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sábado, 14 de outubro de 2017

À SOMBRA DA ACÁCIA

À SOMBRA DA ACÁCIA
Pereira de Assunção - M⸫M⸫

Eu já parei. Aqui nesta sombra amiga,
Meus anos findarei, em paz, tranqüilamente.
Se a Acácia me abrigou, eu não quero que siga
a minha alma, outro rumo, em desespero ingente!...

Eu não tenho ilusões. Não quero outros fascínios,
que a ambição muitas vezes nos leva a conquistar...
onde a Acácia jamais possa confortar...

Eu estou bem aqui. Para que maior glória?
Contemplarei daqui o céu todo estrelado.
E ouvirei, com fervor, o toque da vitória
a fitar, sorridente, o Delta, iluminado.

Outros podem seguir, querendo, novos mundos
buscando  a sensação de novos horizontes...
Não empolga ao prazer de sonhos mais profundos,
com  a Acácia eu vencerei das ilusões, os montes...

Eu já conheço a Acácia! Ò grande maravilha!
Vivo dela a sentir o perfume abundante...
E seu vulto imortal me levará à trilha
que sempre há de trazer, alegre, o meu semblante.

Os anos já se vão. Meus cabelos já nevam...
A vida já se esvai... A jornada se finda,
nas esperanças vão outros seres se elevam
e a minha alma deslumbra uma visão mais linda!

Os caminhoneiros vão... E passam as caravanas...
Mas o toque final não muito longe ecoa...
E eu vou ficando aqui, sem ambições profanas,
à sombra salutar desta àrvore tão boa!...

Um comentário:

  1. Profunda carta do tempo de descansar, sereno, tranquilo, calmo, com a aspiração da sombra amiga, do ar perfumoso, do refrigério de uma sombra no meio do calor do deserto... bela humildade de olhar a grandeza da vida e se sentir parte dela; e essa a grandeza da humildade que se vê parte do todo. Revive, ressurge, ressuscita, no ciclo da vida, descansar sob as árvores da vida. Como criança que descansa à sombra do colo maternal, da segurança paternal...

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