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domingo, 19 de junho de 2016

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (4ª PARTE)

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (4ª PARTE)
Valdemar Sansão

Os VVig são os auxiliares do V M na direção da Loja, enquanto os demais Oficiais são seus auxiliares na administração e no desenvolvimento ritualístico da Sessão.

CARGOS NOMEADOS
6 - Diáconos – No Rito Escocês Antigo e Aceito, que tem a transmissão da Pal Sag, os Diáconos incumbem-se dessa transmissão, no início e no fim dos trabalhos da Loja. Estando correta a transmissão, o 2º Vig comunicará ao 1º Vig e este ao V M, que está “tudo justo e perfeito”; lembrança dos remotos tempos das Corporações Operativas, quando os construtores sempre verificavam a exatidão das construções com o Prumo ou Perpendicular (instrumento do 2o Vig), e com o Nível (instrumento do 1o Vig), proclamando, ao constatar essa exatidão: “Tudo está justo e perfeito”.

Cargo exercido, para transmissão das ordens das Luzes aos demais Irmãos e o cumprimento de outras missões ritualísticas em determinadas cerimônias, como por exemplo, a formação do pálio. O 1º Diác senta-se perto e à direita do V M, para pô-lo em comunicação com o P Vig. Sua joia é uma pomba inscrita o triângulo, que é o símbolo da fé, significando sua qualidade de mensageiros e indicando seus atributos de circunspecção e justiça. A pomba em voo recorda o episódio da Arca de Noé quando as pombas retornaram trazendo em seu bico um pequeno ramo de oliveira, comprovando que as águas do dilúvio já haviam escoado. O único Rito que possui a transmissão da Palavra Sagrada pelos Diáconos é o Rito Escocês.

E o 2º Diácono, coloca-se perto e à direita do Primeiro Vigilante, para transmitir suas ordens ao Segundo Vigilante e demais membros da Oficina. Assim, graças a Maçons fantasiosos, os Diáconos passaram a portar bastões, assim como o Mestre de Cerimônias.

Os Diáconos têm cada um, encimando seus bastões, uma pomba como joia, significando sua qualidade de mensageiros e indicando seus atributos de circunspeção e justiça, por ser seu dever zelar pela segurança da Loja.

Dois são os Expertos com as mesmas funções; “experto” = experiente.

7 – Mestre- de- Harmonia – A música é uma das sete artes liberais. Procede o vocábulo do grego “musa”, que significa inspiração, poesia, harmonia e encanto. Em todas as civilizações, a música era cultivada por meio do cântico e de instrumentos; inicialmente de percussão, depois de sopro e, mais tarde, de cordas; hoje, com a eletrônica, obtêm-se os sons mais variados que possam surgir. A música tem o dom de preparar o ambiente para a meditação, para o culto espiritual; não só acalma, ameniza, como pode curar distúrbios nervosos.

Esotericamente, os sons penetram no íntimo dos seres humanos que lhe dão harmonia e paz. Tudo no universo é som, que por sua vez é matéria e espírito. Todos nós precisamos de momentos harmoniosos em nossa vida; instantes de boa música nos confortam e conduzem aos bons pensamentos, de elevada espiritualidade.

Harmonia significa, sobretudo, “equilíbrio”; é o estado de paz que deve reinar na Loja, e cuja ruptura constitui uma infração, um delito maçônico. No sentido musical é a disposição harmoniosa dos sons dentro de uma determinada escala musical. A harmonia constitui virtude que deve ser cultivada com interesse e cuidados extremos.

O Mestre de Harmonia é uma das figuras mais insignes da Loja, pois é o seu bom trabalho o principal responsável pela harmonização das Sessões. O Mestre de Harmonia deve ser escolhido àquele que tiver gosto para a função e maior sensibilidade musical para colocar a música adequada, na hora correta. Um bom Mestre de Harmonia nunca deixa a Loja sem algum tipo de música, nem que seja em surdina. Sem dúvida, a música que rege os sons é um conduto harmonioso para a meditação e o ingresso para o “interior” de cada ser humano.

Cabe-lhe a tarefa de embelezar uma Sessão com músicas inerentes ao que se está realizando em Loja. Compete-lhe selecionar as músicas, de preferência Mozart, nosso Irmão.

Funcionando como verdadeiro contrarregra do psicodrama, que é a Iniciação; é quem efetivamente se responsabiliza pelo maior ou menor efeito do Cerimonial sobre o Recipiendário. As músicas, a quem denominamos Peças de Harmonia ou Coluna de Harmonia, são previamente estudadas, escolhidas e inseridas à Ritualística.

Compete ao Mestre de Harmonia na Loja prover, também, para que os Irmãos vivam em paz, em equilíbrio e harmonicamente. A Loja que mantiver harmonia em seu quadro será próspera e terá realizado seu objetivo.

8 – Arquiteto do Templo – designa aquele que projeta ou dirige construções. Como a Maçonaria é a arte de construir (literalmente, na Maçonaria de Ofício, ou Operativa, e simbolicamente, na Maçonaria dos Aceitos, ou “Especulativa”), a arquitetura, evidentemente, está profundamente ligada a ela, através, inclusive, dos instrumentos com alto valor simbólico: Esquadro, Compasso, Nível, Prumo, Maço, Cinzel, Alavanca, Lápis, Régua, etc.. Graças a isso é que, na quase totalidade dos Ritos, a suprema divindade, Deus, tem o título de Grande Arquiteto do Universo, o qual está presente em todos os papéis maçônicos, como dedicação da Oficina e da Obediência à Glória do Grande Arquiteto do Universo).

Encarregado da ornamentação, decoração e conservação do Templo, ornado e preparado, segundo as Sessões que a Loja tiver que celebrar. Fornece aos membros da administração os livros e utensílios necessários para os trabalhos e recolhe-os depois de encerradas as sessões.

O Arquiteto do Templo pode ser ajudado nos seus misteres por um Aprendiz ou Companheiro designado pelo Venerável.

De sua função, da sua inteligência, dedicação e zelo, dependem a prontidão e perfeição das cerimônias litúrgicas e a boa ordem dos objetos a si confiados.

Porta Bandeira – Patriotismo resulta do cultivo sadio do civismo. E, nada mais apropriado do que os versos com que Olavo Bilac ornou o Hino à Bandeira: “Juro lealdade ao Brasil e fidelidade à sua Bandeira. Que sobre nós, nos momentos de festa ou de dor, paire sempre a Sagrada Bandeira, pavilhão da justiça e do amor”.

Nas sessões magnas, antes do início dos trabalhos, no momento em que a Loja estiver composta, após a entrada de autoridades maçônicas ou civis e visitantes, o dirigente ordenará ao M CCerim que forme uma guarda de honra composta por dois Mestres Maçons armados de espada e que convide o Porta-Bandeira para introdução do Pavilhão Nacional; chegados à porta do Templo, com o Pavilhão à frente, seguidos pela guarda de honra a um passo atrás e formando um triângulo, o Mestre de Cerimônias avisará o Guarda do Templo que anunciará ao dirigente: “VENERÁVEL MESTRE, ENCONTRA-SE À PORTA DO TEMPLO O PAVILHÃO NACIONAL COM SUA GUARDA DE HONRA”.

O dirigente determinará aos Irmãos para se porem em pé e perfilados, e autorizará a abertura da porta, dando entrada ao préstito, que se colocará entre Colunas, ouvindo-se o Hino Nacional;

Sem outra formalidade, será conduzido até a Grade Norte do Oriente onde será colocado em seu lugar de honra.

Antes do encerramento dos trabalhos, e antes de qualquer pessoa deixar o Templo, o Pavilhão será retirado, após a saudação, com as mesmas formalidades da entrada, no que diz respeito à sua guarda de honra e posição de Obreiros, sob os acordes do Hino à Bandeira.

Ninguém pode tocar a Bandeira, salvo o Porta-Bandeira que, ao conduzi-la, deverá mantê-la junto ao mastro.

A Bandeira Nacional será hasteada, nos dias de festa ou de luto nacional, no frontispício de todos os Templos. Sem uso, ficará guardada em nicho próprio, na Sala dos Passos Perdidos.

Fonte: JB News Informativo nr. 2.072

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