CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (4ª PARTE)
Valdemar Sansão
Os VVig∴ são os auxiliares do V∴ M∴ na direção da Loja, enquanto os
demais Oficiais são seus auxiliares na administração e no desenvolvimento
ritualístico da Sessão.
CARGOS NOMEADOS
6 - Diáconos – No Rito Escocês Antigo e Aceito, que tem a
transmissão da Pal∴ Sag∴, os Diáconos incumbem-se dessa transmissão, no início
e no fim dos trabalhos da Loja. Estando correta a transmissão, o 2º Vig∴
comunicará ao 1º Vig∴ e este ao V∴ M∴, que está “tudo justo e perfeito”;
lembrança dos remotos tempos das Corporações Operativas, quando os
construtores sempre verificavam a exatidão das construções com o Prumo ou
Perpendicular (instrumento do 2o Vig∴), e com o Nível (instrumento do 1o
Vig∴),
proclamando, ao constatar essa exatidão: “Tudo está justo e perfeito”.
Cargo exercido, para transmissão das ordens das Luzes aos
demais Irmãos e o cumprimento de outras missões ritualísticas em
determinadas cerimônias, como por exemplo, a formação do pálio. O 1º Diác ∴
senta-se perto e à direita do V∴ M∴, para pô-lo em comunicação com o
P∴
Vig∴.
Sua joia é uma pomba inscrita o triângulo, que é o símbolo da fé,
significando sua qualidade de mensageiros e indicando seus atributos de
circunspecção e justiça. A pomba em voo recorda o episódio da Arca de Noé
quando as pombas retornaram trazendo em seu bico um pequeno ramo de oliveira,
comprovando que as águas do dilúvio já haviam escoado. O único Rito que
possui a transmissão da Palavra Sagrada pelos Diáconos é o Rito Escocês.
Os Diáconos têm cada um, encimando seus bastões, uma
pomba como joia, significando sua qualidade de mensageiros e indicando seus
atributos de circunspeção e justiça, por ser seu dever zelar pela segurança
da Loja.
Dois são os Expertos com as mesmas funções; “experto” =
experiente.
7 – Mestre- de- Harmonia – A música é uma das sete artes
liberais. Procede o vocábulo do grego “musa”, que significa inspiração,
poesia, harmonia e encanto. Em todas as civilizações, a música era cultivada
por meio do cântico e de instrumentos; inicialmente de percussão, depois de
sopro e, mais tarde, de cordas; hoje, com a eletrônica, obtêm-se os sons mais
variados que possam surgir. A música tem o dom de
preparar o ambiente para a meditação, para o culto espiritual; não só
acalma, ameniza, como pode curar distúrbios nervosos.
Esotericamente, os sons penetram no íntimo dos seres humanos que lhe dão harmonia e paz. Tudo no universo é som, que por sua vez é matéria e espírito. Todos nós precisamos de momentos harmoniosos em nossa vida; instantes de boa música nos confortam e conduzem aos bons pensamentos, de elevada espiritualidade.
Harmonia significa, sobretudo, “equilíbrio”; é o estado de paz que deve reinar na Loja, e cuja ruptura constitui uma infração, um delito maçônico. No sentido musical é a disposição harmoniosa dos sons dentro de uma determinada escala musical. A harmonia constitui virtude que deve ser cultivada com interesse e cuidados extremos.
O Mestre de Harmonia é uma das figuras mais insignes da
Loja, pois é o seu bom trabalho o principal responsável pela harmonização
das Sessões. O Mestre de Harmonia deve ser escolhido àquele que tiver gosto
para a função e maior sensibilidade musical para colocar a música adequada,
na hora correta. Um bom Mestre de Harmonia nunca deixa a Loja sem algum tipo de
música, nem que seja em surdina. Sem dúvida, a música que rege os sons é um
conduto harmonioso para a meditação e o ingresso para o “interior” de cada
ser humano.
Cabe-lhe a tarefa de embelezar uma Sessão com músicas
inerentes ao que se está realizando em Loja. Compete-lhe selecionar as
músicas, de preferência Mozart, nosso Irmão.
Funcionando como verdadeiro contrarregra do psicodrama, que é a Iniciação; é quem efetivamente se responsabiliza pelo maior ou menor efeito do Cerimonial sobre o Recipiendário. As músicas, a quem denominamos Peças de Harmonia ou Coluna de Harmonia, são previamente estudadas, escolhidas e inseridas à Ritualística.
Compete ao Mestre de Harmonia na Loja prover, também, para
que os Irmãos vivam em paz, em equilíbrio e harmonicamente. A Loja que
mantiver harmonia em seu quadro será próspera e terá realizado seu objetivo.
8 – Arquiteto do Templo – designa aquele que projeta ou dirige construções. Como a Maçonaria é a arte de construir (literalmente, na Maçonaria de Ofício, ou Operativa, e simbolicamente, na Maçonaria dos Aceitos, ou “Especulativa”), a arquitetura, evidentemente, está profundamente ligada a ela, através, inclusive, dos instrumentos com alto valor simbólico: Esquadro, Compasso, Nível, Prumo, Maço, Cinzel, Alavanca, Lápis, Régua, etc.. Graças a isso é que, na quase totalidade dos Ritos, a suprema divindade, Deus, tem o título de Grande Arquiteto do Universo, o qual está presente em todos os papéis maçônicos, como dedicação da Oficina e da Obediência à Glória do Grande Arquiteto do Universo).
Encarregado da ornamentação, decoração e conservação
do Templo, ornado e preparado, segundo as Sessões que a Loja tiver que
celebrar. Fornece aos membros da administração os livros e utensílios
necessários para os trabalhos e recolhe-os depois de encerradas as sessões.
O Arquiteto do Templo pode ser ajudado nos seus misteres por um Aprendiz ou Companheiro designado pelo Venerável.
De sua função, da sua inteligência, dedicação e zelo, dependem a prontidão e perfeição das cerimônias litúrgicas e a boa ordem dos objetos a si confiados.
Porta Bandeira – Patriotismo resulta do cultivo sadio do civismo. E, nada mais apropriado do que os versos com que Olavo Bilac ornou o Hino à Bandeira: “Juro lealdade ao Brasil e fidelidade à sua Bandeira. Que sobre nós, nos momentos de festa ou de dor, paire sempre a Sagrada Bandeira, pavilhão da justiça e do amor”.
Nas sessões magnas, antes do início dos trabalhos, no
momento em que a Loja estiver composta, após a entrada de autoridades
maçônicas ou civis e visitantes, o dirigente ordenará ao M∴
CCerim∴
que forme uma guarda de honra composta por dois Mestres Maçons armados de espada e que convide o
Porta-Bandeira para introdução do Pavilhão Nacional; chegados à porta do
Templo, com o Pavilhão à frente, seguidos pela guarda de honra a um passo
atrás e formando um triângulo, o Mestre de Cerimônias avisará o Guarda do
Templo que anunciará ao dirigente: “VENERÁVEL MESTRE, ENCONTRA-SE À PORTA DO
TEMPLO O PAVILHÃO NACIONAL COM SUA GUARDA DE HONRA”.
O dirigente determinará aos Irmãos para se porem em pé e
perfilados, e autorizará a abertura da porta, dando entrada ao préstito, que
se colocará entre Colunas, ouvindo-se o Hino Nacional;
Sem outra formalidade, será conduzido até a Grade Norte do Oriente onde será colocado em seu lugar de honra.
Antes do encerramento dos trabalhos, e antes de qualquer pessoa deixar o Templo, o Pavilhão será retirado, após a saudação, com as mesmas formalidades da entrada, no que diz respeito à sua guarda de honra e posição de Obreiros, sob os acordes do Hino à Bandeira.
Ninguém pode tocar a Bandeira, salvo o Porta-Bandeira que, ao conduzi-la, deverá mantê-la junto ao mastro.
A Bandeira Nacional será hasteada, nos dias de festa ou de luto nacional, no frontispício de todos os Templos. Sem uso, ficará guardada em nicho próprio, na Sala dos Passos Perdidos.
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.072
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