Páginas

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

PORQUE PRIVARAM-ME DA VISÃO

Ir∴ José Aparecido dos Santos
Privado da visão, sentido nobre, o ser vivo aguça outros sentidos como da audição e do tato. Cego às derradeiras fotos da vida profana, o candidato deverá esquecer tudo que se passou daquela porta para trás para como num novo filme, captar as imagens que hão de vir daquela porta para frente.

É um esquecer da vida profana, uma mão de tinta branca da pureza, passada sobre a cor negra de vícios e desvios de comportamento. É também um preparo para que o candidato desprovido de sua visão externa, possa vislumbrar as belas passagens que compõem o seu interior.

Poderia afirmar que é sem ver que se enxerga, se sente, se participa consigo mesmo, conversando no profundo silêncio com a própria consciência.

Aguçando a audição, o candidato transmite ao cérebro os ensinamentos ofertados pelos dirigentes da Loja durante o ritual de Iniciação.

Qual a maior das alegrias senão aquela de ver a luz quando se está impossibilitado de vê-la? Principalmente se esta luz tem sua fonte no nosso interior onde emergem raios rutilantes tal punhal enfurecido rompendo as trevas que nos rodeiam.

- Que raio de luz benfazejo!

E é nessa escuridão aparente que a luz incandescente ilumina o interior do candidato ao ponto de torná-lo um astro em equilíbrio com tantos outros que ornamentam o nosso infinito cosmo: a cegueira do candidato é a busca da visão interior perfeita que, ao alcançá-la, libertar-se-á da miopia malígna que existe no mundo profano, adaptando-se à nova visão da vida, enxergando templos que se levantam às virtudes e masmorras onde se aprisionam os vícios.

Fonte: JBNews - Informativo nº 213 - 29/03/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário