À SOMBRA DA ACÁCIA
Pereira de Assunção - M⸫M⸫
Eu já parei. Aqui
nesta sombra amiga,
Meus anos findarei,
em paz, tranqüilamente.
Se a Acácia me
abrigou, eu não quero que siga
a minha alma, outro
rumo, em desespero ingente!...
Eu não tenho ilusões.
Não quero outros fascínios,
que a ambição muitas
vezes nos leva a conquistar...
onde a Acácia jamais
possa confortar...
Eu estou bem aqui.
Para que maior glória?
Contemplarei daqui o
céu todo estrelado.
E ouvirei, com
fervor, o toque da vitória
a fitar, sorridente,
o Delta, iluminado.
Outros podem seguir,
querendo, novos mundos
buscando a sensação de novos horizontes...
Não empolga ao prazer
de sonhos mais profundos,
com a Acácia eu vencerei das ilusões, os
montes...
Eu já conheço a
Acácia! Ò grande maravilha!
Vivo dela a sentir o
perfume abundante...
E seu vulto imortal
me levará à trilha
que sempre há de
trazer, alegre, o meu semblante.
Os anos já se vão.
Meus cabelos já nevam...
A vida já se esvai...
A jornada se finda,
nas esperanças vão
outros seres se elevam
e a minha alma deslumbra
uma visão mais linda!
Os caminhoneiros
vão... E passam as caravanas...
Mas o toque final não
muito longe ecoa...
E eu vou ficando
aqui, sem ambições profanas,
à sombra salutar
desta àrvore tão boa!...
Profunda carta do tempo de descansar, sereno, tranquilo, calmo, com a aspiração da sombra amiga, do ar perfumoso, do refrigério de uma sombra no meio do calor do deserto... bela humildade de olhar a grandeza da vida e se sentir parte dela; e essa a grandeza da humildade que se vê parte do todo. Revive, ressurge, ressuscita, no ciclo da vida, descansar sob as árvores da vida. Como criança que descansa à sombra do colo maternal, da segurança paternal...
ResponderExcluir