(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão José Aparecido dos Santos, Loja Justiça, nº 12, REAA, e Loja Frederico Chaulbaud Biscaia, 119, Rito Moderno ou Francês, Grande Oriente do Paraná (COMAB), ambas do Oriente de Maringá, Estado do Paraná.
aparecido14@gmail.com
Tenho verificado em vários livros, escritores, sobre a ritualística de Loja Simbólica e Loja do Supremo Conselho do Grau 33 e sendo duas potências e uma fazendo o papel do Grau Simbólico e presidido pelo Grande Oriente e a outra pelo Supremo e tendo o tratado de amizade mutua, este é um ponto. Mas, qual o motivo de ter sessão do Grau Simbólico e mais propriamente dito em Iniciações, onde se vê Irmãos no Grau 30, 31, 32, 33 e em especial, portando seus paramentos, parecendo desfile de carro alegórico (Carnaval), deixando bem claro, que não é o Comendador do Supremo Conselho do Grau 33, e quando comentamos com estes Irmãos que não é o Comendador do Supremo, que tais vestimentas não são para usar em Lola Simbólica, estes nos pisam e falam que eles mandam na Loja Simbólica e se eles exigirem tem que fazer até a Abóbada de Aço para eles adentrarem ao Templo! Minha opinião que tais seres viventes não têm a verdadeira humildade, tolerância, compreensão maçônica, e sendo este o motivo que lhe pergunto: - Os Altos Graus, é que regem e mandam no Grau Simbólico? - É permitida esta com os paramentos do Grau Filosófico em Loja Simbólica? - Sem ser o Comendador do Supremo Conselho, tem que se fazer a Abobada de Aço para estes adentrarem ao Templo?
CONSIDERAÇÕES:
Infelizmente ainda ouvimos essas barbaridades.
Alguns Irmãos ainda precisam aprender que Maçonaria Universal é composta apenas e tão somente por três graus! Graus de aperfeiçoamento, superiores, filosóficos, etc. é apenas uma particularidade dos Ritos maçônicos, ou Trabalhos no caso do Craft inglês e americano.
No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito esses ditos “graus superiores” não se envolvem em hipótese alguma com o simbolismo do dito Rito. Aliás, diria eu que se existe alguma dependência, o que me parece é que os que dependem mesmo são os filosóficos do simbolismo. Pergunta-se: Alguém participa desses ditos “graus superiores” sem que tenha passado primeiro pelo simbolismo? Obviamente que não. Assim me parece que alguns Irmãos precisam ser lembrados dessa particularidade.
No Franco Maçônico básico (simbolismo) as práticas são puramente simbólicas, daí não pode e não deve existir qualquer interferência desses graus filosóficos. Em Loja Simbólica não se tratam assuntos e nem se usam paramentos que não sejam do simbolismo. Algumas Obediências maçônicas simbólicas às vezes “toleram” que apenas o Soberano Grande Comendador ingresse paramentado de acordo com o Grau 33, todavia isso é uma mera deferência e não obrigação, muitas vezes até por força de um tratado de reconhecimento.
Todavia quando isso acontece não vai além do Soberano Comendador. Agora, outros portadores desses graus se arvorarem em ter esse direito, estão muito longe da realidade e as Lojas Simbólicas devem coibir essa prática de desfile de vaidades, muito menos aceitar ilações do tipo: “os graus filosóficos mandam no simbolismo”. Cada macaco no seu galho e nada mais.
Às vezes não consigo entender como alguns Irmãos colados nesses graus, o que lhes dá já uma longa estada na Sublime Instituição, não compreenderem que a Maçonaria, dentre outros, é uma escola de humildade e não serve de palco para desfiles de vaidades e afirmações pessoais.
É oportuno também salientar que graus filosóficos e de aperfeiçoamento são particularidades de alguns ritos maçônicos, fato que não faz destes melhores do que aqueles que possuem apenas três graus simbólicos.
Da mesma forma penso que o momento é adequado para lembrar alguns Irmãos que Maçonaria não é apenas um rito e, particularmente no Brasil, a Sublime Instituição não é apenas o Rito Escocês Antigo e Aceito, ao mesmo tempo em que é salutar lembrar que o escocesismo ao período da sua criação, nem mesmo possuía graus simbólicos, porém para que ele pudesse existir, os maçons frequentavam as Lojas simbólicas azuis norte-americanas.
Somente três anos após a criação Primeiro Supremo Conselho nos Estados Unidos da América do Norte (31.05.1801) é que surgiria em 1.804, já em solo francês o primeiro ritual simbólico e por extensão o termo simbolismo. Então que “estória” é essa de que os “graus superiores” mandam no simbolismo?
Finalizando, aproveito a oportunidade para salientar que antes e acima de tudo respeito todos esses graus particulares a alguns Ritos, até porque eu mesmo pertenço ao Kadosh de um Vale do meu Estado (Paraná), bem como aos graus de aperfeiçoamento inglês e americano, todavia se me orgulho de pertencer a essas escolas, mais ainda me orgulho quando estou vestido com o meu avental de Mestre Maçom!
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0977, Florianópolis (SC) – terça-feira, 7 de maio de 2013
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