situações que possam incidir nas Sessões das Lojas. Dentre algumas, segue um exemplo: “não está previsto em nenhum ritual o ingresso de um Irmão atrasado, todavia isso acontece com muita frequência e, salvo por um impedimento legal, nenhuma Loja deixa de atender o retardatário (não confundir com visitantes que sem terem entrado em família, aguardam ingresso no átrio)”.

Incluir esse procedimento no ritual seria o mesmo que institucionalizar o “atraso”. Enfim, é um fato corriqueiro que deve ser solucionado no momento do acontecimento, o que no meu ponto de vista não fere o citado Ritual na sua página 12.

Finalizando, casos e fatos eivados pela precariedade de última hora sempre estiveram presentes no nosso dia a dia e deles não escapam os trabalhos maçônicos – alguns podem se alicerçar nas nossas tradições, usos e costumes, enquanto que outros somente são solucionados pela prática do bom-senso.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 656, Florianópolis (SC) 13 de Junho de 2012

OBEDIÊNCIA VERSUS LIBERDADE

OBEDIÊNCIA VERSUS LIBERDADE
Por Emanuel Swedenborg (pseud)

Os movimentos tradicionais da atualidade assentam quase todos, numa estrutura hierarquizada, onde se destaca o aspecto formal de obediência. Os movimentos maçônicos, para além de outras denominações – Grandes Lojas, Grandes Orientes, etc. –, são sempre intitulados de Obediências.

Assim, o conceito de obediência perpassa e é um elemento fundamental em praticamente todas as organizações ditas tradicionais, o que nos deixa na presença de um aparente paradoxo. E porquê? Porque são estas mesmas organizações que acenam bem alto a bandeira da Liberdade individual. Na Maçonaria – mais uma vez recorremos ao exemplo deste movimento – um maçom é um homem LIVRE e de bons costumes.

Como se poderá, então, obedecer e ser livre ao mesmo tempo?

Há quem diga que, verdadeiramente, não existe uma total liberdade do adepto: será impossível ser-se totalmente livre quando se tem de obedecer a certos requisitos, preceitos ou, em alguns casos, verdadeiros dogmas. O adepto está preso a reconhecimentos, graus, ritos e formalidades que o afastam de outros adeptos e que o afastam da sua tão querida e aclamada liberdade.

Existem, no entanto, formas de resolver este enigma.

Em primeiro lugar, podemos dizer que o adepto não foi obrigado ou coagido a juntar-se a este ou aquele movimento. Se o fez, foi por sua livre vontade – se obedece a um Grão-Mestre, a um Grão-Prior, a um Imperador ou a um Venerável, fá-lo de sua livre vontade. Mas esta será, talvez, uma explicação baseada essencialmente na dialética, no “discurso engenhoso”...

Uma outra chave para resolver este enigma, imensamente mais profunda, baseia-se num elemento fundamental e absolutamente incontornável: a Fraternidade.

Mas, voltando ao princípio, será importante ressalvar que, em todo o caso, o adepto irá obedecer, em abstrato, a uma Tradição que o acolheu e não a alguém em particular.

Contudo, esta Tradição, como vimos, tem uma hierarquia e cargos distintos, tendo assim persona, isto é, é personificada nos cargos já anteriormente referidos: Grão-Mestre, Grão-Prior, Imperator, etc.. Dessa forma, o adepto, obedecendo a uma Tradição, terá de, por inerência, obedecer a uma pessoa, que personifica, tal como ficou exposto supra, essa mesma Tradição – desculpe-se a perífrase.

Todo este processo, parecendo complexo, é extremamente simples, pois é reconhecida a autoridade a quem personifica a Tradição, pelo seu caráter, obra feita, eleição regular. O adepto encontra no seu “superior” as características que aprecia e procura para si: o rigor, a disciplina, a retidão, a justiça, a sabedoria, o discernimento, a harmonia, a paz, o amor e, acima de tudo, a fraternidade. Esta última “qualidade” ou “característica” é, como dissemos acima, a chave que resolve o enigma, o paradoxo. Sem a fraternidade, a autoridade transforma-se em autoritarismo; o rigor e a disciplina, em exigência severa; a sabedoria e o discernimento, em arrogância e orgulho intelectual; a harmonia e a paz, em lassidão e apatia. Enfim, tudo se desmorona, tudo se esboroa.

Mas não se fique com a ideia de que é só o adepto que deve “fazer uso” da fraternidade, para poder contemplar todas as referidas características “positivas” no seu superior hierárquico. Será tanto ou mais importante que aquele que ocupa o cargo de destaque se muna de uma fraternidade a toda a prova. Dizemos que será mais importante, e é-o certamente, pois é do “alto” que tem de vir o exemplo.

A principal “arma” daquele que ocupa um cargo de responsabilidade deveria ser a fraternidade, pois tudo o resto vem, como vimos, por acréscimo.

A fraternidade funciona como um filtro – com este filtro, uma característica específica de uma pessoa é considerada uma qualidade apreciável; sem este, tal característica é vista como um defeito de carácter.

Em jeito de conclusão, poderemos dizer que é através da vivência da fraternidade que se pode obedecer e ser livre ao mesmo tempo. É através da fraternidade que ficamos de igual para igual com o nosso “superior hierárquico” e vislumbramos nele todas as qualidades que apreciamos e nas quais nos revemos, e assim lhe reconhecemos autoridade.

É através da fraternidade que aquele que ocupa uma função de responsabilidade, no seio de um movimento tradicional, poderá fazer valer as suas ideias e obter o respeito (e até a simpatia) de todos os que estão sob a sua batuta.

Nestas circunstâncias, ou seja, existindo fraternidade, obedecendo e sendo livre ao mesmo tempo, há lugar para o verdadeiro Caminho Iniciático. Sem fraternidade, qualquer movimento e organização tradicional torna-se inoperante e disfuncional.

Fonte: bancadosbodes.com.br/o-malhete

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

APROVAÇÃO DE EMENDAS NA ATA

O Respeitável Irmão Daniel Perazolo, Loja Fraternidade Vigilante, 2.319, sem mencionar o Rito e Oriente, GOB-MT, Estado do Mato Grosso, formula a seguinte questão:

EMENDAS NA ATA

Faço parte da comissão de ritualística de minha Loja. Tenho uma dúvida sobre a aprovação da ata e suas emendas...

No ritual está bem claro que somente participam dessa votação e discussão os Irmãos presentes na sessão em questão, ok

Surgiu uma discussão sobre os Irmãos ausentes na sessão em que a ata diz respeito, explico:

Situação 1: Nesse caso especificamente tema de Companheiro em ata de Aprendiz - questionado por um Irmão que não estava presente corrigindo o Irmão secretario e solicitando a retirada da parte especifica da ata.

Dúvida: nesse caso o Irmão (mesmo não estando presente na sessão em questão) vota a correção ou fica a ordem?

Situação 2: Emenda da ata - Irmãos ausentes não votam a aprovação salvo a emenda, ok o questionamento é sobre a emenda, uma vez que estão presentes na sessão em que a emenda está sendo feita, e questionam a maneira correta de proceder: votam ou não votam a aprovação da emenda?

Procurei no site sobre a orientação ritualística e não encontrei nada sobre isso.

CONSIDERAÇÕES:

Em que pese ser matéria contida no ritual, a meu ver esse não é propriamente um assunto de ritualística e liturgia maçônica, mas de caráter administrativo e legal da Obediência. Nesse sentido vou deixar apenas e tão somente a minha opinião sobre o assunto, portanto não é uma orientação laudatória da Secretaria de Orientação Ritualística, já que ela pode ser, talvez por outros canais, interpretada de outra maneira.

No primeiro caso, é óbvio que uma ata deve ser redigida para um determinado grau. Nesse casso, matérias do 2º Grau, por exemplo, não podem constar em ata do 1º Grau. Esse processo depende de transformação de Loja e ata relativa à matéria que será aprovada em Loja transformada e pelos Irmãos que nela estiveram presentes. Vê-se aqui a origem da matéria.

Ao que me parece o mencionado na questão é que a ata que estava sendo lida trazia matéria de outro grau. Nesse caso, de fato é preciso corrigir e transferir o assunto para uma ata concernente ao grau de discussão da matéria. Ao que tudo indica, o Orador não atentou para esse detalhe, assim como outros de direito, o que fez com que um Irmão Mestre Maçom, se apercebendo que a ordem do trabalho estava sendo subvertida, ele, pela “ordem dos trabalhos”, corretamente chamou atenção para o fato. Essa então é uma atitude perfeitamente admissível para evitar uma ilegalidade.

Contudo, quanto a aprovação dessa emenda retirando de uma ata para consigná-la em outra, entendo que o Irmão que chamou atenção para anomalia, por não ter estado presente na sessão que deu origem à matéria, não deve votar na sua aprovação, pois esse conteúdo é de apreciação dos que estiveram presentes naquela oportunidade. Assim, foi legítima a intervenção alertando o Secretário da ilegalidade, contudo quem alertou da ilegalidade, nesse caso, não vota na aprovação do conteúdo.

No segundo caso eu entendo da mesma maneira, pois a emenda que está sendo feita se refere a um assunto apresentado e/ou discutido noutra sessão. No meu entender, por uma questão de lógica, votam apenas os que estiveram presentes na sessão que deu origem à matéria.

Esse é o meu entender, embora, como eu disse, não seja bem um assunto pertinente aplicação de conduta ritualística, mas de ordem legal. Assim, não vou fazer da minha opinião um fórum de debates. Fico sim atento, para aprender com quem de direito se os meus comentários tenham sido equivocados.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

 

DA IMPORTÂNCIA DO ACASO NA DESCOBERTA DO SENTIDO DA VIDA

DA IMPORTÂNCIA DO ACASO NA DESCOBERTA DO SENTIDO DA VIDA
Rui Bandeira

Certo dia, estando a conduzir liguei o rádio do automóvel (naquele preciso momento, não em outro qualquer). O rádio estava ligado numa determinada estação emissora (não em outra qualquer). Estava a ser transmitida uma determinada música (não outra qualquer), que me agradou muito e me reforçou a boa-disposição e abriu o sorriso.

Eu ia tratar de um assunto complicado e algo delicado num Tribunal, para o que necessitava que um funcionário judicial (sempre assoberbado de trabalho) me desse assistência, gastando razoável tempo e algum esforço. Ainda por cima, o tal assunto era desagradável para o dito funcionário, pelo que antecipava alguma má-vontade dele em auxiliar-me.

Mas eu estava tão bem-disposto com a música que por acaso ouvira, na estação de rádio que por acaso estava sintonizada no momento em que, por acaso, decidi ligar o rádio do meu automóvel, que me dirigi ao dito funcionário com um largo sorriso nos lábios, o cumprimentei alegremente, disse uma piada que também o fez sorrir e... quando lhe disse ao que ia, em vez da antecipada má reação, vi que a minha boa-disposição o contagiara e, com toda a amabilidade e todo o zelo, auxiliou-me no trabalho que eu ia fazer.

Isso reforçou a minha boa-disposição e, quando alguém seguidamente me pediu algo, não só me prontifiquei a corresponder ao pedido, como o fiz com gosto e prazer. Muitas vezes, depois disso, aquele a quem, naquela ocasião, auxiliei, retribuiu...

A boa-disposição manteve-se e, no final desse dia, ao fazer o balanço do que nele ocorrera, verifiquei que a minha boa-disposição influenciara todos aqueles com quem eu tinha interagido, que os meus sorrisos geraram muitos outros sorrisos de volta, que congregara muitas boas-vontades e que se gerara um ciclo virtuoso que levara a que tudo corresse bem e que a satisfação e boa-disposição imperassem, em mim e em todos com quem contactara.

Nesse dia, comprovei que, tal como o mal conduz ao mal, o bem gera o bem. E consolidou-se-me a noção de que tratar bem o próximo, ser simpático e empático, não só faz com que o próximo reaja no mesmo sentido, como aumenta o nosso bem-estar, a nossa boa-disposição. Em suma, que se recebe o que se dá - e exponencialmente mais.

A chave da felicidade é contribuir para a felicidade de quem nos rodeia. Poucas coisas nos aquecem mais o coração do que um sorriso feliz de uma criança. Mas, se bem pensarmos, também a constatação de um momento de felicidade num adulto influi positivamente em nós. Assim sendo, não faz sentido que ignoremos as necessidades do próximo. Pelo contrário, faz muito mais sentido ajudar o próximo a ter momentos de felicidade - porque isso nos fará duplamente felizes a nós próprios: felizes por vermos o próximo feliz, felizes porque o próximo, por sua vez, nos há de retribuir. Há quem chame a isto karma. Eu chamo-lhe, simplesmente... bom-senso.

O bem gera o bem. O belo conduz ao belo. Pelo contrário, do mal só virá mal, o abjeto só gera abjeção. E a indiferença, essa, é estéril.

O verdadeiro sentido da vida está em sermos felizes. E sermos felizes implica fazermos feliz quem nos rodeia. Logo, o verdadeiro sentido da vida está em gerar a felicidade em torno de nós e, assim, ganharmos também a nossa felicidade.

Este é, pelo menos, o meu sentido da minha vida. Serve para mim. Está certo para mim.

Mas, afinal, qual a importância do acaso na minha descoberta do meu sentido da minha vida? Para ser completamente verdadeiro... NENHUMA! Não cheguei a esta noção porque uma bela manhã liguei o rádio e ouvi uma música que me agradou. Se assim fosse, teria de concluir que, se tivesse ouvido uma música que me fosse muito desagradável, isso viria a fazer de mim um patife da pior espécie...

O caráter gera-se e aperfeiçoa-se. Mais do que consequência de uma música ouvida ao acaso, aquilo que sou e que penso resulta de toda a minha vivência, dos princípios em que acredito e procuro seguir. E muita importância nisso tem a minha condição de maçom e a vivência com os meus Irmãos, em Loja e fora dela.

Então porque intitulei este texto "Da importância do acaso na descoberta do sentido da vida"? Porque é um título muito mais apelativo do que se simplesmente escrevesse "O sentido da vida", ou algo semelhante. Provavelmente, haverá muito boa gente que só leu este texto até aqui porque aquele título suscitou a sua curiosidade... Considere-se, pois, este título uma piada, um piscar de olho meu na tentativa de ajudar quem ler este texto a ter um momento de felicidade - e, já agora, a motivá-lo para dar felicidade aos que o rodeiam.

Façam o favor de ser felizes. Para isso, a melhor forma é... espalhar Felicidade. E verão que, no final, a vossa vida teve muito mais significado do que simplesmente viver uma vidinha de procurar ter...

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

AVENTAL PELO AVESSO

AVENTAL PELO AVESSO
(republicação)

O Respeitável Irmão Paulo A. Valduga, Mestre Instalado da Loja Luz Invisível, Grande Oriente do Rio Grande do Sul, REAA, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão: paulovalduga@gmail.com

Gostaria de ter um esclarecimento lógico sobre uma determinada prática utilizada por algumas Potências no REAA por ocasião da sessão de Exaltação: Por que os aventais são virados pelo lado avesso, quando não colocados nas costas (na bunda melhor dizendo)? No GORGS esta prática foi abolida, ainda bem, mas verificamos em outras Obediências; como os nossos aventais de MM tem o forro vermelho, os Irmãos ficam parecidos, quando colocam nas costas, com aqueles macacos africanos que tem a bunda vermelha! Alguns sábios Irmãos dizem que se trata de uma sessão Fúnebre, mas toda sessão em Câmara do Meio, mesmo Econômica, ou Ordinária relembra ou remete a isso; outros, quiçá místicos, dizem que é em respeito ao Mestre Hiram! Como sou um "peludo" não encontro uma explicação que possa me levar a uma conclusão satisfatória.

CONSIDERAÇÕES:

Esclarecimento lógico para o uso do avental na Exaltação pelo lado avesso realmente não existe. Pior ainda é quando colocado pelo avesso e virado para trás (sobre as nádegas).

À bem da verdade ainda existem rituais do REAA no Brasil que apregoam o seu uso pelo lado avesso até um determinado momento durante a cerimônia de Exaltação. Sem dúvida essa é uma atitude equivocada, porém estando tais rituais em vigência, a ordem é cumprir o que está escrito.

Dentre outros, esse costume fora adquirido à época das extintas Lojas Capitulares que englobavam no Rito Escocês, desde os graus simbólicos até o grau máximo Capitular, ou Grau 18. Neste grau (18) o avental possui dois lados sendo que na parte interna há também um símbolo, o que faz que em determinado momento da cerimônia, ele seja usado também pelo outro lado (só que nesse caso não é o avesso). 

Certamente, a imaginação latina atingiu em cheio o avental simbólico do Mestre, isso porque resolveram forrar o avental de preto em alusão a um pretenso “luto” – tudo na mais pura fantasia, pois em termos de simbolismo, aventais são simplesmente usados na forma normal, com seus bordados e símbolos de maneira natural. 

Para se engrossar o caldo, existe ainda o uso de muitos aventais simbólicos escoceses de Mestre na cor azul (deveria ser vermelho). Dado o fato de que em qualquer circunstância o avental do Mestre verdadeiramente deva ser usado pelo seu lado direito, a cor do forro (avesso) é o que menos aqui importa.

Embora dito isso, alguns ainda “acham” que o forro deve ser preto por representar luto e aí - como a boca se entorta conforme o uso do cachimbo – arrumou-se um simbolismo para o “coruscante” equívoco.

Posso afirmar que essa enxertia não é coisa da atualidade, já que esse costume vem sendo praticado de há muito tempo, principalmente por aqueles que pensam que todos os rituais superados do passado são os verdadeiramente corretos, não importando se neles existe, ou não, tradição pura e autêntica.

Talvez por não se encontrar uma explicação lógica para essa atitude, ficou fácil se associar esse costume com a Câmara do Meio, onde ela tradicionalmente denota o luto e o pesar pela perda do Mestre, porém a decoração da Loja de Mestre é que denota essa dor da perda e não o avental pelo avesso do Mestre. 

Ainda mais grave é a invenção daquele avental forrado de preto com o emblema distintivo do crâneo e das tíbias cruzadas o que leva a um dos símbolos mais importantes da Maçonaria, como é o caso do avental, a se parecer mais com uma bandeira de um navio pirata quando usado pelo avesso.

Como bem diz o Irmão, Câmara do Meio é a Loja de Mestre não importando estar ela em trabalho ordinário (econômico) ou magno.

Agora, avental pelo avesso (sem uma explicação lógica) e ainda sobre as nádegas!

Parafraseando meu saudoso Irmão José Castellani, quando usava um termo produzido por Eça de Queirós ao rebater os achismos – “é mesmo d’escrachar”.

Finalizando, quero aqui ratificar que os meus conceitos não têm o desiderato de se insurgir contra rituais legalmente aprovados e em vigência, nem mesmo desrespeitá-los, sejam eles inclusive de outros Ritos. A questão aqui é apenas e tão somente de “lógica”. Aos contestadores, “sou todo ouvido”.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 653, Florianópolis (SC) 10 de Junho de 2012.

MINUTO MAÇÔNICO

GALO

1º - Simboliza a alvorada de uma nova existência. Dizem os rituais que o profano vai entrar numa vida nova, ou melhor, que vai “renascer para a Maçonaria”.

2º - Simboliza também a Vigilância, indicando que o iniciado deve ser vigilante no papel que tem de desempenhar na sociedade.

3º - Colocado junto à ampulheta, o Galo mostra ao Candidato que o tempo não pára. O Galo é o gerador da esperança, o anunciador da ressurreição. O seu canto marca a hora sagrada de novo alvorecer e o triunfo da Luz sobre as trevas.

4º - No simbolismo dos três princípios herméticos, o Galo representa o Mercúrio, princípio da Inteligência e da Sabedoria. É também o símbolo da pureza.

5º - Em seu múltiplo simbolismo, o Galo alude ao despertar das forças adormecidas que a Iniciação pretende realizar. Esotéricamente, simboliza a “Força moral”, indestrutível, guiando os passos do Maçom dentro e fora do Templo

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

ATEUS PODEM INGRESSAR NA MAÇONARIA ALEMÃ?

ATEUS PODEM INGRESSAR NA MAÇONARIA ALEMÃ?
por Ricardo Vidal

Peço perdão aos irmãos por não ter respondido antes esta importante e delicada pergunta que me fizeram já faz algum tempo e que ainda estão em dúvida. Vamos lá: a resposta é SIM e ao mesmo tempo NÃO. Há obediências que aceitam ateus – como é o caso da Grande Loja de Hamburgo, que se norteia por princípios humanistas – mas essa aceitação constitui quebra de protocolo e parece ser recente, pois em seus antigos regulamentos existiam cláusulas que impunham ao candidato a obrigatoriedade da crença em um deus. Já a Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha continua aferrada a essa inconcebível forma de discriminação. Vejamos o que informam as lojas em seus sites oficiais:
1) Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha

A Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha (Große Landesloge der Freimaurer von Deutschland) – que é a maior obediência em número de filiados do país – exige de seus membros não só a crença em Deus como também em Jesus Cristo, por ela considerado o grão-mestre da Maçonaria. Isto está claro em seu site oficial:

Nossa grande loja é uma ordem maçônica. Ela de maneira alguma é, almeja, ou pode ser uma comunidade religiosa. Para nós não importa qual seja a confissão CRISTÃ religiosa do irmão. Também não exigimos que ele pertença a alguma igreja, porém é necessário que ele reconheça os ensinamentos de Jesus Cristo contidos nas Sagradas Escrituras, bem como a existência de um ser supremo, o qual honramos com o título de “Três Vezes Grande Arquiteto do Mundo”. A crença na existência de um ser supremo é uma exigência que a Grande Loja da Inglaterra impõe aos irmãos de todas as lojas regulares. ([1])

A loja Zum Flammenden Schwert (Espada Flamejante), que trabalha sob a jurisdição da Grande Loja Nacional, informa o seguinte:

Na Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha Jesus Cristo é chamado de mestre supremo, porém ele é considerado como um entre outros grandes mestres, tais como Buda, Zaratustra, Pitágoras etc. Há, entretanto, outras concepções particulares acerca de Jesus cultivadas por seus membros. ([2])

Essa última declaração é obscura, pois sabe-se que o budismo é uma religião sem deus, sendo que para alguns trata-se apenas uma “filosofia de vida”. Ocorre que o budismo não impõe crenças a seus adeptos e não faz distinção entre ateus e não ateus. Seus templos estão abertos a qualquer cidadão, independente da sua cor, raça ou religião, como certa vez um monge me assegurou com a maior naturalidade e firmeza. Não há nada que impeça um católico, judeu ou muçulmano, por exemplo, ser budista. Não deveria a Maçonaria, que alardeia a prática da tolerância como uma das maiores virtudes do homem, assim proceder? Qual era o deus de Buda, se é que ele cria em algum? Onde está escrito que Zaratustra e Pitágoras vedavam o ingresso de ateus em suas escolas de pensamento?

A declaração acima me faz supor que a GLLvD está em processo de transição e vagarosamente adotando uma postura mais condescendente com relação a outras formas de fé, tal como preconiza as “Constituições de Anderson”, que ela rejeitou no passado no ponto que trata desse particular. Essa mudança de orientação tem um motivo que será explicado mais adiante.
2) Grande Loja de Hamburgo

Quando exatamente a Emmanuel zur Maienblume, loja que teve Ludwig Friedrich Schröder como o seu mais notável expoente, passou a admitir ateus e agnósticos em seu quadro de irmãos eu desconheço. Mas o texto publicado na Freimaurerwiki, o mais respeitável site maçônico alemão, deixa claro essa mudança de atitude.

Pequena mas extraordinariamente multifacetada, a Loja Emanmuel zur Maienblume conta atualmente com 33 irmãos (verão de 2019). Cristãos, muçulmanos, ateus e agnósticos, com idades entre 30 e 95 anos, atuando como comerciantes, juristas, engenheiros, trabalhadores manuais, etc., atribuem especial valor a esse intercâmbio espiritual e filosófico fraterno cultivado por gerações. ([3])

Eu não tenho dúvida de que essa tímida mudança de comportamento que se verifica nas lojas está ligada ao formidável avanço do ateísmo na Alemanha.

ALEMANHA ORIENTAL: A REGIÃO MAIS ATEIA DO PLANETA

Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja (Mateus 16:18)

Um dos costumes retrógrados que mais ofende os cidadãos alemães, para quem não sabe, é tentar seduzi-los com conversas religiosas no sentido de convertê-los ou atraí-los para alguma seita ou religião, seja ela qual for, incluindo a dos seus antepassados. Milhões de cadáveres produzidos por duas guerras, mais o nazismo e o comunismo, e depois a vinda da paz, do progresso e da prosperidade, fizeram com que eles virassem as costas para Cristo e Jeová. O resultado disso foi que, por absoluta falta de “freguesia”, várias igrejas começaram a fechar as portas e a leiloar suas instalações nas duas últimas duas décadas.

Em um artigo publicado na conceituada revista The Guardian, intitulado “Alemanha Oriental: o lugar mais sem deus do planeta”, Thomas Thompson cita um estudo realizado nesse país que apontou a impossibilidade de se encontrar uma única pessoa com idade inferior a 28 anos que crê em Deus. ([4])

A prestigiosa revista DER SPIEGEL publicou em 2013 matéria (A Última Ceia) abordando essa verdadeira tragédia cultural. Ela informa que estabelecimentos religiosos alemães estão sendo vendidos em larga escala, demolidos, transformados em restaurantes, e até mesmo em centros para a prática de um esporte conhecido como “alpinismo entre paredes”. Eis o que diz um trecho do artigo:

“Entre 1990 e 2010 foram fechadas 340 igrejas, sendo que 46 foram demolidas”, afirma Thomas Begrich, diretor financeiro da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), a maior congregação de igrejas protestantes do país. “Isto é só o começo. Será necessário se desfazer de mais 1.000 edifícios”, afirma. ([5])

A situação está tão crítica que até o site eBay está sendo utilizado como veículo para a comercialização de estabelecimentos religiosos:

A queda dramática do número regular de frequentadores está forçando a Igreja Católica Alemã a adotar medidas dolorosas para economizar dinheiro. As dioceses estão agora recorrendo ao eBay para se desfazerem de igrejas não utilizadas.

Situada em uma área residencial de Brandemburgo, a igreja de São Bernardo é a vigésima quinta colocada à venda pela diocese de Berlim nos últimos 12 anos. Ela, como muitas outras, está sofrendo com a falta de frequência. A propriedade foi apregoada nos classificados do site e-Bay ao preço inicial de 120 mil euros.([6])

Face ao que acabamos de expor, como será a situação da maçonaria alemã no futuro próximo? Terá o patrimônio das lojas o mesmo destino trágico das igrejas quando a atual geração se for? É preciso ser muito ingênuo para duvidar da possibilidade disso ocorrer daqui a 30 anos, quando a população de religiosos alemães natos estiver reduzida a zero, como apontam as estatísticas. De duas uma: ou as lojas passam a seguir o exemplo da loja Emmanuel zur Maienblume, admitindo ateus em suas fileiras, ou serão obrigadas a cedê-las aos muçulmanos, quase todos estrangeiros, se quiserem continuar existindo.

Ironia do destino… A sobrevivência da maçonaria alemã dependerá da inclusão desses afastados de deus rejeitados por ela durante trezentos anos.

[1] ) Große Landesloge der Freimaurer von Deutschland

Unsere Großloge ist der Freimaurerorden. Dieser Freimaurerorden ist aber keineswegs eine Religionsgemeinschaft und will/kann es auch nicht sein. Für uns ist es nicht von Bedeutung, welcher christlichen Konfession der einzelne Bruder angehört. Ebenso verlangen wir keine Zugehörigkeit zu einer Kirche, allerdings – und so steht es auch in unserer Ordensregel – wir verlangen das Bekenntnis zur Lehre Jesu Christi, wie sie in der Heiligen Schrift enthalten ist und zum Bekenntnis eines höchsten Wesens (supreme being), welches wir als den „Dreifach Großen Baumeister der ganzen Welt“ verehren. https://www.freimaurerorden.de/derorden/

[2] Johannis-Freimaurerloge »Zum flammenden Schwert« (Darmstadt)

Die »Große Landesloge der Freimaurer von Deutschland« benennt »Jesus Christus« als ihren Obermeister.

Damit ist er als einer der höheren oder oberen Meister zu verstehen, wie u.a. “Zarathustra” oder “Pythagoras” oder “Buddha” auch verstanden werden. Jedoch bleibt jede weitere Annahme über Jesus Christus einem Mitglied selbst überlassen.

[3] Loja Emanuel zur Maienblume

Die Loge „Emanuel zur Maienblume“ ist mit aktuell (Sommer 2019) 33 Mitgliedern eher klein, aber außerordentlich vielfältig. Christen, Moslems, Atheisten und Agnostiker, im Alter von 30 bis 95 Jahren, tätig als Kaufleute, Juristen, IT Experten, Ingenieure, Handwerker u.v.a.m., legen besonderen Wert auf brüderlichen, generations-, weltanschauungs- und standesübergreifenden geistigen Austausch. https://freimaurerwiki.de/index.php/Emanuel_zur_Maienblume
[4] Eastern Germany: the most godless place on Earth

Indeed, the survey was unable to find a single person under the age of 28 in eastern Germany who believed in God.

[5] A Última Ceia (venda de igrejas católicas e protestantes em grande escala)

Between 1990 and 2010 we closed 340 churches, and of those 46 were demolished,” says Thomas Begrich, head of finances for the Evangelical Church of Germany (EKD), Germany’s largest federation of Protestant churches. This, Begrich says, is only the beginning. “It may be necessary to give up an additional 1,000 buildings,” he said.https://www.spiegel.de/international/zeitgeist/germancatholicandprotestantchurchesselloffchurchbu ildingsa883054.html
[6] Catholic churches up for sale on eBay (venda de templos católicos no site eBay)

A dramatic slump in the number of regular churchgoers is forcing the German Catholic Church to go to desperate lengths to save money. Now dioceses are resorting to flogging barely-used churches on eBay. St Bernhard in Brandenburg, listed as a “church in popular residential area”, is the twenty-fifth church put up for sale by the Berlin diocese in the past twelve years. The church, which is now like many suffering from dwindling attendance, is starting at just €120,000 on eBay classifieds.


Fonte: https://bibliot3ca.com