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quarta-feira, 16 de junho de 2021

BOOZ OU BOAZ? - À ORDEM COM O MALHETE?

BOOZ OU BOAZ? - À ORDEM COM O  MALHETE?
(republicação)

Questões apresentadas pelo Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, GOBPR,
Oriente de Toledo, Estado do Paraná.
marcelogass@uol.com.br 

Por que usamos BOOZ se o correto é BOAZ?

Um Mestre Instalado pode desfazer o Sinal após cumprimentar os Irmãos sem autorização do Venerável?

O Venerável pode usar sempre o Malhete ao invés de ficar à Ordem? 

CONSIDERAÇÕES:

1 - BOAZ, nome próprio de um personagem bíblico citado no livro de Rute e em Crônicas - Antigo Testamento, pertencente à Tribo de Judá. Tido como bisavô do Rei Davi o personagem se encaixa no texto bíblico relacionado à moabita Rute que após sua viuvez do primeiro marido permaneceu na companhia de Noemi, sua sogra. Partindo de Moabe para Israel, ambas viriam se estabelecer em Belém onde por questão de sobrevivência como viúvas, Rute passa a colher cereal nos campos de Boaz, senhor que possuía parentesco com o finado marido de Noemi. Dessa aproximação viria surgir o enlace matrimonial entre Rute e Boaz gerando um filho cujo nome seria Obed, pai de Jessé e avô do Rei Davi (pai de Salomão).

Segundo a Bíblia, Boaz, talvez por homenagem, foi também o nome dado a uma das colunas do pórtico do Templo de Jerusalém, cujo significado em hebraico segundo exegetas, além do nome próprio, é “na força” ou “com força”. Por analogia em conjunto com a outra coluna, Jaquin (Jakin, Jachin, Jaquim) – ELE (Deus) estabelecerá – lendo-se da direita para a esquerda (maneira hebraica) significa “ELE estabelecerá com Força”. Provavelmente o Reino de Israel. 

Quanto à contradição entre “BOOZ” e “BOAZ”, parece que o correto seria “BOAZ”, todavia por uma questão de versão bíblica a Vulgata (tradução da Bíblia do grego e hebraico para o latim), São Jerônimo ao término da versão em 405 d.C. traduziu a palavra de forma equivocada (Booz) e a Igreja por tradição resolveu manter essa forma escrita. 

Já a partir da Reforma Protestante na tradução da Bíblia por Martinho Lutero do latim para o alemão, o vocábulo aparece como “Boaz”.

Em relação à Maçonaria e as suas vertentes principais, a de vertente francesa (latina) mantém o escrito na Vulgata – BOOZ, enquanto que a de ilharga inglesa (anglo-saxônica) desconhece o título empregado pela Igreja Católica, assim essa vertente usa o título “Boaz”.

Ainda em se falando de Maçonaria, embora essa contradição, não menos importante, ou melhor, muito mais importante que isso é saber o significado para a Sublime Instituição da presença das Colunas Gêmeas no arcabouço doutrinário das suas duas principais vertentes. 

2 – É regra consuetudinária no Rito Escocês Antigo e Aceito – todo o Obreiro em Loja aberta quanto estiver em pé e parado, compõe o Sinal do Grau. Em deslocamento, salvo na Marcha, não se compõe Sinal. 

Quando um Irmão se levanta para fazer uso da palavra compõe o Sinal e só o desfaz quanto tomar de volta o seu assento.

Não existe essa de Mestre Instalado falar a vontade. Desfazer o Sinal após a citação nominal de costume somente é permitido se o Venerável autorizar a sua dispensa, entretanto essa não deve ser uma regra usual.

3 – As Luzes da Loja (Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes) nos seus lugares ao ficarem em pé, ficam à Ordem compondo o Sinal do Grau com a mão, ou mãos se for o caso. Essa “estória” de se pousar o malhete no lado esquerdo do peito é maneira equivocada como sinal, portanto inexistente. 

Infelizmente alguns fantasmas do passado ainda não reencarnaram e permanecem assombrando os trabalhos da Loja.

A postura de se usar o malhete na forma acima descrita só é permitida quando o Venerável precisar deixar o seu lugar portando o objeto de trabalho, por exemplo, para uma consagração. Então em estando ele fora do seu lugar, de pé e parado com os pés em esquadria, pousa o malhete no lado esquerdo do peito antes dos procedimentos necessários de costume. Nunca é demais se salientar que não existe sinal com o instrumento de trabalho. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com - DEZ/2011
Fonte: JB News – Informativo nr. 470 Florianópolis (SC) 11 de dezembro de 2011.

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