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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

USO DO BALANDRAU

USO DO BALANDRAU
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Humberto Devoraes, GOB, sem declinar o nome da Loja e Oriente.
humberto@chmconsultores.com.br

Venho solicitar um esclarecimento sobre uma dúvida que me acometeu em uma sessão de Iniciação a qual participei. No Ritual atual do Rito Escocês Antigo e Aceito, de 2009, não deixa especificamente claro os paramentos que os Expertos devem trajar. No Manual Completo para Lojas Maçônicas, indica que os Expertos devem estar rigorosamente paramentados de balandrau negro, com capuz cobrindo todo o rosto. O capuz é utilizado somente nos momentos de contato com o candidato, para não ser reconhecido. Após a participação do Irmão na Ritualística, o balandrau é retirado, permanecendo o Irmão de terno e paramento. Assim pelo exposto, entendo que os Expertos devem entrar em Loja devidamente paramentados para uma sessão Magna (terno, luvas e avental); Após a abertura da Sessão, quando o Experto sai para buscar o/os candidatos, ele veste somente o balandrau e assim executa seu trabalho ritualístico.

CONSIDERAÇÕES:

Em primeira instância gostaria de salientar que o Manual citado pelo Irmão não está em vigor no GOB, portanto não determina qualquer orientação sobre o Ritual em vigência (2.009).

Em se tratando de uma Sessão Magna, o Ritual exara na página 33 que obrigatoriamente (o grifo é meu), os maçons presentes estarão trajados de acordo com o Rito (terno, sapato, cinto e meias na cor preta, camisa branca, etc.). Assim, como uma Sessão de Iniciação é magna e a referência feita é para todos os Maçons, não está previsto o uso do balandrau negro nem mesmo para o Experto, ou Expertos se for o caso.

Ainda na página 95 do Ritual em questão no que tratam das preliminares para a Sessão Magna, no último parágrafo está escrito que o Experto se apresenta, para ingressar o Candidato na Câmara de Reflexão, apenas sem insígnias e encapuzado enquanto não lhe tiver vendado os olhos (do Candidato). Daí duas conclusões são bem claras no meu entender. Primeiro: como a Sessão é Magna, ninguém usa balandrau. Segundo é que o Experto não porta insígnias e está encapuzado somente no momento de receber e introduzir o Candidato na Câmara. Assim que o mesmo seja vendado definitivamente, o Experto retira o capuz e coloca as suas insígnias.

Em face ao exposto, o Experto presente na abertura da Sessão estará trajado conforme a legislação e vestido das suas insígnias.

Para que o procedimento seja bem observado, devem-se evitar os atropelos de última hora. Assim o Candidato deve ser conduzido ao Templo com bastante antecedência em relação ao começo da Sessão. Também é sempre bom lembrar que o proposto será vendado apenas nas dependências da Loja pelo Experto, nunca fora dela. Assim que o Candidato for entregue ao Experto este o venda imediatamente. Em seguida vem o Tesoureiro para receber as taxas devidas que já devem ser antecipadamente preparadas para que não causem desconforto ao pretendente no momento em que já esteja vendado (diz o ritual que o candidato deve ser introduzido sem que veja e não reconheça ninguém). Assim que esteja tudo nos conformes, o Experto adentra o Candidato na Câmara lhe retirando a venda. Com os procedimentos antecipados, o proposto ficará um bom tempo para fazer a sua reflexão e preencher o questionário de costume. O Experto deve atentar para a aproximação do horário em que começarão os trabalhos da Loja, de tal maneira que ao se iniciarem os mesmos, tudo já esteja pronto – questionário preenchido, reflexão feita e o Candidato novamente vendado.

Procedimentos nessa forma farão com que o Experto durante a Sessão, após receber a ordem do Venerável para conduzir o Iniciando ao Templo não se preocupe com retirada de insígnias e o capuz.

É também sempre de bom alvitre ficar designado um Mestre que ficará nas proximidades da Câmara durante a abertura dos trabalhos (o Experto estará na Loja durante a abertura dos trabalhos).

Finalizando, no GOB não está previsto o uso de Balandrau em Sessões Magnas, enquanto que o Experto apenas não portará as insígnias e usará o capuz quando o Candidato for recebido para os procedimentos da Câmara.

Vendado o Iniciando definitivamente, que deverá acontecer antes da abertura dos trabalhos, o Experto se recompõe na maneira de costume.

E.T. – Na Câmara de Reflexão só entra o Candidato acompanhado pelo Experto. É vedada a presença de qualquer outro Irmão. Essa medida evita os rançosos trotes e brincadeiras de mau gosto, posto que estejam definitivamente proibidas nos domínios do Grande Oriente do Brasil – a Maçonaria não é uma escola de trotes.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 702, 29/07/2012

Um comentário:

  1. Como de praxe, as explicações do consultor são eficientes, e de grande valia.
    Sem pretender 'complementá-las', mas o que se costuma perceber é que ao concluir a feitura do Testamento, somente no momento da leitura pelo Orador é que se verifica as respostas do Candidato.
    E muitas vezes são constatadas ou respostas falhas, ou mesmo ausentes.
    Assim, é de sugerir que antes que o Candidato deixe a CRR, seja revisado seu Testamento e últimas disposições, e em sendo necessário, que se façam as necessárias correções e ou complementações.
    Para concluir, tais fatos se notam também por ocasião da leitura de Sindicâncias, cujos alguns Veneráveis deixam para abrir e ler as respectivas, somente na data agendada. Caso ele fizesse uma leitura prévia, haveria tempo de conferir se alguma questão ficou sem resposta, ou mesmo de entendimento prejudicado, e assim poderia saná-los, sem maiores transtornos para o processo.

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