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segunda-feira, 20 de junho de 2016

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (5ª PARTE)

CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (5ª PARTE)
Valdemar Sansão

Nós nos revelamos verdadeiros Mestres quando nos descobrimos eternos Aprendizes 

CARGOS NOMEADOS

Experto - é o indivíduo sabedor; aquele que se tornou perito pela experiência. O termo designa o versátil nos trabalhos. Cargo maçônico existente em alguns dos principais Ritos (como o Escocês, Moderno e Adonhiramita) e inexistentes em outros (como os de York e Schroeder).

Principalmente os da Iniciação maçônica, do momento em que o candidato é entregue aos cuidados de “seu condutor, conhecido como Irmão Terrível, não devendo ser confundido com esperto, palavra que literalmente, é figuradamente, ativo, inteligente, vivo enérgico.



Porta Estandarte – É o responsável pela manutenção, transporte e condução do Estandarte da Loja nas solenidades, nos atos de juramentos, nas visitas às Lojas em Sessões Conjuntas, nos Jantares Maçônicos.

Para o Rito Escocês Antigo e Aceito temos o Porta-Estandarte. As Lojas Maçônicas conservam zelosamente seus estandartes. Eles devem estar sempre presentes nas suas reuniões. No Templo fica no Oriente, ao lado esquerdo do Venerável, fora do dossel. Ao Porta-Estandarte compete o alto encargo de guardar e transportar o Estandarte da Loja e as condecorações que lhe forem atribuídas, conservando-os em lugar apropriado.

Porta Espada Flamejante – A Espada Flamejante Maçônica é uma réplica, uma representação da Espada de Fogo dos Querubins, por isso é que se dá à sua lâmina forma ondulada. A Espada Flamejante é um Símbolo de real importância, de uso exclusivo do V - Mestre Instalado – pois um VM substituto, não Instalado, não poderá, Iniciar, Elevar ou Exaltar um Maçom. O Cargo de Porta-Espada só é exercido nas Sessões Magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação. Sua função é muito restrita dentro dos trabalhos da Oficina. Só nessas Sessões Especiais é que o Porta-Espada deixa sua cadeira para ajudar o VM Ele não pode “tocá-la”. Durante uma Sessão em que se faz uso da Espada Flamejante, simbolicamente, somente o VM da Loja ou outro Ir que tenha sido Instalado pode tocar a mesma, ninguém mais tem essa permissão. O Porta-Espada deve transportá-la num Escrínio ou sobre uma almofada, de modo que o VM possa pegá-la com a Mão Esquerda e, com a Mão Direita, dar as pancadas do Grau com o Malhete sobre a mesma, na hora da Consagração.


Cobridor Externo – ou Guarda Externo, que é o responsável pela máxima segurança, ou seja, a externa. É claro que isso é só simbólico, depois do cortejo de entrada e da abertura ritualística da Sessão, o Cobridor Externo adentra o Templo, colocando-se junto à porta, no lado contrário ao do Cobridor Interno, só saindo, depois, para fazer as verificações inerentes ao seu importante cargo.

Esclareça-se que as armas usadas pelos Cobridores (geralmente Espadas, embora o mais correto, para o Cobridor Externo, fosse o alfanje) só são por ele empunhada quando se levanta para exercer as suas funções; quando ele está sentado, as armas ficam embainhadas. Também não ficam à ordem com a Espada apoiada ao ombro esquerdo, pois qualquer Sinal maçônico é feito com as mãos e jamais com os instrumentos de trabalho.

Cobrir o Templo – Fazer sair àqueles que não possam continuar a assistir a uma Sessão, ou impedir a entrada de quem não é qualificado para assisti-la. Quem faz sair, ou seja, cobrir o Templo é, evidentemente, o Cobridor. Existem alguns Rituais, que mandam, por exemplo, que o Venerável Mestre ordene ao M CCerim que “faça os Aprendizes cobrirem o Templo”, ou que “faça com que o Ir Fulano cubra o Templo”. Ora, nem Aprendizes, nem Companheiros, nem qualquer Mestre, a não ser o Cobridor, pode cobrir o Templo; eles podem isso sim, ter o Templo coberto. O certo, portanto, é o VM dizer: “Ir Mestre de Cerimônias, fazei com que seja coberto o Templo aos IIr Aprendizes”, ou “fazei cobrir o Templo ao Ir fulano”; é claro que o Mestre de Cerimônias não cobre o Templo, mas faz com que o Cobridor o cubra, levando a ele os Irmãos que deverão sair.

Bibliotecário – Em Maçonaria, temos várias espécies de livros: Livro Sagrado ou Livro da Lei; Livro de Arquitetura; onde são registrados os Balaústres ou Atas; formando o acervo da Loja para a sua história e memória; Livro das Constituições, dos Regulamentos, dos Estatutos e dos Rituais; Livro Negro que registra o nome dos candidatos rejeitados; Livro de Presença, que registra a presença dos maçons às reuniões; Livro de Eloquência, que reúne as “peças de arquitetura”, ou seja, os trabalhos escritos apresentados em Loja; Livro do Tesouro, que registra os valores arrecadados. Paralelamente, toda Loja possui sua Biblioteca, que reúne as Obras Maçônicas que são solicitadas pelos Irmãos, para produzirem seus trabalhos e para instruírem-se.

O maçom dedicado à leitura obtém o conhecimento necessário para a sua formação intelectual, útil para que compreenda o intrincado Sistema Filosófico Maçônico.

Mestre de Banquetes – Providencia todo o necessário à execução dos Banquetes, Ritualísticos ou não; de confraternização ou de comemoração dos Atos Magnos da Ordem.

A Maçonaria celebra, anualmente, com toda solenidade, duas grandes festas tradicionais e eminentemente simbólicas, que são chamadas de solsticiais ou de São João. Uma é chamada de Solstício de Inverno ou de São João Batista, pois é levada a termo na véspera ou no dia 24 de junho; a outra de Solstício de Verão, de Estio, ou de São João Evangelista, patrono dos Graus Filosóficos e que se realiza na véspera ou no dia 27 de dezembro.
As Festas da Ordem são para comemorar: Aniversário de Fundação, Recepção de Novos Irmãos. Já os Banquetes Solsticiais se distinguem pelo uso do Ritual. Eles são reminiscências da Ceia dos Apóstolos; podemos retroagir no tempo e vamos encontrá-los por todos os povos da antiguidade, especialmente, nas Religiões de Mistérios.
                           
Os Banquetes Maçônicos e suas conexões são tarefas de responsabilidade do Mestre de Banquetes a quem compete organizá-los, dentro dos critérios utilizados pela Loja, bem como adequá-los ao Cerimonial de Banquete, cuidando para que todos os obreiros e convidados sejam perfeitamente atendidos e que todos saiam plenamente satisfeitos.

Compromisso de Posse: Venerável Mestre: - “Entregando a Joia de vosso cargo – a Cornucópia, invisto-vos da responsabilidade das ceias oferecidas pela Loja. Que os ágapes fraternais por vós organizados sirvam para unir ainda mais a família maçônica”.

Conclusão – O nosso intento é modesto, é primário, com a apresentação deste tema: “Cargos e Funções em Loja”, matérias para aqueles que estão Iniciando nos mistérios maçônicos, que requerem um burilamento contínuo e indispensável, que a execução das tarefas referentes a cada Cargo os ajudará a forjar seu espírito maçônico, que praticam a Maçonaria e estão sempre presente em Loja. Sábios são os que procuram o conhecimento; tolos são os que acham que já o encontraram. Precisando de alguém, procure sempre os ocupados. Os outros nunca têm tempo...!

Nos nossos 37 anos de Maçonaria já ocupamos em Loja os mais variados cargos, e sempre encontramos dificuldades em delimitar os Deveres e Obrigações de cada Cargo ocupado. Os Rituais não estabelecem normas, as Constituições e Regulamentos são vagos. Juntando aqui e ali, opiniões de autores, trechos e exposições de Trabalhos publicados na Imprensa Maçônica; alinhavamos o que acreditamos, será de grande utilidade às administrações das Lojas.

Como sempre militamos no Rito Escocês Antigo e Aceito, nosso Trabalho se desenvolveu mais nesse campo. Muita coisa poderá ser consertada e melhorada. Por isso é que estamos entregando aos Irmãos que ocupam cargos em Loja, com a única finalidade de poder ajudá-los em suas tarefas. Esperamos muito da compreensão e da colaboração das Lojas e dos Irmãos.

Fonte: JB News – Informativo nr. 2.075

Um comentário:

  1. Gostei muito dessas apresentações. Servirão para ajudar-me na composição dos cargos de Loja, quando assumir o Veneralato.

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