CAPUZ DO EXPERTO E EGRÉGORA
(republicação)
Em 18/05/2017 o Respeitável Irmão Tristão
Antonio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, REAA, GOP (COMAB),
Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, solicita esclarecimentos para as seguintes
dúvidas:
Prezado Irmão, seguem as minhas indagações:
1- Qual a razão do Irmão Experto usar capuz
no cerimonial de iniciação?
2- O que é Egrégora? Consta nos rituais?
Pertence, genuinamente, à maçonaria tradicional ou foi introduzido por
correntes místicas?
COMENTÁRIOS:
1. No
caso do REAA.'. o Primeiro Experto faz uso
do capuz apenas quando ele recebe o candidato e antes de vendá-lo para
introduzi-lo na Câmara de Reflexão. A ideia do capuz é apenas para que o
candidato não reconheça o seu guia antes de receber Luz, o que atende em partes
a um preceito iniciático de confiança no seu guia – mesmo sem conhecê-lo.
Obviamente que essa confiança não é pessoal, porém de se entregar à
Instituição. É devido a isso que o Experto se apresenta sem insígnias e com o
rosto coberto para disfarçar a sua identidade.
Há que se considerar que o candidato ao
chegar ao local onde se dará a Iniciação, na antecâmara, ou sala contígua à
Câmara, deve estar desvendado e é por isso que o Experto se apresenta
encapuzado.
O termo “capuz” é na verdade uma cobertura
para a cabeça e geralmente presa à capa, ao hábito, ou a um casaco. No caso da
Maçonaria, geralmente era de tamanho grande ao ponto de quase cobrir também o
rosto e ia preso ao balandrau negro, porém ao longo dos tempos foi transformado
em uma máscara tipo saco de pano preto com apenas dois ofícios para permitir a
visão do usuário.
É oportuno ainda salientar que só se venda o
candidato na antecâmara, ou em outro recinto do Templo de tal modo que ele não
possa reconhecer o trajeto apenas dentro do ambiente. É equivocado o costume de
se vendar o proposto desde a saída da sua residência, ou outros procedimentos
análogos, inclusive o de conduzi-lo a um cemitério, pois a Maçonaria não é
necrópole e nem admite prática de trotes.
2. Essa
tal de Egrégora não merece nem comentários, aliás, é palavra inexistente no
nosso idioma vernáculo. É pura obra de imaginação e de fato não consta nos
rituais, pois na Maçonaria não existe lugar para proselitismos de credos
particulares. A Maçonaria procura construir um novo homem liberto de
preconceitos, vícios, fanatismo e superstições. Que cada qual mantenha
os seus credos e neles busque conforto, entretanto fora dos umbrais dos nossos
templos. É uma questão da lógica da convivência – o que serve para mim,
obrigatoriamente não precisa servir ao meu próximo.
A propósito, está publicado no meu Blog no
mês de junho do corrente – http://pedro-juk.blogspot.com.br – uma Peça de Arquitetura que
foi apresentada pela Loja Caminho de Luz no Encontro Regional de Aprendizes e
Companheiros que trata muito bem do assunto. O trabalho não é da minha lauda,
mas é bastante recomendável. Confira.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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