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terça-feira, 5 de abril de 2022

CIRCULAÇÃO DE APRENDIZES

CIRCULAÇÃO DE APRENDIZES
(republicação)

Questão que faz o Respeitável Irmão José Aparecido dos Santos, Loja Justiça, REAA⸫, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Maringá, Estado do Paraná.
aparecido14@gmail.com

Tenho uma dúvida sobre a entrada e circulação dos nossos amigos, irmãos aprendizes dentro do Templo. Ao adentrar no Templo para iniciar os nossos trabalhos, estes entram pela Coluna do Norte e se sentam no setentrião, onde a luz e quase inexistente, mas se for sair ou no término da sessão dos trabalhos, estes retornam pela Coluna do Norte ou ultrapassam a linha imaginária do equador e saem pela Coluna do Sul. É uma dúvida, devido os Aprendizes não terem o andar completo e minha dúvida, se podem ultrapassar a linha imaginária que divide o norte do sul, onde se sentam os Companheiros.

CONSIDERAÇÕES:

Existem duas situações. Uma é a entrada no Templo antes da abertura da Loja. O termo “abertura da Loja” se refere aos procedimentos ritualísticos que normalmente começam a partir do momento em que o Venerável pede aos Irmãos para ajuda-lo a abrir a Loja. A partir desse instante já está prevista a circulação, porém antes disso não. Sob esse ponto de vista nada fere a situação. 

No final dos trabalhos, quando a Loja já estiver fechada por ser assim declarada, também não existe circulação. Assim, aqueles que tomaram assento nas Colunas se deslocam delas diretamente para a porta que dá acesso ao átrio.

Obviamente, também há o respeito pela ordem inversa da entrada, onde saem primeiro as Luzes da Loja (Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes), ato seguido os do Oriente, os Mestres das Colunas, Companheiros e Aprendizes. Os dois últimos a se retirarem são o Cobridor Interno e o Mestre de Cerimônias por ter sido ele o coordenador da saída. 

Assim, no tocante aos Aprendizes (bem como todos da respectiva Coluna), eles saem sem circulação diretamente do Norte (a Loja está fechada*).

A outra situação que pode acontecer seria pelo fato da transformação da Loja de Aprendiz para outro Grau, ou mesmo a cobertura temporária da mesma para os Aprendizes**. 

Nesse caso, como a Loja está aberta, em retirada o Aprendiz obedece à circulação, ou seja, passa pelo Sul em direção à saída. Esse ato não fere o processo iniciático pela prática de bom senso, pois o Aprendiz não está ocupando espaço ou assento no Topo da Coluna do Sul que é o lugar dos Companheiros. 

O simples deslocamento pelo Sul é simplesmente para cumprir outra regra, a da circulação, posto que no Ocidente em deslocamento de uma para outra Coluna o Obreiro o faz obedecendo a marcha diária do Sol – andando no sentido horário.

Cabem aqui ainda dois esclarecimentos. Primeiro é que se ingressa no Templo em Loja aberta pela banda Norte da porta (do eixo para o setentrião). Quanto à retirada em Loja aberta se faz pela banda Sul da porta (do eixo para o meridião) – ingresso ou saída contrária ao exposto, denota circulação inversa (sinistro-cêntrica). Segundo é quanto ao Topo das Colunas. Estas compreendem toda a parede, Norte ou Sul, entre a parede ocidental e a balaustrada do Oriente. Topo nesse caso significa o ponto, ou limite mais distante do eixo longitudinal (equador) daquele que ali posicionado olha para o Norte ou para o Sul.

É também oportuno salientar que Aprendizes e Companheiros tomam assento no Topo do Norte e do Sul respectivamente. Aprendizes e Companheiros não ingressam no Oriente e nem ocupam cargos em Loja, pois estes são restritos aos Mestres.

As considerações aqui apresentadas estão embasadas no verdadeiro arcabouço ritualístico e doutrinário do Rito em questão. Rituais em vigência que preconizem procedimentos contrários, cumpra-se o que está escrito, todavia sugiro que os “autores” deem uma explicação convincente.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com -

* Loja fechada significa que os trabalhos estão encerrados. Não confundir com o ato de fechar a porta do Templo.

** Existe um termo chulo e equivocado, normalmente inserido nos rituais que exaram “fazei os Aprendizes cobrirem o Templo”. Ora, quem cobre o Templo é o Cobridor e não o Aprendiz, daí o termo correto seria “fazei com que o Templo seja coberto aos Aprendizes”. Se tomado ao pé da letra à primeira hipótese, então que saiam todos menos os Aprendizes, já que a ordem fora para que eles cobrissem o Templo.

Fonte: JBNews n. 730, 25/08/2012

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