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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 21 de junho de 2011

PARA ONDE CAMINHA A NOSSA SOCIEDADE?

Ir∴ Luiz Felipe Brito Tavares, Médico e escritor na vida profana,
É AM da Loja Luz do Planalto nr. 76 São Bento do Sul – SC

Para onde caminha nossa sociedade?

A cada dia temos a impressão de que o respeito diminui, e que a leviandade ganha terreno.

Porém estamos no século 21 e nosso grau de conhecimento da existência tem aumentado dia a dia de forma vertiginosa.

Possuímos uma história rica cheia de exemplos e lições memoráveis de vida. Então porque tanto desequilíbrio graça em nosso orbe planetário?

De fato uma visão talvez precipitada nos induza a conclusões pessimistas e desanimadoras, mas de fato estaríamos, não obstante as conquistas tecnológicas, regredindo moralmente?

Uma corrente de espiritualistas afirma que nosso planeta nunca foi brindado com tanta luz como hoje.

Porém diante de tantas atrocidades como podem afiançar tal conclusão? Com uma frase simples podemos representar seus pensamentos:

“Quando estamos no escuro, não enxergamos a dimensão da desordem presente.”

Durante muitos séculos nossa sociedade vem apresentando acréscimos em seu cabedal cultural e científico, e paulatinamente vem, embora a passos muito lentos, amadurecendo. Não obstante, nunca em toda sua história vivenciou tamanho grau de liberdade como nos dias de hoje.

No passado a grande massa sempre foi cativa de senhores, e até pouco tempo, ainda se considerava aceitável a existência da escravidão.

Reinados, impérios, religiões, senhores feudais, ditaduras..., impediam que o ser humano pudesse agir com autenticidade e liberdade.

Naturalmente o estado de imaturidade do ser humano e sua necessidade de condução facilitaram tal situação de submissão.

Além disto, a falta de acesso à informação pela grande massa facilitava que permanecessem subjugados por senhores diversos.

Tais senhores se utilizavam do subterfúgio do medo, em diversos níveis, para manter a população sob aparente controle.

Porém a panorâmica tem mudado com o maior acesso da grande massa ao conhecimento.

A consciência hoje dos direitos é ampla em meio até aos mais carentes de recursos. As correntes têm se rompido.

Tal acesso levou e pressionou grande parte das sociedades modernas no sentido de uma maior liberdade de expressão.

Porém não seria de se esperar, com tanta informação circulante, que uma sociedade algo mais madura, comparativamente ao passado, e premiada com tamanha liberdade, valorasse a moral e primasse suas ações e condutas pelos bons costumes?

E não é justamente o contrário que se percebe?

Como então dar sentido a teoria de que estamos evoluindo e não regredindo?

No passado a humanidade criança sempre fora guiada por grupos dominantes, que de certa forma funcionavam como refreadores de suas atitudes mais destrutivas.

Como adolescente a sociedade adquiriu sim maior cabedal de informações, embora não tenha ainda validado pelas experiências tais conhecimentos, a ponto de transformá-los em virtude.

Não existem mais tantos tampões para controlar as paixões que tal sociedade ainda preserva. Da mesma forma que se torna difícil controlar adolescentes que buscam por seu lugar no mundo, mesmo sem atinar que lugar seja este.

Paixões vêm à tona sem pudor, sob a justificativa de liberdade. O adolescente confunde liberdade com ausência de ordem.

Muito conhecimento, pouco discernimento. Muito tamanho e pouca cabeça.

Diz um ditado que toda virtude um dia foi disciplina. Portanto não basta conheci mento para elevar uma pessoa a patamar superior. O conhecimento se adquire rápido e com certa facilidade, mas as aquisições morais, ou seja, as virtudes levam muito tempo e esforço dirigido da vontade para serem desenvolvidas.

Nossa sociedade possui muito conhecimento e poucas virtudes.

Por desconhecer a própria essência espiritual, se vê como matéria e de forma natural busca saciar os desejos mais primitivos e egoístas.

Difícil para um ser pouco afeito à reflexão sensibilizar-se com o abstrato e valorizá-lo.

É mais fácil para este ser atender a um desejo físico do que voluntariamente sacrificar- se por um semelhante.

Este ser sem tantas amarras sociais e religiosas, agora se vê livre para dar vazão ao que é de fato.

Como adolescente se aproveita da queda dos grandes dominadores e embriaga-se com a liberdade.

No passado a omissão deliberada de informação, e a conseqüente manipulação pelo medo impuseram necessidade de comportamentos sociais determinados, mas tudo que é imposto não é voluntariamente absorvido. Pode ser tolerado por falta de opções, porém não será aceito interiormente.

Tal logo as conjunturas opressoras mudem, logo a sociedade se liberta daquilo que considerava um incômodo peso.

A humanidade durante sua infância obedeceu mecanicamente e por medo. Não por aceitação consciente. Portanto sem evolução verdadeira.

Os próprios senhores da humanidade controlavam a massa simplesmente pelo poder e pela força. Sem autoridade moral autentica.

Não que inexistissem seres iluminados em todos os períodos da história humana, mas infelizmente foram poucos aqueles que puderam de fato apreender seus ensinamentos.

Hoje as máscaras estão caindo. Os túmulos estão sem seus tampos caiados. Para a maioria nunca existiu o certo e o errado em essência, mas o que lhes era ou não permitido fazer.

A luz chega ao quarto escuro e demonstra o que de fato existe ainda no coração e na mente do homem.

A humanidade sempre foi possuidora de tais tendências, de uma forma até mais intensa, não obstante represa, no passado.

Tal situação escondida no pretérito pelo véu das ditaduras, governamentais ou religiosas, hoje está sendo evidenciada, dando a impressão de um grande retrocesso que, embora aparente, de fato em essência não existe.

No passado existia o medo, imposto por diversos senhores, manipulando uma humanidade infante e ignorante.

Hoje na época das luzes a ignorância vem cedendo lugar e desmistificando os falsos senhores. A sociedade se arvora o direito a plena liberdade. Rejeita a falsa moral.

Sabemos que existe uma moral autentica e como dissemos, propagada e exemplificada por muitos beneméritos autênticos da humanidade.

Porém a grande massa pela falta de estatura moral não consegue enxergar tal autenticidade. Suas poucas conquistas nesta área não as capacitam a diferenciar o que é falso do que é verdadeiro.

Em nome de um impulso retido durante muitos séculos prefere rejeitar tudo que lhe imponha ordem a título de poder dar asas a todos seus caprichos sonhados.

Lamentavelmente são levadas de roldão pela enxurrada tanto as hipocrisias morais, quanto os autênticos exemplos de virtudes.

Adolescentes inseguros desconfiam de tudo. Têm medo de retornar ao estado de escravidão. Uma sociedade que ainda não sabe o que realmente deseja, mas já sabe o que não quer mais. Não quer mais ser manipulada pela hipocrisia. Porém nem tudo é hipocrisia.

Tal sociedade adolescente e sedenta de liberdade descobrirá, porém que tudo tem um preço.

Não é por rejeitarem as leis morais rotulando-as como falsas, que estas de fato deixarão de existir. A liberdade egoísta não isentará conseqüências.

Tal sociedade não poderá mais transferir a responsabilidades de suas ações para o que consideravam como senhores repressores. A liberdade tem duas faces. Uma vez adquirida, não se poderá mais culpar outrem pelas próprias atitudes.

O adolescente pede liberdade, mas tem que aprender a arcar com as conseqüências dos próprios atos, aprendendo que existem leis morais autenticas que lhe sustentam a existência.

Pela falta de conhecimento das leis eternas e naturais que mantém a ordem, naturalmente irão colher espinhos pelas atitudes levianas.

Perdidos e sem mais ter a quem culpar obrigar-se-ão a rever suas atitudes. Perceberão que não apenas existe a hipocrisia daqueles que se utilizam do poder e da religião, mas que também existe a verdadeira virtude daqueles que já conhecem as leis de Deus. Perceberão por fim que existem leis morais autenticas a guiar o homem no sentido de sua felicidade. Passarão a respeitar a ordem e a harmonia, mas desta vez voluntariamente. Serão finalmente valorizados, pela grande massa, os grandes mestres da humanidade, que renascerão em importância.

Devemos como já iniciados na senda operativa servir como exemplos a remodelar uma sociedade ainda perdida e confusa. Uma sociedade adolescente que adquiriu conhecimento, mas que precisa transformá-las em fogo vivo.

A humanidade hoje enxerga melhor o quarto escuro e pode vislumbrar o que de fato existe em sua mente e coração.

Antes a humanidade infantil não podia nem identificar suas mazelas. Hoje já temos condição de reconhecê-las.

Portanto, meus irmãos longe de nos desalentarmos pela atual sociedade e seus desmandos, mais do que nunca devemos nos tornar exemplos, pois nosso futuro depende disto.

Se assim o procedermos, poderemos guiar nossa sociedade adolescente para um estado de maturidade, onde todos poderão considerar como mais importante o amor e o respeito pelo próximo em detrimento às paixões inebriantes de uma liberdade sem limites e egoísta.

Não podemos mais impor, pois não há espaço para tal. E mesmo se houvesse estancaríamos uma evolução autêntica.

Fonte: JBNews - Informativo nº 297 - 21.06.2011

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