MAÇONARIA DE ALICERCE

Ir∴ Sergio Quirino

Saudações estimado Irmão, ajude a solidificar a MAÇONARIA DE ALICERCE. Na verdade eu nem sei se seria correto usar esta expressão (Maçonaria de Alicerce), mas eu quero ultrapassar o conceito padrão de Maçonaria Simbólica. 

O que tenho presenciado é uma “corrida” dos Irmãos atrás dos “Graus Superiores”. Antes de continuar, devo deixar  bem claro que sempre proclamei a importância dos Irmãos participarem dos trabalhos dos graus posteriores, porém não com o abandono dos simbólicos. 

Chegamos ao absurdo de termos Irmãos faltosos em seus compromissos junto à Loja Simbólica e conquistando Graus em outros Corpos. 

– Calma lá Ir.’. Quirino! As Instituições são separadas e independentes! Com certeza foi o que pensou algum Irmão. 

Tudo bem, os grupos são diferentes, mas o elemento é o mesmo. Ora, se ele não cumpre com suas obrigações no Simbolismo, terá idoneidade maçônica para pleitear, por exemplo um lugar entre Cavaleiros Kadosch? 

Eu tenho uma interpretação, que pode estar certa, mas também pode estar errada, tudo baseado na minha vivência ao galgar todos os Graus do REAA, todos os Graus do Rito de York Inglês e alguns do Rito de York Americano. Os Graus Superiores são importantes, mas não fundamentais; basta os Irmãos observarem em sua Loja fantásticos Instrutores que são Mestres Maçons e por outro lado temos os “Graus 33” que não vencem as paixões e não submetem à vontade, porém o progresso que queriam na Maçonaria fica materializado em uma bela comenda. 

Lembro aos Irmãos que não entramos na Sublime Ordem para termos conhecimento sobre MAÇONARIA, mas sim adquirir uma condição moral de MAÇOM. 

O trabalho maçônico de enlevo moral começa na sua iniciação, a base é o Grau de Aprendiz, do francês antigo aprentiz “o que aprende um ofício ou arte”, depois (e que seja muito depois) temos o Grau de Companheiro que é aquele que acompanha ou compartilha, que no nosso primórdio era chamado de Companheiro de Ofício e adiante (e que seja o mais adiante possível) temos a Responsabilidade Maçônica (pregoada como “Plenitude Maçônica”) manifestada no Mestre de Ofício, que chamamos de M.’.M.’. que é a pessoa que domina um ofício. 

E o que venha a ser OFÍCIO? No mundo atual traduzimos como TRABALHO, mas é na origem latina da palavra que está a instrução simbólica na Maçonaria de Alicerce: Ofício do latim officiu (DEVER). 

Portanto, ao iniciarmos um profano, ele deverá aprender quais são os deveres de um Maçom, ao ser elevado ele deverá compartilhar seus anseios sentimentais em relação aos deveres e finalmente ao ser exaltado, o Maçom deverá ser exemplo humano do dever cumprido. 

Há muitas coisas a serem aprendidas dentro da estrutura das Grandes Lojas e dos Grandes Orientes que não darão medalhas (comendas) nem diplomas, mas que são instrumentos para o progresso dos Maçons e não custam nada. 

Antes de enveredar pelos Graus Superiores, participe das Plenárias, das Câmaras Legislativas e Judiciárias, assista Palestras, fortaleça a Escola Maçônica, participe de uma Loja de Pesquisa, funde um Núcleo de Estudo, colabore nos trabalhos das Organizações Paramaçônicas como a Ordem DeMolay, as Filhas de Jó, a Fraternidade Feminina, Oficina de Lowtons, Order of the Rainbow for Girls, Estrela do Oriente e principalmente faça visitas.

Expanda seus horizontes, freqüente Lojas de Potências com as quais a sua mantem tratado de reconhecimento e mais ainda, Lojas de Rito diferente ao seu, pois cada sessão será um grande aprendizado. 

Para que vocês tenham uma idéia, a minha Loja (ARLS Presidente Roosevelt 25, REAA) na última terça-feira, dia 19/10 incorporou-se a ARLS Fraternidade e Justiça 32, Rito de York, para uma Sessão Magna de Elevação ao Grau de Mestre Maçom. Ficamos encantados e o mais interessante é que nesta Sessão de Grau 3 do Rito de York, foram passados conhecimentos dos Graus 04 ao 14 do Rito Escocês ou seja, Irmãos da PR25 aprenderam em uma única reunião a continuação da lenda. 

Querido Irmão antes de procurar colocar os pés em um novo degrau, tenha certeza que já viu tudo do plano anterior, se já aprendeu e transferiu o que aprendeu, que os próximos conhecimentos serão realmente ministrados por Irmãos instruídos e jamais aceite a tentação do “Elevador de Jacó”.

Fonte: JBNews - Informativo nº 201 - 16/03/2011