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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A HORA DA VERDADE: SELECIONAR PARA NÃO ERRAR

Ir∴ Denílson Forato - M∴M∴

O fato aqui narrado ocorre todos os dias no mundo maçônico, talvez nesse exato momento esteja ocorrendo em algum lugar do nosso Amado Brasil.

Outro dia nos perguntaram, o que eu preciso fazer para entrar na maçonaria?

Então lhe devolvemos a pergunta, porque você quer entrar na maçonaria?

O nosso interlocutor gaguejou, se coçou, buscando as palavras que talvez proporcionasse-lhe esconder as verdadeiras razões, e nos respondeu;

- É que eu acho muito bonito ser maçom, acho interessante Continuamos então a perguntar. Porque ?

Porque vocês se tratam por irmão e parece que vocês levam isso muito a sério

Continuamos a perguntar, e por acaso você é filho único? Pelo que sei você tem vários irmãos, não é mesmo?

Sim, realmente tenho vários irmãos, só que no caso de vocês é diferente, vocês chamam de irmão alguém que não tem laço algum de parentesco, e é isto que agrada-me

Perguntei-lhe então, será que é só isso mesmo? Creio que isto é muito pouco para você resolver querer entrar em uma sociedade, você não acha?

- É, só que eu já andei lendo bastante sobre a maçonaria; seus princípios, sua filosofia, finalidades, objetivos , etc., e creio que é o tipo de sociedade que irá preencher o vazio que creio ter. Além do que vocês tem como princípio a fraternidade e a ajuda mútua, acho isto muito interessante

Sendo assim, te pergunto, podes hoje dispor de um mínimo de R$150,00 por mês para ajudar a custear uma sociedade filantrópica e os nossos custos de manutenção, sem que este valor prejudique de alguma forma o teu orçamento?

Olha, eu acho que sim, mas, tenho que gastar tudo isto por mês

Sim, isto e mais um pouco, achas realmente que estás preparado para entrar nessa sociedade como membro atuante, ou vamos abrir o jogo, você de alguma forma acha que a maçonaria poderá te ajudar muito mais do que hoje tu a poderás ajudar?

Sim, também, mas vocês não se ajudam mutuamente, ou seja, sendo maçom as coisas não são facilitadas de alguma forma

Creia, este é o grande motivo das debandadas dos que na nossa sagrada ordem entram, nosso principal objetivo não é o de ser ajudado, ou Ter a nossa vida material de alguma forma facilitada, e sim, ajudar, lutar para a construcão de um mundo melhor para todos os que fazem dele a sua morada.

Portanto, para ingressar na maçonaria, primeiramente devemos reunir condições de nos auto ajudar e de ajudar os nossos semelhantes, sejam ou não maçons.

Creia, a maçonaria brasileira ainda não decolou, porque estes princípios fundamentais foram desvirtuados, realmente, você tem razão, aqui no Brasil, ela se compara a uma grande sociedade de ajuda mútua desvirtuada.

Como uma esmagadora maioria entrou sem as condições mínimas necessárias, o número dos que tem condições de ajudar é infinitamente menor do que a esmagadora maioria dos que entraram pensando em serem ajudados. Isto posto, NÃO HÁ O BENEFICIADOR, NEM O BENEFICIADO.

O que se vê hoje na maçonaria brasileira é um grande contingente dos que nem ao menos conseguem pagar as taxas mínimas de manutenção. É também verdade que as frustrações são em razão de uma expectativa não satisfeita dos que entraram com um único objetivo, se beneficiar, ou dos que hoje entram e se deparam come este estado de coisas e correm, por não agüentar tanta heresia, hipocrisia e pedidos em suas portas como se fossem tábuas de salvação.

Os que possuem as reais condições de se tornarem grandes maçons, hoje, lamentavelmente, correm dela. Perdem eles. Perde a maçonaria, e perde ainda mais a humanidade como um todo que deixa de ver formado um grande líder, capaz de enfrentar e resolver os problemas e conflitos que a atingem.

Assim como Os Templários nasceram para proteger os cristãos na rota que os conduzia a Jerusalém, a maçonaria nasceu para em nome de DEUS e por DEUS, ajudar a humanidade a cumprir os seus desígnios, tornando nosso mundo terra mais justo e perfeito.

Portanto, a maçonaria possui duas faces distintas, numa ela modela o caráter do indivíduo para se tornar um homem de bem, noutra ela exige que o indivíduo tenha posses e condições de amplia-las, aí sim, com a ajuda dos membros da ordem, com um único objetivo, auxiliar a humanidade, combatendo, a fome, a miséria material, espiritual e intelectual.

Vamos tomar por exemplo os procedimentos de uma guerra, onde temos que formar um exército para combater e vencer o inimigo: (O INIMIGO - a fome, a miséria material e espiritual da humanidade).

Primeiramente vamos escolher os bons comandantes (OS SÁBIOS - maçons que já alcançaram um elevado grau de iniciação, seres elevadamente espiritualizados e possuidores da estabilidade econômica e financeira necessária.

A seguir vamos escolher os jovens soldados, cheios de saúde, sem os defeitos que os impossibilitem lutar, portadores das condições necessárias para que se tornem futuros comandantes ( O FUTURO INICIADO - tem que ter um bom começo de estabilidade econômica e financeira, conduta ilibada, bem como tendências fortes de espiritualização, para que guiado e ajudado pelos SÁBIOS, possa se tornar um deles.

Se houver uma rigorosa seleção de bons soldados, teremos a formação de bons comandantes, a união de ambos, fortalecerá o regimento, para enfrentar e sair vitorioso na guerra proposta.

Aí reside a grande diferença entre a maçonaria dos Estados Unidos da América e a dos países Latinos Americanos, especialmente a do Brasil.

Tudo na verdade é uma questão de história e filosofia, a maçonaria brasileira está preocupada com a proliferação de lojas e contingentes de associados, quanto maior o número, maior será o valor arrecadado, e com este valor pode-se ?

Quanto maior o número de associados despreparados, maior será a facilidade para rifar-se cargos sem serem molestados.

Tudo é feito num faz de conta e numa grande ilusão, Deputado Estadual Maçônico, Deputado Federal Macônico, Juizes Maçônicos, Grandes Secretários, Grande Isto, Grande Aquilo, Supremo Isto, Supremo Aquilo, nomes pomposos para todos os gostos. Até que tudo seja verdade, um dia será.

Diante de tais circunstâncias, os antigos maçons, nossos antepassados, que foram para o oriente eterno, choram todos os dias em suas orações, por verem a Sagrada Ordem dos Tempos e dos Templos profanada pelos que são da maçonaria só e somente só (MEROS ASSOCIADOS).

A maçonaria brasileira possui muitos SÁBIOS (autênticos), porém, estes ainda não são escutados, são preteridos e combatidos, pelos que se satisfazem com as facilidades advindas da prática do associativismo, usando o nome maçonaria, porém, jamais, seguindo os seus perfeitos conceitos.

A maçonaria é sublime, seus conceitos perfeitos, a Ordem em si é perfeita, tão perfeita que apesar de tudo sobrevive aos desmandos e vícios dos homens.

Nesse milênio, o joio será separado do trigo, por uma seleção natural, que será conseguida graças as dificuldades que o mundo terra está experimentando.

Ha uma esperança generalizada por parte de todos os estudiosos da Nobre Arte, que esta possa ser um dia a herdeira da verdadeira iniciação, no entanto, o homem tem a colocado cada vez mais distante desse caminho, por vaidade, egoísmo, improbidade administrativa e ausência espiritual de alguns poucos que chegam ao mais alto comando desta. Transformando- a em feudos de um poder imaginário, onde se sentem verdadeiros imperadores, fazendo e usando de todos os meios possíveis para não perderem os seus cetros.

Chega-se ao absurdo de travarem-se verdadeiras batalhas para disputar a presidência de uma loja, a origem da proliferação de lojas e dissidentes, também se dá em virtude desses embates, sabem porque? Porque os imperadores ao seu tempo criaram a figura de que certos cargos na maçonaria só pode ser exercido por quem tenha presidido uma loja.

Aonde está a filosofia, aonde está o verdadeiro sentido da iniciação, se uma grande maioria dos que chegaram ao comando de uma loja, ali chegaram por caminhos tortuosos, tanto isto é verdade, que os maiores problemas dentro das lojas tem sua origem naqueles que já a comandaram, pois muitos destes, se consideram, seres superiores, revestidos de uma falsa santidade e sapiência, que faria qualquer profano ou leigo sentir vergonha só de saber que isto existe.

Nasci, não sei quando.

Em meu nome ergueram templos de pedra e os encheram com os que não me compreendiam.

Em meu nome, se fantasiaram e se engalanaram. Em meu nome, fizeram-se falsos homens de bem. Em meu nome, buscaram o poder pelo poder.

Em meu nome, delegaram-se sapientes e iniciados. Em meu nome, fizeram-se donos da verdade.

Em meu nome, perseguiram mais do que ajudaram. Em meu nome, ludibriaram e enganaram.

Em meu nome, me dividiram, como se eu não fosse uma só.

Em meu nome, retiraram dos meus rituais a essência dos ensinamentos do meu criador.

Em meu nome, criaram graus e degraus, como forma de serem importantes por estas conquistas e não pelo trabalho interior e exterior de cada um.

Em meu nome, criaram e criam vários ritos, tudo no grito.

Em meu nome, ganham a vida criando estórias e arregimentando seguidores para estas, para mais tarde se desmentirem.

Em meu nome, fazem leis e normas para os favorecer, ou para tentar calar o meu grito através dos que tentam me defender.

Em meu nome, usam a sociedade para benefício próprio e de seus apadrinhados ou cúmplices.

Em meu nome, criam até rituais onde o iniciado não necessita crer em DEUS, coitados, não sabem nem ao menos o que é uma iniciação .

Em meu nome, iniciam sem jamais iniciar.

Em meu nome, se colocam como maçom sem jamais se preocuparem em um deles verdadeiramente um dia se tornar.

Em meu nome, relegam a um segundo plano o verdadeiro sentido da iniciação.

Em meu nome, fazem sessões rápidas, maquinalmente, sem propósito algum, para sobrar mais tempo para a sessão gastronômica.

Em meu nome, sim, em meu nome, fazem tanta coisa errada que até fico constrangida em aqui apresentar.

Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar o homem a se aproximar do nosso Criador que é DEUS.

Eu sou justa, sou perfeita, dei os símbolos como meio didático para o homem melhor me compreender e praticar.

Eu sou justa, sou perfeita, criei o ritual para poderem com os símbolos melhor me compreender e entender.

Eu sou justa, sou perfeita, pensei que o homem poderia através dos símbolos e dos rituais interagir melhor com as forças energéticas positivas do universo.

Eu sou justa, sou perfeita, chamei o homem de pedra bruta para que ele sentisse e compreendesse a necessidade de se lapidar.

Eu sou justa, sou perfeita, mostrei ao homem que o templo físico deveria ser uma representacão do universo, só que alguns não entenderam, que tudo ali é sagrado, é uma das muitas moradas do meu Pai. Ali não há lugar para a inveja, o ciúme, a disputa, a vaidade, a intemperança, a raiva, a injúria e o juízo de valor.

Eu sou justa, sou perfeita, até deixo o homem dizer que eu tenho segredo, estes, se existem, são administrativos, como qualquer sociedade que um dia foi ou é perseguida tem, como forma de proteger os seu membros.

Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar todos os homens, independentemente do sexo, raça, cor, religiosidade ou posição social a se transformar em um iniciado, ou seja, num homem e consequentemente um espírito de LUZ. Que será aonde toda a humanidade terá forçosamente que chegar. Assim está escrito e assim se cumprirá.

Eu sou justa, sou perfeita, a todos e a tudo levo o meu perdão, mas, por favor, Sejam Dígnos de Mim, Não me maltratem e Me Socorram.

O meu nome, sim, o meu nome é MAÇONARIA.

Fonte: JBNews - Informativo nº 293 - 17.06.2011

ESTUDANDO A SIMBOLOGIA

Postado por Hermes C. Cardoso M∴M∴

SÍMBOLOS: símbolos mais importantes:

ACÁCIA (do grego Akakia, árvore que significa a inocência) representa a inocência ou pureza, a segurança e a certeza. Foi um ramo de acácia que os companheiros de Hiram Abiff encontraram no seu túmulo improvisado. Corresponde à murta de Elêusis, ao visco dos Druidas e ao buxo dos Cristãos.

AÇO símbolo da força.

ÁGUA TOFANA símbolo do desprezo dado ao maçom que não cumpre o seu dever.

ALAVANCA emblema da força moral, da perseverança, do poder da vontade; um dos instrumentos simbólicos, passivos, do grau de Companheiro, que deve ser associado à régua, instrumento ativo

AMPULHETA emblema do tempo e da morte.

ÂNCORA emblema da esperança, uma das virtudes necessárias ao aperfeiçoamento do homem e da estabilidade.

ANEL emblema da aliança, do acordo firmado entre partes.

ÂNGULO RETO símbolo da virtude e da conduta do bom maçon. A posição dos pés, estando à ordem, no grau de Aprendiz, é em ângulo reto e assim também deve ser o seu passo

ARCO-ÍRIS símbolo da aliança entre Deus e o homem.

AVENTAL: elemento principal e essencial das insígnias maçônicas, símbolo do trabalho, tanto físico, como intelectual e moral. O avental é geralmente composto por um retângulo (alusivo à forma do Templo de Salomão), a que se sobrepõe uma abeta triangular. No 1º grau (Aprendiz), a abeta acha-se levantada, ao passo que em todos os demais. graus, ela se dobra para baixo. O rectângulo do avental pode também mudar de forma, nomeadamente para hexágono e para semicírculo. As suas dimensões, cores e decorações variam com os graus, as funções, os ritos, as obediências e a própria história.

AZEITE símbolo da paz, da caridade, da abundância e da fecundidade. Pode ser usado como combustível na iluminação das lojas, em vez das velas e dos círios

BALANÇA símbolo da Justiça

BILHA DE ÁGUA Simboliza a hospitalidade e a frugalidade que devem caracterizar o maçom BOI símbolo da força e do trabalho

CHAVE símbolo da fidelidade e da discrição e, como tal, emblema do Tesoureiro de todas as lojas e ritos.

CINZEL símbolo do discernimento e dos conhecimentos adquiridos mas, também, da força, da tenacidade e da perseverança. O seu uso representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento e o conhecimento de si próprio. Representa o passivo, indissociado do malhete, o ativo.

CÍRCULO símbolo da livre criação, do infinito e do universo, visto não ter começo nem fim e resultar apenas de um ponto central (o homem), que o traça utilizando um instrumento (o compasso) cujo raio é o limite dos seus conhecimentos, da sua iniciativa e da sua ousadia.

COLMÉIA símbolo do trabalho coletivo e da solidariedade; como tal, simboliza o trabalho maçônico.

COLUNAS J e B: símbolos dos limites do mundo criado, da vida e da morte, do elemento masculino e do elemento feminino, do ativo e do passivo, significam, respectivamente, Jokin e Bohaz.

COMPASSO símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas.

CORAÇÃO símbolo do amor altruísta e da fidelidade.

CORDA símbolo da humildade e da escravidão em que se encontra um candidato a determinado grau, até o receber.

CORDÃO também chamado cordão nodoso e cordão do amor, corda com 12 nós e borlas nas extremidades, que se coloca em geral ao longo da parte superior de qualquer templo, junto ao tecto. Simboliza a união fraterna entre maçons, a cadeia de união que os liga indissoluvelmente. Os 12 nós aludem aos 12 signos do Zodíaco, haja vista que o cordão, delimitando e rodeando o templo, se interpreta também como a eclíptica desse mesmo universo. Simbolizam igualmente os marcos ou pilares que fazem conservar no seu lugar certo os elementos do templo e, por extensão, os componentes do universo.

COROA símbolo da majestade, do poder, da glória e do triunfo.

CRUZ símbolo do cosmos, pela combinação do horizontal com o vertical e, por analogia, do próprio templo; do ponto de vista cristão, simboliza a imortalidade e a ressurreição; os quatro elementos (ar, água, fogo e terra).

CUBO isoladamente, o cubo simboliza a estabilidade; maçonicamente, simboliza, além disso, a obra-prima que o Aprendiz deve começar a preparar, trabalhando na pedra bruta e, portanto, a perfeição, a realização espiritual e de si mesmo. Associado à esfera, o cubo simboliza a totalidade das coisas, o universo, representando ele próprio a Terra. Associado à pirâmide quadrangular, o cubo simboliza a pedra por excelência

DELTA: triângulo luminoso, símbolo da força expandindo-se; distingue o Rito Escocês.

ESFINGE Emblema do segredo maçônico e a quádrupla divisa exigida ao maçom "saber" (cabeça humana), "ousar" (garras de leão), "poder" (corpo de leão ou de touro) e "calar" (mutismo da expressão) - os quatro pilares do templo de Salomão.

ESPIGA Símbolo da fecundidade e da universalidade do espírito, bem como da indestrutibilidade da vida.

ESQUADRO: Resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da retidão e também da ação do Homem sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo. Significa que devemos regular a nossa conduta e as nossas ações pela linha e pela régua maçônica. Emite a ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter, simboliza a moralidade.

FERRO símbolo dos trabalhos do mundo.

FIO DE PRUMO tal como na Maçonaria operativa o fio de prumo serve para verificar a vertical correta de qualquer lugar, a na Maçonaria especulativa o fio de prumo simboliza a profundidade e a retidão do conhecimento, sem quaisquer desvios. E tal como, entre pedreiros, o fio de prumo, associado ao nível e ao esquadro, permite construir com perfeição um edifício, da mesma forma, entre os pedreiros-livres, aqueles objetos são indispensáveis à perfeição do indivíduo. O fio de prumo é o elemento ativo, de movimento e ação, que se associa ao nível, elemento passivo, de inércia e repouso.

FLOR As principais flores usadas na simbologia maçônica são:

Flor (amarela) da acácia - emblema da imortalidade da alma e da luz, sendo os espinhos emblema dos raios do Sol.

Cravo (vermelho) - emblema do Amor, muitas vezes oferecido pelos maçons às pessoas que amam.

Rosa (vermelha) - mesmo significado do cravo vermelho; significa também paixão, dor e martírio.

Rosa (combinada com a cruz) - símbolo do Homem-Deus que existe em cada homem.

Rosa (branca) - emblema da alegria e pureza. Rosa (amarela) - emblema da união.

Rosa (negra) - emblema do silêncio.

Lis (vermelho) - emblema da realeza e da autoridade.

FOGO símbolo que representa a fonte de energia necessária a qualquer grande obra, o amor profundo pelo próximo e o ardor ou entusiasmo por tudo o que é nobre e generoso. Na cerimônia da Iniciação, representa a purificação espiritual.

FOICE emblema do tempo e da morte.

GALO símbolo da ousadia e da vigilância, da representação do mercúrio

INCENSO símbolo da pureza de intenções, o incenso, ao lado de outros perfumes, pode utilizar-se em cerimônias variadas.

LÁGRIMAS símbolo de luto e de tristeza. LÂMPADA símbolo de fonte de luz.

LEÃO símbolo da força, do valor e do carácter.

LUVAS emblema da pureza, quer no sentido lendário, de não participação no assassínio de Hiram, quer no sentido moral, de não participação nos vícios do mundo profano, as luvas brancas são um dos elementos do vestuário maçônico, usadas na maioria dos graus.

LUZ conhecimento que se recebe ao entrar na Maçonaria, quer do ponto de vista racional e moral, quer simbólico, e cuja intensidade aumenta à medida que se sobe na hierarquia dos graus. A luz maçônica opõe-se às trevas do mundo profano.

MACHADO símbolo do poder, da vontade, da autoridade e da destruição da ignorância.

MALHETE pequeno martelo, emblema da vontade ativa, do trabalho e da força material; instrumento de direcção, poder e autoridade.

NÍVEL ferramenta utilizada na Maçonaria operativa e, simbolicamente, pela Maçonaria especulativa também. Servindo para reconhecer se um plano é horizontal e sem acidentes, simboliza a igualdade social, indicando que os direitos dos homens são os mesmos.

OLHO o olho inscrito no delta ou triângulo luminoso simboliza o Sol visível, fonte de luz e da vida; simboliza igualmente o Verbo, o princípio criador, a presença omnisciente de Deus, a omnisciência da razão superior, omnisciência do dever e da consciência. Corretamente desenhado, o olho não deve ser direito nem esquerdo, mas impessoal e abstrato.

OLIVEIRA símbolo da vida e da prosperidade na paz vitoriosa.

OSSOS emblema da morte, da degradação e da renúncia. Na Câmara de Reflexões, indicam ao futuro maçom que se deve desprender das ossadas terrenas, da putrefacção do túmulo, para nascer de novo.

PÃO emblema do alimento do espírito (com sal), da hospitalidade e (com a água) da frugalidade, existente na Iniciação para meditação do candidato a maçom. Indica-lhe a simplicidade que deverá nortear a sua vida futura.

PAVIMENTO EM MOSAICO chão em xadrez de quadrados pretos e brancos, com que devem ser revestidos os templos; símbolo da diversidade do globo e das raças, unidas pela Maçonaria; símbolo também da oposição dos contrários, bem e mal, espírito e corpo, luz e trevas.

PEDRA BRUTA símbolo das imperfeições do espírito do profano que o maçon deve procurar corrigir e, também, da juventude, caracterizada pelo domínio das paixões e dos impulsos, a pedra bruta apresenta-se como um bloco tosco de pedra colocado junto da coluna dos Aprendizes. A tarefa destes últimos consiste em desbastá-la até à conversão em pedra cúbica, isto é, em aperfeiçoarem o espírito e em saberem controlar as paixões.

PEDRA CÚBICA símbolo da obra-prima que o Companheiro deve procurar realizar pelo aperfeiçoamento de si mesmo e o controle das paixões e dos impulsos, e também símbolo da idade madura, mais serena e calma, a pedra cúbica apresenta-se como um bloco de pedra bem talhada e polida, colocada junto à coluna dos companheiros. A sua forma termina, geralmente em pirâmide. Na pedra cúbica estão, muitas vezes, inscritos emblemas diversos da ciência maçônica.

PENTAGRAMA estrela pentagonal, também chamada pentalfa, é o emblema da natureza e do homem que nesta se insere. As cinco pontas iguais correspondem à cabeça e aos quatro membros do ser humano. Colocada na parede do Oriente das lojas simbólicas, por cima da cadeira do Venerável.

POMBA emblema da força da natureza ou da virgindade. PONTE símbolo da livre passagem.

PUNHAL instrumento de vingança simbólico contra os traidores.

RAIOS os raios que saem do delta resplandecente simbolizam a glória divina ou, num sentido racionalista, a glória da razão e da verdade.

RÉGUA Instrumento ativo, simboliza a retidão, a precisão na execução, o método, a lei justa, o aperfeiçoamento de toda a construção. Simboliza ainda o infinito, visto permitir traçar a linha reta, sem princípio nem fim. Associa-se à alavanca, instrumento passivo.

SAL símbolo da hospitalidade, da ponderação e da estabilidade que devem caracterizar o maçom.

SANGUE símbolo do sacrifício e da punição.

SOL símbolo da luz, tanto física como espiritual e, também, da vida, da saúde, do equilíbrio, da força, do pólo activo. O Sol desempenha um papel de relevo na emblemática maçônica, estando presente na decoração das lojas, no painel do Aprendiz, na linguagem e no conteúdo dos rituais, na fixação das grandes festividades.

TEMPLO simbolicamente, o templo é o objetivo da construção do maçom e do trabalho da Maçonaria. Representa, assim, o Homem perfeito, a Humanidade ideal do futuro e, por extensão, a paz, a harmonia, a liberdade, a igualdade e fraternidade, o bem, em suma, o conjunto de todas as virtudes maçônicas. Simultaneamente, microcosmo e macrocosmo, as dimensões do templo são infinitas: do ocidente ao oriente, do setentrião ao meio-dia, do nadir ao zênite.VINHO símbolo da inteligência.

Fonte: JBNews - Informativo nº 293 - 17.06.2011

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E DOCÊNCIA MAÇÔNICA

Ir.·. Fábio Böckmann Schneider

Partimos de três premissas ao introduzir o tema: a Primeira é a adoção de programas oficiais pelas Potências Maçônicas, no sentido de harmonizar a aprendizagem e o ensino da história, doutrina, filosofia, ritualística, esoterismo e simbolismo existentes na Ordem Maçônica. Impende referir a máxima Maçônica que pretende “tornar feliz a humanidade”; por meio do pressuposto da mudança da sociedade para melhor, sendo esta a segunda premissa, aperfeiçoando-a e promovendo as condições para a evolução progressiva e pacífica de toda a pessoa humana, tarefa da mais alta magnitude. A terceira premissa pressupõe que o conhecimento maçônico é um instrumental que possui valores universais, induzindo a busca dos elevados objetivos pretendidos pela instituição Maçonaria.

As premissas em nível introdutório podem ser combinadas com aspectos fundamentais da Instituição Maçônica, tais como a manutenção do segredo em relação aos toques, sinais e palavras, o livre pensar de cada maçom e a união e fraternidade maçônica.

Não há de nossa parte qualquer pretensão no sentido de propor um programa de docência maçônica que impeça a união e a fraternidade maçônica, muito menos a revelação dos segredos ou qualquer impedimento ao livre arbítrio e pensar de cada irmão.

Infelizmente, é bastante comum a insuficiência na aprendizagem e no ensino do conhecimento maçônico, por vezes inexistindo a docência. A simples leitura das instruções e a repetição de práticas simbólicas não podem ser consideradas uma docência.

Desde já, referimos a existência de Potências e/ou Lojas Maçônicas que possuem metodologia, didática e fiscalização do estudo do conhecimento maçônico, mas também existem Potências e/ou Lojas Maçônicas que não adotam sistematização do estudo Maçônico.

Ao desenvolver o tema, insere-se a variável das relações institucionais, haja vista a existência da soberania de cada Potência no âmbito de sua jurisdição e a autonomia de cada Loja Maçônica no que diz respeito à sua administração. Importante referir a existência de questões sensíveis a esses aspectos, em face das relações de poder, que inclusive contribuíram para as cisões hoje existentes na Maçonaria.

Atualmente, esse aspecto tem sido tratado de forma mais condizente com os princípios de tolerância e fraternidade. O Estado de Rio Grande do Sul, por exemplo, tem demonstrado os bons resultados do Tratado de União, Recíproca Amizade, Fraternal Convivência e Estreita Colaboração e Mútuo Socorro entre as três Potências (firmado em 08 de dezembro de 1998) regulares com fundamento nas suas Cartas Constitutivas, que permitem a expressão da Maçonaria Unida.

Havendo este gesto de união entre as Potências, é possível vislumbrar novas possibilidades, dentre elas o estudo do conhecimento Maçônico. Havendo a proposição, antes é necessário discorrer a respeito de algumas dificuldades a serem superadas na eventualidade da adoção de uma metodologia e didática para ministrar o conhecimento Maçônico, além da formação de ministradores deste conteúdo. Podemos sintetizar em três mais relevantes: a adoção de metodologia e didática unificada, a peculiaridade e especialidade do conhecimento Maçônico, combinada com as variadas formas de rito e tradição de cada Loja e Potência, e a grande heterogeneidade da formação educacional e cultural do quadro de Irmãos.

Felizmente, não existem soluções imediatas e definiti-vas para a problemática, pois se existissem seriam baseadas na imposição e no autoritarismo. Existe a necessidade da construção das alternativas para a superação dos entraves ao processo. Por outro lado, é possível utilizar os conhe-cimentos e métodos do mundo profano combinados com a tradição e experiência Maçônica na busca de ações e meios para atingir os objetivos pretendidos: as três pre-missas referidas na introdução, a adoção de programas de docência e formação de ministradores do conhecimento maçônico pelas Potências Maçônicas, no escopo de tornar feliz a humanidade por meio da transformação baseada neste conhecimento.

Na proposição de idéias, ações e procedimentos são ínsitos os riscos da incompreensível e/ou resistência das Instituições e pessoas que as constituem por razões diversas – faz parte das relações humanas e da pretendida evolução baseada na mudança e aperfeiçoamento. Existem valores, preceitos fundamentais valiosos que podem servir de instrumental poderoso na superação dos entraves e na sedimentação de uma cooperação ainda maior entre as Potências Maçônicas de todos universo. Dentre eles, a harmonia combinada com a busca do conhecimento com qualidade e responsabilidade.

A harmonização de procedimentos e ações, sem descurar da indispensável organização e estruturação do conhecimento Maçônico é um caminho factível a ser construído entre as Potências Maçônicas. A adoção de padrões de qualidade no que tange à metodologia e à didática na transmissão do conhecimento Maçônico, combinados com a devida avaliação dos aprendizes e dos ministrantes que podem ser preparados e aperfeiçoados em cursos regulares para melhoria do sistema como um todo.

A responsabilidade do futuro da Maçonaria está no alcance dos seus dirigentes, depende de seus atos e as diretrizes das Instituições repercutem de forma determinante em seus subordinados/associados. Não será diferente em relação ao conhecimento maçônico.

As Academias de Letras Maçônicas, sejam Estaduais, Regionais ou Nacional, podem contribuir de forma decisiva para a discussão e enfrentamento da problemática. Poucos podem propor políticas de alcance geral, e menos pessoas ainda detêm o poder para implementá-las.

Não descurando das dificuldades do debate proposto, nem tampouco minimizando a sua complexidade, acreditamos que independente do momento mais adequado para a proposição de medidas efetivas, tais como a criação de comissões de estudo vinculadas às Potências ou à definição de cronogramas e competências para o debate em torno das relações institucionais e docência maçônica, é necessário dar o primeiro passo.

Ao concluir, é possível afirmar que cada ação no sentido da implementação do processo de aprimoramento e harmonização da docência maçônica em si é auspiciosa. Haja vista estar em consonância com os fundamentos basilares da Maçonaria Universal, que contribui para um melhor conhecimento de nossas Instituições, pode propiciar uma cooperação ainda maior e mais qualificada entre as Instituições e os Irmãos como um todo.

Essencialmente, ainda pode colaborar para a evolução da Ordem com mais e melhor conhecimento em prol da consolidação da cultura Maçônica e em benefício de toda a sociedade.

Fonte: JBNews - Informativo nº 293 - 17.06.2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ORAÇÃO AOS NEÓFITOS

Bem vindos neófitos. (*)

Bem vindos à ordem cujos princípios são o duro combate a nossas fraquezas e vícios e a exaltação de nossas virtudes.

Bem vindos à ordem cujo objetivo é tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância e pelo amor fraternal.

Bem vindos à ordem cujo combate a tirania e a ignorância são um princípio vital.

Bem vindos a um local onde insígnias e diplomas não fazem efeito, onde tratamo-nos como irmãos, onde a busca pela evolução moral e espiritual é maior que a busca pela evolução material.

Bem vindos à ordem que tem o trabalho e a dedicação como uma ferramenta para o crescimento, onde buscamos o conhecimento e a lapidação de uma jóia interna que todos temos.

Bem vindos ao local onde prima o amor pelo próximo, irmão ou não, e incendeiam os corações pela ajuda aos desvalidos.

Bem vindos ao local onde transformamos discursos vazios em obras e espalhamos luz pelos nossos comportamentos no seio da sociedade. Onde pregamos pelo exemplo, pregando aos olhos muito mais que os ouvidos.

Bem vindos ao lugar onde ensinamos e aprendemos, pois somos todos eternos aprendizes.

Bem vindos à instituição que busca a Verdade e a Justiça incessantemente, não dando descanso aos corruptos e àqueles que corrompem nossos jovens e, pelo egoísmo, esquecem que o mundo tem riquezas inenarráveis e suficientes para todos.

Bem vindos a sociedade que não teme dela desligar os incautos, os indisciplinados e aqueles que aviltam seu nome secular.

Bem vindos a uma instituição que cultua a beleza, tanto quanto cultua a força e a sabedoria, pois a beleza é o sentimento que falta hoje à humanidade. Beleza demonstrada pela caridade, pelas artes, pela literatura, pela música. Beleza que é tão importante quanto colocar o homem no espaço.

Bem vindos a essa longa viagem pela depuração de nossos espíritos com o objetivo expresso de nos aproximarmos do Grande Arquiteto do Universo, senhor de tudo que existiu, existe e existirá.

Aproveitem a viagem com dedicação, mas sem esquecer de apreciar a paisagem, pois a felicidade costumeiramente encontra- se no trajeto, nem sempre na linha de chegada.

Quando uma encruzilhada se mostrar no caminho, escolham o caminho mais belo.

(*) Esta oração foi dedicada aos neófitos numa Sessão Magna de Iniciação por um Ir. Primeiro Vigilante e que está sendo repassada pelo Ir. Julis Orácio Felipe, M∴M∴ ARLS Jack Matl n 49 (GLSC) ao oriente de Rio Negrinho SC

Fonte: JBNews - Informativo nº 292 - 16.06.2011

A SÍNDROME DA TELEVISÃO

Ir∴ Anatoli Oliynik

A televisão acabou assumindo a posição de comando na vida das pessoas. Inicialmente, ela entrou em nossos lares como um divertimento despretensioso, de mansinho, como não quer nada e depois aos poucos acabou preenchendo todos os vácuos na vida das famílias.

Resguardadas as devidas exceções, famílias inteiras postam-se diante da "telinha" e passam horas e horas absorvendo o que denomino de "cultura inútil" que ela, a televisão, transmite.

Crianças, da mais tenra idade, passam um tempo excessivo ? 4 a 6 horas diárias ? recebendo uma carga maciça de inutilidades e se transformam em "papagaios de pirata" repetindo sem nada compreender a carga informações inúteis inoculadas em seus cérebros.

Muitas vozes já se levantaram contra a televisão, inclusive de algumas Lojas maçônicas isoladas. Todas sem êxito. É muito difícil lutar contra a televisão.

Alguém, por acaso, já experimentou falar com a família durante a novela das vinte horas e trinta minutos? Impossível. É o mesmo que tocar num vespeiro. A família toda responde em coro uníssono:

Cala a boca!

O curioso é que todos falam da "novela das 8", quando, na realidade ela começa às 20 horas e 30 horas? Às 20 horas é o Jornal Nacional! São coisas da modernidade. As próprias emissoras de televisão anunciam exaustivamente: "A próxima novela das 8". Não há precisão para mais nada, lamentavelmente.

Há 20 ou 25 anos, a vida era diferente sem ela. As famílias se visitavam para conversar, trocavam idéias, cultivavam amizades, enfim, elas se conheciam. Hoje, se alguém aparecer na casa do vizinho na "sagrada hora da novela", é recebido pela "família" com ares de poucos amigos e com indisfarçável animosidade demonstrando falta de respeito e fraternidade. Por esta razão as famílias não se visitam com espontaneidade como o faziam antigamente, salvo quando são convidadas. Como a novela passa de segunda a sábado, o tempo fica escasso para as solidárias e fraternais visitas.

Enrique Rojas, em seu livro "O homem moderno: a luta contra o vazio" num dos seus capítulos aborda com muita propriedade a questão da televisão como alimento intelectual. Destaca ele:

"O homem atual passa muito tempo diante da telinha. Por que? A resposta não pode ser dada de uma forma simplista, pois o assunto é complexo e tem diferentes desdobramentos".

"A televisão provoca o mesmo fenômeno da droga: vicia. Assim, a conduta repetitiva vai virando hábito do qual é muito difícil se libertar; tanto é assim que as pessoas de escassos recursos intelectuais, ou pouca curiosidade para preencher o seu ócio com um hobby bem definido, caem nessa armadilha. Podemos afirmar, assim, que a televisão é quase todo seu alimento intelectual. Daí surge um homem pouco culto, passivo, entregue sempre ao mais fácil: apertar um botão e cair na poltrona, porque tudo se reduz, afinal, a pasto para seus olhos".

Falando um pouco a respeito da TV a cabo, mais especificamente sobre a síndrome do controle remoto, Rojas nos adverte para o seguinte:

"...não existem limites de transmissão, sempre há alguma coisa para se ver na telinha".

"Neste contexto não muito positivo dado que a televisão poucas vezes educa , aparece um fenômeno novo: a possibilidade de se divertir mudando de canal sucessivamente. Este segundo vício televisivo pode ser mais forte que o primeiro. O controle remoto se transforma na chupeta do adulto".

Fonte: JBNews - Informativo nº 292 - 16.06.2011

CADEIA DE UNIÃO

Ir∴ Paulo de Tarso Palombo Luiz de Souza 
Loja Simbólica Estrela do Araguaia II, 1912

Devemos considerar “Cadeia de União” na Maçonaria, como sendo uma “corrente” de anéis que “une” as partes teóricas e práticas. O símbolo formado por múltiplos anéis interligados entre si, sem princípio nem fim, evidencia a união perfeita, igual e imutável daqueles que aceitam unir-se por laços fraternos. Esta “corrente” vem sendo formada pelos seres humanos, dentro dos templos, entrelaçando-se os braços, unindo-se os corpos e as mentes, em uma demonstração e confirmação de bons propósitos. A “Cadeia de União”, formada dentro de um Templo, não simboliza a união fraterna; ela em si demonstra ser a própria fraternidade.

Se nos reportarmos ao passado, concluiremos que a origem da “Cadeia de União” estava presente na vida do homem primitivo, que sentado em forma de círculo para aproveitar o calor em torno da fogueira, organizando-se socialmente próximos uns dos outros especialmente à noite, descansando, iniciavam suas comunicações sobre suas conquistas e aventuras, obtendo dos mais velhos, conselhos necessários e dos que detinham autoridade, as ordens do que deveriam cumprir. Considerando os aspectos místicos que recém-despertados, como o próprio culto ao fogo, aspirando o “perfume” da madeira queimando, envoltos na fumaça, como se fosse um incenso rudimentar, “sentiam” o “som” do crepitar das chamas, aquele hábito, de insatisfação nas reuniões e o bem-estar da situação, faziam com que a amizade fosse sincera e cultivada, eram quem sabe, os primeiros elos ao culto da fraternidade.

Mais tarde, observamos que tudo no Universo transcorre em círculos e cadeias. O Sistema Solar, a rotação dos astros e a própria Terra obedecem as leis simples, claras e harmônicas, movimentando-se em círculos. Até o próprio viajante perdido no deserto caminha em círculos.

Sendo assim, cada Maçom constitui um “elo” da “Cadeia de União” e fora de sua formação, faz parte dos “elos em expectativa”, para reunidos atuarem em conjunto. Dessa forma, nenhum “elo” permanecerá isolado e fora do todo após ter participado de uma “Cadeia de União”. Porém, e isso está impregnado de esoterismo, o que faz a formação mental é a “Palavra Semestral”, que tem o dom mágico, assim como um sopro divino, de unir os “elos” esparsos.

Por isso, se faz necessária a aproximação entre os “elos” periodicamente, e não como um aspecto meramente administrativo, onde a “Cadeia de União” é formada exclusivamente para a transmissão da “Palavra Sagrada”, não podendo ser esquecida a contribuição esotérica desse momento de união, e tornando escassa a atividade espiritual, restringindo o direito que todos adquiram usufruir da “força”, representada pela “União em Cadeia”, que nos traz o benefício da meditação, do fortalecimento íntimo por meio da dádiva da paz, e sabedoria.

Muitos confundem a “Corda de 81 Nós” com a “Cadeia de União”, confundindo dessa maneira “elos” com “Nós”. Vale lembrar que “elo” é um elemento que une dois outros “elos”, mantendo-os isolados e livres. Já os “Nós”, são formados por uma só “corda”, que se entrelaça e prossegue; portanto, o nó não une.

A “Cadeia de União” é formada por tantos “elos” quanto o número de maçons presentes. Os elos nunca são os mesmos, porém, por terem os maçons amor fraterno e universal, estão acorrentados aos seus irmãos de Loja, na solidariedade do bom senso comum e do crescimento espiritual. Também pode ser descrita como uma prisão mística e ser o mais belo símbolo dentro de uma Loja, isto é a “cadeia” em direção a “união”, por isso o Salmo 133, “Oh! Quão bom e agradável viverem unidos os irmãos”, que nos revela que a união entre os irmãos os faz uma só pessoa, não podendo ser mais bem mostrada pelo símbolo da “Cadeia de União”.

O objetivo primário da Maçonaria é unir os irmãos de tal forma que devam e possam parecer um só corpo, uma só vontade, um só espírito. Demonstração disso é a abertura do Livro da Lei, que é um ato de cerimônia que conduz o pensamento dos obreiros à Divindade.

Cada participante da “Cadeia de União” no início é um elo, mas logo passa a ser “corrente” plena. Dentro de cada um de seus participantes, no seu centro, se encontrará nos centros dos demais, e sem perceber, formará um centro único, o centro da vida verdadeira.

Concluo, afirmando, que a Maçonaria não é o “abrir e fechar” de um Ritual, mas vivenciá-lo.

Fonte: JBNews - Informativo nº 292 - 16.06.2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

MESTRE APRENDIZ

Ir∴ Marco Antônio Nunes
M∴M∴ ARBLS Fraternidade Catarinense Nr. 09 - GOSC


O que seria um Mestre Aprendiz? Um Companheiro exaltado há pouco sem as devidas instruções do grau de mestre?

Ou seria um Mestre na eterna busca pelo conhecimento, não se satisfazendo nunca com o que já aprendeu, considerando-se, portanto, um sempre aprendiz?

Leio em todas as definições, seja qual for a bibliografia, inclusive nos rituais, que o Mestre é o seu próprio mestre, aperfeiçoando-se, doando-se para os seus irmãos, colocando sua inteligência e sua vontade à serviço, não só da coletividade maçônica, mas e principalmente à coletividade que o abriga. Ser perfeito nas mínimas realizações e servir de referência e exemplo em tudo com que se envolve.

Do latim “MAGISTER” significa diretor, chefe, derivativo da palavra “MAGIS” que quer dizer “maior que todos”, mais sábio, o mais justo, aquele que mais se aproxima da perfeição.

Vou além, recorrendo a fragmentos do que li a aprendi sobre o Mestre, citando o que Forestier esclarece em obra, cujo título não lembro, onde ele se manifesta sobre a razão pela qual o termo serviu, a partir de 1735, para designar não mais uma função, mas uma dignidade para tornar-se a denominação de um terceiro grau na Maçonaria. Lembrando que o título de mestre era usado entre os que trabalhavam na pedra para distinguir o companheiro encarregado da direção do canteiro de obras, sendo que a Maçonaria Especulativa atribuía ao companheiro que presidia as assembléias de uma loja, que seria denominado posteriormente Venerável Mestre.

De qualquer forma, para chegarmos onde desejo, a denominação de Mestre que passou a se constituir num terceiro grau, nasceu mais no desejo de se fazer uma escolha entre os membros das associações que se faziam cada vez mais numerosos e que se constituíam em elites e em lideranças, do que propriamente os mais sábios ou experientes. Pelo menos é esta a impressão que os escritos nos passam.

Desejo aqui enfatizar alguns conceitos, reportando-me ao mais antigo documento maçônico que se tem conhecimento que é o Regius Poem, ou Poema Régius, também conhecido como Manuscrito Halliwell, respeitando autores que consideram como mais antiga a Carta de Bolonha, mas esta não é a questão. O que desejo é extrair as idéias contidas nos quinze artigos do Poema que se referem diretamente ao mestre, com destaque aos termos diretamente relacionados. Aconselho a leitura do Poema como um todo. Leiam a sinopse que faço dos artigos e tirem suas conclusões:

O Mestre deve ser firme, sincero e verdadeiro para que se possa confiar inteiramente nele. Deve comparecer sempre aos encontros e compromissos, sendo pontual e sempre pronto a atuar, agindo com prontidão e regularidade.

Com relação aos seus subordinados, ele não deve assumir compromisso com um aprendiz se não tiver a certeza de poder conduzi-lo ou instruí-lo durante o tempo necessário para que este seja considerado apto a desenvolver seu ofício e jamais encará-lo como de sua propriedade ou desviando-o para afazeres outros que não os determinados para o seu crescimento. Saber escolher seu aprendiz para que ele tenha real aptidão para o trabalho e jamais ser negligente na escolha a ponto de admitir alguém que não reúna condições de cumprir condições mínimas de aprendizado e trabalho. Promovê-lo somente quando suas aptidões e tempo de experiências forem realmente comprovados jamais acobertando fraquezas, negligências ou vícios. Ter a devida sabedoria e firmeza para substituir aqueles considerados incapazes por outro mais competente, preservando, acima de tudo, a continuidade da sua obra a bom termo.

Nenhum Mestre deve se colocar em posição superior a outro Mestre, mas trabalhar e agir em conjunto. Como Maçom, jamais poderá assumir o trabalho de outro, a menos que haja ameaça à continuidade ou a integridade da obra, enfatizando-se que sempre seria melhor se a obra fosse concluída por aquele que a iniciou desde as suas fundações.

Muitos dos artigos são repetitivos e redundantes, principalmente do décimo segundo ao décimo quarto, reproduzindo a relação do Mestre com o Aprendiz, cujos principais itens foram devidamente reproduzidos.

O décimo primeiro diz que nenhum Maçom deve trabalhar durante a noite, isto é, fora do seu horário normal de trabalho, a não ser que utilize esse tempo para estudar e se aperfeiçoar. Mas o artigo décimo quinto e último, faço questão de reproduzi-lo na íntegra:

“O MESTRE não deve ter para com os outros homens Um comportamento hipócrita, Nem seguir os Companheiros no caminho do erro, Qualquer que seja o benefício que possa ter. Ele nunca deverá fazer um falso juramento e Com amor deverá preocupar-se com sua alma, Sob pena de trazer para o ofício a vergonha e para si a repreensão.”

Os termos fazem referência direta à Maçonaria de Ofício, mas basta um pouco de imaginação para incorporarmos as idéias ao nosso dia-a-dia contemporâneo e no quanto estamos distanciados das concepções da época em que foram escritas em 1390.

Moral da história? Conclusões? Deixo-as ao livre arbítrio de quem acompanhou esta leitura. Mas é minha obrigação explicar o que seria um Mestre Aprendiz na minha concepção. É a resposta à pergunta do segundo parágrafo deste texto. É aquele Mestre que não se sinta uma pedra totalmente desbastada, que persiga os ditames escritos nesse Poema Régius, revestindo-se do verdadeiro avental de um mestre que tenha sentimentos de que o seu verdadeiro avental, jamais teve a sua abeta abaixada desde o momento em que foi considerado apto à sua elevação a companheiro.

Constatamos uma realidade muito cruel, quando convivemos com uma maioria ausente e descompromissada de Mestres que abandonam as colunas, seus compromissos e, o que é bem mais grave, esquecendo-se completamente os seus juramentos feitos com a mão sobre o Livro Sagrado. Além de mencionar os que se fazem presentes, quer no oriente, quer no ocidente, mas completamente ausentes nos seus objetivos e nas suas intenções.

Louvo e aplaudo as exceções que mantém a Maçonaria como um caminho a seguir.

Fonte: JBNews - Informativo nº 291 - 15.06.2011

MUSEU MAÇÔNICO PARANAENSE


Observando esta figura e a colocação da capitais (estrelas), todos dirão que as capitais estão colocadas em locais que não são corretos. É assim que estão as estrelas nas abóbadas celestes dos Templos.

Cada estrela, de menor ou maior intensidade, faz parte de uma determinada constelação, assim como cada cidade brasileira faz parte de um estado da federação e para localizarmos uma cidade usamos as coordenadas geográficas (longitude e latitude).

Exemplo: Capinzal – SC = 051W40’00” ( longitude, quando W [West] significa estar a oeste do meridiano de Greenwich, quando E, significa estar localizado a Leste do meridiano de Greenwich ), e 27S25’00” ( é a latitude, o S demonstrando que a localização é no hemisfério Sul, e quando N, a localização é no hemisfério Norte.

Cada local, cada cidade, tem sua longitude e latitude. Para as estrelas, o sistema é semelhante.

Alguns IIr∴, afirmam que o planeta Y representa o Orador, que o planeta X simboliza o Secr∴ e que o Z representa o Diac∴.

Sempre coloquei-me contra estas exposições, extraídas de não sei onde, por estar criando mais uma "mística" ou "usos e costumes" em maçonaria e auxiliando a perpetuar mais um erro, por falta de estudo profundo e sério.

Fonte: JBNews - Informativo nº 291 - 15.06.2011

OS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA EM SÃO PAULO

Do saudoso Ir∴ José Castellani


Em relação a outras Províncias brasileiras, como Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, a atividade maçônica na Província de S. Paulo começou relativamente tarde. Enquanto, nas Províncias citadas, os primeiros anos do século XIX já viam um grande desenvolvimento de Lojas e a fundação da primeira Obediência maçônica do território nacional, o Grande Oriente Brasílico, São Paulo só teria a sua primeira Loja em 1831. Sem embargo desse nascimento tardio, o florescimento da Maçonaria paulista, a partir da segunda metade do século, seria evidente, fazendo com que ela se tornasse, no século XX, o mais importante agrupamento maçônico do país, tanto em número de Lojas quanto em número de obreiros.

No primeiro quartel do século XIX, porém, a Província de São Paulo apresentava, em relação a outros pontos do país, um pequeno desenvolvimento, tendo, inclusive, uma capital ainda bastante acanhada. Na realidade, a cidade de São Paulo, nessa época, tinha pouco mais de 10.000 habitantes na cidade e cerca de 13.000 no município, restringindo o seu espaço físico a um raio de um quilômetro a partir do seu centro, como ocorria cem anos antes, limitando-se à colina de origem, ocupada pelo triângulo urbano delimitado pelos riachos Anhangabaú, Tamanduateí e Bexiga; seus bairros, localizados além desses riachos, eram arrabaldes sem edificações, pontilhados por esparsas chácaras. Sua iluminação urbana, escura e malcheirosa, era feita com azeite de peixe, por meio de lampiões suspensos a postes de madeira, ou diretamente presos às paredes das casas; não havia canalização de água, a não ser a do córrego Saracura, afluente do rio Anhangabaú, e a da represa do tanque do Bexiga, que abastecia de água o chafariz do Largo da Misericórdia e uma bica do Largo da Memória.

A cidade, todavia, tomaria um grande impulso desenvolvimentista, a partir de 1827, com a criação, a 11 de agosto, de um dos dois primeiros cursos jurídicos do país — o outro foi em Olinda (PE) — o qual se tornou um centro de ensino procurado por jovens de todo o país, colocando São Paulo no cenário cultural brasileiro e permitindo o intercâmbio com os principais centros culturais do Brasil e do Exterior. As idéias liberais, que haviam atingido o seu apogeu, na Europa, no último quartel do século XVIII e chegado ao Brasil nos últimos anos daquele século, através de brasileiros que estudavam na França, encontrava terreno fértil nas novas Academias de Direito e, daí, se estenderia à nascente Maçonaria paulista. E, embora, ainda durante algum tempo, fosse pequeno o desenvolvimento urbano, o impulso cultural, que foi dado a partir de 1827, iria contribuir para incrementá-lo, nos anos posteriores.

A primeira Loja da Província e S. Paulo foi a Inteligência, de Porto Feliz, fundada a 19 de agosto de 1831, no Rito Moderno e na jurisdição do Grande Oriente Brasileiro, um dos troncos — depois desaparecido — juntamente com o Grande Oriente do Brasil, surgidos do primitivo Grande Oriente Brasílico, que havia sido fundado a 17 de junho de 1822 e fechado a 25 de outubro do mesmo ano (1). Essa Loja duraria muito pouco, vindo a abater colunas antes de 1850, depois de ter passado à jurisdição do Grande Oriente do Brasil, a 19 de agosto de 1832. Logo depois, surgiria a primeira Loja da capital paulista, a Amizade, fundada a 13 de maio de 1832, a qual adotou o Rito Moderno, passando, depois, para o Escocês Antigo e Aceito — cuja primeira Loja, no país, é de 1829 — e se colocou sob a jurisdição do Grande Oriente Brasileiro, só passando para o Grande Oriente do Brasil em 1861, recebendo o número 141, no Registro Geral da Obediência. Foram sete os fundadores da Loja Amizade: José Augusto Gomes de Menezes e Vasconcellos Drumond — em cuja residência ocorreu a reunião de fundação — Constâncio José Xavier Soares, Bento Joaquim de Souza, João Manoel Lopes Pimentel, Luiz Fortunato de Brito, Bernardino José de Queiroga e Manoel de Jesus Valdetaro. Desses sete, cinco eram estudantes de Direito, mostrando, bem, a importância que a nova Academia teve no desenvolvimento da Maçonaria em S. Paulo, principalmente na capital (2).

Pouco depois da fundação da Loja Amizade, era criado, a 12 e novembro de 1832, o Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para o Império do Brasil, com patente fornecida pelo Supremo Conselho dos Países Baixos, por Francisco Gomes Brandão, que, na onda nativista, alterara o seu nome para Francisco Gê Acayaba de Montezuma (gê, de um grupo indígena brasileiro; acayaba, de uma palmeira do Brasil; e montezuma, alusivo a um antigo imperador azteca), futuro visconde de Jequitinhonha. Esse foi um fato importante, porque, em pouco anos, a maior parte das Lojas da Província de S. Paulo, adotava o Rito Escocês Antigo e Aceito, apesar deste ter ingressado no país quase trinta anos após os ritos Moderno e Adonhiramita.

A partir daí, houve um período de grande atividade maçônica, com a fundação de diversas Lojas na Província, embora a maior parte delas tivesse efêmera existência, já que ainda não havia o suporte suficiente para um grande número de Lojas, numa região que, na época, apresentava uma baixa densidade demográfica. Assim, no ano seguinte ao da fundação da Amizade, eram criadas as Lojas Firmeza e Caráter, de Bragança Paulista, na jurisdição do Grande Oriente Brasileiro e no Rito Escocês; Fraternidade, de S. Paulo, do Grande Oriente Brasileiro e do Rito Escocês; Harmonia, de São Carlos, do G. O. Brasileiro e do Rito Escocês; União do Ypiranga, de S. Paulo, do G.O. Brasileiro e do Rito Escocês; Imparcialidade, do Grande Oriente Brasileiro e do Rito Escocês; Beneficência Ituana, do Grande Oriente Brasileiro e do Rito Escocês; Harmonia, de Areias, do Grande Oriente do Brasil e do Rito Moderno; Amor da Sabedoria, de S. Paulo, do G.O. Brasileiro e do Rito Escocês. Todas essas Lojas teriam vida muito curta, vindo a abater colunas em curto espaço de tempo; algumas duraram menos de cinco anos e a que teve existência mais duradoura foi a Harmonia, que abateu colunas em 1860. O fato de a maioria das Lojas ter sido fundada na jurisdição do Grande Oriente Brasileiro é explicável, já que este, criado um pouco antes do reerguimento do Grande Oriente do Brasil (Ver Nota 1), cuidara de instalar Lojas em diversas Províncias, para tentar firmar sua supremacia sobre o Grande Oriente do Brasil, já que ambos disputavam o direito de sucessão do Grande Oriente Brasílico de 1822. Quando do declínio e extinção do Grande Oriente Brasileiro, suas Lojas foram incorporadas ao G. O. do Brasil.

Apesar desse grande surto de 1833, os anos restantes da década iriam ser parcimoniosos em criação de novas Oficinas e iriam mostrar uma reação do Grande Oriente do Brasil. Assim, foram criadas apenas cinco Lojas, que eram: União e Fraternidade, de Bananal, fundada em 1834, na jurisdição do G.O. do Brasil e no Rito Moderno; Amor da Ordem Respeitada, de Ubatuba, fundada em 1837, na jurisdição do G.O. do Brasil e no Rito Moderno; União Paranagüense, de Paranaguá, no Paraná (então pertencente à Província de S. Paulo), fundada em 1837, na jurisdição do G. O. do Brasil e no Rito Escocês; Cruzeiro do Sul, de Bananal, fundada em 1838, na jurisdição do G.O. do Brasil e no Rito Moderno; Sete de Setembro, de Santos, fundada em 1840, na jurisdição do G.O. Brasileiro e no Rito Escocês. Tais Lojas, também pouco duraram: a União e Fraternidade abateu colunas cerca de dezesseis anos após a fundação; a Amor da Ordem Respeitada durou doze anos; a Cruzeiro do Sul resistiu cerca de vinte anos; a Sete de Setembro, menos de doze anos; e a União Paranaguense, cerca de treze anos.

A década seguinte, embora agitada, em termos políticos, com a Revolução Liberal de 1842, em S. Paulo — sob a liderança de maçons paulistas, como o padre Diogo Antônio Feijó (iniciado na Loja Amizade) e o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente Brasileiro, do Passeio — e a instabilidade dos primeiros anos do Segundo Império, foi de marasmo para a Maçonaria paulista, com criação de poucas Lojas. Assim, depois da Sete de Setembro, só a 17 de junho de 1844 é que seria criada nova Loja, a Asilo da Virtude, de Capivari, da jurisdição do Grande Oriente do Brasil e do Rito Escocês, a qual duraria cerca de dezesseis anos; depois dela, veio a Loja Paz, fundada na jurisdição do Grande Oriente Brasileiro, em 1845 e desaparecida antes de 1860; também em 1845, seria fundada a Loja Fraternidade Curitibana, de Curitiba, que então pertencia à Província de S. Paulo; e, encerrando a paupérrima atividade da década, era fundada, a 15 de junho de 1847, na Capital da Província, a Loja Ypiranga, na jurisdição do Grande Oriente do Brasil e no Rito Escocês, a qual viria a abater colunas seis anos depois, tendo reerguidas e novamente abatidas suas colunas, posteriormente, em várias ocasiões.

Em compensação, o início da década seguinte viu a fundação da Loja Piratininga, tão importante quanto a Amizade, na História de S. Paulo; e esse foi o começo de um surto de Lojas importantes, por toda a Província, as quais teriam, nos anos subseqüentes, ativa participação nos movimentos abolicionista e republicano.

——— NOTAS ——–

1. Depois de fechado o Grande Oriente Brasílico, a 25 de outubro de 1822, a Maçonaria brasileira passou por um período de relativo adormecimento, devido a uma legislação cerceadora das atividades das sociedades ditas secretas. A partir do novo Código Criminal, sancionado a 16 de dezembro de 1830, com disposições bem mais brandas, em relação a essas sociedades, e, também, a partir da abdicação de D. Pedro I, a 7 de abril de 1831, os maçons começaram a se reagrupar.

Assim, seria fundado, em 1830, mas só instalado a 24 de junho de 1831, o Grande Oriente Nacional Brasileiro,o qual foi conhecido, no início, como Grande Oriente da rua de Santo Antônio, e, depois, como Grande Oriente da rua do Passeio, ou, simplesmente, do Passeio, em alusão aos locais em que se acomodou. Ao ser instalado, passou a se intitular, apenas, Grande Oriente Brasileiro, formado pelas Lojas União, Vigilância da Pátria e Sete de Abril, às quais se juntou a Razão, de Cuiabá. Menos de dois meses depois, a essas Lojas, juntava-se a Inteligência, a primeira Loja da Província de S. Paulo.

Já o Grande Oriente do Brasil, que se considerava sucessor da Obediência de 1822, reinstalava os três primeiros quadros, em outubro de 1831, sendo reinstalado, como Obediência maçônica, a 23 de novembro do mesmo ano. O seu Grão-Mestre era, novamente, José Bonifácio de Andrada e Silva, que já o dirigira por ocasião de sua fundação, enquanto que o Grão-Mestre do Passeio era o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Trinta anos depois, o Passeio estava no auge da decadência, com a passagem do visconde do Uruguai para o Grande Oriente do Brasil, acompanhado por vinte Lojas, incluída, entre elas, a Amizade, de S. Paulo. Ocorreria, logo depois, o desaparecimento do G.O.do Passeio, com a incorporação de suas Lojas ao G.O. do Brasil.

2. Durante praticamente todo o século XIX, a Faculdade de Direito de S. Paulo, foi um dos maiores celeiros da Maçonaria paulista. Dela, saíram, para os quadros maçônicos de Lojas importantes da Província, nomes como — só para exemplificar — Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa, Américo Brasiliense, Américo de Campos, João Cardoso de Menezes e Sousa (barão de Paranapiacaba), Joaquim Inácio Ramalho (barão de Ramalho), Bernardino de Campos, Campos Salles, Júlio Mesquita, Martinico Prado, Manoel de Moraes Barros, Pedro de Toledo, Pinheiro Machado, Prudente de Moraes, Rangel Pestana, Silva Jardim, Ubaldino do Amaral, Washington Luís e Wenceslau Brás.

Do livro ―Grande Oriente de São Paulo – 75 Anos‖ Edição do Grande Oriente de S. Paulo – 1996

Fonte: JBNews - Informativo nº 291 - 15.06.2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

MÁRIO BEHRING - FUNDADOR DAS GRANDES LOJAS

Fundador do Sistema de Grandes Lojas do Brasil

Ao tentarmos dizer alguma coisa sobre a figura exponencial de MÁRIO BEHRING, fazemos com o maior respeito e admiração.

Entendemos que nunca devemos negar os justos aplausos aos que, conscientes da verdade dos fatos e do direito, dispõem-se a colocar sobre os próprios ombros, o julgamento da história.

Já temos aprendido, sobejamente, que errar é humano; permanecer no erro é obstinação.

Os adversários do nosso Ilustre Irmão MÁRIO BEHRING, costumam apontar-lhe erros e omissões com o fim precípuo de desmerecer o seu caráter ou ofuscar o brilho de suas idéias e o ímpeto de sua coragem.

Certamente, não é fácil lutar contra os "poderosos", mas não é difícil, estamos convencidos, usar o bom senso para bem esclarecer os que na defesa dos próprios interesses ou de grupos, preferem perpetuar-se desfilando, propositadamente, nos caminhos perigosos da incerteza e da insegurança.

MÁRIO MARINHO DE CARVALHO BEHRING, mineiro de nascimento, nascido aos 27 dias do mês de janeiro do ano de 1876, isto é, a pouco mais de um século, no alvorecer de sua maioridade, isto é, aos 22 anos, transpôs o pórtico da Loja Maçônica "UNIÃO COSMOPOLITA", lá mesmo em Minas Gerais, onde, mais tarde, sem muito se demorar, veio a empunhar o Primeiro Malhete de sua Oficina.

Ponderado em suas palavras, porém desassombrado em suas atitudes MÁRIO BEHRING, conforme a filosofia dos seus tempos, logo iniciou uma luta sem quartel em favor da liberdade de pensamento e contra os radicalismos de todas as espécies, principalmente, o religioso.

No início do século passado, ou seja, em 1901, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, onde pelo seu comprovado gosto pelos estudos sobre os assuntos Maçônicos, veio a ser nomeado Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, então única Potência Maçônicas existente no Brasil, originário da Loja "Comércio e Artes" que, subdividindo-se em três, isto é , da mesma "Comércio e Artes", "União e Tranqüilidade" e "Esperança de Niterói", fundou o GOB em 17 de Junho de 1822, conforme consta de seus registros.

É bem de ver que, tão logo MÁRIO BEHRING começou a comparar os resultados dos seus estudos sobre a ORDEM com as estruturas do GOB, passou a querer influenciar na reformulação dos procedimentos do mesmo, principalmente, quando renunciou a sua eleição, em 1903 para Membro efetivo do Gr:. Capítulo do Rito Francês ou Moderno, numa irrecusável demonstração aos menos avisados de que, embora combatesse, febrilmente, o sectarismo e intolerância religiosas, cultivava a sua crença no G.A.D.U. e na imortalidade da alma, postulados não aceitos pelo referido Rito, apesar de nele haver inicialmente orientado os seus primeiros passos.

Continuou MÁRIO BEHRING Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial desde 1902 até 1905, tendo sido eleito em 1906, Grande Secretário Adjunto, quando, mais uma vez, usando de seus conhecimentos, elaborou, em 1907, o projeto da Constituição do GOB que pela conotação liberalista emprestado aos seus dispositivos, tenderia, fatalmente, à regularidade, não somente de suas origens, mas, sobretudo, dos seus trabalhos, não fosse o desvirtuamento que lhe deu uma Comissão de 18 Membros encarregados de sua redação final, para proteger os interesses contrariados pelo trabalho de MÁRIO BEHRING.

Apesar de toda sua luta e influência, MÁRIO BEHRING não conseguiu ver vitoriosos os seus pontos de vista que, em última análise, era uma tomada de posição em consonância com o desenvolvimento da Maçonaria Universal.

Mais esclarecido na investigação da verdade e desejando prosseguir, sob os eflúvios do G.A.D.U., no seu empreendimento, MÁRIO BEHRING aceitou a sua eleição, em 1907 para Membro Efetivo do então Supremo Conselho do Grau 33 para os Estados Unidos do Brasil de onde poderia melhor combater os desmandos a que era submetida a nossa Ordem no Brasil, pelos excessos de poder e apaixonada vaidade dos que se aproveitavam da Ordem ao seu bel- prazer, ainda que esse comportamento pudesse redundar em prejuízo para os verdadeiros objetivos de nossa Instituição.

Sem dúvida, entre os que se opuseram às idéias de MÁRIO BEHRING encontravam-se homens que, apenas por erro de observação ou possível desconhecimento da universal regularidade então buscada, permaneceram na arraigada defesa das suas posições.

Todavia, pelo entusiasmo de suas palavras e pela seriedade de seus propósitos, MÁRIO BEHRING começava a encontrar apoio dos que viam nele um líder eficiente e capaz de tomar uma posição em favor da regularidade da nossa ORDEM no Brasil, ainda que isso lhe custasse, presumivelmente, muito suor e muitas lágrimas.

A interinidade do seu Grão-Mestrado de 10/08/20 a 19/11/20 e de 25/12/20 e 22/04/21, valeu-lhe a experiência da efetividade do seu mandato no período de 28/06/22 a 13/07/25 vez que, lutando em todas as frentes, por nossa regularidade, inclusive junta ao Congresso Internacional de Lausanne, em 1921, reconhecia, com maior força de argumentos, a necessidade de não confundir as administrações do Simbolismo com o Filosofismo.

Terminado o seu mandato de Grão-Mestre, MÁRIO BEHRING, passou o Malhete ao seu sucessor Venâncio Neiva, o qual, procurando coonestar o movimento encabeçado por MÁRIO BEHRING, elaborou um Tratado a ser firmado entre os Graus Simbólicos e os Graus Filosóficos. Infelizmente, por ter, se passado para o Oriente Eterno aquele irmão não pode firmá- lo, cabendo ao seu sucessor Fonseca Hermes, a responsabilidade de fazê-lo.

Dava-se ao Tratado a significação de vida não dependente, porém, harmônica entre as duas administrações.

Isso, entretanto, não vingou por muito tempo, eis que forças e interesses se levantaram a ponto de levar o Grão-Mestre Fonseca Hermes à renúncia, instalando-se em seu lugar Octavio Kelly, o qual, desrespeitando todo esforço anteriormente feito e a legislação Maçônica Internacional, passou a exercer, de modo hostil, os cargos de Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador, mesmo não tendo sido eleito para este último cargo.

Com essa atitude o Grão-Mestre Octavio Kelly proclamando- se, também, Soberano Grande Comendador, rompeu o Tratado assinado em outubro de 1926 e deu lugar a que MÁRIO BEHRING, em 20/06/27, vendo-se espoliado na legitimidade e regularidade do seu cargo, e, sentindo a responsabilidade dos compromissos assumidos no exterior, uma vez que somente avocando o DEC, de 01/06/21, que dava ao Supremo Conselho do Brasil, personalidade jurídica distinta do GOB é que foi admitido no Congresso de Lausanne e confiando nos que haviam de defender, a qualquer custo, os postulados que ensejaram o reconhecimento da Maçonaria Brasileira entre seus Irmãos do Universo, retirou-se do Grande Oriente do Brasil e estimulou a fundação das Grandes Lojas Brasileiras.

MÁRIO BEHRING era um engenheiro e não um advogado como muitos pensam ter sido, pelo ardor de sua luta e pela firmeza dos seus argumentos diante dos mais renomados jurisconsultos seus opositores. O seu desmedido interesse pela leitura dos assuntos maçônicos e o desejo de projetar a nossa ORDEM no concerto Universal, impulsionaram-no a fundar as Grandes Lojas Brasileiras há 80 anos passados.

Sem embargo, podemos afirmar com SALVADOR MOSCOSO, em seu trabalho publicado na Revista "ASTRÉA" de dezembro de 1966; "o homem maçom que volver os OLHOS para a história e a experiência de Mário Behring, não escreveria um livro, mas faria um exame de consciência".

Mário Behring, quis legar os vindouros, através de páginas expressivas na história Maçônica Brasileira, algo da própria respiração, fazendo dele documento animado de personalidade. Foi tão fiel o retrato de suas ações que o oferecem aos seus Irmãos como valioso presente, narração dos movimentos avulsos da sua sensibilidade nas várias emergências da vida.

Nunca se observou o cansaço, havendo, em todos os excertos, a corajosa decisão de quem se propôs inventariar como Maçom e por isso com serenidade, os passos das transatas caminhadas.

O futuro há de saborear, avidamente, a sua história porque nela se guarda o Maçom insigne que a escreveu. Nela ficará, fielmente o retrato, e para todo o sempre, Mário Behring com aquela emoção, educada e sutil, de quem sempre desprezou as falsas pompas.

Aí estão, em rápidas pinceladas sem retoques, alguns traços da marcante e exemplar personalidade do Paladino da Regularidade Maçônica Brasileira que, ao seu tempo, soube honrar os juramentos feitos e os compromissos assumidos perante o G.A.D.U., e a sua consciência. MÁRIO BEHRING soube respeitar a dignidade dos seus semelhantes, sem ostentação ou falsa modéstia.

Em 14 de Junho de 1933 quando viajou para o Oriente Eterno, deixou-nos, tal qual um vigoroso cometa, um rastro de intensa claridade a nos guiar pelos caminhos do equilíbrio, da moral e da razão.

(*) Transcrito de Nós e a X Conferência da CMI.

Fonte: JBNews - Informativo nº 290 - 14.06.2011