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domingo, 22 de agosto de 2021

O CAPUZ DO EXPERTO E, EXISTE EGRÉGORA NA MAÇONARIA?

CAPUZ DO EXPERTO E EGRÉGORA
(republicação)

Em 18/05/2017 o Respeitável Irmão Tristão Antonio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, REAA, GOP (COMAB), Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, solicita esclarecimentos para as seguintes dúvidas:

Prezado Irmão, seguem as minhas indagações:
1- Qual a razão do Irmão Experto usar capuz no cerimonial de iniciação?
2- O que é Egrégora? Consta nos rituais? Pertence, genuinamente, à maçonaria tradicional ou foi introduzido por correntes místicas?

COMENTÁRIOS:

1. No caso do REAA.'. o Primeiro Experto faz uso do capuz apenas quando ele recebe o candidato e antes de vendá-lo para introduzi-lo na Câmara de Reflexão. A ideia do capuz é apenas para que o candidato não reconheça o seu guia antes de receber Luz, o que atende em partes a um preceito iniciático de confiança no seu guia – mesmo sem conhecê-lo. Obviamente que essa confiança não é pessoal, porém de se entregar à Instituição. É devido a isso que o Experto se apresenta sem insígnias e com o rosto coberto para disfarçar a sua identidade.

Há que se considerar que o candidato ao chegar ao local onde se dará a Iniciação, na antecâmara, ou sala contígua à Câmara, deve estar desvendado e é por isso que o Experto se apresenta encapuzado.

O termo “capuz” é na verdade uma cobertura para a cabeça e geralmente presa à capa, ao hábito, ou a um casaco. No caso da Maçonaria, geralmente era de tamanho grande ao ponto de quase cobrir também o rosto e ia preso ao balandrau negro, porém ao longo dos tempos foi transformado em uma máscara tipo saco de pano preto com apenas dois ofícios para permitir a visão do usuário.

É oportuno ainda salientar que só se venda o candidato na antecâmara, ou em outro recinto do Templo de tal modo que ele não possa reconhecer o trajeto apenas dentro do ambiente. É equivocado o costume de se vendar o proposto desde a saída da sua residência, ou outros procedimentos análogos, inclusive o de conduzi-lo a um cemitério, pois a Maçonaria não é necrópole e nem admite prática de trotes.

2. Essa tal de Egrégora não merece nem comentários, aliás, é palavra inexistente no nosso idioma vernáculo. É pura obra de imaginação e de fato não consta nos rituais, pois na Maçonaria não existe lugar para proselitismos de credos particulares. A Maçonaria procura construir um novo homem liberto de preconceitos, vícios, fanatismo e superstições. Que cada qual mantenha os seus credos e neles busque conforto, entretanto fora dos umbrais dos nossos templos. É uma questão da lógica da convivência – o que serve para mim, obrigatoriamente não precisa servir ao meu próximo.

A propósito, está publicado no meu Blog no mês de junho do corrente – http://pedro-juk.blogspot.com.br – uma Peça de Arquitetura que foi apresentada pela Loja Caminho de Luz no Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros que trata muito bem do assunto. O trabalho não é da minha lauda, mas é bastante recomendável. Confira.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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