RITO BRASILEIRO

RITO BRASILEIRO
(republicação)

O Respeitável Irmão José Adiar Carlos, Loja Discípulos da Verdade, 131, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Ponta Grossa, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:
Contato: joseadir@gmail.com

Gostaria que falasse sobre o Rito Brasileiro, o único criado no Hemisfério Sul, até onde eu sei, que adota a inversão das colunas "B" ao Sul (Aprendizes) e "J" ao norte (Companheiros), bem como as posições do 1º e 2º Vigilantes.

Comentário:

Por ser um Rito genuinamente criado no hemisfério sul o Rito Brasileiro adota essa posição contrária aos outros Ritos devido ao seu próprio arcabouço doutrinário cuja consideração é a de que o Sul é mais escuro que o Norte (simbolicamente). Do ponto de vista do hemisfério sul, tem-se a impressão de que no inverno o sol se desloca para o norte o que caracteriza uma idéia pela qual o norte é o meio-dia, ou mais iluminado. Assim, para o Rito Brasileiro, essa é a visão adequada, o que, astronomicamente, para o hemisfério sul está correto. Nesse sentido é que os Aprendizes, no rito em questão sentam-se na Coluna do Sul enquanto que os Companheiros na do Norte. Obviamente isso não acontece com os outros ritos, porquanto a sua criação estar situada na meia esfera norte (hemisfério), origem histórica da Maçonaria - como a Maçonaria é simbólica, matém-se essa tradição.

A questão dos Vigilantes invertidos não é regra que venha determinar a criação de um rito no sul, pois tantos outros desses (originários do norte) e que se basearam nos Modernos de 1.717 da Inglaterra inverteram as Colunas e às vezes os Vigilantes, todavia, independente dessas inversões, nesse caso, os Aprendizes sempre se sentam no Norte e os Companheiros no Sul. 

Historicamente essa é a posição topográfica dos Aprendizes e Companheiros na quase totalidade dos ritos maçônicos, todavia para o Rito Brasileiro criado no sul este adotou a posição geográfica austral e, por assim ser, ele está tradicionalmente correto.

Na doutrina do Rito Brasileiro, este segue a evolução da Natureza, porém essa relegada ao sul do Planeta, onde as estações do ano ocorrem contrárias às do hemisfério norte.

Saliente-se que para os ritos do Norte é imprescindível a posição tradicional, mesmo que esses militem no Sul. Uma coisa é tradição e nela está à essência da alegoria doutrinária, daí não há como se fazer com que um rito nortenho venha se adaptar aos costumes sulistas. Dir-se-ia então que se porventura alguma Loja situada acima do equador do planeta Terra viesse adotar o nosso Rito Brasileiro, ela deveria manter a posição tradicional do rito sem nunca inverter as posições, mesmo que viesse a alegação dela estar situada em outra latitude. 

Digo isso justamente pelo fato de que muitos dos nossos ainda equivocadamente pregarem inversões em ritos tradicionais, como é o caso do Rito Escocês, baseando-se apenas no posicionamento global. 

É mais do que certo que praticamos o ofício no simbolismo e esse adota tradições, usos e costumes correlacionados à cultura e história dos diversos rincões terrenos.

Ritos criados no norte do planeta Terra, independente do hemisfério onde ele seja praticado, será sempre igual, tanto no norte como no sul. Também aqueles criados no sul, seguem a mesma regra – igual em qualquer hemisfério.

Finalizando, deixo aqui o alerta de que tradição está longe de serem comparados com os escritos ultrapassados de tantos rituais, especialmente os editados no Brasil, já que verdadeiras colchas de retalho foram urdidas ao longo dos anos que se passaram.

T.F.A. - Ir∴ Pedro Juk - jukirm@hotmail.com - Set/2011.
Fonte: JB News – Informativo nr. 396 Florianópolis (SC) 01 de outubro de 2011.