CARGOS OU FUNÇÕES EM LOJA (5ª PARTE)
Valdemar Sansão
Nós nos revelamos verdadeiros Mestres quando nos
descobrimos eternos Aprendizes
CARGOS NOMEADOS
Experto - é o indivíduo sabedor; aquele que se tornou
perito pela experiência. O termo designa o versátil nos trabalhos. Cargo
maçônico existente em alguns dos principais Ritos (como o Escocês, Moderno e
Adonhiramita) e inexistentes em outros (como os de York e Schroeder).
Principalmente os da Iniciação maçônica, do momento em
que o candidato é entregue aos cuidados de “seu condutor, conhecido como
Irmão Terrível”, não devendo ser confundido com esperto, palavra que
literalmente, é figuradamente, ativo, inteligente, vivo enérgico.
Porta Estandarte – É o responsável pela manutenção,
transporte e condução do Estandarte da Loja nas solenidades, nos atos de
juramentos, nas visitas às Lojas em Sessões Conjuntas, nos Jantares
Maçônicos.
Para o Rito Escocês Antigo e Aceito temos o
Porta-Estandarte. As Lojas Maçônicas conservam zelosamente seus estandartes.
Eles devem estar sempre presentes nas suas reuniões. No Templo fica no
Oriente, ao lado esquerdo do Venerável, fora do dossel. Ao Porta-Estandarte
compete o alto encargo de guardar e transportar o Estandarte da Loja e as condecorações que
lhe forem atribuídas, conservando-os em lugar apropriado.
Porta Espada Flamejante – A Espada Flamejante Maçônica é
uma réplica, uma representação da Espada de Fogo dos Querubins, por isso é
que se dá à sua lâmina forma ondulada. A Espada Flamejante é um Símbolo de
real importância, de uso exclusivo do V∴ - Mestre Instalado – pois um V∴M∴
substituto, não Instalado, não poderá, Iniciar, Elevar ou Exaltar um Maçom.
O Cargo de Porta-Espada só é exercido nas Sessões Magnas de Iniciação,
Elevação e Exaltação. Sua função é muito restrita dentro dos trabalhos
da Oficina. Só nessas Sessões Especiais é que o Porta-Espada deixa sua cadeira para ajudar o V∴M∴ Ele
não pode “tocá-la”. Durante uma Sessão em que se faz uso da Espada
Flamejante, simbolicamente, somente o V∴M∴ da Loja ou outro Ir∴ que
tenha sido Instalado pode tocar a mesma, ninguém mais tem essa permissão. O
Porta-Espada deve transportá-la num Escrínio ou sobre uma almofada, de modo
que o V∴M∴ possa
pegá-la com a Mão Esquerda e, com a Mão Direita, dar as pancadas do Grau com
o Malhete sobre a mesma, na hora da Consagração.
Cobridor Externo – ou
Guarda Externo, que é o responsável pela máxima segurança, ou seja, a
externa. É claro que isso é só simbólico, depois do cortejo de entrada e da
abertura ritualística da Sessão, o Cobridor Externo adentra o Templo,
colocando-se junto à porta, no lado contrário ao do Cobridor Interno, só
saindo, depois, para fazer as verificações inerentes ao seu importante cargo.
Esclareça-se que as armas usadas pelos Cobridores
(geralmente Espadas, embora o mais correto, para o Cobridor Externo, fosse o
alfanje) só são por ele empunhada quando se levanta para exercer as suas
funções; quando ele está sentado, as armas ficam embainhadas. Também não ficam à
ordem com a Espada apoiada ao ombro esquerdo, pois qualquer Sinal maçônico é
feito com as mãos e jamais com os instrumentos de trabalho.
Cobrir o Templo – Fazer sair àqueles que não possam
continuar a assistir a uma Sessão, ou impedir a entrada de quem não é
qualificado para assisti-la. Quem faz sair, ou seja, cobrir o Templo é,
evidentemente, o Cobridor. Existem alguns Rituais, que mandam, por exemplo, que
o Venerável Mestre ordene ao M∴ CCerim∴ que “faça os Aprendizes cobrirem o Templo”, ou que
“faça com que o Ir∴ Fulano cubra o Templo”. Ora, nem Aprendizes, nem
Companheiros, nem qualquer Mestre, a não ser o Cobridor, pode cobrir o Templo;
eles podem isso sim, ter o Templo coberto. O certo, portanto, é o V∴M∴
dizer: “Ir∴
Mestre de Cerimônias, fazei com que seja coberto o Templo aos IIr∴
Aprendizes”, ou “fazei cobrir o Templo ao Ir∴ fulano”; é claro que o Mestre de
Cerimônias não cobre o Templo, mas faz com que o Cobridor o cubra, levando a
ele os Irmãos que deverão sair.
Bibliotecário – Em Maçonaria, temos várias espécies de
livros: Livro Sagrado ou Livro da Lei; Livro de Arquitetura; onde são
registrados os Balaústres ou Atas; formando o acervo da Loja para a sua
história e memória; Livro das Constituições, dos Regulamentos, dos
Estatutos e dos Rituais; Livro Negro que registra o nome dos candidatos
rejeitados; Livro de Presença, que registra a presença dos maçons às
reuniões; Livro de Eloquência, que reúne as “peças de arquitetura”, ou
seja, os trabalhos escritos apresentados em Loja; Livro do Tesouro, que
registra os valores arrecadados. Paralelamente, toda Loja possui sua Biblioteca,
que reúne as Obras Maçônicas que são solicitadas pelos Irmãos, para
produzirem seus trabalhos e para instruírem-se.
O maçom dedicado à leitura obtém o conhecimento
necessário para a sua formação intelectual, útil para que compreenda o
intrincado Sistema Filosófico Maçônico.
Mestre de Banquetes – Providencia todo o necessário à execução dos Banquetes,
Ritualísticos ou não; de confraternização ou de comemoração dos Atos
Magnos da Ordem.
A Maçonaria celebra, anualmente, com toda solenidade, duas
grandes festas tradicionais e eminentemente simbólicas, que são chamadas de
solsticiais ou de São João. Uma é chamada de Solstício de Inverno ou de
São João Batista, pois é levada a termo na véspera ou no dia 24 de junho; a
outra de Solstício de Verão, de Estio, ou de São João Evangelista, patrono
dos Graus Filosóficos e que se realiza na véspera ou no dia 27 de dezembro.
As Festas da Ordem são para comemorar: Aniversário de
Fundação, Recepção de Novos Irmãos. Já os Banquetes Solsticiais se
distinguem pelo uso do Ritual. Eles são reminiscências da Ceia dos
Apóstolos; podemos retroagir no tempo e vamos encontrá-los por todos os povos
da antiguidade, especialmente, nas Religiões de Mistérios.
Os Banquetes Maçônicos e suas conexões são tarefas de
responsabilidade do Mestre de Banquetes a quem compete organizá-los, dentro
dos critérios utilizados pela Loja, bem como adequá-los ao Cerimonial de
Banquete, cuidando para que todos os obreiros e convidados sejam perfeitamente
atendidos e que todos saiam plenamente satisfeitos.
Compromisso de Posse: Venerável Mestre: - “Entregando a
Joia de vosso cargo – a Cornucópia, invisto-vos da responsabilidade das ceias
oferecidas pela Loja. Que os ágapes fraternais por vós organizados sirvam
para unir ainda mais a família maçônica”.
Conclusão – O nosso intento é modesto, é primário, com a
apresentação deste tema: “Cargos e Funções em Loja”, matérias para aqueles
que estão Iniciando nos mistérios maçônicos, que requerem um burilamento
contínuo e indispensável, que a execução das tarefas referentes a cada
Cargo os ajudará a forjar seu espírito maçônico, que praticam a Maçonaria
e estão sempre presente em Loja. Sábios são os que procuram o conhecimento;
tolos são os que acham que já o encontraram. Precisando de alguém, procure
sempre os ocupados. Os outros nunca têm tempo...!
Nos nossos 37 anos de Maçonaria já ocupamos em Loja os
mais variados cargos, e sempre encontramos dificuldades em delimitar os Deveres
e Obrigações de cada Cargo ocupado. Os Rituais não estabelecem normas, as
Constituições e Regulamentos são vagos. Juntando aqui e ali, opiniões de
autores, trechos e exposições de Trabalhos publicados na Imprensa Maçônica;
alinhavamos o que acreditamos, será de grande utilidade às administrações
das Lojas.
Como sempre militamos no Rito Escocês Antigo e Aceito,
nosso Trabalho se desenvolveu mais nesse campo. Muita coisa poderá ser
consertada e melhorada. Por isso é que estamos entregando aos Irmãos que
ocupam cargos em Loja, com a única finalidade de poder ajudá-los em suas
tarefas. Esperamos muito da compreensão e da colaboração das Lojas e dos
Irmãos.
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.075
Gostei muito dessas apresentações. Servirão para ajudar-me na composição dos cargos de Loja, quando assumir o Veneralato.
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