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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

VERSÃO BÍBLICA DO LIVRO DA LEI NA MAÇONARIA

Em 27/09/2018 o Respeitável Irmão Alberto Rafael Moreira Ferreira, Loja Cidade de Viamão, 99, REAA, GLMRS, Oriente de Viamão, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta o que segue:

LIVRO DA LEI

Nossa oficina trabalha no Rito Escocês Antigo e Aceito, pertencente à GLMRS e escrevo ao irmão após ler uma peça de sua autoria que trata da "Leitura e Abertura do Livro da Lei", em seu Blog. Em uma das nossas sessões surgiu um questionamento sobre O USO DA BÍBLIA CATÓLICA no nosso rito. Bem, fiquei encarregado pelo Venerável Mestre de escrever uma peça sobre o tema, assim ao começar a pesquisar conheci o blog do irmão e seus trabalhos que são de grande qualidade. A referida peça do irmão é muito importante e esclarecedora sobre a matéria, mas pergunto se seria possível o irmão me ajudar com a indicação de alguma bibliografia sobre essa questão.

CONSIDERAÇÕES:

Na realidade não existe essa questão de se adotar uma Bíblia católica (sic) ou não, sobretudo porque a Maçonaria não é religião. Entretanto, dependendo da vertente maçônica a que seus ritos pertencem, adota-se, ou a versão Septuaginta (dos Setenta ou Alexandrina), ou a Vulgata (latina).

A versão bíblica Septuaginta, geralmente adotada pela maçonaria de origem anglo-saxônica (Craft), teve sua redação a partir da Bíblia hebraica e foi usada pelos judeus de língua grega que a preferiam no lugar do texto escrito em hebraico. No que concerne ao título, “Dos Setenta", este se deve porque a tradição judaica atribui essa tradução a “setenta” sábios judeus helenistas, enquanto que o título "Alexandrina" se deve porque ela foi redigida em Alexandria. 

No que diz respeito à versão intitulada Vulgata, a mesma se refere à tradução da Bíblia do grego para o latim, cuja tradução se deve a São Jerônimo ao atender uma determinação do Papa Dâmaso I. Esse fato se deu entre os fins do século IV e início do V, sendo a Vulgata, sobretudo a partir da edição de 1.532, então utilizada oficialmente pela Igreja católica, essa mesma Igreja que no início se fazia valer do idioma grego.

A despeito dessas duas versões, ambas são da religião cristã, cabendo cada uma dessas versões a utilização pelos ramos do cristianismo. A questão é não se confundir “igreja” com “religião” – a religião cristã, por exemplo, envolve a igreja católica, a protestante, a anglicana e a evangélica. 

Genericamente, a Bíblia é uma coleção de textos religiosos tidos de valor sagrado para o cristianismo. Nela se narram interpretações religiosas pertinentes à existência do homem na Terra. Ela é considerada pelos cristãos como livros escritos por inspiração divina, tratando-se para a religião cristã num importante documento doutrinário.

Em Maçonaria, a qual eu ratifico não é uma religião, a Bíblia se apresenta desde o seu nascimento na Idade Média, sobretudo por influência da Igreja que era a protetora das confrarias dos construtores – vide a sua história. 

Com o advento da Maçonaria Especulativa e o aparecimento dos ritos maçônicos, cada qual deles, dependendo da sua origem cultural, manteve a versão bíblica condizente com os seus costumes. Nesse caso, a Maçonaria anglo-saxônica adotou no seu idioma a versão correspondente à Septuaginta (Bíblia Alexandrina), enquanto que a outra, a versão da Vulgata, manteve-se nos ritos de origem latina.

Assim, se é que se pode mencionar diferença, salvo alguns pormenores no texto, mas que não influem na sua essência, as duas versões bíblicas também são partes integrantes da Moderna Maçonaria.

Um aspecto não menos importante na utilização da Bíblia como o Livro da Lei (uma das Três Grandes Luzes da Loja) é a de que, em se levando em conta a liberdade religiosa do maçom, conforme a sua religião, adota-se o Livro que se adequa à sua crença. Na verdade isso reforça a teoria de que a Sublime Instituição não é uma religião, porém respeita a todas na sua essência desde que professem de modo conciliatório a crença num Ser Supremo o qual se denomina o “Grande Arquiteto do Universo”.

Quanto à versão bíblica utilizada no REAA∴, a mesma tem sido tradicionalmente a Vulgata. Isso se explica porque a origem desse rito, embora ele até possua algumas influências anglo-saxônicas, incontestavelmente é latina – o REAA é um rito maçônico nascido na França.

Concluindo, sugiro ao Irmão que construa sua grade de pesquisa sobre o tema o “Livro da Lei na Maçonaria”. Recolha subsídios sobre essa égide, porém sempre se desvencilhando de opiniões temerárias que tratam de diferenças entre “Bíblias dessa ou daquela religião”, pois isso não interessa à Maçonaria. Para a Ordem, sem que ela indague da religião de cada maçom, a sugestão é a de aperfeiçoar moralmente aqueles que se propõem construir um edifício social dedicado à virtude universal. Destaco, o Livro da Lei na Maçonaria é o código de moral que cada maçom, conforme a sua crença, se obriga a seguir. Se bem compreendia a Arte, isso está muito longe de ser confundido com preferências religiosas. 

E.T. – Consulte no meu Blog em http://pedro-juk.blogspot.com.br títulos relacionados a esse tema que envolve Booz ou Boaz. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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