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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

CIRCULAÇÃO DO SEGUNDO DIÁCONO

Em 10.04.2025 o Respeitável Irmão Fernando Gonçalves Simões Pires, Loja São João da Cachoeira, 3658, GOB -RS, Oriente de Cachoeira do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, faz a pergunta seguinte:

CIRCULAÇÃO DO SEGUNDO DIÁCONO

Quando da circulação do 2º Diácono tenho notado em Loja Aberta, que ele, no Ocidente, quando passa pelo Delta, faz uma parada, que, no meu ver é completamente errado saudar, pois, somente é saudado pelo 1º Diácono quando do Oriente desce, para transmitir a palavra ao 1º Vigilante!

Peço sua opinião.

CONSIDERAÇÕES:

Conforme mencionam os rituais do REAA em vigência no GOB, edição 2024, não existe nenhuma saudação ao Delta. Saudações em Loja estão previstas nas páginas 42 e 43 do Ritual de Aprendiz do REAA.

Vale ressaltar que qualquer saudação em Loja só ocorre se a mesma estiver ritualisticamente aberta. Não há saudação se a Loja ainda não tiver sido declarara aberta pelo Venerável Mestre.

Reitera-se que saudação em Loja aberta é feita ao Venerável Mestre quando da entrada e saída do Oriente e às Luzes da Loja (Venerável e Vigilantes) quando da entrada formal (pela Marcha do Grau) ou ainda na saída definitiva da Loja antes do encerramento dos trabalhos.

É oportuno também mencionar que não existe saudação ou parada formal quando se cruza o equador do Templo.

No caso dos Diáconos, durante a abertura dos trabalhos, o 1º Diácono não faz nenhuma saudação, nem ao sair e nem ao retornar ao Oriente. Já no encerramento, devido a Loja ainda estar aberta, ele saúda o Ven∴ Mestre ao sair e ao retornar ao Oriente. Quanto ao 2º Diácono, tanto na abertura como no encerramento dos trabalhos, o mesmo não faz nenhuma saudação.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MEMBROS DA ORDEM DEMOLAY


Membros da patrulha e da banda da Ordem DeMolay. Estados Unidos, década de 1920.

Os trajes usados em fotos históricas da Ordem DeMolay refletem influências culturais e organizacionais específicas, como a estética do Oriente Médio adotada pelo Santuário, grupo ao qual Frank Land também pertencia. Um catálogo da década de 1920 da fabricante CE Ward Co. confirma que itens como o fez DeMolay eram destinados a bandas e patrulhas, que por décadas desempenharam papel importante na Ordem, promovendo entretenimento e desenvolvimento de habilidades. Essas imagens representam valiosos registros da evolução visual e funcional da organização.

Fonte: @arquivosdamaconaria

RITUAL PORTUGUÊS DO SÉCULO XIX

Ir∴ A.H. de Oliveira Marques, "Para a História do Ritual Maçónico em Portugal no Século XIX (1820-1869)", separata da Revista de História das Ideias, Vol. 15, Faculdade de Letras, Coimbra, 1993

De 1820 a 1869 praticaram-se na Maçonaria portuguesa seis ritos diferentes: o Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo e Aceite, o Rito de Heredom, o Rito Eclético Lusitano e o Rito de Adopção:. Diga-se desde já que o primeiro e o terceiro predominaram, a grande distância, sobre os quatro outros:.

A constituição maçónica de 1806 adoptara o Rito Francês como oficial e único no seio do Grande Oriente Lusitano:. Enquanto nesta obediência se esgotaram os trabalhos maçónicos portugueses, o Rito Francês manteve a sua exclusividade:. E
mesmo depois, quando já os maçons portugueses se achavam divididos em facções numerosas, o Rito Francês continuou a prevalecer:.

O Rito Simbólico Regular parece ter sido utilizado na loja de exilados instalada em Inglaterra durante o reinado de D. Miguel:. Depois, esteve morto ou moribundo durante quase todo o período em estudo:. Há notícias de uma única oficina a praticá-lo, a loja 24 de Agosto, criada antes de 1843 na obediência da Maçonaria do Norte e, em seguida, da sua sucessora Confederação Maçónica:. Esta loja já não existia em 1867:.

O Rito Escocês Antigo e Aceite foi introduzido em Portugal em 1837, ao nível dos três primeiros graus:. Deveu-se à Grande Loja de Dublin (Irlanda), que instalou em Lisboa, nesse ano, a loja Regeneração I:. No conjunto dos 33 graus, o Rito Escocês surgiu três anos mais tarde, sob a chefia de Silva Carvalho e da loja Fortaleza, que constituíram o chamado Grande Oriente do Rito Escocês, conseguindo, em 1841, autorização para erigir um Supremo Conselho:. Neste mesmo anos de 1841, o Grande Oriente Lusitano introduziu o Rito em algumas das suas lojas, criando, pouco depois, um segundo Supremo Conselho:. O Rito Escocês Antigo e Aceite penetrou ainda no Grande Oriente de Portugal (1849), na Confederação Maçónica Portuguesa (após 1849), no segundo Grande Oriente Lusitano (1859) e, evidentemente, no Grande Oriente Português (1867):. Apesar da manutenção e consolidação do Rito Francês foi, sem sombra de dúvida, o Rito com maior dinamismo e força expansiva nos meados do século XIX, registando aumentos contínuos e consistentes no número de lojas que agrupava:.

O Rito de Heredom ou Rito de Perfeição foi o antepassado do Rito Escocês Antigo e Aceite e não passa de uma variante sua:. Pelo menos na década de 1840 confundia-se com o Rito Escocês, coexistindo, em diplomas, as duas terminologias:. Tem 25 graus, com os mesmos títulos e características dos primeiros 25 graus do Rito Escocês, à excepção dos nº 20, 21, 23 e 24, onde se registavam variações:. Que se saiba, seguiu este Rito em Portugal uma única oficina, a loja Fonseca Magalhães, fundada em Lisboa talvez em 1858 ou 1859, na dependência directa do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceite, presidido por Domingos Correia e Arouca:.

O Rito Eclético Lusitano deveu-se a Miguel António Dias e parece ter sido, até hoje, a única tentativa de constituir um rito próprio e exclusivo dos maçons portugueses:. Aquele autor esforçara-se, desde 1838, por reformar toda a Maçonaria portuguesa, adoptando como rito as práticas básicas dos Rito Francês, embora revisto e adaptado a Portugal:. Neste sentido redigiu umas "Bases Gerais" em seis capítulos e 34 artigos, que publicou na sua Architectura Mystica do Rito Francez ou Moderno (1943) e depois, novamente (1853), nos Annaes e Codigo dos Pedreiros Livres em Portugal, agora com lei orgânica e regulamento apensos:. Neste mesmo ano, Miguel António Dias conseguiu controlar uma série de oficinas, levando-as a aceitar o novo rito e a sua presidência de um governo provisório coordenador:. Para elas instalou-se formalmente o Grande Oriente da Maçonaria Eclética Lusitana, com cinco lojas, sendo três em Lisboa (Regeneração 20 de Abril, Firmeza, e Fraternidade), uma em Setúbal (Firmeza) e uma em Torres Novas (Torre Queimada):. A nova obediência conseguiu ainda elaborar a sua Constituição (28 de Setembro de 1860), mas não parece ter durado muito para além dessa data:. Algumas das oficinas abateram colunas e outras integraram-se no Grande Oriente de Portugal e na Confederação Maçónica Portuguesa, não sabemos se mantendo o Rito Eclético Lusitano, se voltando ao Rito Francês:.

O Rito de Adopção, destinado exclusivamente a mulheres, surgiu e manteve-se como ponte entre uma maçonaria estritamente masculina e arrogando-se de ortodoxa, e uma maçonaria aberta a ambos os sexos:. Assim, cada loja deste rito era fundada e patrocinada ("adoptada") por uma loja regular


masculina, que nela superintendia e a controlava:. Para não se criar, nas lojas femininas, a ilusão de igualdade com as masculinas, através de práticas que fossem idênticas em ambas, forjou-se um rito diferente - embora com alguns elementos comuns -, o chamado Rito de Adopção:. Este Rito, na variante com cinco graus, foi introduzido em Portugal em 1864, com a loja feminina Direito e Razão, aparentemente subordinada à Confederação Maçónica Portuguesa:. Mas achava-se definido e teorizado, com rituais em português, desde havia muito:.


Conclusões:

A existência e a adopção teóricas dos ritos não significavam necessariamente a sua aplicação prática:. Para começar, muitas lojas, "não tendo rigorosamente seguido rito algum especial, têm confundido muitos ritos diferentes" o que se devia, quer à falta ou à escassa divulgação de manuais, quer à semelhança existente entre os vários ritos, mormente nos três primeiros graus, quer ainda ao desinteresse, ao nível de Obediência ou de oficina, pelo próprio ritual:.

Em 1822, por exemplo, saiu a público um manual do Rito Adoniramita, que chegou a ser anunciado no Diario do Governo:.

Era, provavelmente, o Cathecismo de Aprendiz do Rito Adonhiramita, s.l., s.d., cujas divergências do Rito Francês seriam mínimas e que pode ter sido utilizado nas lojas:. A preferência pelo Rito Francês imposta pela Constituição maçónica, levou acaso ao abandono da iniciativa tradutora:.

As influências francesa e brasileira na prática e teoria ritualistas parecem também claras, exercendo-se sobre a esmagadora maioria das lojas de quase todas as Obediências:. Originalidade portuguesa praticamente não existiu, a não ser no caso esporádico da doutrinação de Miguel António Dias:.

Por fim, releve-se a extensão e prolixidade de todos os rituais, cuja prática escrupulosa levaria a sessões de várias horas, equivalentes a espectáculos lúdicos de qualquer género:.

A participação em loja obedecia também à necessidade de ocupar o tempo, numa sociedade onde as distracções não abundavam e o convívio pessoal se impunha:.

Fonte: JBNews - Informativo nº 285 - 09.06.2011

domingo, 12 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

LUGAR DA CARTA CONSTITUTIVA DA LOJA

Em 09.04.2025 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

CARTA CONSTITUTIVA.

E um dos seus consultórios Irmão diz assim: No que diz respeito à Carta e o REAA, a forma mais tradicional é a de que ela emoldurada fique exposta à visão de todos descansando sobre o último degrau que leva ao sólio, simétrica à Prancheta do Mestre (uma das três joias fixas da Loja), encostada na frente do altar-mor que é ocupado pelo Venerável Mestre. Mas por que a mesma não está na Planta do Templo?

CONSIDERAÇÕES:

Como foi dito, é a forma mais tradicional, o que não quer dizer que seja obrigatória a exposição da Carta Constitutiva no terceiro degrau que leva ao sólio.

Ao seu critério, a Loja pode optar por manter a sua Carta em outro lugar, como na Secretaria, por exemplo. O que não é recomendável é fixá-la pendurada em uma das paredes internas do Templo.

Nos últimos rituais editados pelo GOB nada foi encontrado a respeito do lugar da Carta Constitutiva na Loja. Por cauda disso é que no novo ritual resolveu-se também por não indicar um lugar específico para a exposição deste documento.

Vale ressaltar que o costume de se expor a Carta Constitutiva em um quadro emoldurado sobre o terceiro degrau, encostado no Altar, se deu devido ao fato de que várias Lojas podem ocupar um mesmo Templo durante os dias da semana. Por consequência disso, muitas Lojas acabaram deixando expostas suas cartas, umas ao lado das outras, recostadas no Altar. Ao final disso, a moda acabou se consagrando como um lugar bastante utilizado para essa finalidade.

Sem nenhum caráter iniciático, senão meramente administrativo, vale lembrar que o que a Loja, como corporação, além da sua Carta Constitutiva, também se identifica pelo seu Estandarte.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

CARGOS

Dentro de uma Loja maçônica inexistem cargos maiores ou cargos menores; todos são importantes.

Todos são cargos honoríficos e desempenhados com interesses dentro de suas atribuições, obedecendo a funções fixas, que independem de serem ordenadas e tomando parte da programação estabelecida com antecedência.

Para que os membros da Loja exercer com experiência as suas funções, é de todo conveniente que iniciem com as funções mais simples; o futuro Venerável Mestre deverá ser uma maçom que tenha passado pela secretaria, oratória e vigilâncias; somente, então, estará apto para conduzir os destinos da Loja.

As Lojas que obedecem critérios maduros têm o cuidado de preparar os futuros veneráveis mestres que deverão ter, além da experiência administrativa, pleno conhecimento da legislação maçônica.

Ademais, devem possuir qualidades de liderança, afeto e, sobretudo, tolerância, compreensão e amor fraternal.

O maçom não deve insistir em galgar um lugar para o qual não possui aptidões; a distribuição de cargos não raro tem propiciado inconveniências e fracassos. O maçom deve aceitar o que lhe é proposto e gerir seu cargo com respeito, diligência e tolerância.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 84.

A FILOSOFIA, PARA POUCOS?

(Traduzido do francês por Ivair Ximenes Lopes)

A filosofia da Maçonaria é, provavelmente, o menos compreendido de todos os assuntos relativos ao nosso ofício. É relativamente fácil para os Maçons individuais obter um conhecimento razoável de seu simbolismo. No entanto, muitos irmãos, mais cedo ou mais tarde encontrarão a filosofia em sua busca do conhecimento no âmbito da Maçonaria, e ao fazê-lo sentirão que, enquanto alguns de seus pares podem entendê-la, para eles, ela é incompreensível.

Há, talvez, duas razões principais para isso. Primeiro, a visão quase universal que os grandes filósofos do passado eram gigantes intelectuais cujo pensamento estava em um avião acima da compreensão do homem médio. Segundo, quase todos, em algum momento ou outro, para sua própria edificação teve um breve encontro com as obras de Platão, Sócrates ou as de outros filósofos grandes, e, sem ninguém para guiá-lo, desistiu da leitura após alguns capítulos.

Como resultado, ele chega a pensar a filosofia como algo apenas para os poucos sortudos que podem compreendê-la.

Não há mistério na filosofia. Pelo contrário, é uma regra e guia para o desenvolvimento de uma atitude em relação a vida, uma atitude bonita ou não, dependendo do indivíduo. Podemos facilmente remover a sensação de que a filosofia maçônica é incompreensível ao defini-la; o dicionário indica que a filosofia é “o amor ou a busca da sabedoria” dividida em três ramos: 

  • natural;
  • moral; e 
  • filosofia metafísica.

Podemos descartar duas dessas categorias. Estamos principalmente interessados em filosofia moral, uma vez que a Maçonaria é uma ciência moral. Assim, para aplicar a definição acima para a Maçonaria, devemos buscar sabedoria na filosofia moral.

Sabedoria é o uso do conhecimento ou julgamento. Inteligência determina ou limita a extensão de um processo de pensamento. Poderíamos até mesmo dizer que a inteligência governa a nossa capacidade de reter o conhecimento. Conhecimento, em si, é fácil de alcançar. É um dos itens mais baratos que podemos adquirir e podemos adquiri-lo dentro das limitações de nossa inteligência. Sabedoria, por outro lado, é dado por Deus.

Para entender melhor a área em que devemos dirigir nossos esforços nesta busca. a sabedoria moral, vamos examinar a história do Jardim do Éden.

Segundo a história, a serpente levou o fruto proibido da árvore da Sabedoria e o deu a Eva, que por sua vez o deu a Adão e ambos comeram do mesmo. Quando Deus soube disso, Ele expulsou-­os do Jardim, porque, depois de ter comido do fruto proibido, eles haviam se tornado, em parte, como Deus. Para citar o Capítulo 4, versículo 22 do Gênesis, 

E o Senhor Deus disse: ‘Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. 

Assim, ao homem foi dado o poder de escolha. É neste campo de escolha que temos de trabalhar para atingir a filosofia moral.

Antes de desenvolver este assunto mais profundamente, devemos considerar muito brevemente alguns escritores de renome na filosofia maçônica. Quatro dos mais importantes são William Preston, Karl Krause, George Oliver e Albert Pike.

William Preston nasceu em Edimburgo, na Escócia, em 7 de agosto de 1742. Ele estava relacionado com a indústria de impressão, tornou um maçom e foi Mestre de sua Loja aos 25 anos. A ele é creditado a construção das palestras de Grau na forma que temos hoje, principalmente a palestra de Companheiro. Vivendo em um período de intelectualidade, era natural para ele pensar que o conhecimento era a chave para a filosofia da Maçonaria.

Karl Krause nasceu perto de Leipzig, na Alemanha, em 1781. Ele foi o fundador de uma escola de direito e professor de direito por anos. Ele também escreveu extensivamente sobre filosofia do direito. Krause abordou a filosofia maçônica através da moral e argumentou que a manutenção de uma ordem social significa responsabilidade para o homem.

George Oliver nasceu na Inglaterra, em 5 de novembro de 1782. também foi professor e era um mestre em gramática na King Edward’s School. Ele baseou sua filosofia maçônica na tradição, alegando que a Maçonaria pura foi ensinado por Seth aos seus descendentes antes da grande enchente, e que a Maçonaria é, portanto, uma ciência tradicional da moralidade.

Albert Pike nasceu em Boston, em 29 de dezembro de 1809. Ele nos deu uma abordagem (para além do real ou material) metafísica para a filosofia maçônica.

Além desses quatro, tem havido muitos outros que têm escrito longamente sobre a filosofia maçônica. Cada um com seu próprio ponto de vista a respeito do assunto e na revisão do que eles escreveram, é necessário ter em mente o tempo e as circunstâncias em que viviam, e quais eram ou são as influências sobre seu raciocínio.

Nós estabelecemos anteriormente que “Sabedoria Moral”, é o objetivo da nossa busca. Em que área vamos buscar? Uma vez que a Maçonaria é uma ciência moral, há apenas um lugar para procurar. Esse local está entre o rico simbolismo e alegorias em que é velado – o ritual.

Símbolos são simplesmente objetos materiais usados para expressar um pensamento, ideia ou preceito. Alegorias são usadas, em muito, da mesma maneira que os símbolos: elas são “símbolos de imagem” ou “figuras de linguagem”. Alegorias podem envolver uma pessoa, coisa ou um acontecimento ou uma combinação dos três. A partir dessas figuras de linguagem que se deve derivar para nós um significado moral. Cada membro do Ofício desenvolve dentro de si mesmo lições de moral compatíveis com os modos de comportamento condizente a um homem bom e verdadeiro. Assim, ele atinge a sabedoria na moralidade.

Filosofia moral não é uma coisa do passado. Para o estudante moderno é tanto uma coisa do presente e do futuro. O homem é sempre influenciado e até mesmo controlado pelos padrões morais do seu tempo. Da mesma forma, qualquer filosofia que ele pode desenvolver dentro de si mesmo, para o governo de sua conduta, deve necessariamente ser influenciada pelos costumes e os padrões de sua época.

Tendo definido a filosofia maçônica, de uma maneira peculiarmente sua, vamos ver como pode ser aplicada.

Devemos considerar o pré-­requisito absolutamente indispensável para se tornar um maçom – a crença na divindade. Que papel desempenha a Divindade em nossa filosofia?

Uma vez que Deus deu ao homem o poder de escolha, o homem precisa de uma força que o auxilie a controlar essa escolha. Deus é essa força. Alguns dos termos que são comumente aplicadas a Divindade: 

Deus é amor”, “Deus é a fonte de todo bem”, “Deus é a fonte de onde todo o fluxo de bênçãos”, “Deus é o Criador”, “Deus é tudo verdade“, ”Deus é onipotente“.

Acreditar na Divindade é aceitar tudo isso sem dúvida. Segue-­se, então, que o homem está submetido a Ele, simplesmente porque o homem acredita – porque ele foi criado à Sua imagem. Uma vez que um maçom deve acreditar na Divindade, em teoria, pelo menos, ele pode ter apenas pensamentos bons. de onde vêm as boas ações, Assim governado, ele pode ser apenas um homem justo e correto. Isso aponta para a perfeição. Mas o homem ter uma escolha não é garantia de ser sempre perfeito, porque às vezes ele vai errar na escolha.

A Maçonaria reconhece isso e demonstra tal reconhecimento pelo simbolismo do ponto dentro de um círculo. A Maçonaria percebe que o homem precisa de alguma latitude em seus pensamentos, palavras e ações. Ela também reconhece que o homem precisa buscar um ponto de equilíbrio, uma vez que as emoções do homem se estendem “da profundidade até o cume“.

Em algum lugar entre esses extremos é o ponto de equilíbrio perfeito, onde o homem pode encontrar a felicidade e realização completas. Entretanto, inevitavelmente, há situações em que as circunstâncias exigem que o seu ponto seja deslocado para cima ou para baixo. Este é governado pelos pensamentos do homem, como também influenciado pelo conjunto existente de circunstâncias. Se o pensamento é controlado, assim são também as emoções, criando o local de repouso do ponto de equilíbrio. A Maçonaria busca estabelecer esse controle pelos ensinamentos do ponto dentro de um círculo. O círculo estabelece a linha de limite além da qual ele não deve ir. O Homem estabelece as dimensões do círculo pelo efeito limitante das Sagradas Escrituras e pelos exemplos dos dois grandes santos. Assim, embora o indivíduo seja rude e grosseiro, ou aprendido e polido, os ensinamentos deste simbolismo maçônico especial assinalam claramente o limite que determina o justo e reto.

Vamos agora considerar a alegoria do terceiro grau e ver como ela pode ser aplicada em nossa busca por sabedoria na moralidade.

O que é a aplicação moral do quadro de palavras que constitui a lenda de Hiram Abiff?

Aqui estava um homem, talentoso, dando todo o seu imenso conhecimento para a tarefa de projetar a maior parte do Templo com seus adornos bonitos e supervisionar a sua edificação. Quão orgulhoso ele deve ter ficado ao ter uma parte tão importante na construção do maior edifício do seu tempo! Maior, não porque ele era tão grande, mas porque era para ser a morada do Deus Altíssimo. Mas o ciúme e a inveja eram abundantes, assim como eles são hoje. É fácil ver como muitos dos operários, sobrecarregados com a superstição, pensaram que ele tinha algum segredo místico que lhe permitiu realizar essa grande tarefa tão soberbamente. E se eles poderiam obter esse segredo, eles também poderiam ser de igual importância. Portanto, eles conspiraram para forçá-lo a revelar este segredo.

Hoje, constantemente também somos vitimas da ignorância, e é tão mortal como era no tempo de Hiram Abiff. Para aquele que consegue alguma medida de sucesso é quase certo o despertar da inveja e críticas de seus semelhantes. E suas ações provam o axioma de que a língua é mais poderosa que a espada. Eles criticam, ridicularizam, estão crucificando e às vezes eles conseguem destruir o bom nome de sua vítima. No entanto, ao longo de tudo isso como objeto de seu veneno, a pessoa deve manter a sua fidelidade para com seus semelhantes e aos seus ideais como fez nosso irmão antigo.

Poderíamos continuar a ilustração da nossa responsabilidade para com nossos irmãos e nossos semelhantes, a necessidade para o controle de nossos pensamentos e nossos desejos e paixões e sobre a filosofia da nossa Fraternidade. No entanto, cada maçom pode e deve analisar por si mesmo cada símbolo, cada alegoria, de modo a aumentar a sua sabedoria e seu conhecimento da filosofia maçônica. Assim, ele formará sua filosofia pessoal, encontrará a Sabedoria Moral e terá sua vida mais rica e mais plena.

Espera-se que este breve tratado sobre a filosofia da Maçonaria inspire todos os membros da nossa Sublime Ordem a pesquisar o significado do que se julgava perdido para ele, e também que, como um Mestre Maçom, possa desfrutar feliz, o reflexo de seus atos na sequência de sua vida.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

sábado, 11 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SE DIRIGIR À LOJA NO USO DA PALAVRA

Em 08.04.2025 o Respeitável Irmão José Luiz Gnoato, Loja Estrela de Davi, 3880, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, apresenta a pergunta seguinte:

SE DIRIGIR À LOJA

Tivemos em nossa Loja algumas dúvidas levantadas por autoridade maçônica, que não foi citada no momento do Ir∴ pedir a palavra. Eu entendo que alguém que se levanta para falar, deve se dirigir ao V∴ M∴, Vigilantes, e demais

Irmãos, independente de quem está presente, antes de começar a falar. Entendo que não é obrigado a nominar cargos ou pessoas, um por um, antes de falar. Ocorre que vários Irmãos, que gostam da oratória, se dirigem a todas as autoridades, aos oficiais, aos mestres, aos companheiros, etc., etc., etc., antes de começar a fala. Procurei no ritual novo, mas não encontrei nada. Qual é a regra? É obrigatório nominar todos as autoridades, cargos e/ou pessoas presentes, antes de iniciar a fala? ou basta V∴ M∴, Vigilantes e demais irmãos. Está escrito em algum lugar.

CONSIDERAÇÕES:

De fato, nada existe que proíba a atitude de se mencionar nome por nome na ocasião do uso da palavra, muito embora o bom senso nos induza a não se pronunciar com falas eivadas de preciosismo, afinal a dialética, a retórica e a lógica ensinam ao maçom que ele deve ser objetivo, claro e conciso na sua fala.

À vista disso é que no novo ritual de Aprendiz do REAA/GOB, edição 2024, página 209 in Protocolo de se Dirigir à Loja, sugere-se o seguinte modelo para iniciar a fala quando do uso da palavra: “Ven. Mestre, IIr∴ 1º e 2º Vigilantes, Autoridades Presentes (sem a necessidade de nominá-las uma a uma), meus IIr∴...

Nesse sentido, é recomendável que se use uma maneira genérica e compacta para se dirigir protocolarmente à Loja, em lugar de se ficar nominando uma a uma as autoridades e demais cargos presentes. A palavra usada com objetividade evita palavreados vazios e desnecessário que só servem para esgotar a paciência dos outros.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MARQUÊS DE SAPUCAÍ

IA E MAÇONARIA

João B. M∴M∴ e também o Sr ChatGPT

IA e Maçonaria: uma nova ferramenta ou um atalho perigoso?

“O que chamas de prompt engineering, eu chamo de preguiça mental.”

“Se usares isso para fazer pranchas, deixas de pensar por ti.”

“Isso do chatgpt, não é trabalho”

“Vai dar cabo do espírito iniciático.”

Ouvi tudo isto, e mais alguma coisa, de Irmãos que respeito e admiro e percebo o seu ponto de vista. A Maçonaria é, acima de tudo, um caminho pessoal, é natural que, quando se introduz algo novo, especialmente algo que parece vir do mundo da superficialidade, surjam resistências. É humano e os Maçons, mesmo que super Humanos, não deixam de ser Humanos.

Mas também é humano evoluir.

Depois de algumas discussões em conversas, àgapes ou até em Loja, de trocas de ideias mais acesas, outras mais serenas, decidi partilhar o meu ponto de vista sobre o papão que é a Inteligência Artificial, principalmente na "pessoa" do Sr ChatGPT. Não tenho certezas, nem quero ter razão, mas talvez o meu percurso com a Inteligência Artificial, ajude a desmontar alguns receios e a abrir espaço para um debate mais honesto.

Comecei com desconfiança, como qualquer um, mesmo usando-a profissionalmente nunca imaginei passar a fronteira para a vida pessoal profana e para os caminhos que percorro no templo. A primeira vez que pedi ajuda ao ChatGPT para uma prancha, o que recebi foi muito fraco, lixo, um texto genérico, sem sal, sem ponta por onde se lhe pegue, foi directamente para o arquivo morto. Mas a experiência ensinou-me que a IA não substitui o esforço, só responde à pergunta. E se a pergunta for mal feita, a resposta também o será.

Com o tempo, aprendi a usá-la para aquilo em que é realmente boa, pesquisar referências, estruturar ideias, encontrar pontes entre temas improváveis. Um dos casos mais curiosos foi um texto neste blog que escrevi sobre o que une o futebol e a Maçonaria, sem IA, talvez nunca tivesse avançado com ele. Com IA, penso que consegui fazer uma travessia de conceitos, símbolos e vivências que me surpreendeu a mim próprio. A "prompt" (o texto que se dá à IA para gerar algo) foi mais longa que a prancha final, mas valeu a pena.

Com o uso percebi que não se pede à IA que escreva por nós, pedimos-lhe que penso conosco.

E tal como um Maçom usa o cinzel para desbastar a pedra bruta, eu uso a IA como ferramenta, não me tira o trabalho, mas ajuda-me a ver melhor onde cortar, onde polir, onde aprofundar.

Sim, há quem diga que isto tira autenticidade. Mas o que é mais autêntico? Um texto vazio, mas “feito à mão”, ou uma prancha onde cada frase foi revista, debatida, ajustada até que fizesse sentido, mesmo que com ajuda digital?

A diferença está na intenção, e a IA, como qualquer ferramenta, pode tanto ser usada para empobrecer como para enriquecer. O problema não está nela. Está em nós, ou como se diz corriqueiramente o problema está sempre entre a cadeira e o teclado.

Usar o ChatGPT sem contexto ou reflexão é como chegar ao gabinete de um arquitecto e dizer “quero uma casa”. Qual seria o resultado? A IA, tal como o arquitecto, devolve algo verdadeiramente alinhado com a visão do autor/dono da casa. A casa continua a ser nossa, mesmo que tenha sido desenhada com apoio especializado do arquitecto, o mesmo se aplica a um texto, uma ideia ou uma prancha, a autoria reside na clareza da vontade e na qualidade da orientação, não apenas no instrumento usado.

Também já ouvi que “isto vai matar o espírito iniciático” e a verdade é que a IA não tem espírito nenhum, o espírito vem de quem a usa. E, até ver, nenhum Maçom deixou de ser Maçom só por ter usado uma nova forma de estruturar pensamentos.

Aliás, talvez o maior valor desta nova tecnologia esteja precisamente aí. Ensinar-nos a fazer melhores perguntas e a estruturar melhor as nossas ideias. A Maçonaria, mais do que dar respostas, sempre foi a Arte de perguntar bem.

Como dizia Einstein: “The important thing is not to stop questioning. Curiosity has its own reason for existence.”

No fundo, a IA pode ser mais um espelho. Tal como cada um vê algo diferente diante da pedra bruta, cada Maçom verá nesta nova ferramenta aquilo que traz dentro de si. Há que abraçar a mudança e a evolução com vontade.

"The greatest enemy of change is the illusion of security.", John C. Maxwell

Fonte: https://a-partir-pedra.blogspot.com

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

NÍVEL E PRUMO - JOIAS DISTINTIVAS


Em 08.04.2025 o Respeitável Irmão Fausto Santos, Loja Mahatma Shimoya, 069, sem mencionar o nome do Rito, GLMMG (CMSB), Oriente de Viçosa, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

NÍVEL E PRUMO

Gostaria de obter a sua ajuda sobre uma dúvida que apesar das minhas buscas ainda não conseguir esclarecer.

- Muitos dos símbolos operativos tem uma associação direta entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Moderna, então, eu gostaria de saber se existe alguma explicação ou justificativa do porque o símbolo do nível foi associado ao 1° Vigilante.

CONSIDERAÇÕES:

Não resta dúvida que a Maçonaria dos Aceitos (Especulativa), nascida em 1600 na Escócia, seguida da Moderna Maçonaria, datada de 1717 na Inglaterra, construíram sua estrutura doutrinária baseada em muitos costumes herdados dos seus ancestrais operativos - anteriores ao período da aceitação.

Uma das principais regras extraídas do passado operativo da Ordem foi a de preservar o costume imemorial de que uma loja maçônica é sempre dirigida por três Luzes. Assim, obrigatoriamente dirigem a Loja um Venerável Mestre (ancestral do Mestre da Loja, ou do Ofício) e mais dois Wardens (diretores), que posteriormente seriam denominados por 1º e 2º Vigilantes.

É bom que se diga que nos tempos primitivos da Maçonaria não existiam graus especulativos, todavia existiam classes de operários que trabalhavam a pedra calcárIa para erigir igrejas, mosteiros e catedrais.

Inicialmente, os operários da cantaria dividiam-se em Aprendizes Admitidos e Companheiros do Ofício. Dentre os Companheiros, dos quais o mais experiente, era escolhido o dirigente da Loja (Canteiro de trabalho). A este Companheiro dava-se o nome de Mestre da Loja, ou do Ofício.

A título de ilustração, o Grau especulativo de Mestre Maçom somente viria aparecer já na Moderna Maçonaria, mais precisamente em 1725, e foi oficializado em 1738, na Inglaterra, na II Constituição da Grande Loja.

Sobre o Nível e o Prumo, joias distintivas dos Vigilantes da Moderna Maçonaria, explica-se que na fase primitiva das guildas de construtores (Francomaçonaria), o 1º Vigilante, dentre outras obrigações, tinha como dever, conferir o nivelamento das bases estruturais em que se elevavam as paredes da obra, enquanto que o 2º Vigilante tinha, dentre outras obrigações, o dever de erguer e conferir a aprumada dos cantos. Ao Mestre da Obra cabia o ofício de aplicar, com o cordel de 12 nós, a partir da pedra angular fincada a nordeste do canteiro, as propriedades do triângulo retângulo (47ª Proposição de Euclides) nos cantos referenciais das elevações.

Por esta razão é que na Moderna Maçonaria (especulativa por excelência) as joias distintivas do Venerável Mestre e dos Vigilantes representam um Esquadro (com ramos desiguais), um Nível e um prumo, respectivamente

Com isto a Moderna Maçonaria procura preservar a tradição dos nossos antepassados quando trabalhavam nas velhas corporações de ofício da Idade Média.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmiail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

A ABÓBODA CELESTE E ASTRONOMIA

Colaboração: Ir∴ Paulo Edgar Melo
ARLS Cedros do Líbano N° 1688.

O teto do templo representa a abóbada celeste. Do lado do oriente, à frente do trono, o sol; por cima do altar do 1° Vigilante, a Lua; e do 2° Vigilante, uma estrela de cinco pontas. No centro do teto, três estrelas da constelação de Órion. Entre elas e no nordeste, ficam as Plêiades, Híadas e Aldebaran; a meio caminho, entre Órion ao nordeste, Régulus, da constelação de Leão. Ao norte, a Ursa Maior; a nordeste, Artarus; a leste, Spica, da constelação de Virgem; a oeste, Antares; ao sul Formalhaut; no oriente Júpiter; no ocidente, Vênus; Mercúrio, junto ao Sol e Saturno com seus satélites, próximo a Óriun. Num total de 17 astros.

As estrelas são: três de Óriun, cinco das Híades e sete das Plêiades e da Ursa Maior. As estrelas reais são: Aldebaran, Arturus, Régulus, Antares e Formalhaut, num total de 27 estrelas.

Esta disposição tradicional do teto de nossos templos. A seguir, iremos fazer um paralelo entre cada um desses astros e os conhecimentos astronômicos sobre eles.

CONCEITOS
Temos alguns conceitos iniciais para a compreensão de nossos estudos. Sucintamente podem ser assim definidos:

ASTRONOMIA: - é a ciência da observação dos astros. Tem por finalidade situa-los no espaço, explicar suas origens, reconhecer seus movimentos, descobrir a sua natureza e suas características. Surgida entre os Sumérios há milhares de anos antes de Cristo, teve seu desenvolvimento inicial intimamente ligado à astrologia.

As principais contribuições dos Sumérios foram: introdução da matemática na astronomia; a orientação segundo os pontos cardeais; descobrem e denominam muitas constelações, entre elas as Zodiacais; estudos do movimento da Lua e do Sol; elaboração do primeiro Calendário Lunar; previsão dos eclipses da Lua e do sol; reconhecimento de muitos planetas de nosso Sistema Solar, etc. No decorrer dos séculos, com o vertiginoso desenvolvimento das ciências de um modo geral, a Astronomia se tornou uma ciência imprescindível para o ser humano.

ANO-LUZ: - distância percorrida pela luz, no vácuo, em um ano. Sabendo-se que ela percorre aproximadamente 300.000 km/seg, num ano percorrerá mais de 9 trilhões e 500 bilhões de km.

CLASSE OU TIPO ESPECTRAL: - classificação de uma estrela segundo as características de seu espectro.

ESPECTRO: - conjunto de cores ou freqüências de ondas obtido com a dispersão da luz de uma fonte, ao passar por um prisma. A luz branca do sol forma um espectro de sete cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.

GÁS INTERESTRELAR: - gás esparso no espaço interestrelar.

LUMINOSIDADE: - medida do fluxo de luz recebido de uma estrela. Esta pode ser:
- Magnitude absoluta: magnitude que teria uma estrela a uma distância de 10 parsecs.
- Magnitude aparente: medida do fluxo de luz recebido de uma estrela na Terra, de qualquer distância da mesma.

NEBULOSA: - nuvem de gás ou poeira interestrelar.

PARSEC: - unidade de distância de uma estrela cuja paralaxe anual seria de um segundo. Um parsec é igual a 3,26 anos-luz.

PARALAXE: - seu nome de origem grega significa alteração de posição. É o ângulo sob o qual um observador situado em determinada estrela veria um comprimento convencionalmente escolhido, denominado base. Os astrônomos empregam como base o semi-eixo médio da órbita terrestre, que equivale a aproximadamente 300 milhões de quilômetros.

KELVIN: - unidade de temperatura no sistema internacional, igual ao grau da escala de temperatura absoluta. O zero absoluto equivaleria a 273,16° Celsius ou centígrados. Aqui as moléculas cessam seus movimentos.

RAIOS CÓSMICOS: - núcleos atômicos que se chocam contra a atmosfera da Terra com energias extremamente altas.

UNIDADE ASTRONÔMICA (UA): - distância média entre o sol e a Terra. Seu valor é igual à aproximadamente 150 milhões de quilômetros.
Veremos agora algumas noções importantes relacionadas com os Templos Maçônicos:

ASTRO: - nome dado a qualquer objeto que se encontra no universo. Prefixo significando “estrela”, usada na formação de palavras como astronauta, astrobotânica, etc.

CONSTELAÇÃO: - Configuração idealizada de um conjunto ou grupo de estrelas, no total de 88 regiões convencionais da esfera celeste estabelecidas pela União Astronômica Internacional.

ESTRELA: - objeto celeste em geral de forma esferoidal, no interior do qual reinam temperaturas e pressões elevadas, verificando-se reações termonucleares que liberam imensas energias. Possuem, portanto, luz própria. Existe uma grande variação física entre as estrelas.

GALAXIA: - sistema estrelar isolado no espaço cósmico contendo de 100 bilhões de estrelas, nebulosas, aglomerados, poeira e gás. O Sistema Solar pertence a uma galáxia: a Via Láctea. Existem milhões de galáxias espalhadas pelo Universo. Têm as mais diversas formas e tamanhos. Estão a milhões de anos-luz de nós.

PLANETA: - corpo celeste compacto, sem luz própria, relativamente frio, que gira em torno de uma estrela, em órbita quase sempre elíptica. São nove os planetas que giram em torno do nosso Sol.

SATÉLITE: - corpo celeste que gira em torno de um planeta em conseqüência da gravitação. Em nosso Sistema Solar existem 35 satélites.
Acompanhando agora o plano do teto de nossos templos, que representam a Abóbada Celeste, vamos fazer um pequeno estudo de cada um daqueles objetos em ordem alfabética. Teremos, portanto:

ADEBARAN: - nome tradicional de origem árabe da estrela gigante vermelha com diâmetro 36 vezes superior ao Sol, magnitude aparente 1,06 e temperatura superficial de cerca de 3000°K. Está situada à distância de 64 anos-luz. Seu nome significa “aquela que segue as Plêiades”.

ANTARES: - estrela supergigante vermelha de diâmetro 300 vezes maior que nosso Sol, com temperatura superficial da ordem de 3500°K. É uma estrela dupla visual. Encontra-se a 365 anos-luz da Terra. Seu nome de origem latina significa “rival de Marte”.

ARCTURUS: - estrela gigante vermelha de diâmetro 22 vezes superior ao do Sol. Está a 35 anos-luz. Sua magnitude aparente é de 0,24, portanto uma das mais brilhantes do céu. Em valor absoluto sua luminosidade é 83 vezes superior ao Sol. Seu nome de origem latina significa: “guarda da Ursa Maior”.

FORMALHAUT: - estrela de magnitude visual aparente 1,29 e absoluta +2,0. Possui luminosidade 13 vezes superior ao Sol e é de coloração branca. A temperatura superficial é de 900°K. Situa-se a 23 anos-luz. Tornou-se famosa por sua utilidade na orientação dos navegantes. Hoje é utilizada como ponto de referencia dos cosmonautas. Seu nome é uma simplificação do árabe Fan-al-Hout-al-Ganoubi, que significa “a boca do peixe”.

HÍADES: - constelação de Touro que constitui um cúmulo aberto de aproximadamente 140 estrelas.

JÚPITER: - o maior dos planetas do Sistema Solar, com um diâmetro de 143.000 km e massa 318 vezes maior que a terra. Leva 11 anos para completar uma volta em torno do Sol, distando deste cerca de 780 milhões de km. Seu nome provém do sânscrito Dyn (Deus) e Pater (pai). Possui 16 satélites.

LUA: - satélite da Terra e cuja evolução em torno dela dura cerca de 27 dias e oito horas, tempo que igualmente gasta para girar em torno do seu eixo. Por essa razão a face lunar voltada para nas é sempre a mesma. A Lua não tem luz própria, mais reflete a luz do Sol, de forma diferente, de acordo com a posição em que se encontra. Tais variações são denominadas de fases.

MERCÚRIO: - é o planeta mais próximo do Sol. Era conhecido desde os babilônicos. Tendo em vista que Mercúrio era um planeta que se movia mais rapidamente, os gregos o nomearam de Hermes, o mensageiro dos deuses, que possuía asas nos pés. Correspondia em Roma a Mercúrio, deus do Comércio. É o menor planeta do Sistema Solar, com um diâmetro de 4880 km. Sua massa equivale a 6 centésimos da massa da Terra. Gira em torno do Sol em 88 dias, a uma distância média de 58 milhões de km. Seu período de rotação ao redor do eixo é de 58 dias.

ÓRION: - constelação equatorial, a mais brilhante do céu de verão. Facilmente de ser localizada pelas suas famosas Três Marias.

PLÊIADES: - grupo de sete estrelas visíveis a olho nu na constelação de Touro. Fazem parte do aglomerado aberto, situado à distância de 350 anos-luz. As principais estrelas recebem nomes particulares. A mais brilhante á Alcione; a seguir, vêm Maia, Mérope, Electra e Taigeta.

RÈGULUS: - estrela branco-azulada, de primeira magnitude, situada a 68 anos-luz. Seu diâmetro é 3,5 vezes maior que o Sol e sua luminosidade é 130 vezes superior à solar. Há 4000 anos atrás o verão iniciava com a chegada do Sol em Régulus. Convém lembrar que os persas dividiam o céu em quatro partes, por intermédio das estrelas reais: Aldebaran, Régulus, Antares e Formalhaut, utilizadas na agricultura para indicar o início das estações.

SATURNO: - segundo maior planeta do Sistema Solar, com um diâmetro de 115.200 Km, sendo dez vezes maior que a Terra. Situado a mais de um bilhão de km do Sol, é sem dúvida um dos mais bonitos corpos celestes.
Saturno gira ao redor do Sol em quase 30 anos. Seus famosos anéis medem 70.000 km de largura e 1 km de espessura. Há milhares de anéis, constituídos por milhões de pequenas partículas sólidas. Ao redor de Saturno giram 16 satélites naturais.

SOL: - é uma estrela relativamente pequena e de brilho fraco. Sua luz leva oito minutos e meio para chegar a Terra, ao passo que a outra estrela mais próxima de nós, Alfa Centauro, sua luz leva três anos e quatro meses para atingir a Terra. È formado por uma massa de gases quentes sendo um milhão de vezes maior e cerca de trezentas vezes mais pesado que a Terra.

SPICA: - nome tradicional da estrela Alfa de Virgem. Tem magnitude visual de 1,2, está situada a 220 anos-luz da Terra.

URSA MAIOR: - constelação circumpolar norte. Sua designação provém do fato de representar a Ursa em que transformou a princesa Calisto, por ação de Hera, esposa ciumenta de Zeus (Júpiter).

VÊNUS: - segundo planeta em ordem de afastamento do Sol, com órbita situada entre Mercúrio e a Terra. Está situado a uma distância de cerca de 39 milhões de km de nós, na posição mais próxima, e 260 milhões de km na posição mais afastada. É o mais brilhante objeto do céu depois do Sol e da Lua. Seu diâmetro é quase igual ao da Terra e seu período de rotação em torno do Sol é de 243 dias. Não possui satélite natural. Tem inúmeros nomes populares: Estrela Matutina, Estrela Vespertina, Estrela Dalva, Estrela do Pastor e muitos outros.

CONCLUSÂO: - No teto do Templo, as estrelas principais são: três de Órium, cinco de Híadas e as sete de Plêiades. As ESTRELAS REAIS são: Aldebaran, Arcturus, Antares, Formalhaut e Régulus; destas, Arcturos é a mais brilhante e participa do grande triângulo da verdade cósmica, assim formado: em seu ápice, por Régulus, a principal estrela da constelação de Leão, o signo de Deus (Sabedoria); no ângulo direito de sua base, por Spica; da constelação de virgem (Beleza); e no ângulo esquerdo de sua base Arcturus (Força). Esse triângulo simboliza pureza e a virtude (atributos de Virgem) engendradas por Deus (representado por Leão), como a verdade que o pastor deve transmitir ao seu rebanho.

BIBLIOGRAFIA:

Ritual do 1° Grau do REAA – Grande Oriente do Brasil
Revista A VERDADE n° 409/99 – Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo
Revista A TROLHA n° 168/00 – Editora ”A TROLHA” Ltda.

Fonte: https://focoartereal.blogspot.com

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

INAUGURAÇÃO (SAGRAÇÃO) DE TEMPLO MAÇÔNICO

Em 07.04.2025 o Poderoso Irmão Flávio Augusto Batistela, Loja Solidariedade e Firmeza, 3052, REAA, GOB-SP, Oriente de Dracena, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão.

INAUGURAÇÃO DE TEMPLO

Por favor, nos tire uma dúvida, há algum impedimento para um Grão-Mestre (Geral, Estadual e seus adjuntos) presidirem ou participarem da comissão de sagração de um templo?

Sempre escutei falar de que Grão-Mestre não entra em templo não sagrado, estaria correto? 

CONSIDERAÇÕES: 

Isso está bem claro no Ritual vigente - Rituais Especiais - Sessões Exclusivas, 2016, Sagração de Templo, página 80: 

"É vedado ao Grão-Mestre Geral, Grão-Mestre Geral Adjunto, Grão-Mestre Estadual ou Distrital e respectivos Adjuntos e ao Delegado do Grão-Mestre Geral participar da Comissão de Sagração e ter ingresso no Templo antes da sua Sagração".

Conforme especifica o ritual - para todos os ritos - no GOB os Grão-Mestres, Adjuntos e Delegado do Grão-Mestre Geral só ingressam em templos sagrados (consagrados, inaugurados). 

Esta é a regra vigente.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

CURIOSIDADES


Rara fotografia de soldados alemães alojados em um Templo Maçônico francês na cidade Saint-Quentin, que estava ocupada durante a Primeira Guerra Mundial. Na imagem, os soldados estão em frente ao busto de Marianne, de Paul Lecreux.

PERFIL DO PROFANO INDICADO PARA INICIAÇÃO

Ir∴Marco Antonio Perottoni - M∴I∴ Loja Cônego Antonio das Mercês e Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Gorgs – Porto Alegre - RS

Inicialmente cabe colocar que temos normas e condições estabelecidas pelas nossas Potências que condicionam a indicação de um profano para ser iniciado em nossa Ordem, que se encontram descritas, de forma de Regulamentos e legislação marginal, que etabelecem entre outras, de que o candidato esteja em pleno gozo de sua capacidade civil, do sexo masculino, que não professe ideologias que se oponham aos princípios gerais da Instituição, reputação ilibada, ter profissão e meio de vida lícitos e que serão admitidos mediante deliberação da Loja em que todos os presentes tomem parte.

Ao mesmo tempo impõe algumas condições restritivas das quais se sobressai a que define as pessoas que estejam impedidas de manifestarem livremente sua vontade.

Em estatística, recentemente divulgado pelo nosso Ir∴ Quint, em que, no GORGS, de um total de 22.121 iniciados temos 15.185 IIr∴ inativos (68,7%) e tão somente 6.936 IIr∴ ativos ( 31,3%), perguntamo-nos: as condições determinadas pelas nossas normas são suficientes?

Sem duvida temos que parar e repensar o assunto. A culpa é da norma que parece ser liberal em demasia ou é dos IIr∴ indicantes e das Lojas que aprovam um candidato, mais pelo seu QI (quem indica) do que por suas qualidades e atuações no mundo profano.

Entendo que as normas estão bem definidas, fixando as condições, mínimas, a serem preenchidas pelo profano, mas como indicantes e, principalmente, como sindicantes devemos ser mais exigentes na análise e checagem das informações fornecidas e obtidas sobre o candidato.

Outro ponto a ser revisado são nossa sindicâncias, que, na forma como está elaborada,a meu juízo, não esclarecem muito sobre o condidato, mas ao contrário do que pensam àqueles que não dão o devido valor, a enorme importância e responsabilidade dessa missão, do Sindicante, ou não estão dispostos a consumir um tempo em benefício do progresso de sua Loja, fornecendo uma informação consistente e exata, é preferível que não aceitem tão honroso encargo, devendo, delicada e honestamente, rejeitar essa missão, porque uma boa “SINDICÂNCIA” deve ser isenta de qualquer resquício de obrigatoriedade, protecionismo, sem nenhum indício de optatividade e traçada com o intuito de iluminar os IIr∴. que irão tomar parte da decisão que dela, a “SINDICÂNCIA”, advir.

Pela estatística acima comentada fica evidente que não estamos enfrentando uma boa fase. O que fazer?

Primeiramente precisamos ser muito mais rigorosos ao indicarmos ou ao analisarmos as qualidades individuais do Candidato, que, a meu juízo deve ter o seguinte perfil, entre outras características individuais:
  • conduta ética, moral e social ilibada;
  • demonstrar espírito de liderança e de equipe;
  • gosto pela leitura e pelo estudo;
  • questionador e batalhador contra as injustiças;
  • tolerância, sociabilidada e criatividade;
Por fim, voltando ao assuhto, o que entendo ser uma a principal peça neste processo, a Comissão de Sindicância, que vai verificar e informar para a Loja se o candidato está em condições de fazer parte de nossa Ordem. A Sindicância é um trabalho especial, e até diria, extraordinário, em cujo desempenho o maçon há de movimentar-se, tanto no interior do Templo e especialmente fora dele.

É, como dissemos, um trabalho especial que muito honra e dignifica o Ir∴ encarregado do seu desempenho, uma vez que tem excepcional importância para a construção das bases de progresso de uma Loja. É uma incumbência de grande vulto e estrita consideração para o e com o Ir∴ escolhido pelo V∴ Mestre.

É importante que nos conscientizemos da relevância das informações e da honra que nos é deferida no momento que passamos a fazer parte de uma Comissão de Sindicância, pois de nosso desempenho depende, em muito, o progresso de nossa Loja. É o que penso.

Fonte: JBNews - Informativo nº 284 - 08.06.2011

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SUBSTITUTO NA AUSÊNCIA DO VENERÁVEL - REAA


Em 05.04.2025 o Respeitável Irmão Eduardo Luis Bertoldi, Loja Fraternidade Mourãoense, 4313, REAA, GOB-PR, Oriente de Campo do Mourão, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão.

SUBSTITUTO

Gostaria de esclarecer uma dúvida referente à condução de uma sessão ordinária no grau de Aprendiz, pelo Rito Escocês Antigo e Aceito.

Em caso de ausência do Venerável Mestre, estando presentes o Primeiro e o Segundo Vigilante, é possível que o Juiz do Tribunal Eleitoral — que já foi Mestre Instalado da nossa Loja — conduza a sessão como substituto do Venerável?

Ou essa substituição deve, obrigatoriamente, ser feita pelo Primeiro Vigilante, conforme a hierarquia prevista no ritual?

Agradeço desde já pela atenção e orientação.

CONSIDERAÇÕES:

Rigorosamente, em primeiro lugar cumpre-se o ritual vigente.

No caso do REAA, o substituto imediato do Venerável Mestre, nas sessões ordinárias, é o 1º Vigilante, seja ele um Mestre Instalado ou não.

Nas Sessões Magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, não sendo o 1º Vigilante um Mestre Instalado e estando ausente o Venerável Mestre, é que assume o Mestre Instalado mais recente da Loja.

Autoridade ou portador de título de recompensa, mesmo sendo um Mestre Instalado, não tem o direito de dirigir os trabalhos no caso de ausência do Venerável Mestre. Simplesmente ser uma autoridade constituída não é credencial para dirigir sessões ordinárias ou magnas de uma Loja, a única exceção, neste caso, é o Grão-Mestre, ou seu Adjunto.

En passant, vale ressaltar que em uma sessão ordinária, se estiverem ausentes o Venerável Mestre e o 1º Vigilante, quem assume a direção dos trabalhos também é o Mestre Instalado mais recente da Loja. Ressalte-se que pelo RGF, o 2º Vigilante é apenas o substituto do 1º Vigilante, nunca do Venerável Mestre.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 115 - Águia Bicéfala na Maçonaria

Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foi chamado de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom” foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.

Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com