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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

AUTORIDADE OCUPANDO CARGO E A JOIA DISTINTIVA

Em 12.03.2022 o Respeitável Irmão José Daniel Massaroni, sem mencionar o nome da Loja, GOB-SP, Oriente de Presidente Prudente, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:

JOIA DO CARGO

Um Irmão é Mestre Instalado. Foi escolhido para ser o 1º Diácono da Loja e recentemente foi nomeado Deputado Estadual. O que o Irmão aconselha quanto ao uso dos aventais e faixas a serem usadas por este Irmão? Ele deixaria de usar o Avental e Faixa do Mestre Instalado e usaria somente as vestimentas de Deputado Estadual e a Faixa do 1º Diácono?

CONSIDERAÇÕES:

Depende dos paramentos que ele esteja usando na ocasião.

Assim, se ele estiver paramentado com as alfaias de Deputado, ou como Mestre Instalado, trabalhando na sua Loja como Diácono ele veste, durante os trabalhos, a joia distintiva do cargo de Diácono por cima do colar de Deputado ou do de Mestre Instalado.


Como ele foi eleito Deputado da Loja, recomenda-se que ele use os paramentos de Deputado.

O colar com a joia distintiva do cargo é vestido sobre a outra que porventura ele esteja usando. Obviamente que isso não tira o caráter da autoridade do cargo, mas é importante para identificar durante os trabalhos o ofício do respectivo cargo então preenchido.

Registre-se a boa geometria quando se vê um Mestre Instalado ou um Deputado ajudando nos trabalhos da sua Loja. Uma atitude deveras salutar.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

BAPHOMET

1º - Nome sob o qual é conhecido um ídolo que, segundo certos autores, teria sido adorado pelos Templários. Este fato não foi provado, acrescentando-se que se trata de uma transformação da palavra Mahomet.

2º - O Andrógino chibo-cabra de Mendes, uma das antigas divindades egípcias, de cabeça de carneiro, posteriormente representada por uma imagem de dupla cabeça que os Templários foram acusados de adorar em homenagem a Maomé.

3º - Baphomet não passava de um símbolo hermeto-cabalístico, sendo falsa toda história inventada então pelo clero contra os Templários.

4º - Elifas Levi apresenta a figura do Baphomet, denominando-o “Bode de Sabbat – Baphomet de Mendes”, descrevendo-a da seguinte maneira:

5º - "Figura panteísta e mágica do Absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a solidariedade só na matéria e a expiação, nos corpos dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo: em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados".

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

RITO MODERNO OU FRANCÊS

RITO MODERNO OU FRANCÊS
(Um pouco da história do início da Maçonaria na França)
Ir∴ José Castellani

O início da Maçonaria na França

François Marie Arouet, Voltaire, o demolidor de mitos, desapareceria logo depois de iniciado na Loja "Neuf Soeurs", em 1778, no mesmo ano em que, coincidentemente, desaparecia Jean Jacques Rousseau, sendo, ambos, os intelectuais que mais influenciaram o pensamento da sociedade francesa --- e da mundial --- nas épocas posteriores. Eles mostravam, todavia, grandes diferenças de pensamento. Voltaire tinha, por base de sua obra, o racionalismo, como, no dizer de Diderot, um verdadeiro filósofo setecentista, que se conduz pela razão, juntando, ao espírito de reflexão e de justeza, os costumes e as qualidades sociais. Isso o coloca em oposição à inteligência mística de Rousseau, filósofo e moralista, nascido em família calvinista e convertido, ainda adolescente, ao catolicismo. Voltaire tem o melhor do seu pensamento exprimido no "Dictionnaire Philosophique", de 1764, no "Lettres Anglaises", de 1734, e nos diversos contos, entre os quais "Cândido", de 1754, é sua obra prima. Rousseau tem, como sua obra fundamental, "Du Contrat Social", onde formula a teoria do Estado baseado na convenção entre os homens, defendendo o princípio da soberania do povo. Publicada em 1762, essa obra, junto com o restante da produção literária de Rousseau, teve grande influência revolucionária, por exprimir as injustiças sociais da época, numa crítica violenta ao cristianismo dogmático e ao ceticismo filosófico.

Assim, a obra de Rousseau foi muito mais importante, no ideário da Revolução Francesa, do que a de Voltaire, que, dentro da atitude racional da inteligência, desejava não a revolução, mas a reforma das instituições monárquicas, pregando a tolerância ideológica e defendendo os direitos civis. Ambos, entretanto, influenciariam, um século depois, a grande reforma institucional de 1877, no Grande Oriente da França, que sepultou o dogmatismo, combatido por Rousseau, e implantou a tolerância ideológica, pregada por Voltaire.

Em 1778, ano da morte de ambos, havia 554 Lojas no território francês, surgidas da primeira Loja genuinamente francesa, criada, em Paris, a 3 de abril de 1732, já que, antes, as existentes eram mais britânicas, surgidas na esteira do séquito dos Stuarts, refugiados na França, após a revolta de 1649. Depois dessa primeira Loja, outras foram sendo criadas, ocorrendo, no caso, um fato importante, em setembro de 1734 : no dia 7 desse mês, um jornal de Londres relata que, no castelo da duquesa de Portsmouth, em Paris, Charles Lennox, duque de Richmond, junto ao qual se encontrava Montesquieu, procedeu à recepção de muitos neófitos da mais alta nobreza francesa. A 20 de setembro de 1735, nova reunião, com a presença de Théophille Désagulliers --- um dos fundadores da Premier Grand Lodge, em Londres, em 1717 --- e lord Waldegrave, embaixador de Sua Majestade britânica, ao lado de Montesquieu. A Maçonaria, assim, espalhou-se pelo território francês, no século XVIII, sob a égide de Montesquieu, o grande filósofo e autor de " ́L ́Esprit des Lois" (O Espírito das Leis), obra de fundamental importância no desenvolvimento da Ciência Política.

Em 1737, cinco Lojas existiam em Paris. Em 1741, já eram vinte e duas, quando a propaganda maçônica já atingia a província, tendo sido fundada uma Loja em Lions, em 1740, além de outras em Rouen, Caen, Nantes, Bordeaux, Montepellier e Avignon. Em 1738, o duque d ́Antin é nomeado Grão-Mestre vitalício dos maçons franceses, embora ainda não houvesse, oficialmente, uma Obediência francesa, o que só aconteceria em 1765. Em 1743, Henri de Bourbon, conde de Clermont, o sucede, apesar dos muitos votos dados ao príncipe de Conti e ao marechal de Saxe. Um outro nobre sucede ao conde de Clermont, em 1771 : o duque de Chartres, que, com a morte de seu pai, tomou o título de duque de Órleans, cuja cadeira de Grão-Mestre é conservada no museu do Grande Oriente da França e cujo retrato, com todas as insígnias da Ordem, acha-se no castelo de Chantilly.

O Grande Oriente e o Rito Moderno

A Maçonaria francesa passaria, porém, por grandes vicissitudes. A federação denominada Grande Loja da França, oficialmente existente a partir de 1765, para reunir as Lojas esparsas, não chegara a uma boa gestão, o que fez com que, em 1771, ocorressem reuniões destinadas a preparar uma nova organização, culminando, a 24 de dezembro daquele ano, com a assembléia das Lojas, que, depois de declarar extinta a antiga Grande Loja, anunciava que ela era substituída por uma Grande Loja Nacional, que seria denominada, dali em diante, Grande Oriente da França. A 17 de junho de 1773, a Grande Loja protesta, declarando o Grande Oriente cismático, degradando o título de maçom de todos os componentes deste. Sem se preocupar com esses ataques, o Grande Oriente persiste, sendo solenemente instalado a 24 de junho de 1773.

E foi tão grande o desenvolvimento do Grande Oriente, que, das 547 Lojas francesas existentes em 1778, 300 estavam sob a sua jurisdição e ele mantinha correspondência com 1.200 Lojas estrangeiras. Nessa altura já existia o Rito Francês, ou Moderno, que havia sido criado em 1761, constituído a 24 de dezembro de 1772 e proclamado pelo Grande Oriente, a 9 de março de 1773, chegando, já na época da Revolução Francesa, à maior importância, dentro do Grande Oriente da França. E desde essa época, começava a rivalidade entre o Grande Oriente e a Grande Loja inglesa, que exigia ser reconhecida como Grande Loja Mãe, embora isso não fosse mais do que uma satisfação moral, não criando laço de subordinação. O Grande Oriente desejava tratar de igual para igual, sob todos os pontos de vista e solicitava que as Lojas anteriormente fundadas, sob patente inglesa, lhe fossem repassadas, com o que Londres não concordava. Embora a Grande Loja inglesa reconhecesse o Past-Master e o Royal Arch, como "complementos do mestrado", considerava irregulares os Altos Graus escoceses, que haviam, anarquicamente, proliferado na França, causando desordem. E o Rito Moderno nasceu, exatamente, do desejo do Grande Oriente de remediar a situação, perseguindo uma política de unidade, aceitando os diferentes ritos, à qual Londres fez oposição.

O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais, em matéria doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na primitiva Constituição de Anderson, com tinturas deístas, mas largamente tolerante, no que concerne à religião, como se pode ver na primeira de suas Antigas Leis Fundamentais (Old Charges): "O maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral; e, se bem compreender os seus deveres, jamais se converterá num estúpido ateu nem em irreligioso libertino. Apesar de, nos tempos antigos, os maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não lhes impor outra religião senão aquela que todos os homens aceitam e dar-lhes completa liberdade com referência às suas opiniões particulares. Essa religião consiste em serem homens bons e leais, ou seja, honrados e justos, seja qual for a diferença de nome ou de convicções".

A Revolução Francesa --- da qual a Maçonaria, nas palavras de Henri Martin, foi o laboratório --- não interrompeu totalmente os trabalhos do Grande Oriente. a Loja "La Bonne Amitié", de Marmande, recebeu sua constituição a 20 de dezembro de 1792; mesmo no auge do Terror, três Lojas da capital, "Le Centre des Amis", "Les Amis de la Liberté" e "la Martinique des Frères Réunis", não deixaram de promover reuniões. Mas houve uma grande diminuição da atividade maçônica, prejudicando as relações com a Grande Loja inglesa. Passado o auge do movimento, Roettiers de Montalau --- cujo retrato orna a sala do Conselho da Ordem, em Paris, acima da cadeira do Presidente --- empenha-se, a partir de 1795, na reconstituirão do Grande Oriente, tentando conciliá-lo com a Grande Loja. Graças aos seus esforços, a 21 de maio de 1799, as duas Obediências redigem um tratado de união, completando a união maçônica na França, a qual pouco iria durar, já que, em 1804, ela seria comprometida pela introdução do Rito Escocês Antigo e Aceito, de 33 graus, com a fundação do Supremo Conselho do conde de Grasse-Tilly (o primeiro Supremo Conselho foi fundado em Charleston, Carolina do Sul, EUA, em 1801).

A regressão dogmática

Em 1815, ocorreria a regressão dogmática, que tanto influiria nos destinos da Maçonaria francesa: a Grande Loja Unida da Inglaterra, que surgira em 1813, da fusão da Grande Loja dos "Modernos" (de 1717) e a dos auto-denominados "Antigos", de 1751, alterava a primitiva Constituição de Anderson, tornando-a absolutamente dogmática e impositiva, como se pode ver no texto da primeira das Antigas Leis (que, aí, deixou de ser antiga lei):

"Um maçom é obrigado, por seu título, a obedecer à lei moral e, se compreender bem a Arte, nunca será ateu estúpido, nem libertino irreligioso. De todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira diferente do homem, pois o homem vê a aparência externa, ao passo que Deus vê o coração. Seja qual for a religião de um homem, ou sua forma de adorar, ele não será excluído da Ordem, se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e se praticar os sagrados deveres da moral...."

Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original compilação de Anderson, foram sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição, incompatíveis com a liberdade de pensamento e de consciência.

Apesar disso, quando o Grande Oriente promulgou, em 1839, seus primeiros "Estatutos e Regulamentos Gerais da Ordem", estes conservavam o melhor da tradição da Maçonaria dos Aceitos, dentro do espírito da original Constituição de Anderson, de 1723, como se pode ver em seus três primeiros artigos, sem qualquer dogmatismo:

"Art. 1º - A Ordem Maçônica tem por objeto o exercício da solidariedade, o estudo da moral universal, das ciências, das artes e a prática de todas as virtudes.

Art. 2º- Ela é composta de homens livres, que, submissos às leis, reúnem-se em Sociedade constituída de acordo com estatutos gerais.

Art. 3º - Não pode alguém ser maçom e gozar os direitos inerentes a esse título:

1. se não tiver 18 anos completos, se não for livre e de bons costumes e se não obteve o consentimento de seu pai, ou de seu tutor; essa última condição só será exigida até à idade de 21 anos;

2. se não for livre e honrado;

3. se não for domiciliado há pelo menos seis meses no local em que se encontra a Loja à qual se apresenta;

4. se não tiver grau de instrução necessário para cultivar sua razão;

5. se não for admitido nas formas determinadas pelos Regulamentos e Estatutos Gerais".

Todavia, em 1849, por obra e graça dos partidários de uma reaproximação, que degelasse As relações com a Grande Loja Unida da Inglaterra, eram reformados esses estatutos ---e transformados em Constituição --- sendo incluídos, neles, as cláusulas inspiradas pela revisão de 1815, das Constituições de Anderson, como se pode ver no texto aprovado:

"Art. 1º - A Francomaçonaria, instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, tem por base a existência de Deus e a imortalidade da alma..."
.................................................................................................................... ....

Art. 3º - Para atingir esse objetivo, eles (os maçons, referidos no Art. 2o) devem, respeitando a consciência individual, empregar todos os meios de propaganda pacífica, dos quais os principais são o exame e a discussão de diversas questões que podem esclarecer os espíritos e, sobretudo, conciliar os corações".

A incoerência salta aos olhos, pois, à exigência dogmática do Artigo 1o, era aposto, no Artigo 3o, o respeito à consciência individual. Diante disso, foi feita, em 1865, uma pequena alteração, sem mudar o texto dogmático, na parte referente à liberdade de consciência, assim redigida:

"Ela (a Maçonaria) vê a liberdade de consciência como um direito próprio de cada homem e não exclui a ninguém por suas crenças".

A contradição continuava, pois o texto, depois de exigir uma determinada crença, dizia que ninguém seria excluído por suas crenças. E, além de tudo, o esforço dos adeptos de uma reaproximação com GLUI foi infrutífero, pois esta não "degelou", mantendo uma olímpica indiferença diante das reformas estatutárias francesas, que, diga-se a bem da verdade, não agradaram a gregos e nem a troianos.

A Reforma Institucional de 1977

Em 1872, depois de estudos iniciados em 1867, o Grande Oriente da Bélgica suprimia, de seus rituais, a invocação do G∴A∴D∴U∴, sem provocar qualquer reação por parte da G.L. da Inglaterra. Diante disso, de um golpe, a campanha pela revisão, na França, aumenta de intensidade e, a cada ano, a Convenção é tomada por votos pela revisão, repelidos pelo Conselho da Ordem, até que, em 1876, um voto da Loja "La Fraternité Progressive", de Villefranche, solicitando a supressão das cláusulas dogmáticas, foi tomada em consideração, sendo regulamentarmente enviada às Lojas, para estudo, e retornando à Convenção, em 1877. Nessa ocasião, duzentas e dez Lojas enviaram representantes e dois terços delas manifestaram-se a favor da adoção do voto. O relator geral foi um pastor protestante, Desmons, que apresentou um estudo memorável, o qual, aprovado, resultou na supressão do segundo parágrafo do artigo 1o da Constituição de 1865, que dizia: "Ela tem por princípio a existência de Deus e a imortalidade da alma".

Viénot, o Orador da Convenção, situou, muito bem, o que representou essa atitude:

"Essa redação, meus Irmãos, não é, portanto, nem uma reforma, nem uma revolução; ela é um chamamento e um retorno aos princípios primordiais da Francomaçonaria, porque a Francomaçonaria, respeitando todos os dogmas e todas as consciências, não é, não quer ser e não pode ser uma instituição dogmática ou teológica". (os grifos são meus).

Essa resolução aboliu a invocação, mas não a fórmula do G∴A∴D∴U∴, como freqüentemente se afirma. Era a tolerância, elevada ao máximo, que motivava o Grande Oriente a rejeitar qualquer afirmação dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e ao livre arbítrio de todos os maçons. A síntese dos debates da Assembléia, que conduziram à resolução, mostra bem essa preocupação:

"A Francomaçonaria não é deísta, nem ateísta, nem sequer positivista. Instituição que afirma e pratica a solidariedade humana, é estranha a todo dogma e a todo credo religioso. Tem por princípio único o respeito absoluto da liberdade de consciência. Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer, seriamente, que o Grande Oriente da França quis banir de suas Lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma, quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros".

Mas as Obediências da Comunidade Britânica não entenderam assim. Embora o Grande Oriente não tenha feito mais do que voltar à situação anterior (a dos estatutos de 1839), que elas haviam admitido, totalmente, elas reagiram imediatamente; é o caso da Grande Loja da Irlanda, da Grande Loja da Escócia e do Supremo Conselho da Inglaterra. A G.L. Unida da Inglaterra, não mantendo relações com o Grande Oriente da França, não pôde romper, mas sua desaprovação se fez manifesta, ao incitar outras Obediências estrangeiras a seguir o movimento deflagrado. O Conselho da Ordem tentou justificar o Grande Oriente, demonstrando que o sentido da decisão fora deturpado pelos ingleses: em 1884, Cousin, presidente do Conselho, pleiteia a causa, através de carta, de 28 de novembro, enviada a Sua Alteza Real Edward Albert, príncipe de Gales futuro Eduardo VII, Grão-Mestre da G.L. Unida da Inglaterra. A Grande Loja admitiu que não havia nenhum intuito ateísta na resolução, mas não voltou atrás, encerrando o assunto, como se pode ver num trecho da resposta de seu Grande Secretário, coronel Shadwell Clerke:

"A G.L. da Inglaterra jamais supôs que o G.O. da França tenha pretendido fazer profissão de fé do ateísmo e do materialismo; mas a G.L. da Inglaterra sustenta e sempre sustentou que a crença em Deus é a primeira grande marca de toda a verdadeira e autêntica Maçonaria e que, na falta dessa crença, professada como o princípio essencial de sua existência, nenhuma associação tem o direito de reclamar a herança das tradições e práticas da antiga e pura Maçonaria".

É interessante notar que quem desfigurou as originais Constituições de Anderson, que continham os antigos usos e costumes maçônicos, é exatamente quem e arvora em defensor das "tradições e práticas da antiga e pura Maçonaria".

Tudo isso leva à conclusão de que toda a questão é eminentemente política, dadas as rivalidades não só entre as duas Obediências, mas também entre os dois países: a evolução divergente, em dois meios sociais diferentes, em dois países rivais na paz e confrontados no curso de longas e sangrentas guerras, só poderia levar à hostilidade recíproca. Além dos motivos políticos, existiram também os filosóficos e sociais: políticos, porque a escalada das aspirações democráticas, na França e no Grande Oriente, inquietavam o conservadorismo inglês; filosóficos, porque a tendência racionalista, que prevalecia no G.O. da França, opunha-se ao dogmatismo da G.L. Unida da Inglaterra; e sociais, porque as Lojas do Grande Oriente abriram as suas portas aos homens de todas as condições, enquanto, na Inglaterra, a Maçonaria era transformada num clube aristocrático.

Em 1921, continuando o Grande Oriente o seu trabalho, era fundada a AMI, Association Maçonnique Intrenationale", oriunda do Bureau d ́Information Maçonnique, criado em 1901, na Suiça pelos membro da Grande Loja Alpina. Participaram da criação da AMI, doze Obediências: G.L. de Nova York, G.O. da Bélgica, G.L. de Viena, G.L. da Bulgária, G.L. da Espanha, G.O. da França, G.L. da França, G.O. da Itália, G.O. dos Países Baixos, G.O. de Portugal, G.L. Suisse-Alpina e G.O. da Turquia. Na ocasião, a AMI lançou uma declaração largamente inspirada na Constituição do Grande Oriente de França. Com idéias de grande alcance social, a AMI logo atraiu as atenções do mundo maçônico, a ponto de, em 1923, ela já agrupar 38 Obediências.

Os Princípios de Regularidade da G.L.da Inglaterra

A Grande Loja-Mãe, todavia, ciosa de seu matriarcado, não tardou a reagir e, por sua pressão direta, ou indireta, a Grande Loja de Nova York e o Grande Oriente dos Países Baixos retiraram, rapidamente, sua adesão. Além disso, a Grande Loja inglesa, em 1929, publicava um documento com seus oito princípios de regularidade, ou seja, com as suas imposições para reconhecer outras Obediências, sob o título "Princípios Fundamentais para o Reconhecimento de Grandes Lojas":

"1º - Uma Grande Loja deverá ser regularmente fundada por uma Grande Loja devidamente reconhecida, ou por pelo menos três Lojas regularmente constituídas;

2º - A crença do G.A.D.U. e em sua vontade revelada são condições essenciais para a admissão de novos membros;

3º - Todos os iniciados devem prestar sua Obrigação sobre o Livro da Lei Sagrada;

4º - A Grande Loja e as Lojas, particularmente, serão compostas apenas por homens; também não poderão manter relações com Lojas mistas ou femininas;

5º - A Grande Loja exercerá o seu poder soberano sobre as Lojas de sua jurisdição, possuindo autoridade incontestável sobre os três graus simbólicos, sem qualquer subordinação a um Supremo Conselho;

6º - As Três Grandes Luzes --- Livro da Lei, Esquadro e Compasso --- serão sempre expostas nos trabalhos da Grande Loja e das Lojas de sua jurisdição; a principal Luz é o Livro da Lei Sagrada;

7º - As discussões de ordem religiosa e política são interditadas nas Lojas;

8º - Os Antigos Landmarks, costumes e usos da Maçonaria, serão estritamente observados"

O que se deve lamentar, no caso, é que a mesma G.L. Unida postergue os seus Princípios de Reconhecimento, quando isso lhe interessa, politicamente. Isso já aconteceu, inclusive na França: em 1911, foi fundada a Grande Loja Nacional Francesa --- que se auto- intitulou "independente e regular" --- por apenas duas Lojas, ou seja: a "Le Centre des Amis", de Paris, dissidente do Grande Oriente, e a "L ́Anglaise", de Bordeaux. Apesar disso ela foi rapidamente reconhecida pela Grande Loja inglesa, pois lhe convinha ter uma Obediência que rezasse pela sua cartilha, para combater o Grande Oriente. E, pelos padrões ingleses, essa Grande Loja Nacional, embora muito menor do que as outras duas, é a única regular na França, segundo a G.L. Unida da Inglaterra.

Fidelidade aos antigos usos e costumes da fraternidade

O Grande Oriente e a Grande Loja da França, porém, doutrinariamente, continuam a manter a fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à liberdade absoluta de consciência. E os usos introduzidos pelo Grande Oriente --- como, por exemplo, Tronco da Viúva e Palavra Semestral (esta, introduzida em 1777) --- são seguidos por quase todas as Obediências. O uso de espadas, por todos os obreiros, em Loja --- embora em desuso, lamentavelmente --- surgiu nos anos que antecederam a revolução, quando, em público, só nobres, ou membros do alto clero (que também eram recrutados no seio da nobreza) portavam espadas, não como arma de ataque e defesa, mas como símbolo de sua alta posição social. A Maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora seu maior contingente fosse da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de espadas em Loja, pretendia mostrar que ali todos eram iguais, não havendo nobres ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda inevitáveis diferenças sociais e econômicas para lá do limite dos templos.

Sem dúvida é, o Rito Moderno, hoje, o único fiel ao texto original das Constituições de Anderson (1723), que enfeixavam os antigos usos e costumes da Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico básico da moderna Maçonaria.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0179 - 22/02/2011

terça-feira, 30 de agosto de 2022

COMUNICAÇÃO DO COBRIDOR INTERNO AO VIGILANTE - LOJA FECHADA E LOJA ABERTA

Em 08/03/2022 o Respeitável Irmão Arimar Marçal, Loja Santo Graal, 4.690, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta o seguinte:

COMUNICAÇÃO DO COBRIDOR INTERNO

Bom dia meu Poderoso Irmão, repostei no Grupo da Loja seu artigo publicado na data de hoje 08/03/2022. Muito esclarecedor para corrigirmos alguns procedimentos errados que vínhamos praticando.

Entretanto, gerou uma dúvida que precisamos dirimir com a sua ajuda. Está entendido que o Cobridor Interno se dirige ao 1° Vigilante quando a Loja está fechada e nas situações seguintes (com a Loja aberta) o Cobridor se dirige sempre ao 2° Vigilante.

Entendo que a “interpretação correta” é de que com a Loja aberta, o Cobridor Interno “sempre” se dirigirá ao 2° Vigilante, até mesmo PARA PEDIR AUTORIZAÇÃO PARA ABRIR A PORTA DO TEMPLO inclusive quando o Venerável Mestre pede para ver quem bate à porta (por exemplo).

A grande verdade dentro da Ordem é que tem muitos “achismos e enxertos”, razão pela qual solicito sua intervenção para que continuemos sempre buscando a forma correta de praticar (e aprender) a Ritualística.

CONSIDERAÇÕES:

Objetivamente, no REAA, como eu mencionei no texto de março do corrente ano, o Cobridor Interno nos procedimentos de abertura ritualística, isto é, quando a Loja ainda não estiver aberta, o diálogo de verificação da cobertura ocorre entre ele e o 1º Vigilante. 

Já no decorrer dos trabalhos, quando a Loja já estiver aberta, o Cobridor Interno, no cumprimento do seu ofício, sempre se dirigirá por primeiro ao 2º Vigilante e nunca ao 1º. Isso pode ser constatado em se observando o ritual durante a cerimônia de Iniciação quando o Cobridor Interno se dirige ao 2º Vigilante para comunicar que batem à porta do Templo (páginas 99, 100 e 101 do Ritual de Aprendiz, REAA, in Sessão Magna de Iniciação). Assim, na sequência o 2º Vigilante comunica ao 1º Vigilante que, por sua vez, informa ao Venerável Mestre. Este, dando continuidade ao procedimento, se dirige novamente ao 1º Vigilante mandando que seja feita a verificação. O 1º Vigilante então informa ao 2º Vigilante que, finalmente, comunica ao Cobridor Interno para que ele proceda com a averiguação.

Em síntese, esse é o roteiro para quando a Loja estiver aberta nas ocasiões em que o Cobridor Interno, no cumprindo do seu dever, tenha que comunicar à Loja que alguém naquele instante pede ingresso no Templo.

Agora, no tocante ao Cobridor pedir “autorização para abrir a porta do Tempo”, simplesmente não procede, pois está subentendido que quando o Cobridor Interno recebe a missão de verificar quem bate na porta do Templo, obviamente que ele terá que abrir a porta para fazer a verificação.

O que precisamos mesmo é parar com esses achismos e invenções. Ora, Cobridor Interno pedindo ao Vigilante para abrir a porta é algo que nem merece comentários, meramente porque isso não existe em nenhuma circunstância.

T.F.A.

PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com

Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS "MASTERIZADOS"

Ir∴Bruno Oliveira
“Para os outros, a vida é ora injusta ora justa. Para nós, maçons, a vida é o que é, além de justiça e injustiça, além de nossos gostos pessoais, ela é crua, ela exige nossa presença livre e quando não a tem, faz surgir confusão, aflição e dor.”

Esse é o primeiro texto de uma serie baseado no livro “O caminho do Homem Superior” do escritor David Deida ainda sem tradução para o português. No título original, há a palavra “mastering” ‐ que aqui vamos usar no entendimento de “Superação”, não é exatamente a melhor tradução, mas não temos correspondente em português. Seria “masterizar” mesmo, se tornar um mestre.

A primeira lição que o livro nos traz é de demasiadamente impactante:

“Pare de Esperar pelo Sucesso de Qualquer Coisa na Vida”.

A maioria dos homens comete o erro de achar que um dia, tudo estará feito. Eles pensam: “Se eu trabalhar o suficiente, então, um dia, eu poderei descansar.” Ou: “Um dia, minha mulher vai entender alguma coisa e então ela vai parar de reclamar.” Ou: “Eu só estou fazendo isso agora para, mais tarde, eu poder fazer o que quero da minha vida” O erro masculino é achar que, um dia, as coisas serão diferentes de alguma forma fundamental. Não serão. Nunca termina. Enquanto a vida continua, o desafio criativo é lutar, brincar e fazer amor com o momento presente ao mesmo tempo em que você oferece a sua dádiva* única.

“Nunca vai terminar, então pare de esperar pelas coisas boas. Desde já, passe no mínimo uma hora por dia fazendo o que você gostaria de fazer quando você tivesse mais dinheiro, ou quando seus filhos crescessem e saíssem de casa, ou quando você tivesse terminado suas obrigações e se sentisse livre para fazer o que você tem vontade. Não espere nem mais um minuto. Não acredite no mito de que “um dia, tudo será diferente”. Faça o que você ama fazer, o que você está esperando para fazer, o que você nasceu para fazer. Agora. Passe no mínimo uma hora por dia fazendo simplesmente o que você ama fazer, o que você sente no fundo do seu coração que você precisa fazer ‐ apesar dos deveres diários que parecem “prender” você. Mas esteja avisado: você pode descobrir que você não pode ou não consegue fazer isso; e que, na verdade, sua fantasia de futuro é apenas isso: uma fantasia.

Ou você está vivendo plenamente, oferecendo sua dádiva em meio a esses desafios, mesmo hoje, ou você está esperando por um futuro imaginário que nunca chegará. Homens que tem vidas significativas são homens que nunca esperam: nem por dinheiro, nem por segurança, nem por uma vida fácil, nem por mulheres. Sinta o que você pode melhor oferecer como dádiva, para sua mulher e para o mundo e faça o que você puder para oferecê‐la hoje. Cada momento que se espera é um momento perdido e cada momento perdido diminui a clareza do seu propósito.”

Essa lição com certeza traz novas perspectivas para o uso de nossa conhecida ferramenta, a Régua de 24 polegadas. Que convenhamos, nós sabemos o significado de sua simbologia, mas é muito pouco aplicada na vida da maioria dos maçons que conheço. E vamos além, ainda vemos em conversas às vezes citações de versículos sobre a temporalidade das coisas como justificativa para não aplicarmos o tempo de estudo ou lazer, e estamos sempre na “correria”, resposta corriqueira da maioria dos irmãos quando pergunta-se como vão as coisas da sua vida.

Mais que dar a solução esse texto, nos traz uma profunda reflexão.

O escritor Gustavo Gitti, diz que da psicanálise, aprendemos que sempre que não agimos sobre algo (uma emoção, uma situação, um pensamento, uma pessoa), ele age sobre nós. Sempre que não somos ativos, sofremos. Por isso que o processo terapêutico foi descrito por Freud como “Wo Es war, soll Ich werden”, “Where id was, there ego shall be” ou “Onde estava o inconsciente, ali estará o ego”.

Agimos sobre as coisas para que elas não ajam sobre nós. Vale lembra da associação dessa ação com a ferramenta do Maço, ao não agirmos sobre a pedra bruta, essa agirá contra nos com sua brutalidade sobre a beleza que poderia ser alcançada. Colocamos luz na cara dos monstros que nos assustam. “Queremos liberar os condicionamentos que nos arrastam.”

Fonte: http://ritoserituais.com.br

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

CIRCULAÇÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS

(republicação)
Em 09/10/2017 o Respeitável Irmão Antonio Carlos Costa, Loja Dever e Humanidade, 860, REAA, GOPE (GOB), Oriente de Caruaru, Estado de Pernambuco, formula a seguinte questão:

CIRCULAÇÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS

Peço esclarecer-me a seguinte questão:

Nosso novo Mestre de Cerimonias quando solicitado pelo Venerável Mestre para conduzir o Irmão Orador para abertura do Livro da Lei, toma seu bastão e sai do seu lugar ao Sul e vai direto ao Oriente, ou seja, não faz o giro Oeste, Norte e Oriente, circundando o Painel do Grau que fica no centro do Ocidente.

Alega o Mestre de Cerimonias que estando a Loja ainda fechada não precisa dar esta volta para ir ao Oriente até o Orador.

Contestei. Como sou das antigas este procedimento me causou estranheza, por isso recorro ao estimado Irmão para os devidos esclarecimentos.

CONSIDERAÇÕES:

É mesmo impressionante a capacidade que alguns Irmãos têm para inventar justificativas sobre as suas ideias inapropriadas. 

Se a Loja não está ainda ritualisticamente aberta, ela está, entretanto, em processo de abertura, portanto seguem-se as regras da liturgia do Rito – há circulação.

Cabe aqui um esclarecimento: salvo o reconhecimento como segunda obrigação feito pelo Vigilante - ou Vigilantes conforme o caso - o que não se faz antes da abertura é o Sinal. Já os demais processos ritualísticos ocorrem normalmente a partir do momento em que o Venerável Mestre solicita aos presentes: “Meus Irmãos; ajudai-me a abrir a Loja”. A partir daí a circulação de costume é respeitada normalmente. Na realidade esse artifício tem a finalidade de ordenar e organizar os trabalhos litúrgicos, evitando-se assim uma desigualdade de procedimentos.

Conforme o ritual não existe circulação horária apenas quando o préstito organizado ingressa no Templo para a abertura dos trabalhos e quando dele todos se retiram após o fechamento da Loja. 

Quanto a essa do Mestre de Cerimônias sair direto do seu lugar em direção ao Orador é uma atitude negligente e de péssima geometria. Assim, o apropriado nesse caso é que o Mestre de Cerimônias, bem como os Diáconos, nos deslocamentos para a abertura dos trabalhos obedeça cada qual a sua respectiva circulação. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

PAPO DE BODE

O irmão Milas recebe em casa a visita dos irmãos Otaner e Ramehda. A esposa de Milas auxilia na recepção e todos se cumprimentam e se beijam. Com a alegria de sempre, eles se sentam e antes de iniciarem as conversas, Milas pede à esposa:
— "Querida, por favor, peça à Maria que providencie aquele cafezinho três 'efes'- fraco, frio e fedido prá esses dois 'efes' " — sorrindo, e antes de aparecer adjetivos maliciosos, completou: "falantes e fraternos". Todos riem muito.
Na verdade eles estavam pedindo "cobertura de sala", temporária, à cunhada. Ela entende muito bem, pede licença e sai. Recomenda à empregada que prepare o café e volta a fazer o que fazia antes na saleta anexa: costurar a alça do avental de Milas que havia arrebentado.
Enquanto costura vai pensando:
"Milas está engordando muito; precisa moderar nesses... como é mesmo aquela palavra que eles falam?...a...ágape...isso...precisa diminuir esses ágapes semanais".
E a conversa na sala principal é tão alta que chega a ser impossível deixar de ouvi-la.— "Ontem eu estive na Quinta Essência", disse Otaner.— "E ela é da Sereníssima?", pergunta Ramehda.— "Lógico, é a 349. Foi uma sessão pra lá de Jota e Pê. Não era Magna, todos estavam de balandrau, mas fizeram a entrada de Past Master com a abóbada de aço e estrelas. O Veeme comandou uma bateria incessante. Depois esse Filho da Viúva apresentou uma senhora peça de arquitetura. Falou de um obreiro que seguiu para o Oriente Eterno, depois de trabalhar incessantemente na Pedras Bruta e Polida e considerava o Livro da Lei a obra máxima na Terra."
Com a agulha e a linha, a cunhada vai unindo novamente a alça do avental, mas, por mais que se esforçe, não consegue unir aquelas palavras a um sentido qualquer.
— "E eu estava, na semana passada, na Era de Aquarius, lá em Ribeirão", fala Ramehda. "Eu nunca vi tantas colunas gravadas na bolsa! Eram pranchas e mais pranchas, muitas prévias, e um pedido de Quit-Placet; todos ficaram surpresos, principalmente as luzes; fiquei com pena do Secretário: a medida que o Veeme ia decifrando, ele ia botando tudo aquilo no balaústre. Também fiquei bobo de ver a quantidade de metais no Tronco. a única coisa que eu não gostei, foi quando eles formaram a cadeia para passar a semestral, eu tive de ficar no Átrio."
A esposa continua a não entender bulhufas.
— "Mas é claro, se você não é do Quadro...", argumenta Milas. "Nesse caso não importa quantos degraus você subiu na escada de Jacob. E, falando nisso...", continua, "em junho participei de trabalhos de banquete na Seguidores em Cruzeiro. Meti o meu 'ne verietur' no livro e nem foi preciso ser trolhado. O betume estava delicioso e a pólvora vermelha estava divina. Fizemos bons fogos. Na Bem da Ordem, ou melhor sobre o Ato, falei sobre alguns landmarks e depois agradeci."
A cunhada já se considerando uma estrangeira, serve o café em silêncio e momentos seguintes os irmãos se despedem e se vão, após o tradicional "Que o Grande Arquiteto os acompanhe". —
Querido — pergunta a esposa — "por quê vocês não conversam como pessoas normais?"
Milas beija-lhe a fronte e, sorrindo, responde:
— "Porque você é uma linda goteira !"

Fonte: http://jamilkauss24.blogspot.com

domingo, 28 de agosto de 2022

PRÉSTITO DE INGRESSO E O TÍTULO DISTINTIVO DE "G. A. D. U."

 Em 08.03.2022 o Companheiro Maçom Irmão Roberto Nardi Silva Barbosa, Loja Estrela de Imbituva, 0564, GOB-PR, REAA, Oriente de Imbituva, Estado do Paraná, solicita os seguintes esclarecimentos:

 PRÉSTITO E TITULO A G D G A D U

 Trago duas perguntas.

1 - Na entrada no templo, consta no livro de procedimentos e no site do SOR que o préstito deve ser organizado antes da entrada, e esta deve ser feita em silêncio, logo é incorreto da parte do mestre de cerimônias anunciar os graus durante a entrada, certo?

2 - Já vimos tanto em nossa loja quanto em outras no momento em que o irmão inicia uma apresentação de trabalho, SEMPRE começar com "à gloria do Arquiteto do Universo". Gostaria de lhe perguntar se existe essa exigência dentro da nossa ritualística, e existindo de onde teria surgido e qual a justificativa para tal, não encontramos.

 CONSIDERAÇÕES:

 01.  No REAA o préstito é formado no Átrio para o ingresso de modo organizado no Templo. O Mestre de Cerimônias distribui as joias dos respectivos cargos e organiza a ordem de entrada conforme previsto no ritual. No momento do ingresso costumeiramente e de modo genérico o Mestre de Cerimônias comanda a entrada – Aprendizes, Companheiros, Mestres sem cargo, Oficiais, etc. Obviamente que os procedimentos de ingresso se dão conforme a ocasião, isto é, podem estar presentes autoridades e visitantes, cujos quais compõem o préstito conforme nossos regulamentos e costumes. 

02.  O título G A D U em Maçonaria assume um caráter conciliatório no que diz respeito à crença de cada um dos seus membros. Conforme os Ritos, sua designação pode aparecer como Supremo Arquiteto, Supre Árbitro, etc. Mas tudo com o caráter de exaltar um único personagem para a Divindade. 

Nesse contexto, principalmente na Maçonaria latina, adquiriu-se o hábito de se colocar em documentos e correspondência como termo inicial a frase “À G D G AD U∴”. 

Atualmente essa prática é mantida em muitas Lojas e Obediências, mas não em caráter de obrigatoriedade, porém como preservação de usos e costumes.

A sigla “G A D U∴” dada ao Criador, Ente-Supremo ou Deus, filosoficamente, segundo alguns exegetas, teve origem na Geometria, a quinta ciência das Sete e Artes e Ciências Liberais da Antiguidade.

Nesse contexto, a Geometria, criada no Egito para medir as terras férteis do Rio Nilo, fora levada por sábios gregos à Grécia onde recebeu a conotação filosófica de “O Grande Geômetra”, ou Aquele que instituiu a Ordem, Harmonia e Equilíbrio do Universo. 

A Moderna Maçonaria, se valendo desses conceitos, acabou adotando o título de G A D U para o Ente-Supremo Criador do Universo. 

 T.F.A.

PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com

Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O ABRASIVO QUE AFIA O CINZEL

Ir∴ Charles Evaldo Boller
A gigantesca e verdadeira obra da Maçonaria é propiciar ao seu Iniciado um lugar adequado para a modificação da personalidade, a moderação de paixões e desejos e o desenvolvimento de virtudes; numa escalada que inicia numa operação denominada: desbastar a pedra bruta.

Esta atividade consiste no trabalho, básico e rústico, de arrancar da pedra, arestas, deformidades e protuberâncias, de modo que ela possa vir a adaptar-se ao seu lugar reservado numa importante construção.

Traduzindo, significa: o Aprendiz recebe instrução, é dotado de ferramentas, de conhecimentos elementares, é assistido por método e simbologia próprios que, manipulados por seu intelecto, culminam em desenvolver suas capacidades racionais, intelectuais, lógicas e filosóficas nos assuntos da Maçonaria.
E estas, por sua vez, o auxiliam a subir uma escada, que parte de um ambiente onde domina a matéria, e o eleva até um estágio onde ocorre a predominância do espírito sobre a matéria.

O interessante é que, o potencial adquirido com o uso da sua própria intelectualidade, dependendo de suas raízes culturais, não o precipita na geração de dogmas que possam torná-lo fanático; ao contrário, o treinamento o leva ao suave equilíbrio entre racionalidade e espiritualidade.

Gradativamente, o processo "abre portas inefáveis" até então invisíveis. Sua sensibilidade lhe revela, a cada reunião, no Templo, especialmente preparado para o seu desenvolvimento pessoal, onde, sob efeito de sons e incenso, ocorre sua integração com a força do Maçom, um campo energético gerado pelo seu grupo de companheiros.

A vida mística e profunda da essência dos símbolos vai, gradativamente, revelando o que, até então, não enxergava. Desvelando apenas uma parte, onde ele mesmo é material de construção, uma pedra que, depois de trabalhada, constituirá parte integrante do grande templo moral da humanidade.

Dentre as ferramentas de trabalho do Aprendiz estão o maço e o inseparável cinzel, que desbastam a pedra bruta, ele mesmo. O cinzel representa o intelecto e, ambos, concorrem para o mesmo objetivo. É exemplo de dualismo construtivo, eficaz e positivo.

O cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. Seguro pela mão esquerda, corresponde ao aspecto passivo da consciência, à penetração, à receptividade intelectual, ao discernimento especulativo, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade. Serve de intermediário entre o homem e a natureza. Sozinho, seu uso é quase nulo. Sem a ajuda do maço, ele não produz muita coisa, exige participação da outra ferramenta. Assemelhado com a razão humana que, isolada, nada constrói. O cinzel carece da parte operativa, ação, força e trabalho do maço.

A lógica, representada pelo cinzel, torna o Aprendiz independente, sem torná-lo mesquinho. Sem sua intervenção, o resultado do trabalho seria inútil, senão perigoso. A sua falta representa as soluções aprisionadas no espírito. Além de ser emblema da escultura, arquitetura e belas artes, é, também, a imagem da causticidade dos argumentos, que permite destruir os sofismas do erro.

O cinzel é usado para o trabalho mais bruto, no alicerce de uma construção. Um trabalho básico. É o aço aplicado sobre a pedra, ambos duros, mas, a dureza do cinzel é maior, ademais, está afiado, daí sua capacidade de penetração, de corte das asperezas. Com ele corta-se fora o que o homem tem de feroz, levando-o a uma condição mais elevada, diante da natureza e aproximando-o do conceito de Grande Arquiteto do Universo.

A Terra seria um deserto se os seres humanos deixassem de fazer, por polidez, o que são incapazes de fazer por amor, e seria quase perfeito, se cada um conseguisse fazer, por amor, o que só faz por polidez; isto porque, ela faz a pessoa parecer por fora, como deveria ser por dentro.

Quem não for bastante delicado e cortês não pode ser muito bom.

Cerimônias são diferentes em cada país, mas a verdadeira cortesia é igual em todos os lugares.

Assim como a cera, naturalmente dura e rígida, torna-se, com um pouco de calor, tão moldável que se pode levá-la a tomar a forma que se desejar. Também se pode, com um pouco de cortesia e amabilidade, conquistar os obstinados e os hostis.

Partindo do princípio de que uma virtude não é natural, mas uma qualidade desenvolvida ao longo do crescimento individual, do ponto de vista moral, a polidez é uma virtude. Como exemplo: o que acorreria com as quatro virtudes cardeais: justiça, prudência, temperança e coragem, se o indivíduo não é polido ou destituído de qualquer educação ou cortesia? Seriam inúteis!

Sem a educação e o respeito, não há como desenvolver virtudes. E como a polidez é algo de aparente pouca importância, é neste "quase nada" que reside seu mérito. Ela pode ser definida como o caráter ou a qualidade do que é polido, da fina educação, da gentileza.

É também uma forma do discurso, que indica cortesia e civilidade daquele que fala. Ao que se esforça no uso de expressões que atenuem o tom autoritário, do imperativo e outras fórmulas de etiqueta linguística.
Adicionalmente, designa o indivíduo que possui grandes virtudes e elevada cultura e conhecimento em determinadas áreas do saber.

Na luta para obter maior controle do espírito sobre a matéria, a polidez lustra o coração, de modo que revele o não visto. Sua transparência é proporcional ao quanto foi polido.

Para quem mais poliu sua sensibilidade, manifestam-se mais formas invisíveis e revelam-se verdades para as quais a mais sofisticada racionalidade é impotente.

E o cinzel deve ser afiado, continuamente, permanentemente, exigindo constante aporte de novos conhecimentos, para não embotar. É a Polidez, o conhecimento aprofundado de temas da vida que o afia. Afiar o cinzel significa receber fina educação, ser cortês e atencioso. E estas são atividades nas quais, denodadamente, deve-se investir com força, com a ação do maço, e, gradativamente, ir galgando a escada que leva à perfeição que pertence ao Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora Ltda, 413 páginas, São Paulo, 2001;
2. Paraná, Grande Loja do, Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, terceira edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001.

Fonte: https://martinlutherking63.mvu.com.br

sábado, 27 de agosto de 2022

CHAMA SAGRADA NO REAA?

(republicação)
Em 05/10/2017 o Respeitável Irmão Maycon Corazza, Loja Vigilantes do Oeste, 2.713, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, formula as questões seguintes:

CHAMA SAGRADA

Gostaria de contar com vosso conhecimento para melhor compreensão de alguns aspectos relacionados com o R⸫E⸫A⸫A⸫

Qual a localização correta no Templo para a chamada ‘Chama Sagrada’? 

Sendo o Irmão adepto da Maçonaria autêntica, qual interpretação nos aponta para a ‘Chama Sagrada’? Qual sua importância para os trabalhos? 

A Chama Sagrada deve ser acesa antes do início dos trabalhos. Há alguma simbologia para isso? 

Qual o momento correto para que a Chama Sagrada seja apagada: logo após ser apagada a vela do altar do Venerável Mestre ou depois que todos os Irmãos tiverem deixado o Templo? 

Aproveitando, qual interpretação nos poderemos dar para o acendimento/apagamento das velas nos altares e sua sequência? 

Muitíssimo obrigado, meu Irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Em lugar algum é mencionada essa tal de “chama sagrada” no Ritual do REAA⸫ do GOB. Alias, em se tratando do REAA⸫ e nenhum ritual autêntico essa “chama” será encontrada.

Não confundir com o que prescreve o manual de Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR 2016 quando menciona, caso as luzes do candelabro ainda não forem elétricas, a existência de uma vela auxiliar acesa apenas e tão somente para ajudar o Mestre de Cerimônias no acendimento das respectivas Luzes que vão sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e nas mesas ocupadas pelos Vigilantes.

Ora isso não é e nunca foi “chama sagrada”, pois se assim fosse então o que aconteceria nas Lojas que adotam essas Luzes alimentadas por lâmpadas elétricas conforme também prevê o ritual? Acaso existiria um “interruptor sagrado” para essa oportunidade? 

Essa estória de chama sagrada não existe no Rito em questão, embora ainda alguns insistam nesse anacronismo, inclusive desrespeitando o que prescreve o ritual em vigência.

Na realidade essa vela acesa foi colocada no Rito Escocês apenas no intuito de facilitar os trabalhos para as Lojas que ainda não adotaram lâmpadas elétricas adequadas ao candelabro. Nesse caso a intenção foi a de dar celeridade à prática ritualística, mas desafortunadamente alguns viram nela uma espécie de “luz emanada do divino”, provavelmente por “achar” bonito as práticas litúrgicas de outro Rito onde originariamente existe um cerimonial específico de acendimento das velas.

Lojas onde porventura as Luzes já sejam lâmpadas elétricas, obviamente essa vela auxiliar nem existe.

Vamos às questões: 

Como ela não existe, não há o porquê de existir um lugar para algo inexistente. 

Alguns teimam que é sobre o Altar dos Perfumes, cujo qual é outro elemento que só serviu para ocasião em que o Templo foi consagrado quando recebeu a dignidade para os trabalhos maçônicos. 

Infelizmente o Altar dos Perfumes permaneceu e acabou dando vazão às invenções como se ele servisse para se colocar a chama sagrada ou ainda receber incensos (tudo coisas nulas no simbolismo do REAA⸫).
Se fosse o caso do Rito Adonhiramita onde existe a cerimônia de acendimento das Luzes, até teríamos uma interpretação, mas como ela não existe no escocesismo simbólico, não há nenhum comentário e nem uma avaliação que meça a sua importância para os trabalhos. 

Como ela não existe no Rito em questão, a resposta fica prejudicada. 

A título de esclarecimento, note que no manual de Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, quando existe menção a respeito da “vela auxiliar”, assim que ela tiver cumprido o seu objetivo, o Mestre de Cerimônias, sem nenhuma cerimônia, simplesmente a apaga porque ela não é luz litúrgica. 

Do mesmo modo, pela sua inexistência, não há resposta para tal. 

Entretanto é oportuno mencionar que o Altar não é “do” Venerável Mestre, porém é por ele ocupado – esse Altar é parte do mobiliário da Loja. 

Do mesmo modo que não existe essa “chama sagrada”, também não existe no REAA⸫ cerimonial de acendimento de velas, senão um ordenamento prático para a abertura e encerramento dos trabalhos. 

A propósito, no verdadeiro escocesismo essas Luzes deveriam ser acesas pelo Arquiteto antes do início dos trabalhos e por ele apagadas depois da retirada dos Irmãos do recinto. 

As luzes litúrgicas representam as Luzes da Loja, ou as Luzes Menores. Esotericamente, sem nenhuma crendice, elas concebem de acordo com o número delas acesas a evolução do Obreiro.

Assim, não há cerimonial, apenas elas são acesas conforme o Grau. 

O que prova que não existe cerimônia de acendimento para elas é que quando as mesmas forem lâmpadas elétricas, cada titular acende e apaga a sua.

Ratifico, cerimônia de acendimento de Luzes é própria de outro Rito, nunca do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Eram essas as considerações devidas, lembrando que a pura Maçonaria desconhece arguições que envolvem crendices que possam transformar o ambiente maçônico em um palco de proselitismo religioso. Que cada um busque na sua religião a sua necessidade de fé. Destaco que existem inúmeros ritos maçônicos e suas liturgias específicas que se adequam à diversidade do pensamento. Antes dos enxertos ritualísticos, que cada qual ocupe seu lugar conforme o que melhor lhe aprouver. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE MONTESQUIEU

CHARLES-LOUIS DE SECONDAT (Castelo de La Brède, 1689 — Paris, 1755). Um dos grandes filósofos e políticos do Iluminismo. Curioso insaciável, tinha um humor mordaz. Ele escreveu um relatório sobre as várias formas de poder, em que explicou como os governos podem ser preservados da corrupção.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 12 de maio de 1730 (Sexta-feira)

Loja: Loja Horn Tavern, Westminster, Inglaterra.

Idade: 41 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 66 anos de idade, vítima de febre.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM

O dia 22 de fevereiro foi fixado como o “DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM”. Esta data foi escolhida, pois exatamente neste dia, comemora- se nos Estados Unidos, o aniversário de GEORGE WASHINGTON.

Do dia 20 a 22 de fevereiro de 1.994, realizou-se em Washington, capital dos Estados Unidos, a Reunião Anual dos Grãos-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte, com a presença das Obediências Grande Loja da Inglaterra, Grande Loja Nacional Francesa, Grande Loja Regular de Portugal, Grande Oriente da Itália, e o Grande Oriente do Brasil entre outras.

Ao final dos trabalhos, o Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Fernando Paes Coelho Teixeira, sugeriu a fixação da data do dia 22 de fevereiro como o “DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM”, a ser comemorado por todas as Obediências reconhecidas, o que foi totalmente aprovado por todos os presentes.

Washington foi iniciado na Maçonaria no dia 4 de novembro de 1.752, na "Loja Fredericksburg no 4", de Fredericksburg, no estado da Virginia; elevado ao grau de Companheiro em 1.753, e exaltado a Mestre no dia 4 de agosto de 1.754. Vale ressaltar que a Maçonaria nos Estados Unidos teve início em 23 de abril de 1.730, no estado de Massachussets, portanto 02 (dois) anos antes do nascimento de George Washington.

O Primeiro Presidente Norte-Americano GEORGE WASHINGTON foi o primeiro presidente norte-americano, sendo um forte defensor da democracia, permitiu que o seu país emergisse como uma nação verdadeiramente voltada aos interesses do povo. Washington foi eleito por duas vezes ao cargo, mas após o final de seus mandatos, ele não tentou permanecer no poder. Ele então estabeleceu a organizada e pacífica passagem de poder de um líder eleito para outro – um precedente que sempre permaneceu em vigor em toda a história dos Estados Unidos. Segundo alguns biógrafos de George Washington, este não era um grande pensador ou orador assim como outros líderes americanos anteriores tais como Thomas Jefferson, James Madison ou Benjamin Franklin.

Entretanto, sua liderança provou ser ainda mais valiosa que a mente brilhante destes homens. Não fosse por sua liderança, provavelmente as bases para a lei, ordem e democracia nos Estados Unidos não teriam se estabelecido de forma tão sólida e não teriam resistido ao tempo.

Representante da Virginia no 1o Congresso Continental (1.774) e Comandante-geral das forças coloniais (1.775), dirigiu as operações, durante os cinco anos da Guerra de Independência, após a declaração de 1.776. Ao ser firmada a paz em 1.783, renunciou à chefia do Exército, dedicando-se então aos seus afazeres particulares.

Como Presidente da República norte-americana, nunca olvidou a sua formação maçônica: ao assumir o seu primeiro mandato, em abril de 1.789, prestou o seu juramento constitucional sobre a Bíblia da "Loja Alexandria no 22", da qual fora Venerável Mestre em 1.788; em 18 de setembro de 1.783, como Grão-Mestre da Grande Loja de Maryland, colocou a primeira pedra do Capitólio - o Congresso norte-americano - apresentando-se com todos os seus paramentos e insígnias de alto mandatário Maçom.

GEORGE WASHINGTON faleceu em sua casa, em 14 de dezembro de 1.799, seu sepultamento ocorreu no dia 18, na mesma propriedade de Monte Vernon, numa cerimônia fúnebre Maçônica, dirigida pelo Reverendo James Muir, capelão da "Loja Alexandria no 22", e pelo Dr. Elisha C. Dick, Venerável Mestre da mesma Oficina.

O legado do primeiro presidente norte-americano continua até hoje. A capital do país, Washington D.C. (Distrito de Colúmbia), recebe seu nome. Uma nação agradecida reconhece que sua grandeza se deve em grande parte a homens como Washington, que lutaram para criar um país baseado nos ideais de “vida, liberdade e a busca pela felicidade”. Mesmo que a história americana não seja impecável, a nação provou ser uma fonte de liberdade, oportunidade e riqueza para norte-americanos e imigrantes de outras nações do mundo.

Pelo exposto, a fixação do dia 22 de fevereiro como “DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM”, representa uma justa homenagem a um grande maçom, que antes de tudo, após a sua luta pela Independência de seu país, preferiu como forma de governo, a República Democrática à monarquia, transformando-se num dos Grandes vultos da História Universal.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0179 - 22/02/2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

POR QUAL LADO ENTRA O VENERÁVEL MESTRE NO ALTAR PARA OCUPAR O SÓLIO?

(republicação)
Em 03/10/2017 o Respeitável Irmão Leo Samuel Santana, Loja Gonçalves Ledo, sem mencionar o nome do Rito, Grande Oriente Paulista (COMAB), Oriente de Presidente Bernardes, Estado de São Paulo a e Estado da Federação, formula a seguinte questão:

ENTRADA DO VENERÁVEL MESTRE NO ALTAR

Envio esse e-mail para esclarecer uma dúvida, que é a seguinte:

Por qual lado do Oriente o Venerável entra para tomar assento no Trono?
Sua entrada deve ser pelo norte do Oriente ou sul do Oriente?

Considere o trono na visão de quem entra no Oriente.

EXPOSIÇÕES:

Como o consulente não informou o Rito praticado, eu darei as considerações para o REAA⸫

Também todos os comentários a respeito obedecem ao ponto de vista de quem do Ocidente olha para o Oriente.

Quem ingressa no Oriente da Loja o faz sempre partindo da Coluna do Norte, isto é, à esquerda de quem nele entra. Por assim ser, estipula-se, por questão de praticidade, que o Venerável Mestre ingresse pelo lado nordeste do Altar, isto é, olhando do Ocidente para o Oriente, pela sua esquerda.

Quanto a sua retirada ela é feita pelo lado sudeste do Altar, já que obrigatoriamente quem se retira do Oriente, ao dele sair, ingressa na Coluna do Sul.

A exceção da prova da Taça Sagrada, todas as abordagens no Altar são feitas pelo ombro direito do Venerável Mestre estando ele sentado no sólio.

Assim, o acesso e a retirada do Altar ocupado pelo Venerável Mestre coincidem com o lado que se ingressa no Oriente (a nordeste) e ao que dele se sai (a sudeste).

Essa prática tem apenas o desiderato de facilitar os deslocamentos no recinto, portanto nada dela tem em especial finalidade esotérica ou doutrinária.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br