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domingo, 27 de dezembro de 2020

COBERTURA DO TEMPLO

COBERTURA DO TEMPLO
(republicação)

Em 16/11/2016 o Respeitável Irmão Rodrigo S. Peixoto, Loja Acácia Laranjeirense, REAA, GOB-PR, Oriente de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, formula a seguinte pergunta:

COBERTURA DO TEMPLO

Tenho a seguinte dúvida, que me ocorreu após observar algumas situações em Loja e em outras Oficinas durante visitas.

Quando o 1º Vigilante ordena que o Cobridor Interno verifique se o Templo está coberto, e o mesmo comunica ao Vigilante que o Templo encontra-se coberto, teoricamente não haveria comunicação com o mundo profano, correto?

Bom, desta maneira, tenho observado que alguns Irmãos insistem no uso do telefone celular conectado à internet em alguns momentos da Sessão. Sendo assim, acredito que ao fazerem isto, de certo modo o Templo deixaria de estar totalmente coberto, existindo a presença de "goteiras virtuais", pois há comunicação externa.

Gostaria que o Irmão expusesse a vossa opinião a respeito do tema, o qual em particular, considero extremamente nocivo às nossas leis.

CONSIDERAÇÕES:

A cobertura do Templo genuinamente trata do sigilo maçônico (um dos Landmarks da Ordem), já que nas sessões cobertas, isso é de participação exclusiva de maçons, não se admite a presença de não iniciados, ou mesmo de obreiros que não possuam grau suficiente para participar nos trabalhos da Loja.

A origem da cobertura e o seu processo de telhamento advém da Maçonaria de Ofício e a proteção das técnicas construtivas contra os "cowans" (em tradução livre de um dialeto escocês - aquele que assentava pedras sem argamassa), ou os inabilitados para o trabalho. Também fazia parte da cobertura do recinto (canteiro) o cuidado com os planos da Obra e os seus segredos profissionais.

Com o advento da Moderna Maçonaria (especulativa por excelência) o sigilo das suas práticas se tornaria de caráter iniciático, doutrinário e sociológico. Nesse sentido é que permanece a prática da cobertura nos trabalhos da Loja, não de caráter oculto ou místico, mas de ofício prático pela própria doutrina maçônica.

Infelizmente querem alguns tratadistas sugerir o contato do espiritual com o material entre o recinto do Templo e o seu exterior. Embora de caráter sugestivo, sob o ponto de vista autêntico, nada mais é do que pura especulação. Na verdade a cobertura da Sala da Loja é uma regra tradicional haurida dos Canteiros Medievais - ancestrais da Moderna Maçonaria - como anteriormente mencionado.

Agora, o uso de parafernália eletrônica que já se tornou patológica entre alguns dos nossos Irmãos, é simplesmente desrespeitoso para com os trabalhos da Loja, cujo objetivo principal é buscar o aperfeiçoamento do Homem. Essas atitudes devem ser coibidas para não atrapalhar a ritualística e o desenvolvimento dos trabalhos maçônicos. Em síntese uso de telefones celulares, Internet, etc., durante a sessão não deve ser permitido.

Eu não trataria essa prática como "goteira virtual", senão como desrespeito e até falta de educação para com a assembleia de maçons. Alguns, ao que me parece, não aprenderam ainda a lição do amargo e do doce na alegoria maçônica. Isto é, faltam limites e, essa falta balize, não raras vezes, leva a doçura se tornar em amargor - poluindo o ambiente com ações e atos impróprios para aquele momento específico.

Finalizando, insisto em comentar que não sou contra a evolução da ciência e das artes, aliás, esse é um desiderato maçônico, entretanto sei que as coisas devem ser colocadas nos seus devidos lugares na organização da vida, seja ela de caráter individual ou coletiva.

T.F.A.
PEDRO JUK      jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br 

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